Os 30 minutos de caminhada não assustam nem o mais fanático dos sedentários. Tudo bem que a paisagem ajuda, afinal é em Fernando de Noronha, né? E olha que a trilha leva até a Praia do Atalaia, no Mar de Fora, ou seja, a costa de Noronha que é virada para a África – e tem mar mais agitado, número menor de praias e não conta com os Dois Irmãos, aquelas duas formações rochosas enormes que fizeram a fama de Noronha mundo afora.
Mesmo assim, a Praia do Atalaia é linda. E quase que uma Noronha lado B. Não que o passeio seja pouco conhecido pelos viajantes que passam por lá. Ao contrário, é concorridíssimo e precisa ser agendado na sede do ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que controla e protege boa parte do mais famoso arquipélago brasileiro.
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É que a Praia do Atalaia guarda piscinas naturais. Na maré baixa, filhotes de peixes ficam presos nesses berçários marinhos – até filhote de tubarão você consegue ver lá. Para proteger a área, o ICMBio controla a visitação, que só pode ser feita na maré baixa. Ou seja, tem horário marcado conforme a tábua de marés de Noronha. Os grupos são pequenos, de cerca de 15 pessoas, e o tempo para mergulho nas piscinas é cronometrado: apenas 30 minutos. Seu grupo chega enquanto o anterior está saindo da água e vai embora assim que a próxima turma se aproxima.
Caso tenha interesse no passeio, vá até a sede do ICMBio em Noronha, já que a trilha até a Praia do Atalaia não pode ser agendada online. Você precisará ter a carteira do Parque Nacional Marinho, necessária também para visitar as Praias do Sancho e do Sueste, entre outras. O ideal é pagar a taxa do parque online e pegar a carteira num dos pontos de apoio ao visitante, assim que você chegar em Noronha,
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Faça o agendamento e leve o comprovante no dia e hora marcado. Existem duas trilhas até a Praia do Atalaia. A trilha curta é de graça, não exige guia e precisa ser agendada. Você percorrerá 1,5 quilômetros na ida e a mesma distância na volta, em cerca de 30 minutos em cada trecho.
Já a trilha longa inclui todo esse trajeto e mais atrações, mas exige a contratação de um guia, serviço que custa cerca de R$ 100 por pessoa. O passeio longo dura em torno de 4 horas e passa por outras piscinas naturais. O Rafael Kosoniscs, do blog Seu Mochilão, fez a trilha longa do Atalaia e conta como é. Eu optei pela curta e deixo abaixo o relato do passeio.
A trilha curta do Atalaia, em Noronha
A trilha é acessada a partir da Vila do Trinta e você deve ir de tênis, levar água, snorkel e colete salva-vidas, item obrigatório. A piscina é muito rasa – a água bate no joelho – e o colete é usado para auxiliar na flutuação e impedir que os turistas pisem nos corais e destruam a área. Caso não tenha alugado o material antes, é possível fazer isso na entrada da trilha. Ahhh, outra coisa: não é permitido entrar na água com protetor solar no corpo, já que a água fica represada nas piscinas e o produto químico pode matar os peixes.
Mostrei o comprovante para a fiscal, que aguardou o grupo todo chegar e deu as explicações básicas. Basta seguir a trilha e apreciar a paisagem. Como o ponto alto do passeio é o mergulho nas piscinas naturais, que tem hora marcada, deixe para tirar fotos na volta ou pelo menos não perca muito tempo com isso, ou então você perderá tempo de mergulho.
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Pouco a pouco a Praia do Atalaia, repleta de pedras negras de origem vulcânica, se aproxima. No meio da praia está o Morro do Frade, essa formação rochosa pontiaguda vista na foto abaixo, no meio do mar.
Chegamos em cerca de trinta minutos. Enquanto o grupo anterior deixava a água, o nosso acomodava as coisas e se preparava para o snorkeling. A guia disse, novamente, que não era para pisar no chão, apenas flutuar, usando para isso o colete salva-vidas. Um apito é usado para avisar que o passeio acabou, que alguém está fazendo algo errado ou indo para uma área proibida.
A partir daqui eu preciso que você, caro leitor, use a imaginação: não tenho câmera subaquática e não aluguei uma para este passeio, por isso não tenho fotos da vida marinha nas piscinas do Atalaia. Mas vi peixes, polvos, moreias e outros animais, tudo no melhor tamanho filhote-que-dá-vontade de apertar (não faça isso!).
Não vi tubarões, mas já li relatos de quem viu o rei dos mares em tamanho miniatura nas piscinas da Praia do Atalaia. No geral, o mergulho é menos impactante que os do Sancho, Sueste e Praia do Porto, onde vi tartarugas enormes, mas é bonito mesmo assim. Se possível, leve uma câmera, mas não fique muito preocupado com as fotos. O tempo é curto e o melhor é aproveitar o mergulho.
O apito soou e saímos da água – o próximo grupo já se aproximava das piscinas. O caminho de volta é o mesmo, mas morro acima, o que exige uns minutinhos a mais de caminhada. Até aqui a trilha curta e a longa são idênticas – é a partir deste momento que os que optaram pelo passeio maior seguem o guia até outras piscinas naturais da região.
Entrada da trilha longa da Praia do Atalaia
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