It’s Olivia. And this is definitely going to hurt”
Para termos o finale Scandal style que merecemos, principalmente depois de uma temporada tão morna e instável, é necessário nos contentarmos com um episódio como o dessa semana. The First Lady Sings the Blues fez um ótimo trabalho em colocar todos os personagens exatamente onde deveriam estar para o final da temporada, mas chegamos lá cambaleando.
Assim como a maior parte dos últimos episódios de Scandal, The First Lady trabalha com 3 núcleos: Casa Branca, B-613 e caso do dia. No entanto, temos algumas inversões de importância e abordagem que deram o pouco de brilho que o episódio carrega.
O caso do dia, com a ex-agente KGB Mary Peterson, funciona muito bem como metáfora para os dilemas pessoais de Olivia – o desejo de ter uma família, de sair de um trabalho sufocante e desumanizador, de se sentir normal –, mas ele é muito mais importante para a história B-613 da semana, já que a resolução da situação de Peterson é a condição para que o médico clandestino cuide do agonizante Jake-mozão. A tensão desse núcleo vem da identidade oculta de Russel, que acaba ficando por dentro dos planos do White Hats e frustrando cada um deles. Funciona? É claro. Salva o fato dessa narrativa já estar raquítica? Não.
Já a candidatura de Mellie à cadeira do Estado da Virgínia no Senado, ou seja, a história da Casa Branca da vez, funciona muito mais como o caso do dia. Quando jogado no mundão que é a política americana, a candidatura de Mellie levanta questões muito mais interessantes do que a simples história de redenção de Fitz-bundão. O conflito de interesse dentro de um casamento entre o Presidente e a Senadora ou o questionamento sobre uma mulher abrir mão de seu título de Primeira Dama para ativamente provocar mudança com um cargo no Senado são problemas não só muito mais verossímeis do que a birra de Cyrus, mas também são muito mais enriquecedores para o desenvolvimento da personagem Mellie e para as discussões atuais sobre igualdade de gênero e representatividade. E, como em todo bom caso do dia, Olivia vem com seu toque de mágica salvar o dia e ainda consegue achar inspiração em seus conselhos para resolver a sua própria situação: é necessário usar as nossas vulnerabilidades para ganhar vantagem no jogo de Scandal.
Por isso, o ponto mais alto do episódio para mim foi Olivia virando a mesa e desmascarando Russel da maneira mais provocativa e classuda possível. Vamos continuar torcendo para que seja esse o tom predominante do finale, enquanto vemos o B-613 acabar e levar junto, se Santa Shonda quiser, Papa Pope.
Observações:
- Acho que o grande erro na construção do personagem de Rowan foi misturar dois ingredientes que levam inevitavelmente à destruição recíproca: ele é um ótimo personagem, mas é caricato e vilanesco demais para existir e ainda assim deixar a série se reinventar, progredir.
- Santa Shonda está de parabéns com suas manobras para despistar os espectadores sobre as mortes que aconteceriam em suas séries na atual temporada. Com o ataque a Jake-mozão, todo mundo que também assiste Grey’s ficou mais tranquilo, pensando que os personagens dessa série estavam a salvo, já que a morte bombástica da Shondaland já tinha acontecido. Ledo engano. E minha admiração eterna por essa mulher.
Por: Série Maníacos
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