Backstrom 1×08: Give ‘Til It Hurts


A volta de Backstrom em um quase crossover com Mulheres Ricas.


Um dos meus gêneros de série favoritos são os procedurais criminais. Desde CSI Las Vegas, que eu assistia lá na TV aberta com meus 13 anos até How To Get Away With Murder, minha nova queridinha, esse tipo de série sempre esteve na minha vida. Essa foi a razão de eu escolher Backstrom para fazer reviews e, essa também é a razão para que eu mantenha um pouco de fé na série. Mas, está cada dia mais difícil.


Em Give ‘Til It Hurts, o detetive Everett vê-se diante do caso de uma socialite encontrada morta em um estacionamento. Em uma performance repetida de um dos episódios anteriores (e convenhamos, meio boba), Niedermayer mostra que a vítima foi atropelada várias vezes, em um típico caso de homicídio doloso. A investigação recai sobre as amigas dos eventos de caridade, o que rende algumas boas piadas, embora essas sejam extremamente estereotipadas. Porém, aqui, cabe uma ressalva: o que é a comédia além do deboche dos estereótipos?


Durante o episódio, os roteiristas, em uma referência atemporal das comédias românticas, trazem-nos a transformação do visual Everett, em uma típica cena de chegada ao baile. A impossibilidade da situação é logo quebrada quando o detetive, derrubando os aperitivos na roupa, mostra que não deixou de ser o mesmo. Isso parece bem simbólico em um momento em que, ao assistir o episódio, senti que Backstrom passou de um “total dick” como evidenciado no cartaz da série (em uma clara inspiração do Dr. House), para apenas um trapalhão, sem objetivos e motivações claras. Isso afeta demais a identificação com o personagem. Rainn Wilsom se mostra em uma interpretação mais forçada do que nunca, a qual parece tentar tirar algo de um protagonista cuja trajetória é cada vez mais apática. Nesse contexto, é importante comentar também o momento romântico feat. DR do casal Amy e Backstrom. Até agora, não consegui sentir nenhuma química entre os personagens e só concordar com a decisão de Amy de não voltar com o detetive. Sem o plot romântico, o personagem não caminha para lado nenhum.


Os coadjuvantes também parecem perdidos em cena, nenhum possuindo um arco dramático próprio. O que aconteceu com o romance entre Paquet e Niedermayer? E o fato da moça estar sendo perseguida? Nesse momento, em que comecei a observar como as histórias de fundo parecem nunca se desenvolver, notei uma coisa absurda sobre a série. Ajudem-me se eu estiver errada. No episódio Ancient Chinese Secret, a primeira cena mostra Backstrom comentando sobre andar com passos menores para enganar o contador de passos. Porém, o médico do detetive deu o contador de passos para ele só agora. Isso mostra que a sequencia dos episódios foi rearranjada, sem preocupação nenhuma em manter a estrutura linear do roteiro.


A conclusão do crime da semana foi interessante, mesmo que dentro do esperado. A cena final do médico, porém, mostra que Backstrom continua desmotivado a mudar, no ciclo vicioso que é a sua vida.


Enfim, terminamos ao oitavo episódio da série depois de uma pausa de algumas semanas. Tudo o que tivemos foi o mesmo dos oito episódios anteriores: a série continua afirmando seu caráter cômico, porém esquecendo-se de trazer aos espectadores uma real interação com seus personagens. Afinal, se tem algo que eu aprendi com os procedurais é que, o que faz os espectadores prenderem-se a uma série é o tanto que eles se importam, admiram ou se identificam com o protagonista ou até mesmo com um coadjuvante carismático. Backstrom, no entanto, parece que esgotou seu potencial. Casos da semana e piadas não parecem mais ser o suficiente.





Por: Série Maníacos

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