Arrow 3×19: Broken Arrow


Tchau Roy, valeu, falou.


Essa semana acompanhamos a finalização do plot de Roy e a despedida de Colton Haines do quadro de atores fixos. Apesar de não ter tido a oportunidade de deixar registrado em uma review, cheguei a comentar com os leitores sobre a teoria de que a atual temporada é na verdade uma sequência de experimentos e testes para o show. Como se tivéssemos em uma temporada filler. Arrow vem apresentando erros de continuidade e brincando com a memória dos fãs quando é conveniente para o roteiro. Assim o pano de fundo do enrendo, a questão de identidade, afetou não só o personagem principal, mas o show como um todo.


A expansão do universo da série com criação de spinoffs gera uma teia de enredos a serem interligados. As referencias a The Flash estão em Arrow e vice versa. Nesse episódios tivemos até Oliver cogitando a hipótese de pedir ajuda a Barry e frequentemente Felicity é citada na série do corredor escarlate. É lógico que com a saída de Ray e com a criação da nova série derivada as referências serão maiores. Já tivemos a dica na conversa entre Cisco e Palmer e parece que o pano de fundo para a “nova” será a existência de meta humanos fora de Central City. Isso mostra que a ideia de manter os poderes fora do universo de Arrow foi mesmo completamente abandonada e o impacto disso na personalidade do show é imenso.


É aí que acredito que a teoria da “temporada filler” ganha força. Acho que a série vem meio que se arrastando pelo fato de que o planejamento inicial para a mitologia do Arqueiro foi totalmente – ou quase – abandonado. A saída do sidekick Arsenal só reforça isso. Afinal “testaram” Roy como ajudante, esqueceram que o cara havia matado um policial na segunda temporada e deixaram ele andando por aí tranquilamente, depois lembraram para implantar uma culpa no personagem e criar um background para quando precisassem e finalmente, quando estávamos acostumando com o ajudante e o desenvolvimento dele estava começando a ficar melhor… mandam o cara embora. É óbvio que as questões contratuais com os atores e direitos de exibição podem forçar uma série a tomar caminhos diferentes, porém isso não foi um problema para o recast da Sara na segunda temporada. Enfim, Arsenal foi um teste que não obteve um resultado satisfatório.


Talvez o excesso de heróis também possa ter influencia nisso e, na ânsia de filtrar um pouco os plots a serem definidos para a quarta temporada, decidiram deixar Roy de fora. Nem sei dizer como isso me afeta como fã, não acho que o Harper teve um destaque considerável – como o Diggle por exemplo – e também não acho que a saída dele afetará de forma considerável o show. A forma como a prisão foi realizada e o fato do Canal 52 esquecer completamente a existência do “ajudante do Arqueiro” meio que me brochou com o episódio. Em nenhum momento o Capitão Lance apontou para Roy e disse que sabia que ele era o Arsenal e não o Arqueiro. Nem a existência do uniforme do cara exposto na Arrow-Cave trouxe isso para a discussão. Na boa, a preguiça do roteiro e a conveniência de como isso é usado no show desanima qualquer um.


O plano para retirar Roy da cadeia foi interessante. Se por um lado não gostei de terem deixado a Thea sofrer com a notícia da morte do cara, me agradou o fato de não terem contado nada para o Oliver. O Vermelho sacrificou sua vida para se redimir com sua consciência e pagar a divida que tinha com o Arqueiro. Os produtores do show deixaram em aberto a possibilidade para que Arsenal volte a fazer participações e até flutuar entre os spinoffs do universo Arrow, veremos com isso irá funcionar.


O que fica explicito é que com a saída do Arsenal, temos uma vaga em aberto para sidekick e obviamente será preenchida por Thea. Como disse na review anterior, Rá’s Al Ghul se voltou para a irmã de Oliver buscando criar a motivação necessária para que o Arqueiro aceitasse sua proposta. Pois bem, Thea foi mortalmente ferida. Se tivermos por base o diálogo do líder da liga com a caçula dos Queen, fica explicito que a intenção de Rá’s era matar Thea para que Oliver a traga de volta utilizando o Poço de Lázaro, isso caso ele aceite tomar a posição como novo Cabeça do Demônio.


Já a presença de Ray Palmer no episódio foi, o que pode ser, uma introdução para o que veremos na nova série derivada (fazendo eco com sua participação em The Flash). A armadura frente a um meta-humano foi até que eficiente, porém, a atuação do personagem foi muito inferior ao seu primeiro encontro com o Arqueiro. Para quem chegou a subjugar o Oliver, o Sr. Palmer ficou muito aquém do apresentado anteriormente. A finalização de sua participação no show está mais que óbvia. A frustração no relacionamento com Felicity e a demanda de investigação sobre a origem dos novos meta-humanos acarretará no afastamento do personagem. Até posso imaginar a cena de despedida com Ray dizendo para Oliver que a Loira e a cidade estarão em boa mãos e que pode contar com ele quando necessário.


Já Deathbolt, o vilão da semana, além de ser o debute de Ray Palmer frente a um meta-humano é uma referência a um personagem dos quadrinhos que ganhou seus poderes após o pequeno avião que ele estava voando caiu em uma tempestade de raios. Como na série de TV, ele tem domínio sobre a eletricidade e é capaz de canalizá-la para explosões. O interessante dessa semana é que da mesma forma que Arrow teve o aparecimento de um meta-humano, The Flash teve que lidar com uma super-hacker. Além disso ainda tivemos as participações especiais. É o terreno sendo preparado para mais um crossover e ao mesmo tempo o lançamento do spinoff.


O mais interessante desse episódio foi que junto com Roy, o Arqueiro se foi. Acabou. Oliver não pode voltar a ser o Arqueiro. Seu esconderijo foi descoberto, seu uniforme não pode ser utilizado e caso ele pense na possibilidade o Capitão Lance já estará em seu encalço. Oliver ficou sem ter para onde ir. Pensei na possibilidade dele usar o traje do Roy, porém acho que ele não gosta de vermelho. Então… a única saída é se voltar para a Liga dos Assassinos.


Com Thea ferida e com a única possibilidade de salvá-la sendo o poço de lazaro – afinal ela não está uma montanha gelada e não tem a força de vontade do irmão – seremos levado a Nanda Parbat no episódio da semana que vem. Espero que Oliver aceite logo se tornar o Cabeça do Demônio e isso impacte de forma positiva no show. Não consigo imaginar as consequências de se trazer um pessoa de volta a vida. O trauma que isso pode ter e a forma que será explorada na série é ainda uma incógnita. Cheguei a citar nos comentários a história de Jason Todd, o segundo Capuz Vermelho, que morreu como Robin e foi ressuscitado por Rá’s Al Ghul. Nessa trama Jason sofre com as consequências de ter sido trazido de volta e se vira contra o Batman. Eu temia que fizessem isso com Roy e criassem um vilão aos moldes do Capuz Vermelho, porém será Thea que utilizará as águas do poço e espero sinceramente que o plot não siga os moldes da história de Todd. Arrow precisa fortalecer sua identidade própria, o show possuí um resiliência considerável e o final da temporada promete nos abrir um mar de possibilidades. Talvez Oliver necessite estagiar como Rá’s Al Ghul – ganhar mais uma identidade – para então assumir de vez a posição como Arqueiro Verde.


ps1: Até quando continuaram com o ódio do Capitão Lance? Na boa, já deu.


ps2: Por que uma pessoa insisti em alimentar os sentimentos de outra se na verdade se interessa verdadeiramente em uma terceira? Tá, eu sei que isso acontece na vida real, mas de onde eu venho é coisa de gente leviana e sem personalidade. A posição em que Felicity está sendo colocada não agrega em nada para o show e afeta consideravelmente a imagem da personagem.


ps3: A cena de luta do Roy na cadeia foi uma das melhores da temporada.





Por: Série Maníacos

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