Olinda é uma cidade que já encanta pelo nome. Eu já imagino um pernambucano recitando o nome com aquele sotaque cantado que é tão fofinho. A cidadezinha histórica a beira mar foi fundada em 1535 pelos portugueses, incendiada duas vezes pelos holandeses e por anos disputou com Recife o título de capital de Pernambuco.
O centro histórico de Olinda é Patrimônio Mundial pela UNESCO. A cidade fica tão próxima a Recife que basta percorrer 7km para ir e uma a outra, com carro, táxi ou transporte público. Eu recomendo, aliás, uma das duas últimas opções. Apesar do calor e das assustadoras ladeiras, transitar de carro em Olinda é um verdadeiro sufoco, ainda mais se você for nos meses de janeiro, fevereiro e março, quando os ensaios de carnaval tomam as ruas.
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Em parte, Olinda cumpre bem o imaginário que propõe: uma cidade com casarões e casinhas coloridas do século 18 e 19, ladeiras, muito frevo e maracatu. Por outro, um lado não tão charmoso: nem tudo está bem restaurado, algumas partes da cidade são bem sujas, mal cuidadas.
Foi isso (junto com o calor realmente opressivo) que fez com que as minhas irmãs não gostassem da cidade. Elas esperavam uma cidade arrumadinha como Ouro Preto ou Tiradentes, em Minas, mas não foi isso que encontraram. Eu, por outro lado, discordei da opinião. Gostei até mesmo da bagunça em Olinda. De fato, poderia haver mais cuidado, mas vi mais charme e autenticidade do que coisas ruins. Fiquei com vontade de voltar para além de um bate-volta, aproveitar melhor o carnaval, a musicalidade e a cultura local. Ou seja, o encanto de Olinda está nos olhos de cada um e é preciso conhecer a cidade para ter sua opinião.
O que fazer em Olinda, Pernambuco
Como acontece em muitas cidades históricas por aí, a atração mais legal de Olinda, acredito eu, é Olinda em si: andar ladeira abaixo e ladeira acima. Ver e fotografar as casas coloridas. Entrar nos ateliers de arte, sentar num bar tocando frevo. Curti especialmente as ruas Prudente de Morais, rua de são Bento e a rua do Amparo.
Ao todo, são 19 igrejas e capelas Olinda. As que visitei, a Igreja do Carmo e o Mosteiro de São Bento, infelizmente, eram bem mais bonitas por fora do que por dentro – foi aí que tive que concordar com as minhas irmãs: os anos não foram exatamente gentis e o processo de restauração dessas obras do século 16 e 17 não conseguiu manter bem as características originais.
Mosteiro de São Bento por dentro e por fora
Igreja do Carmo por dentro e por fora
Já da Igreja da Sé (não entrei, na verdade, porque estava tendo um casamento) fica num dos pontos mais altos da cidade e dali se vê boa parte de Olinda, o mar azul e parte de Recife.
Para uma vista ainda mais ampla, basta subir o Elevador Panorâmico e Mirante da Caixa d’Água. Ali no Alto da Sé também ficam várias barraquinhas de comidas típicas e um mercado de artesanato.
Há dois mercados na cidade, o Mercado Eufrásio Barbosa (Av. Joaquim Nabuco, s/n), construído no local de uma antiga fábrica, com espaço para exposições e apresentações folclóricas. E o Mercado da Ribeira (Rua Bernardo Vieira de Melo, s/n), construído no final do século 17, típico do Brasil colonial. Há um grande pátio e diversas lojinhas e oficinas de arte em volta.
Não cheguei a visitar nenhum museu, mas há quatro deles: o Museu de Arte Contemporânea, com obras de Brennand, Burle Mac, Portinari e Di Cavalcanti, entre outros; o Museu de Arte Sacra de Pernambuco, que fica num casarão no alto da Sé e reúne um acervo recolhido desde o século 16; o Museu do Mamelungo (Rua de São Bento, 344), o primeiro museu da America Latina dedicado a bonecos populares, com acerto de 1200 peças; e Museu Regional de Olinda (Rua do Amparo, 128), construído na antiga residência do Bispo de Olinda, no século 18, com peças como móveis, painéis, pinturas e objetos de arte sacra.
Onde comer em Olinda
Optamos por conhecer o tradicional Oficina do Sabor, restaurante que é considerado um dos melhores do estado é frequentado pelas personalidades locais. O ambiente é lindo, os preços são um pouco salgados, uma média de 90 reais por prato (que dá para dividir para duas ou três pessoas). Comemos a abóbora (jerimum) recheada e uma caldeirada de peixes e camarões.
De sobremesa, experimentei o famoso Cartola, que é uma sobremesa de banana, queijo, manteiga, canela e açúcar. Bem gostoso. É um excelente restaurante, mas se você estiver com um orçamento apertado, não é a melhor das opções.
Carnaval de Olinda
O carnaval de Olinda é um dos mais famosos do Brasil e, ao contrário do de Salvador, é bem mais democrático, com muitas atrações gratuitas e movimentação pelas ladeiras estreitas da cidade. Mas como uma semana é pouco tempo de festa, os ensaios de carnaval e blocos pré e pós carnaval rolam com bastante frequência, a partir de janeiro.
Há o site oficial do carnaval na cidade, o guia de sobrevivência do carnaval dos blogs Eu sou Atoa e da Janelas Abertas, e um site que atualiza a programação de carnaval para o próximo ano.
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