A família imperial Habsburgo foi provavelmente uma das casas reais mais importantes do mundo. Ao contrário do pessoal que sai fazendo guerras para conseguir poder, os Habsburgo tinha um método muito menos sangrento – e muito mais produtivo – de espalhar sua influência mundo afora: eles casavam com todo mundo. Maria Antonieta, rainha da Franca que teve a cabeça cortada? Austríaca, filha da Imperatriz Maria Teresa. Assim como também eram austríacas e princesas da dinástica Habsburgo, Maria Luisa, esposa de Napoleão I e até a Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I.
É praticamente impossível visitar algum lugar na Europa e não encontrar pelo menos um Habsburgo que deu uma circulada por ali. Eles ascenderam ao poder na Áustria em 1287, com Rudolfo I e conseguiram se manter no trono até 1918. Tornaram-se imperadores em 1440, quando Alberto II foi coroado rei Gêrmanico e Viena tornou-se assim, capital do Sacro Império Romano-Germânico até 1806. Depois disso, foi fundado o Império Austríaco, que em 1867 tornou-se império Austro-Húngaro, até ser dissolvido finalmente com a derrota na Primeira Guerra Mundial.
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Logo, visitar os dois palácios imperiais de Viena é aprender mais sobre a história dessa família. O mais interessante para mim, entretanto, é que apesar de tantos imperadores homens terem existido, o foco da visita a Hofburg (Palácio Imperial) e Schönbrunn (Palácio de Verão) acaba sendo as duas Imperatrizes. A Imperatriz Elisabeth, ou Sissi, que era esposa de Francisco José I (de 1848 a 1916) e a toda poderosa Imperatriz Maria Teresa da Aústria, a única mulher que governou o Império, de 1740 a 1780.
O Palácio de Hofburg
Durante 600 anos, o Palácio de Hofburg foi residência oficial da família imperial austríaca. Originalmente, a construção era um castelo medieval, cuja fundação é do século 13, mas o palácio foi crescendo a cada novo imperador que subia ao trono: crescendo tanto que passou a ser considerado uma cidade dentro da cidade: um complexo com 18 alas, 19 pátios e 2600 quartos onde cerca de 5 mil pessoas trabalham e vivem até hoje.
É que mesmo com o fim da monarquia em 1918, a república democrática da Áustria continua usando parte das dependências como escritórios e salas de audiência para o Presidente da República, ministros e secretários de estado. Claro, essa área do palácio não é aberta a visitação.
Os turistas tem acesso a uma pequena parte do palácio, que conta a história dos últimos monarcas a viverem lá – no caso o Imperador Francisco José II e sua esposa a Imperatriz Elisabeth (o Imperador morreu em 1916 e o herdeiro ao trono, Francisco Ferdinando, foi assassinado em 1914, um dos estopins para a Primeira Guerra Mundial. Quem assumiu o poder no fim das contas foi Carlos I, mas ele foi forçado a abdicar em 1918, com o fim da guerra).
A visita inclui um tour pela Coleção de Prataria Imperial (Imperial Silver Collection), que basicamente reúne 7 mil peças que eram usadas pela corte para os serviços de mesa e banquetes imperiais. A próxima parte é mais interessante: o Sisi Museu é um complexo que conta a história da Imperatriz Elisabeth, figura controversa e misteriosa, que não gostava nada da vida na corte a passou boa parte da sua vida viajando (eu já contei toda a história dela nesse post aqui). O mais interessante é que mesmo Sissi detestando a vida vienense, seu nome é um dos mais lembrados quando falamos de uma visita ao palácio.
Por fim, o tour da acesso aos Apartamentos Imperiais, que são 19 quartos que eram ocupados pelo Imperador, esposa e família: quartos, sala de estudo, salas de audiência, tudo decorado exatamente como era na época deles – e bem menos exuberante e glamuroso que a residência de verão.
O palácio abre diariamente de 9h às 17h30 (setembro a junho) e 9h às 18h (julho e agosto). Preço: € 12,90 (inclui audioguia)
O Palácio de Schönbrunn
No final do século 17, o então imperador Leopoldo I comissionou a um arquiteto barroco a construção de um palácio que serviria com o residência para que seus herdeiros pudessem caçar. O local da construção, fora do centro de Viena, era um antigo palácio. Porém, foi só 50 anos depois, durante o reinado de Maria Teresa, que o Palácio de Schönbrunn tornou-se o centro da vida da corte, local onde outros líderes eram recebidos e de onde a Imperatriz comandava suas terras e súditos.
Há historiados que dizem que Schönbrunn é o trabalho da vida de Maria Teresa. Todo o complexo trás claramente sua assinatura e ela esteve pessoalmente envolvida nos projetos de reforma e construção (ela queria suas ideias grandiosas prontas rápido e da forma mais barata possível). Não que o palácio seja o único legado da Imperatriz, única mulher que efetivamente ascendeu ao trono do então Sacro Império Romano Germânico.
Seus pais esperaram até o fim da vida ter filhos homens e por isso sequer educaram Maria Teresa adequadamente para ser governante (porém, articularam acordos para que ela pudesse ascender ao poder). Mesmo assim, ela foi a responsável por diversas reformas que modernizaram a Áustria, estabilizando a política e as finanças do país. E ela fez isso enquanto estava grávida – praticamente ela esteve grávida o tempo todo: até os 39 anos de idade, teve 16 filhos. Desses, 13 sobreviveram e foram usados como peões nos jogos dos tronos europeu.
Recomendo que você faça o Grand Tour, visita que circula por 40 cômodos dos palácio. A visita passa pelos apartamentos de Francisco José e Elisabeth (que foram reformados de acordo com o estilo do século 19), mas vai além e permite circular também pelos gabinetes de estado, os apartamentos de Maria Tereza e ainda os apartamentos de alguns outros imperadores ao longo dos anos.
O palácio abre das 8h30 às 17h (em julho e agosto abre até às 18h30). Preço: €16,40 (Grand Tour – inclui também o passeio nos jardins). Você pode comprar antecipadamente em português e evitar filas através do nosso parceiro de venda de ingressos online, o Ticket Bar. Outra opção é comprar o Sisi Ticket, que inclui a visita aos dois Palácios Imperiais de Viena por €28,80
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