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The Good Wife 6×20: The Deconstruction

O resultado de se misturar com os porcos é essa orgia de farelos.

Todo mundo, em algum momento da vida, ouviu da mãe ou do pai que “não se deve andar em más companhias”. Ouvir a sentença na adolescência, entretanto, acaba servindo mesmo é pra nos aguçar mais ainda o senso de rebeldia. Os nossos pais achavam que suas intuições na hora do julgamento do caráter alheio eram motivo suficiente para reconsideração, e sim, em algumas vezes, era. Depois de adultos, enfim, sempre coube a nós mesmos saber discernir entre a convivência diplomática e a aliança destrutiva. Bom, Alicia Florrick e seus coleguinhas aparentemente não aprenderam bem essa lição.

A recapitulação esclarece a gravidade das coisas… O problema todo não foram só os pactos satânicos assinados por Alicia para conseguir se eleger, mas a quantidade imensa de ligações perigosas promovidas por praticamente todos os personagens da quinta temporada pra cá. Sempre ouvimos que políticos e advogados precisam ter escrúpulos flexíveis se quiserem continuar no mercado. Mas, nunca imaginamos que em The Good Wife todos aquelas pessoas levariam isso tão a sério.

Essa semana a cobrança foi alta. Alicia precisou renunciar a uma posição que a levara ao pódio apenas pelo tempo de um suspiro. A rede de intrigas e acordos firmados com aquela legião de espíritos de porco, começou a gerar consequências cedo demais. Por alguma razão que só compreenderemos na temporada que vem, os Kings não quiseram estender o tempo de Alicia no novo posto e a aniquilaram da forma mais brutal possível: por causa de fraudes que ela nem mesmo cometera, mas que unidas ao show de escândalos, a tornou impossível para a realidade política daquela cidade. O medo, contudo, era que os roteiros estivessem nos mandando para o mesmo lugar de onde saímos.

Esse episódio veio insinuar que não. Alicia não voltaria para a firma e teria toda essa temporada de mudanças anulada… Sim, eu tinha medo disso. Quando colocamos em perspectiva o cenário geral do show, temos Diane, Cary e David agindo como nos bons tempos de outrora (com Cary ocupando o posto de protetor relutante do caráter de Alicia), no mesmo escritório físico e com as mesmas pressões veladas. Alicia continua flertando com homens com quem trabalha e ao mesmo tempo, se reaproximando do marido. Seria como voltar ao segundo ou terceiro ano.

Por conta disso, perceber que a volta da boa esposa seria difícil soou como música para meus ouvidos. Mais ainda: Ver como a rede de confiança entre os personagens é tão suja quanto a rede de contatos. Até tivemos o mal-entendido resolvido, mas o martelo já estava batido e Alicia agora não só se misturava com os porcos, ela era o porco que precisava ser evitado. Faz sentido, infelizmente pra ela. Não quero ver a série voltando ao lugar comum, embora saiba que ela retornar é só uma questão de tempo. Alicia como promotora ou advogada autônoma seria um sonho que eu já não ouso sonhar.

Mas, ela não estava sozinha na sua colheita de tempestades e Kalinda parece ter encontrado seu destino derradeiro. A briga entre Archie e Juliana não foi superada nem na hora de dizer adeus e os roteiristas precisaram sambar pra ligar as personagens de algum jeito. É uma pena, mas não adianta reclamar mais (esses roteiristas são lindos e fizeram com que a despedida com Diane fosse pelo telefone também, numa clara tentativa de dar coesão aos eventos). Já era esperado que a forma como Kalinda diria adeus teria algo a ver com Bishop. Não sei se gosto da coisa toda do heroísmo, da postura desesperada de se comprometer tão claramente na acusação do traficante e também é cedo pra dizer que não a veremos mais, embora eu aposte nisso. Porém, houve certa sensibilidade na condução das coisas e com Kalinda tão irrelevante na série, uma despedida discreta pode ter sido menos nociva pro show. E temos ali a coisa toda com o bilhete, o choro de Alicia, o apartamento destruído… Algo pode estar sendo guardado pro fim, vamos esperar.

Ainda faltam dois episódios pro fim e eu já posso encher o peito pra dizer que The Good Wife fez uma temporada IMPECÁVEL. Não temos a menor ideia do que vai acontecer no finale e esse sentimento é ouro. Mais que estar preparado pra viradas que podem até não me agradar, eu estou preparado para mais duas semanas de deleite com um texto que é comovente de tão bom. E dois episódios podem ainda nos provocar negativamente, mas sem dúvida, não prejudicarão essa maravilha de sexto ano, cheio de coragem, planejamento e ousadia.

Objection Number One: Onde está Robyn, afinal?

Objection Number Two: Kalinda olhando a foto que tirou de Alicia foi a tradução exata do quanto os roteiristas lamentavam a situação em que foram colocados pelas atrizes e o quanto nós queríamos vê-las juntas uma última vez.

Objection Number Three: A coisa mais chata de Alicia renunciar é não ter mais Marissa como assistente.


Por: Série Maníacos

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