O turista que passa pelo Parque da Redenção, principal área verde de Porto Alegre, jamais imaginaria que aquele local foi pasto para o gado que chegava na vila, há dois séculos. Muito menos que essa área ficava do lado de fora da cidade, meio que na porta de entrada de Poa, e por isso já se chamou Várzea do Portão.
Eu só fui saber disso ao pesquisar sobre o parque, que ficava pertinho do meu hostel, na Cidade Baixa. O nome oficial é Parque Farroupilha, pelo menos desde 1935, quando foi comemorada ali a Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha. Mas o nome que pegou é outro, anterior: Redenção, uma homenagem feita no século 19 para comemorar a abolição da escravatura.
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Atualmente, não tem porto-alegrense que não vá de vez em quando na Redenção. Muitos deles passam por lá aos sábados e domingos, quando o parque recebe cerca de 70 mil visitantes. Outros tantos passeiam na Redenção todos os dias, para fazer caminhadas, descansar ou somente relaxar cercado por muito verde. Além de quase 10 mil árvores, na Redenção fica um orquidário, um espelho d’água, um parquinho de diversões, trilhas, vários monumentos e jardins.
Por tudo isso, coloque o parque no seu roteiro de viagem. Se você, como eu, estiver na Cidade Baixa, vai ser fácil passar por lá. Meu primeiro contato com o parque foi durante a caminhada para a Rua Gonçalo de Carvalho, que fica do outro lado, e em direção ao bairro Moinhos de Vento. Se você não estiver hospedado tão perto da Redenção assim, então a dica é simples: deixe para conhecer o local no domingo, quando ocorre a mais tradicional feira de Porto Alegre, o Brique da Redenção.
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A palavra “Brique” vem do francês bric-à-brac. Expressão que, nos conta a Wikipédia, serve para coleções de objetos como artesanato, arte, antiguidades e bijuterias, enfim, aquelas coisas que são vendidas em ruas de todo mundo, seja na Feira de San Telmo, em Buenos Aires, ou na Feira Hippie, em Belo Horizonte.
Outra coisa em comum entre essas feiras? São quase sempre interessantes, mesmo que você não seja de comprar nada. Não é diferente com o Brique da Redenção, que surgiu em 1978, com apenas 12 bancas expositoras, e hoje é um evento que marca os domingos da cidade. O Brique da Redenção é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul.
Além de observar as barraquinhas, chamou minha atenção a quantidade de gente que estava por lá, perambulando. Gente meio sonolenta, gente animada, gente acompanhada pela família e, claro, gente que curte um chimarrão, numa cena que me lembrou muito Montevidéu, no Uruguai, e sua feira Tristán Narvaja.
O Brique ocorre todos os domingos, das 9h às 18h. Basta procurar pelo Parque Farroupilha (ou Redenção), que fica na Avenida José Bonifácio, no Bairro Bom Fim.
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Por: 360meridianos
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