Fundo antecipa aprofundamento de depressões de petróleo, minério de ferro e carvão com preços de US$ 40

Petróleo: aumento da produção em um momento em que o crescimento econômico mundial cambaleia acarreta mais perdas para commodities (Bloomberg)

(SÃO PAULO) – As depressões do petróleo bruto, do minério de ferro e do carvão provavelmente se estendam até chegar a US$ 40, segundo o Merchant Commodity Fund, que retornou 59 por cento no ano passado.

O aumento da produção em um momento em que o crescimento econômico mundial cambaleia acarreta mais perdas para as commodities, que recuaram pelo menos 31 por cento nos últimos doze meses, segundo o fundo de US$ 280 milhões, administrado por Doug King e Michael Coleman. A demanda por matérias-primas diminuirá à medida que a China utilizar commodities menos intensivamente, disse Coleman.

Dados publicados na semana passada mostraram que a economia da China se expandiu ao menor ritmo desde 2009 no primeiro trimestre, e os dados sobre produção, investimentos e varejo apontam para um aprofundamento da desaceleração. A economia do país está em transição, afastando-se da fabricação industrial e da construção, e a Europa está lidando com os efeitos de uma crise de dívida e crescendo a metade da taxa dos EUA.

“US$ 40 é o número”, disse Coleman na segunda-feira em uma entrevista na Financial Times Commodities Global Summit em Lausanne, Suíça. “Para ter mercados de commodities fortes, é preciso um crescimento do PIB global de 5 por cento”.

A economia mundial se expandirá 2,9 por cento neste ano e 3,2 por cento em 2016, segundo previsões de economistas compiladas pela Bloomberg. A cifra se compara a 4 por cento em 2010.

O West Texas Intermediate, o petróleo bruto de referência para os EUA, caiu 46 por cento nos últimos doze meses, para US$ 56,16 por barril, já que a Organização de Países Exportadores de Petróleo manteve sua produção diante de uma superabundância mundial causada pelo boom da produção nos EUA. O minério de ferro declinou 55 por cento, para US$ 51,57 por tonelada seca, e os preços do carvão na Europa recuaram 31 por cento, para US$ 57 por tonelada.

Minério de ferro

É improvável que os preços do minério de ferro, que neste mês caíram para seu menor valor desde 2005, se recuperem porque a China subsidia seus produtores, e a desaceleração do crescimento está prejudicando a demanda por carvão, disse Coleman, cujo fundo subiu 9,6 por cento neste ano até março. A economia da China se expandirá 7 por cento em 2015, a taxa mais baixa desde 1990, predizem os economistas.

As commodities estão voltando a ter desempenhos observados nas décadas de 1980 e 1990, quando o crescimento econômico alcançou 5 por cento durante períodos breves e os preços se mantiveram estáveis durante intervalos prolongados, disse ele. O Goldman Sachs Group Inc. e o Citigroup Inc. predisseram o fim do “superciclo” de alta dos preços das commodities.

A recuperação de 34 por cento do petróleo ocorrida desde meados de março é prematura, disse Coleman, cujo fundo observou um crescimento dos ativos sob gestão de US$ 136 milhões no começo do ano passado para US$ 280 milhões no fim de março. Apesar de que os perfuradores dos EUA estão utilizando menos torres depois do afundamento, eles poderiam voltar a ativá-las rapidamente se os preços subissem para US$ 60 por barril, disse ele.

“Provavelmente estejamos um pouco mais pessimistas do que as oscilações dos preços têm sido nas últimas seis semanas”, disse ele, acrescentando que o petróleo continuaria baixo enquanto o crescimento mundial não chegar a 5 por cento. “Desativar torres de perfuração tem a ver com a produção de amanhã. Ninguém fez nada para parar a produção de hoje”.


Por: InfoMoney : Bloomberg

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