Escrevo esse post do conforto do sofá da minha casa nova, que apesar de vir mobiliada, ainda não tenho um espaço apropriado para trabalhar. Comecei e parei de escrever o texto umas três vezes porque tive que resolver algumas coisas chatas de mudança recente, incluindo um vazamento maluco na pia e a visita de última hora do bombeiro para resolver. Me dei conta ontem, aqui com os meus pensamentos, que essa é a primeira vez que estou de fato morando só numa casa que é de fato “minha”. Claro, é alugada e eventualmente terá que ser devolvida ao meu senhorio no mesmo estado em que a encontrei. Mas, temporariamente, esse é o canto que chamo de meu. Sem ninguém para me salvar caso eu resolva alagar o banheiro novamente. Antes de falar mais sobre a casa, importante comentar sobre sua localização geográfica.
É isso, o 360meridianos tem um novo destino fincado no mapa imaginário que nós fincamos nossas bandeiras quando vivemos em uma cidade. No meu, já conquistei Belo Horizonte e São Paulo, no Brasil; Lincoln, nos EUA; Chandigarh, na Índia; Coimbra, em Portugal. E agora, tal como o título já deu o spoiler para vocês, é Porto quem eu chamo de minha cidade.
Eu já andava pensando em me mudar de Coimbra desde a metade do ano passado, quando estava perto de terminar o mestrado que vim fazer em Portugal. Apesar de gostar da cidade e ter amigas e namorado vivendo lá, Coimbra ficava cada vez mais pequena para mim. E além do mais, ela falhava em dois dos meus critérios de uma cidade ideal:
- Ter um aeroporto internacional
- Ter transporte público bom o suficiente para eu não precisar ter carro (o único item que Coimbra passa)
- Ter uma vida cultural/social animada e diversificada
A primeira cidade que considerei mudar era Lisboa, por ser a capital, ser grande, movimentada, linda e eu conhecer várias pessoas que moram lá. Mas Lisboa mudou bastante desde que eu pisei lá pela primeira vez em setembro de 2014, com o número de turistas e cidadãos europeus de outros cantos que se encantaram o pelo lugar. O resultado disso é que os preços subiram muito e eu percebi, com alguma pesquisa, que seria meio inviável para o meu orçamento.
Foi então que o Porto entrou na jogada. Eu só não havia considerado antes porque conheço bem menos gente por aqui. Mas Porto tem como mérito estar mais próxima a Coimbra e das pessoas que eu pretendo continuar convivendo. Também é uma cidade linda, cheia de atividades, lugares diferentes e coisas para fazer. E tem aeroporto e metrô.
Para completar a lista de qualidade, novamente a cidade ganhou pela terceira vez esse ano o título de melhor destino europeu. Ou seja, tem muita coisa boa para explorar por aqui e também nos arredores, visto que ainda tem bem pouco conteúdo do Norte de Portugal aqui no 360, algo que pretendo corrigir em breve. Enquanto isso, você pode ler todos os posts que eu já escrevi nas minhas outras visitas a cidade.
Minha casinha
Voltando à vida morando sozinha, quando eu terminei o mestrado, me deparei com alguns cenários para o futuro. Eu poderia voltar para o Brasil. Eu poderia fazer um doutorado. E eu poderia tentar ficar na Europa trabalhando por mais um tempo. Depois de muito ponderar, sofrer, conversar, fazer planilhas e tudo mais, acabei decidindo pela última opção, porque acho que ainda faltava muito conteúdo para ser feito daqui e alguns projetos que eu queria concretizar mas o mestrado atrapalhava. Inclusive, o processo de como eu consegui um visto para ficar pelo menos mais um ano trabalhando exclusivamente com o blog aqui em Portugal será tema de um post muito em breve.
Enfim, com a decisão de ficar e a cidade escolhida, veio o processo de procurar onde morar. Fazendo as contas e pensando bem meu orçamento, conclui que era possível realizar aquele sonho da “casa própria”. Na verdade, o sonho de não ter que dividir apartamento com estranhos e alugar apenas um quarto. O Porto, apesar de ser mais caro que Coimbra, não é tão mais caro assim. Me beneficio muito de estar em um dos países mais baratos desse continente e consegui achar um estúdio muito simpático por 350 euros por mês.
Quanto tempo eu vou ficar aqui são outros quinhentos. Mas por enquanto, sou e a as gaivotas como companhia e muitas ideias na cabeça.
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Por: 360meridianos
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