Vale a pena subir a Huayna Picchu?

Uma escadaria enorme ao lado de um penhasco. Essa é minha maior lembrança da Huayna Picchu, montanha que fica atrás de Machu Picchu e que aparece em todas as fotos do maior cartão-postal peruano.

Está vendo a imagem abaixo? As ruínas, em primeiro plano, são o sítio arqueológico de Machu Picchu, que fica na montanha de mesmo nome – expressão em quéchua, o antigo idioma dos incas e outros povos pre-colombianos, que significa “Velha Montanha”. Já a montanha atrás das ruínas – bem maior e mais vertical – é a Huayna Picchu. Termo que, talvez você tenha adivinhado, em quéchua significa “jovem montanha”.

Machu PIcchu, Peru

Pois bem, além de conhecer as ruínas de Machu Picchu, todo visitante precisa decidir se vai também fazer as trilhas que levam aos picos dessas duas montanhas. O ingresso para essas atrações é vendido separadamente e há uma quantidade máxima de pessoas permitidas por dia e horários específicos de entrada, o que exige que o bilhete seja comprado com antecedência, principalmente na alta temporada. Quando estive em Machu Picchu, não tivemos dúvidas: resolvemos também fazer a trilha até o topo da Huayna Picchu.

Veja também: Machu Picchu: nossas dicas e relato de viagem

Como comprar a entrada para Machu Picchu

Cusco ou Águas Calientes? – Onde ficar em Machu Picchu

Machu Picchu, Peru

Como é a subida

Antes de mais nada, é preciso comprar o ingresso. Escolha um dos dois horários diários, de 7h às 8h ou de 10h às 11h. Você não precisará fazer toda a trilha nesse período, mas ninguém entra depois do horário limite, nem mesmo com o ingresso. Em cada uma dessas janelas são permitidas 200 pessoas na trilha.

Depois de entrar em Machu Picchu você terá que procurar pela portaria da trilha para a Huayna Picchu. Por isso, o melhor, para quem resolver fazer a trilha, é dormir em Aguas Calientes, se levantar bem cedo no dia seguinte (antes do nascer do sol) e seguir para a Velha Montanha. Esteja na portaria da trilha na hora marcada. Aí é só apresentar o ingresso, assinar uma lista de presença, que você assinará novamente na saída, para garantir que não ficou perdido lá, e começar a trilha.

Huayna Picchu, trilha

Não demora para aparecer uma bifurcação: de um lado está Huchuy Picchu, um cume pequeno, com trilha bem mais fácil e que também está na foto clássica, enquanto do outro fica o Huayna Picchu. Preferimos seguir direto para nosso objetivo principal.

A subida não é fácil. Você gastará entre 1h e 2h, dependendo do seu ritmo, para chegar ao topo. E tome escadas! A montanha não mente – a subida é ingrime, exige força nos joelhos e algum condicionamento físico. São poucos pontos de parada para descanso. Por falar nisso, leve bastante água – nada de uma garrafinha só -, protetor solar e óculos escuros. E lembre-se que a altitude torna tudo ainda mais complicado e parece aumentar distâncias.

Veja também: Como lidar com o mal de altitude

Huayna Picchu, no Peru

Um turista naquela paradinha para fotos 

Não que só gente com o condicionamento físico em dia consiga subir, claro. Eu, que tenho no levantamento de copos de cerveja meu exercício mais corriqueiro, consegui chegar ao topo. E vi até idosos e adolescentes lá – alguns deles aparentemente menos cansados do que eu. Em todo caso, pense no seu próprio condicionamento e saúde antes de encarar a Huayna Picchu. Quem tem medo de altura também deve pensar duas vezes.

Huayna Picchu, Peru

É que, além das escadarias, em alguns momentos o trajeto fica ainda mais vertical – e com uma queda livre, de milhares de metros, pertinho de você, dando as caras a cada esquina. Em vários trechos há cordas de segurança, mas em outros não é bem assim. A escadaria que citei no começo do texto, por exemplo, está no início da descida. Você chega ao topo, fica felizão com a vista e com a conquista e, enfim, começa a descer, só pra dar de cara com esse lugar aí da foto abaixo.

Huayna Picchu, Peru

Mas antes desse momento tem a caverna. Estreita, claustrofóbica e no topo da montanha, essa caverna é motivo de medo para muita gente. Eu, que nem sabia que ela estaria lá, me surpreendi. Mas passei tranquilamente. Uma vez no topo, resta curtir o momento e aproveitar a vista, que é diferente daquela foto tradicional de Machu Picchu. Sei lá vocês, mas pra mim a cidade perdida dos incas lembra um cachorro pulando.

Huayna Picchu, trilha no Peru

Huayna Picchu

Agora com o zoom da câmera

Depois de curtir o visual, encarei a escadaria assustadora e comecei a descer. Força nos joelhos e incentivos para quem vem no sentido contrário, ainda tentando alcançar o topo.

 Huayna Picchu, Peru

Mas e aí? Vale a pena?

Olha, eu curti. Muito. Foi cansativo e desafiador em vários momentos.  Quem costuma ter dificuldades, tipo os mais idosos, crianças e pessoas com capacidade de locomoção reduzida, deve pensar duas vezes. E não vá apenas pela foto: a melhor delas está no meio das próprias ruínas, lá embaixo, e não na Huayna Picchu.

 Huayna Picchu, Peru

Até existem algumas ruínas no topo da jovem montanha, mas, com tanta coisa lá embaixo, também não é isso que faz valer o passeio. A trilha vale pela trilha em si e quem gosta desse tipo de coisa não vai se arrepender. Quem torce o nariz para trilhas, por outro lado, pode ficar feliz só no sítio de Machu Picchu mesmo, que já exige muita caminhada.

Como eu disse no começo do texto, há outra trilha, menos popular, que leva ao topo da montanha de Machu Picchu. Como não fiz essa, não vou opinar, mas a Audmara fez. Você acha o relato dela aqui. Ela levou três horas apenas para subir a montanha e tirou fotos fantásticas durante a caminhada, inclusive daquele ponto de vista clássico das ruínas, com a Huayna Picchu de fundo. No blog Por aí e Por aqui há um relato semelhante, também com fotos fantásticas. Eu já decidi: se um dia visitar novamente a cidade perdida dos incas, a trilha da vez será a de Machu Picchu.

E você? Já subiu a Huayna Picchu ou fez a trilha para o topo da montanha de Machu Picchu? O que achou da experiência?

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Por: 360meridianos

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