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Shameless 5×07/08: Tell Me You Fucking Need Me/Uncle Carl


E Shameless vai chegando ao momento do impasse.


É engraçado esse negócio de acompanhar séries de TV…. Fãs podem ser criaturas estranhas. Num primeiro momento, nós conhecemos a história e exigimos dos roteiristas que eles lancem mão de todos os artifícios para que consigam que nos envolvamos com os personagens. Em uma pequena porcentagem dos casos o envolvimento acontece e passamos para o estágio mais esquisito de todos. A série que fez com que nos sentíssemos próximos dela era de um jeito, tinha uma atmosfera específica. Porém, no seu compromisso de ser uma janela da vida, ela exige alguma evolução nas abordagens dramatúrgicas e nos impulsos dos personagens. Entretanto, será que essas evoluções não acabariam levando nossa amada série para ares que nós mesmos acharemos descontextualizados do que já conhecemos?


Na maioria dos casos isso é muito sutil ou nem mesmo acontece. Mas, numa série como Shameless, em que o modo de vida dos personagens representa grande parte do que o programa é, talvez essa discrepância fique mais evidente. Conhecemos a história sabendo que eles são muito ferrados e amorais. Mas, passamos a amá-los com o tempo mesmo com esses defeitos. O exercício de se contar uma boa história também é o de não repetir erros. Assim, os roteiros vão caminhando para o momento em que esses personagens reconhecem e passam a tentar evitar enganos. Por isso, agora é o momento em que chegamos ao impasse em que, se todos crescem muito, os enganos diminuem e corremos o risco de Shameless sofrer uma grande transformação. E enfim, será que queremos isso?


Estou exagerando um pouco, é claro. Mesmo que Fiona, Lip e Debbie situem-se numa área possível de amadurecimento e maior compreensão do que é correto, ainda temos uma infinidade de transgressões a serem exploradas com os restantes. A questão é que tenho divagado sobre isso para me preparar para a possibilidade de que com isso tudo a série abrace episódios menos extremados. Acho que tem acontecido um pouco disso e já sinto o cheiro de rejeição em alguns setores. É aquilo… Torcemos por eles, mas se eles dão certo a série dá errado.


O episódio 7 adiantou a ruptura necessária para que Fiona entendesse de uma vez por todas que retroceder só seria ruim para ela. Jimmy pode ter parecido um recurso sensacionalista do roteiro, mas no fundo não era. Ele era o passado de decisões equivocadas e que é sempre sedutor de ser abraçado. Dessa vez, no entanto, ela tomou a decisão certa, mesmo que um pouco tarde demais. Acredito que essa fórmula de entender o certo depois de flertar com o errado será muito usada daqui pra frente.


Esse episódio também mostrou que as tramas secundárias perderam um pouco de força. O mundo de Debbie pode ser violento, mas ainda é o mundo de uma adolescente. Faz parte da personagem não atravessar algumas barreiras, mas não se pode dizer que esse é um momento bastante interessante a respeito dela. O mesmo para Veronica e Kevin, quando já está mais do que estabelecido que assim que ela cair na real, ele já vai ter desistido. O episódio 8 chega e confirma a teoria. Isso sem falar em Sammy, que tem sua cena roubada até pelo menino Chuckie.


Com Carl as coisas melhoraram um pouco… Em Uncle Carl ele meio que ganhou o spot numa operação de transporte de drogas que Frank destruiu só pra se vingar da filha. A essência de Shameless apareceu ali, com aqueles dois pré-adolescentes presos, sem nenhuma dimensão da gravidade do que tinha acontecido. Só mais um dia na vida dos Gallaghers, a ponto de aceitarem a realidade com ironias e sarcasmo.


A coisa mais solta até agora é a situação de Ian. Explorar a doença é um terreno complicado e eles resolveram ir com muita calma. Por enquanto eles só o fizeram jogar pela privada os remédios, mas é certo que tem coisa pior vindo por aí. Nesse movimento de ver o personagem fazer coisas idiotas por causa da doença, é Mickey quem vai crescendo, com seu romantismo relutante que é sempre maravilhoso de acompanhar.


O curioso é que já passamos do meio da temporada e ainda não é possível vislumbrar uma linha central de eventos que culminem em alguma coisa. E isso é bom, não só porque podemos ter um finale imprevisível, mas porque é um sinal de que as narrativas individuais alcançaram independência a ponto de poder abrir mão de conexões. Se isso pode fragmentar demais a dramaturgia e tudo parecer frouxo? Pode. Mas, geralmente o que canaliza atenções em Shameless é a tragédia… Sendo assim, já estou aqui sentado esperando por ela.


Another Dose: Quem mais ama Svetlana levanta a mão!!





Por: Série Maníacos

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