Câmbio: discussões entre o Departamento de Justiça e bancos tornaram-se ais sérias nas últimas semanas (Diego Levy)
(SÃO PAULO) – O Departamento de Justiça dos EUA está buscando cerca de US$1 bilhão de cada um dos bancos que estão sendo investigados por manipulação de mercados de câmbio, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto.
A quantia é um ponto de largada em discussões de acordos, com alguns bancos sendo perguntados a respeito de mais e outros menos de US$1 bilhão. Um banco que tem cooperado desde o início provavelmente pagará muito menos, disse uma das pessoas. Penalidades de cerca de US$4 bilhões estão em jogo, de acordo com uma fonte, mas o número pode mudar drasticamente.
Bancos estão recuando com mais força do que em outras negociações anteriores, incluindo as relacionadas a títulos hipotecários, e as multas finais podem ser menores, disseram fontes.
As discussões, que tornaram-se mais sérias nas últimas semanas, poderiam levar a acordos que resolveriam as acusações nos EUA de atividade criminosa nos mercados de câmbio contra o Barclays, Citigroup, JPMorgan Chase & Co, Royal Bank of Scotland e UBS Group AG.O governo também disse estar preparando casos contra indivíduos.
Peter Carr, um porta-voz do Departamento de Justiça, se recusou a comentar, assim como os representantes dos bancos.
Promotores também pressionam o Barclays, o Citigroup, o JPMorgan e o RBS a confessar culpa, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Na investigação mundial, seis bancos já concordaram em pagar multas de cerca de US$4,3 bilhões a reguladores.
Apoio a provisões
O Barclays reservou 750 milhões de libras (US$1,1 bilhão) para o acordo no quarto trimestre, levando seu total a US$1,25 bilhão de libras. O RBS fez uma cobrança de 1,2 bilhão de libras no mesmo período por conduzir um litígio, incluindo uma provisão de 320 milhões de libras por questões relacionadas a moedas.
O JPMorgan separou um adicional de US$1,1 bilhão, antes de impostos, para despesas legais no quarto trimestre, sem liberar uma quantidade para o acordo de câmbio. O Citigroup adicionou US$2,9 bilhões no quarto trimestre, em parte para resolver a investigação de moedas estrangeiras.
O UBS separou 176 milhões de francos (US$175 milhões) para despesas legais no quarto trimestre, após alocar 1,84 bilhão de francos suíços no trimestre anterior.
Acordos finais muitas vezes variam significativamente ante as demandas iniciais do Departamento de Justiça, já que ambos os lados negociam por semanas ou meses. Durante conversas do BNP Paribas AS sobre violações de sanções, penalidades de US$3,5 bilhões a US$15 bilhões foram negociadas, de acordo com uma pessoa familiarizada coam as discussões. O banco concordou finalmente a se declarar culpado e pagar US$8,7 bilhões.
Escolha
Promotores dos EUA estão buscando por um apoio simultâneo com os bancos, o que permitiria que credores evitassem ser apontados individualmente por uma conduta de todo o setor, disseram fontes.
O Departamento de Justiça há muito tempo se esquiva de procurar culpados em bancos por preocupações de que convicções criminosas poderiam desacelerar mercados financeiros. Entretanto, os mercados buscaram culpados no ano passado no Credit Suisse a respeito de ajudar norte-americanos a evitar impostos e no BNP a respeito de violação de sanções.
O UBS, que foi o primeiro banco a notificar as autoridades de possível atividade criminosa no mercado de câmbio, tem imunidade garantida contra processos a respeito de violações antitruste, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
Enquanto conversas avançam, o Departamento de Justiça e o regulador bancário de Nova York abriram uma nova investigação sobre abusos no mercado de câmbio por bancos, em uma prática conhecida como “last look”. A prática permite que os bancos voltem atrás de negociações desfavoráveis no último momento.
Por: InfoMoney : Bloomberg
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