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The Voice 8×12: The Knockouts End


“Levou spoiler? O problema é seu!”, diz a NBC antes de cada intervalo comercial.


Entra temporada, sai temporada, e estamos sempre reclamando da mesma coisa: as burradas da edição do programa. Já abordamos inúmeras vezes aqui o problema dos combos e a maneira como esses combos prejudicam certos convidados. Desta vez, nenhum who das blinds chegou ao Top 20, então podemos ao menos cumprimentar a edição por ter tido essa consideração os 20 cantores que passarão pelo crivo do público na próxima semana. Mas, entre as 6 batalhas editadas, 5 dos vencedores passaram. Então, a pergunta persiste: se é pra cortar batalhas, o que fazer isso ao menos com gente que não entrará na fase de guerra de popularidade?


Deixando isso de lado, nosso tema de hoje (sdds, Casos de Família) são os odiados spoilers que a edição insiste em nos dar cada vez que o programa está para entrar em intervalo comercial. “A seguir: Koryn despeja sua vida no palco… e o Steal de Pharrell será usado!”. PRA QUÊ AVISAR ANTES, GENTE???? Ou pior: Lexi versus Joshua são a última batalha exibida, e ainda tem o Steal de Christina pra ser usado. Será que pelo menos não dava pra essa batalha ser a penúltima, pra dar algum suspense? Custa alguma coisa nos deixar tensos, roendo as unhas, até descobrir que alguém foi salvo? Para um programa que é constantemente acusado de incapaz de permitir envolvimento do público com os candidatos, o The Voice não parece exercer um mínimo de autocrítica!


Depois de ler alguns comentários na internet sobre esse assunto, parei para tentar compreender a lógica por trás dessa mania de estragar surpresas, e cheguei à seguinte conclusão: é tudo baseado na premissa do The Voice de que os candidatos não interessam, o que importa são os coaches. Nem adianta querer ter a ilusão de que sairá algum sucesso comercial desse programa, e o principal motivo é justamente o fato de que o próprio show os sabota constantemente.


Quando Carson diz “Fulano vai usar seu Steal” ou a edição deixa para exibir um Steal no último duelo da temporada, a intenção é uma só: mostrar que o time de um coach será alterado e receberá uma nova adição. Vejam bem, o mistério não é “Será que Joshua Davis vai ser eliminado?” O mistério é: “Será Adam ou Christina que ficará com Joshua Davis?” O foco segue sendo no coach, no time, e não no candidato. A edição nos induz a pensar no coach como o grande beneficiário do Steal. Não é o candidato que vai ser salvo e seguir em sua jornada para vencer o programa, é o coach que, talvez, roubará alguém com potencial para tornar esse coach o campeão da temporada.


O The Voice alimenta constantemente em nós a ilusão de que existe a possibilidade de algum artista sair de lá e se tornar, um dia, bem-sucedido no mercado fonográfico. Mas a verdade e o real foco do programam se esconde nesse tipo de detalhe. Ou no fato de Meghan Trainor não ter tido coragem de participar do show, e acabar alcançando, por outras vias, sucesso internacional, algo que provavelmente jamais teria acontecido se ela tivesse se tornado membro de um dos nossos queridos times e sido ofuscada por seu mentor.


Por isso, vamos partir para a análise dos Knockouts sempre repetindo aquele que é o meu mantra desde a segunda temporada: vamos assistir, vamos nos divertir, mas não vamos nos apegar. Porque, fora do The Voice, dificilmente veremos esse pessoal novamente. E, pra ser honesto, tirando uma ou outra performance, boa parte dos Knockouts desta semana não me inspirou muito a querer revê-los de qualquer forma. Segue, portanto, o meu ranking, que, lembrando, é feito com base apenas nas performances daqueles que permanecem na competição:


6. Team Pharrell – Jacob Rummell (Life of The Party – Shawn Mendes) vs Lowell Oakley (My Girl – The Temptations)


Em primeiro lugar, fico feliz por ver que, no pior Knockout da semana, Adam, Xtina e até Pharrell, o mentor do time, se mostraram dispostos a nos dar o feedback que nós merecíamos (porque, sim, muito antes de os cantores merecerem críticas para crescer, nós, que estamos consumindo o produto The Voice, merecemos esse feedback honesto). A verdade é que Lowell descarrilhou completamente, e a risada desconfortável foi o anúncio do desastre. Sua performance foi tão falsa, tão ridiculamente ensaiada, que se torna desagradável de assistir (e de ouvir, em parte da música). Uma coisa é ver Jean Kelley nos enchendo de drama com “Chandelier” de uma maneira artística, outra é um cara dizer que está pensando em uma garota quando canta e entregar esse nível de artificialidade. Ou, como diria Ryan Seacrest: não há nenhum problema em uma performance ensaiada, desde que ela não PAREÇA ensaiada. Fica a impressão de que Lowell mirou numa repetição da sua incrível performance em “Hound Dog” e acertou em… algo dolorido. Jacob, por sua vez, continua com muita dificuldade de mostrar personalidade – o que soa até natural diante da sua aparente pouca experiência de vida -, mas ao menos se apresentou de forma bem mais autêntica e (quase) sem erros graves – a exceção sendo o falsete que ele falhou miseravelmente em executar. Entendo a decisão de Pharrell de dar mais uma chance a Lowell, mas, se for pra analisar isoladamente este Knockout, Xtina tem razão: Jacob venceu com alguma tranquilidade.


Vencedor: Lowell.


Merecia vencer: Jacob.


5. Team Blake – Kelsie May (Tim McGraw – Taylor Swift) vs Brooke Adee (Electric Feel -

MGMT)


Pobre Kelsie. Sua chegada aos Knockouts só fez colocar em evidência o fato ter sido arrastada para além do que merecia. A cantora semitonou em metade da performance, e sua semi-glory note só não foi mais fracassada do que as de Ryan Sill e Anita Antoinette, na temporada passada (go go go Team Gwen!). Ou seja: não houve crescimento algum sob a tutela de Blake, já que o mesmo grande problema assombrou Kelsie em todas as suas três performances. Por sorte, tivemos Brooke, que, embora não tenha demonstrado lá grande originalidade ou personalidade (o que é um problema sério para quem se enxerga como artista indie), pelo menos não pode ser questionada em relação à competência. Brooke precisa urgentemente trabalhar o olhar e a postura de peixe morto se quiser ter alguma chance de se destacar nos Knockouts, mas vocalmente, ela jogou a adversária na lona quase sem esforço.


Vencedora: Brooke.


Merecia vencer: Brooke.


4. Team Xtina – Rob Taylor (Love and Happiness – Al Green) vs Treeva Gibson (Chasing Pavements – Adele)


Entre Rob e Treeva, a pergunta que não quer calar é: alguém estava realmente interessado nesse Knockout? Seria tão melhor que Xtina tivesse mantido candidatos relevantes em todos os pares, não? Tirasse um dos dois pra colocar contra Sonic e desse uma chance a Ashley, por exemplo, ou mesmo a Joe Tolo. Mas, como isso é o que temos pra trabalhar, vamos lá. Em primeiro lugar, Rob ouviu todos que reclamaram da escolha ousada de Xtina nas batalhas e decidiu agradá-los indo para o clichê absoluto chamado Al Green (que eu havia até citado em uma frase na linha “ainda bem que Xtina não escolheu Al Green” na review da batalha de Rob). Só a song choice me deu um sono gigantesco. Ele já me perdeu aí. Mas, para o bem da review, prestei atenção na batalha e até que gostei do desempenho do cantor. O primeiro terço da performance foi extremamente interessante e até original em certas escolhas vocais, e o resto, embora não tenha sido criativo, foi muito bem executado. Ao escolher Adele, a pobre Treeva continuou fazendo o que fez desde as blinds: mostrou que não está preparada para a competição. Treeva não chegou nem perto de uma performance decente e foi realmente nocauteada.


Vencedor: Rob.


Merecia vencer: Rob.


3. Team Adam – Tonya Boyd-Cannon (I Wish – Stevie Wonder) vs Barry Minniefield (What You Won’t Do For Love – Bobby Caldwell)


Knockout também conhecido como “pareando a veiarada”, uma filosofia que o estrategista Adam Levine segue à risca. Nem podemos culpá-lo diante de escolhar musicais tão similares e tão old-school dos dois lados. Tonya foi o furacão de sempre (particularmente, adorei os “tchu-ru-ru-ru”s), sábia em suas escolhas do início ao fim da performance. Mas ela ainda precisa mostrar mais presença e se envolver mais com o público se quiser sair da competição como uma participante relevante. Barry é muito mais bem-sucedido nesse aspecto, e acabou entregando uma performance surpreendentemente ótima, mas a mim já mostrou suficiente para inviabilidade da sua continuidade na competição. Ao contrário de Tonya, Barry não nos deu muitas esperanças de que tem como mostrar algo além de seu estilo datado. Ele é um cantor competentíssimo que merece mais crédito do que ganhou ao longo da competição, mas, para as etapas de votação popular, não é realmente o que um reality atual procura.


Vencedora: Tonya.


Merecia vencer: Tonya.


2. Team Xtina – India Carney (Big White Room – Jessie J) vs Joe Tolo (One of Us – Joan Osborne)


Desta vez, India me fez sentir que é capaz de uma trajetória ascendente no reality, em vez de uma estagnada e baseada inteiramente em vocais perfeitos. A cantora realmente se jogou na letra da canção e na mensagem, sendo capaz de interpretá-la com perfeição e sem exageros. Minha única ressalva é de que India parece estar começando a sofrer da síndrome de Sasha Allen: seu treinamento lírico parece ter gerado um vício em vibrato. É uma pena que Xtina não viu a quarta temporada. Se tivesse assistido, saberia que esse problema certamente influenciou a queda definitiva de seu time na ocasião. Se India não for alertada quanto a isso, sua trajetória no The Voice poderá ter mais a ver com a de uma Judith e menos a ver com a de uma Tessanne. Quanto a Joe Tolo… cantou direitinho, mas jamais conseguiu chegar perto da verdade e da legitimidade que Katrina Parker e Sarah Simmons conseguiram nos entregar com essa mesma música (pausa na review para matar as saudades de Katrina Parker… e emendar em Chris Mann, Lindsey Pavao, Juliet Simms… eita temporada boa!).


Vencedora: India.


Merecia vencer: India.


1. Team Adam – Joshua Davis (Arms of a Woman – Amos Lee) vs Lexi Dávila (Anything Could Happen – Ellie Goulding)


Esse pode não ter sido o melhor Knockout da temporada (beijos, Kim e Koryn), mas sem dúvida foi o mais surpreendente. Nem Joshua nem Lexi haviam chegado minimamente perto do que fizeram aqui, e, embora eu concorde com Xtina quando ela diz que Adam merece todos os cumprimentos por seu bom coaching (nenhuma surpresa diante do ótimo histórico dele com candidatos como Katrina Parker, Amber Carrington e Chris Jamison, vale dizer), é necessário também reconhecer os méritos dos próprios candidatos acima de qualquer coisa. Joshua revelou uma sutil intensidade (adoro esse paradoxo), entregando uma interpretação de extrema profundidade em cada palavrinha cantada sem precisar fazer uso de nenhuma grande habilidade vocal para isso. Com sua verdade, ele tomou o ambiente para si e entregou uma performance realmente hipnotizante, mostrando que pode, afinal, ser mais do que o cantor de barzinho que eu julgava ser o seu máximo até agora. Lexi, por sua vez, da menininha tímida e inexperiente que era, se transformou numa cantora incrível diante dos nossos olhos naquele ringue. É incrível como tudo funcionou e foi tão bem executado: o belíssimo falsete em “Anything could happen”, os agudos do “uh-uh-uh-uh”, o rosnado delicioso que marcou o ponto de virada narrativo da canção em “I know it’s gonna be” e, por fim, aquele melisma estarrecedor que me arrepiou da cabeça aos pés e leva o prêmio de melhor melisma da temporada, com muita folga! Sabemos que o alto nível do The Voice está de volta quando ele entrega uma performance desse calibre tão cedo e supera o que cinco vozes combinadas não conseguiram alcançar no fim da competição de um antigo reality concorrente. Simplesmente inacreditável! Adam, com sua filosofia “bros before hos”, decidiu avançar com Joshua, cuja permanência na competição não tem nada de injusta. Mas, apesar do excelente trabalho do cantor – e me preocupa essa combinação Adam + WGWG + Levinetes votando, que costuma resultar em um cantor mediano sendo arrastado para além do que deveria na competição -, a vencedora dessa batalha foi bastante clara, e mais uma vez Xtina fez uso de um excelente Steal.


Vencedor: Joshua.


Merecia vencer: Lexi.


Steal: Lexi (Team Xtina).


E é isso, pessoal! Os times estão finalmente completos, e, devo dizer que temos um Top 20 bastante respeitável:


Team Pharrell: Sawyer Fredericks, Mia Z, Koryn Hawthorne, Lowell Oakley, Caitlin Caporale.


A prova de que o Team Pharrell continua sendo o melhor da temporada reside no fato de eu ter passado minutos matutando em cima desses cinco nomes pra decidir em que ordem eles seriam escritos aqui. Sawyer e Mia Z ocuparam instintivamente as duas primeiras posições, mas a terceira é quase impossível de decidir objetivamente. Dos três restantes, Koryn ganharia a terceira vaga se dependesse de mim simplesmente porque nunca entregou uma performance decepcionante em algum nível (e também porque deu a sorte de estar “peaking at the right time”, ou seja, de ter chegado ao seu ápice mais recentemente). Lowell vem depois porque Hound Dog não pode ser ignorada, mas a decepção dos Knockouts atrapalhou bastante. E por último, mas nem de longe menos importante, temos Caitlin, que é um monstro vocal e que merece tanto quanto os outros dois uma vaga no Top 12. Tanto o público como Pharrell têm um dilema gigantesco pela frente para decidir de quem serão essas três vagas, e eu não sei se quero ver qualquer um desses cinco eliminados. Os Playoffs talvez nos deem essa resposta (quem sabe até lá Carson não anuncie a extinção do Team Adam para dar vagas aos times melhores?).


Team Xtina: Kimberly Nichole, India Carney, Lexi Dávila, Sonic, Rob Taylor.


Xtina subiu para a segunda colocação pelo mesmo motivo por que Pharrell está na primeira: há mais gente digna do Top 12 do que vagas disponíveis no time dela. Kimberly e India estão com um pezinho no Top 12, já, e de nenhuma maneira ficarão de fora. Aqui no meu ranking, Rob é carta fora do baralho, mas não vamos fingir que ele não tem chances razoáveis de ser salvo por Xtina. Eu preferiria ver Lexi repetindo seu feito nos Knockouts e avançando de alguma forma, mas, se é para a coach ser protecionista, que ela fique ao menos com Sonic, que tem trabalho a fazer vocalmente, mas em termos de presença e interpretação manda impecavelmente bem.


Team Blake: Meghan Linsey, Corey Kent White, Sarah Potenza, Hannah Kirby, Brooke Adee.


Blake está em terceiro, mas nem de longe pode ser descartado do rol de prováveis vencedores. De fato, até acho que ele tem mais chances do que Xtina de vencer (na verdade, ele teria mais chances do que todos os coaches ainda que seu time fosse composto por Daniel Seavey, Lazaro Arbos e Sanjaya Malakar, das temporadas 14, 12 e 6 do American Idol). Mas o fato é que, ainda que seu time tenha menos candidatos dignos das três vagas do Top 12, ao menos três excelentes cantores para cumprir essa cota ele tem. E, ainda que nem Hannah nem Brooke estejam 100% fora da discussão (só uns 90%), é possível visualizar Meghan, Corey e Sarah até mesmo como os três finalistas da temporada.


Team Adam: Tonya Boyd-Cannon, Joshua Davis, Deanna Johnson, Nathan Hermida, Brian Johnson.


Adam não está mesmo numa boa fase. Até seu carro-chefe da temporada, Tonya, está conseguindo ser ofuscada por alguém similar em habilidade e em perfil, mas muito mais estilosa e carismática, que atende pelo nome de Kimberly Nichole. E mesmo Joshua, o WGWG da vez que provavelmente será arrastado pelas fãs do vocalista do Maroon 5 enquanto elas tiverem força pra isso, é peixe pequeno demais perto do outro WGWG da temporada, Sawyer. A terceira vaga fica entre Deanna e Nathan e, por gosto pessoal, prefiro a primeira ao segundo, mas não acho que nenhum dos dois vá durar muito tempo na competição de qualquer forma. Eu já aprendi a não subestimar o exército de votantes do Team Adam, mas, a não ser que o coach consiga fazer um trabalho extremamente transformador, o avanço de seu time ao longo das semanas de Lives é a única coisa capaz de estragar uma temporada que tem tudo para ser incrível.


E então? O que acharam do fim dos Knockouts? Quem vocês querem no Top 12? Mandem ver nos coments, tenham uma ótima Páscoa, e até a próxima semana!





Por: Série Maníacos

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