Nir Erez e a tecnologia para melhorar as ruas


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Em 2011, o israelense Nir Erez ajudou a criar o aplicativo Moovit para melhorar a experiência das pessoas com o transporte público. Além de traçar a rota mais apropriada para cada usuário, o aplicativo indica a hora em que ônibus, trem e metrô passarão no ponto ou na estação mais próxima. Hoje, o serviço opera em 45 países, mas foi no Brasil que o Moovit ganhou a maior legião de fãs. O número de usuários no país chega a 3 milhões. Para Erez, as pessoas enxergam a comodidade de trocar o carro pelo transporte público quando têm mais acesso à informação.


De que modo aplicativos como o Moovit incentivam o uso do transporte público?

Esses aplicativos racionalizam o tempo das pessoas. Como é possível acompanhar online quanto tempo leva para o ônibus chegar ao ponto, os usuários não precisam mais ficar esperando em vão. Queremos que as pessoas cheguem mais rápido a seu destino.



Como a tecnologia pode melhorar a mobilidade?


A melhoria do transporte urbano sempre foi buscada por meio da expansão da infraestrutura, com investimento em metrô e avenidas. Não se pensava em como a informação poderia tornar o uso do transporte público mais racional. Hoje, os ônibus têm GPS e muitas pessoas têm celulares conectados à internet. Basta fazer a ligação entre os dois.


No Brasil, o poder transformador da tecnologia não acaba esbarrando na falta de uma boa infraestrutura de transportes?

A tecnologia é um instrumento que facilita a vida da população de uma metrópole, mas não deve tomar o papel das grandes obras de infraestrutura urbana. De nada adianta um aplicativo que informe a melhor maneira de chegar a seu destino se o caminho é longo e difícil. É preciso as duas coisas ao mesmo tempo. Melhorar a infraestrutura e fazer bom uso da tecnologia disponível.


Muitas startups não conseguem ganhar dinheiro. Isso é um dilema para o Moovit?

Não existe sobre nós uma pressão imediata para fazer dinheiro. O objetivo neste momento é expandir. Mas consideramos vender passagens de ônibus e trem, ter parcerias com operadores de táxi e permitir que outras empresas tenham acesso aos dados de locomoção dos usuários, sem que sua identidade seja revelada.


O senhor não teme ser engolido pela competição de um dos gigantes da internet?

Há centenas de soluções para o transporte público. A grande maioria é desenvolvida pelas prefeituras. O único serviço global que compete com a gente é o Google Transit, mas acho que somos diferentes. Temos um nível alto de precisão.



As empresas do mundo offline estão acompanhando essa revolução dos aplicativos?


As mudanças provocadas por aplicativos de transporte começam a ser entendidas pelas grandes companhias. Um de nossos investidores é a montadora alemã BMW, dona de um serviço de compartilhamento de carros na Europa.



As pessoas deixarão de usar carro no futuro?


Não imagino que elas deixem de usar totalmente o carro. Mas, quando têm acesso a dados que permitem ver o tempo que gastam no trânsito, as pessoas consideram o transporte público como uma opção viável.





Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

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