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Disney investe em serviços de alto luxo para atrair visitantes endinheirados

Aos 86 anos, Mickey ainda anda de bermudão vermelho e sapatos amarelos que parecem pantufas. Mas agora recebe parte de seus visitantes com mais cerimônia, em casas luxuosas no Golden Oak, condomínio exclusivo dentro do Walt Disney World Resort, em Orlando, na Flórida.

Ao redor do condomínio, há uma área verde tão bem cuidada que parece de desenho animado. É ali que ficam os parques de diversão do grupo, como o Magic Kingdom, Epcot, Disney's Hollywood Studios e Animal Kingdom.

Caco Neves

As casas foram projetadas pelos "imagineers" -engenheiros da Disney responsáveis pela criação de todos os parques da marca. E foram construídas para parecerem castelos, feitas de pedra e com piscina, sauna, lareira, área externa e jardim.

As menores têm 280 m2, as maiores, chegam a 3.000 m2. Os preços começam com US$ 1,7 milhão (R$ 5,1 milhões) e podem chegar a US$ 8 milhões (R$ 24 milhões). E não podem ser alugadas para temporadas, só estão abertas para venda.

Já foram construídas e vendidas cem casas das 400 previstas. O Brasil está no segundo lugar na lista de compradores, atrás apenas dos próprios americanos. Cerca de 15% das residências foram compradas por brasileiros, a maioria paulista, com mais de 50 anos. Os compradores pedem para ter a identidade preservada. O único que não se importa com isso é o cantor Luciano (dupla de Zezé di Camargo), um dos proprietários.

A proposta do Golden Oak é que os donos das casas tenham uma vivência exclusiva dos parques com seus familiares e amigos. "Os compradores são pessoas com uma ligação profunda com a Disney, que vêm sempre para cá", diz Page Piece, vice-presidente da Disney Resort, responsável pelo condomínio.

Lá dentro há um clube privado, o Summerhouse, com piscinas, sala de jogos e um restaurante sofisticado, o Markham's, com pratos elaborados e bem preparados, como o Columbia River Salmon, um salmão grelhado acompanhando de pão de abóbora.

Como parte dos privilégios dos proprietários está o serviço de um "concierge" que cuida dos ingressos e transportes para os parques.

SEM CASA PRÓPRIA

Comprar uma propriedade de milhões de dólares não é a única maneira de ter tratamento VIP na Disney. Já há alguns anos os "concierges" estão entre as opções disponíveis para quem está disposto a pagar mais. Os pacotes com mais mimos começaram a existir para atender celebridades que queriam curtir os brinquedos e não conseguiam, diante do assédio dos frequentadores. Mas hoje, muita gente que quer apenas otimizar o tempo na Disney faz uso desse tipo de serviço.

Os "concierges" falam várias línguas, principalmente português, por conta da grande procura de brasileiros. E buscam e levam nos hotéis, traçam um roteiro personalizado, garantem prioridade nas filas e colocam os visitantes em lugares reservados nos shows e desfiles. O custo varia de US$ 315 (R$ 945) a U$ 380 (R$ 1140) a hora (mínimo de seis horas) para grupos de até dez pessoas.

O publicitário paulista Washington Olivetto testou a mordomia numa viagem com os filhos gêmeos, Antônia e Theo, de 10 anos. "É um serviço bem estruturado e compensa, pois o que se gasta com o guia se economiza com o número de dias na Disney. Você consegue fazer tudo em menos tempo", pondera.

Autor do livro "Só os Patetas Jantam Mal na Disney" (2011, editora Panda Books), Olivetto diz ter se surpreendido com a qualidade dos restaurantes por lá. "Jantei bem todos os dias", conta ele, que se define com um "gurioso", mix de gourmet com curioso.

O publicitário se hospedou no Grand Floridian Resort & Spa, dentro do complexo da Disney, onde fica o restaurante Victoria & Albert's, eleito um dos cinco melhores de Orlando pelo site de viagens TripAdvisor.
Ali, o preço médio de um jantar, que inclui pratos como o kobe beef australiano com purê de batatas e alho defumado, custa em média US$ 150 (R$ 450). Enquanto o hambúrguer com fritas no parque custa de U$ 15
(R$ 45) a U$ 30 (R$ 90), em locais como o Be Our Guest Restaurant.

Outro item lançado recentemente para os clientes mais exigentes da Disney é uma pulseira "high tech" que funciona como um cartão de crédito para que os visitantes possam transitar livremente pelos parques sem levar a carteira. O acessório com a cara do Mickey não custa nada para quem fica hospedado nos hotéis dentro do resort (são 27 no total) e ainda funciona como chave do quarto (quem não está hospedado dentro do complexo pode comprá-la na internet ou nos parques por US$ 12,95).

Assim, o visitante pode sair despreocupado, de bermudão e pantufas e sem nada no bolso, como seu anfitrião.


Por: Folha de S.Paulo - Turismo - Principal

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