Agora sim, podemos dizer que a quinta temporada de Game of Thrones começou oficialmente. Se os dois primeiros episódios (ótimos, diga-se de passagem) tinham sido básicos, de introdução, e cuja finalidade era revisitar cada um dos núcleos dramáticos, sem qualquer pressa, esse terceiro capítulo já começou a mover as peças do jogo dos tronos. De uma certa forma, esse foi o tema central de High Sparrow: ver os personagens/jogadores colocando seus planos em prática, ou no mínimo, revelando-os ao espectador.
Em Porto Real, ocorreu o aguardado casamento de Margaery Tyrell com Tommen Baratheon, e não demorou muito para a nova rainha seduzir de vez o marido e tentar jogá-lo sutilmente contra Cersei. Mas esta, por sua vez, não parece estar disposta a desistir do filho e, é claro, da coroa tão facilmente. A rainha-mãe começa a se aproximar do Alto Pardal (Jonathan Pryce, sempre ótimo), o líder de uma nova seita religiosa. Se essa possível aliança renderá bons ou maus frutos, teremos que esperar pelos próximos episódios, mas em sua curta cena o novo personagem consegue deixar uma forte impressão no espectador, aparentando ser um homem justo e caridoso, mas rigoroso (e será que ele percebeu as verdadeiras intenções de Cersei ao aprisionar o Alto Septão?).
(Também não podemos deixar de mencionar aquele bizarro momento envolvendo Qyburn. Seria o personagem uma espécie de Dr. Frankenstein de Westeros?)
Enquanto isso, após duas temporadas, finalmente retornamos para Winterfell, o antigo lar da Casa Stark e que agora está tomada pelos Boltons. A família recebe uma visita inesperada: ninguém mais, ninguém menos do que Mindinho e Sansa, e o plano do primeiro finalmente é revelado ao espectador: casar Sansa com Ramsay Snow, numa alteração drástica em relação aos livros. Mudanças à parte (e por mais que a ideia de Sansa sofrer nas mãos de Ramsay me deixe enojado, ainda mais pelo risco de prejudicar todo o arco da personagem no quarto ano, que finalmente tinha tomado uma postura mais forte e manipuladora), o retorno da personagem para a sua terra natal pode render bons momentos. Principalmente com a possibilidade dela interagir com o homem que no passado foi Theon Greyjoy e que agora é apenas Fedor (e Alfie Allen, ainda que entre mudo e saia calado do episódio, sempre consegue retratar muito bem a mudança física e psicológica do personagem).
Além disso, fica claro que Winterfell será um dos núcleos mais importantes da temporada para muitos personagens: na Muralha, Stannis mais uma vez afirma que resgatará o lugar dos Boltons. Em uma breve e tocante cena, Brienne (em um bom desempenho de Gwendoline Christie), após explicar o motivo pelo qual tanto amou Renly, mais uma vez promete vingar a morte do amado. Considerando que ela está seguindo Sansa, não é possível já imaginar que existe uma forte chance dela reencontrar Stannis?
Já que mencionamos a Muralha, não podemos deixar de citar o agora Comandante Jon Snow, que continua tendo uma ótima dinâmica com Stannis e Davos. Mas o grande momento do núcleo foi a decapitação de Janos Slynt, por uma série de motivos: entregar uma sensação de justiça ao espectador (vale lembrar que ele traiu Ned Stark na primeira temporada, e assassinou uma das crianças bastardas de Robert na segunda). Dar a Jon Snow a chance de estabelecer o seu poder e sua força diante dos Patrulheiros, provando que não é mais o jovem rapaz ingênuo do início da série (e no processo, ganha o respeito de Stannis). E tudo isso funciona também como um reflexo sutil de duas cenas das temporadas anteriores: Theon decapitando Rodrick Cassel na segunda temporada e Robb Stark decapitando Karstark na terceira. Provavelmente, essa nova ação de Jon Snow também deverá causar consequências negativas e inesperadas.
Para encerrar, chegamos aos dois núcleos mais isolados da trama nesse momento. Arya continua aprendendo mais sobre o Deus de Muitas Faces em Braavos (temos que aplaudir a ótima decisão dos roteiristas em trazer Jaqen H’ghar de volta) e mostra, em mais uma sensível cena, que não está disposta a se livrar inteiramente do seu passado. Já Tyrion e Varys chegam em Volantis, com direito a um belo plano aéreo que confirma o excepcional trabalho dos supervisores de efeitos visuais da série.
Se pudemos ver mais alguns divertidos momentos envolvendo a dinâmica de ambos os personagens e mais uma curiosa referência ao escamagris, a doença da qual Shireen Baratheon sofre, a sequência valeu mesmo pelo seu final. Não só é um prazer rever Jorah Mormont, como o momento em que ele encontra e sequestra Tyrion já é automaticamente um dos melhores cliffhangers da série. Os universos de Westeros e Essos estão cada vez mais se chocando um com o outro. Agora é esperar pelo próximo episódio. Desde já, estou curioso em ver a dinâmica do Leão com o Urso.
Por: Ligado em Série
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