Recife, capital de Pernambuco, pode não ter praias tão lindas como suas vizinhas Porto de Galinhas e Tamandaré. Mas nem por isso deixa de ser um lugar muito legal! Os pernambucanos, com seu sotaque delicioso e simpatia mil, têm uma capital animada, interessante e onde você encontra muita cultura e comida maravilhosa. Então, mesmo que seu plano seja conhecer as praias do estado, não deixe de dedicar uns dias na capital.
Neste post dou dicas do que fazer no Recife, baseadas nas minhas experiências na cidade. Você pode também ler meus outros textos sobre a cidade:
Onde comer em Recife: dicas de restaurantes
O Recife Antigo, ou melhor, Bairro do Recife, é onde a cidade surgiu e onde ficam as casinhas históricas, os prédios antigos e algumas das atrações que eu mais gostei. Recomendo começar os seus passeios por ali. A região está sendo revitalizada há algum tempo, então há um mix entre prédios mais acabados e outros reformados e iluminados. Algumas ruas dão um pouco de sensação de insegurança depois do anoitecer, outras são super movimentadas, com bares e pessoas.
De tudo ali, minha atração favorita foi o Museu Cais do Sertão. Sério, é um museu tão incrível que eu acho que todo brasileiro tinha que visitar. O museu fica num antigo armazém do porto e conta histórias e tradições do povo e universo sertanejo e da obra de Luiz Gonzaga. A instalação é uma mistura de tecnologia e tradição.
O filme que eles passam na entrada é tão bem feito e emocionante que eu até chorei. Há salas no segundo andar para aprender a tocar instrumentos e até uma espécie de karaoke individual. Aberto de terça a domingo, das 11h às 17h.
Do museu, você pode seguir para a Praça do Arsenal, passando pela Torre Malakoff – uma torre construída em 1853 e nomeada em homenagem à Guerra da Crimeia. Na simpática praça há vários bares, barraquinhas de comida de rua (aproveitei para comer uma tapioca típica) e é onde fica o Paço do Frevo, um centro cultural dedicado ao frevo e toda a sua tradição. O espaço é interessante e você pode conferir no site oficial a programação na época da sua visita. Eles têm exposições permanentes e temporárias.
Em seguida, a sugestão é que você caminhe pela Rua do Bom Jesus, que tem esse nome desde 1850, mas antes era conhecida como Rua dos Judeus. É que ali ficavam muitos comerciantes judeus e a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira de todo o continente americano, fundada no período de dominação holandês na região, em 1630.
Nessa rua também fica a Embaixada de Pernambuco dos Bonecos Gigantes de Olinda. O passeio é um tiquinho pega turista e não é todo mundo que curte: afinal, são 10 reais para ouvir uns 10 minutos de descrição sobre a construção dos bonecos e depois tempo livre para circular entre as mais de 60 figuras, que representam celebridades e personalidades do Brasil e do mundo. Eu achei legal, mas isso vai do gosto de cada um.
Por fim, na esquina da rua está o belo prédio da Caixa Cultural de Recife, que tem programações artísticas e culturais gratuitas e pagas.
De lá, é só atravessar a rua para chegar no Marco Zero, também conhecido como Praça Barão do Rio Branco, local de onde se inicia a contagem dos números da cidade. Essa praça mega movimentada é onde fica o disputado letreiro “Recife”. Dali também se tem uma boa vista para as estranhas formas do Parque das Esculturas Francisco Brennand – dá para fazer um passeio de catamarã pelo rio Capibaribe e chegar até lá.
Na praça em si, o Centro de Artesanato vale uma olhadinha, mesmo para quem não vai comprar nada. Também pode valer a pena dar uma parada nos reformulados Armazéns do Porto, onde há um dezena de restaurantes e bares interessantes. Foi ali que eu sentei para comer e tomar uma cerveja com uma recifense legítima, a Luisa Ferreira, minha xará do excelente blog Janelas Abertas. Aliás, recomendo demais vocês darem uma passada lá no blog dela, porque ela dá dicas de uma região do centro antigo que não andei, depois de cruzar a ponte, para ver alguns palácios e igrejas!
Fora do centro antigo, a região de Boa Viagem é onde ficam as praias de Recife. Não vale a pena ir em Recife só pela praia, mas, uma vez lá, vale dar uma olhadinha e até arriscar um mergulho – só se a maré estiver baixa! Se não, ainda rola de passear pela orla. É na beira do mar que fica o Parque Dona Lindu, projetado por Oscar Niemayer.
Em Boa Viagem se concentra a grande maioria dos hotéis e apartamentos para se hospedar no Recife, então, grandes são as chances de você ficar por ali. Apesar das atrações turísticas ficarem mais no centro, a região de Boa Viagem tem bons restaurantes. Eu já escrevi sobre isso: se você quiser comer comida típica sem gastar uma fortuna, pode experimentar o Parraxaxá ou o Chica Pitanga.
Por fim, para quem curte arte, há dois espaços da família Brennand, uma das famílias mais ricas do Brasil. A Oficina Brennand é um parque de esculturas com obras do artista plástico Francisco Brennand (o mesmo das esculturas do Recife Antigo). É um espaço interessante, mas nós decidimos visitar o Instituto Ricardo Brennand, que por muitos anos foi empresário de sucesso até que se aposentou, decidiu construir um espaço que lembra um castelo medieval para abrigar suas coleções de arte e exposições, e especialmente uma coleção de armas e armaduras que está entre as maiores do mundo, com objetos que vão do Egito antigo aos dias de hoje. Fica aberto de terça a domingo, das 13h às 17h, e custa R$25,00 a inteira.
As duas atrações ficam no mesmo bairro, em margens diferentes do rio. É bem longe e não dá para chegar lá sem carro ou táxi. No Viaje na Viagem tem um post explicadinho de como combinar no mesmo dia a visita ao Instituto Ricardo Brennand, Oficina Brennand e ainda a Fundação Gilberto Freire.
Essas atrações aí preenchem facilmente dois dias de passeio. Para o terceiro dia, a sugestão é que você siga para a vizinha, Olinda, que em breve vira tema de post (volto aqui para atualizar com o link!)
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Por: 360meridianos
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