Tem Muralha, tem Cidade Proibida, tem metrópoles gigantescas e modernas e não faltam belezas naturais. Terceiro maior país do mundo, a China renderia dois meses de viagem fácil, fácil. Mas como pouca gente tem esse tempo, o jeito é aproveitar o que vier. E a burocracia do visto pode ser necessária ou não: depende do seu destino e da viagem. Neste texto, explicaremos cada situação. E também como tirar o visto da China de turismo, nos casos em que ele é obrigatório.
Quem precisa do visto da China?
Vamos começar com quem está liberado dele: se você vai apenas em Hong Kong e Macau, então não precisa de visto. Antigas colônias de Reino Unido e Portugal, respectivamente, foram devolvidas ao controle chinês na década de 1990. Mas, pelos tratados firmados na época, Hong Kong e Macau têm o status de Regiões Administrativas Especiais da China. Isso significa que esses territórios fazem parte da China, mas têm moedas próprias, alta autonomia política e econômica e outro controle de fronteiras. Como HK e Macau têm acordos diplomáticos com o Brasil, brasileiros não precisam de visto para visitar essas regiões por até 90 dias, desde que a viagem seja de turismo.
Em janeiro de 2013 o governo chinês facilitou também a vida de cidadãos de 45 países, incluindo o Brasil, que passem pela China apenas durante uma conexão, desde que o voo seja para Pequim ou Xangai. Meses depois a medida incluiu as cidades de Chengdu e Guangzhou.
Cidade Proibida, em Pequim
Nesses casos, é possível aproveitar para fazer um stop over sem a necessidade de visto, desde que dure até 72 horas. Mas atenção: a liberação é válida apenas para essas cidades e o turista não pode deixar o território delas. Para isso, “é preciso apresentar a passagem aérea do voo seguinte, de saída da China, para um terceiro país, com data e assento confirmados”, diz o site da Embaixada da China no Brasil.
Detalhe para o “terceiro país”: você precisa ter saído de um país, feito a conexão na China, mas com a próxima passagem para outro destino. Isso significa que a liberação de visto não existe para “um passageiro que viaja de Nova York, EUA, para Los Angeles, também EUA, mas com trânsito no Aeroporto de Pequim”, por exemplo. A medida também não é válida para quem chega na China por terra ou mar, somente pelos aeroportos dessas cidades. Por fim, a isenção é só de uma cidade por vez. Você não pode começar as 72 horas em Xangai e terminá-las pegando um voo em Pequim.
Se você se encaixa nos critérios para a isenção do visto, o passo seguinte é entrar em contato com a companhia área, que informará às autoridades chinesas do seu interesse em passar uns dias na China durante a conexão.
Como tirar o visto da China
Precisa do visto? Então o processo de solicitação é relativamente simples, mas envolve deslocamento até um consulado. E a parte mais trabalhosa é juntar a documentação necessária, já que você precisará estar com sua viagem planejada antes de pedir o visto.
Documentos necessários para tirar o visto da China
- Passaporte com validade de pelo menos seis meses e páginas em branco (original e cópia da página com os dados e foto).
- Formulário de visto preenchido. Tire uma foto 3×4, com fundo branco, e cole no lugar indicado do formulário.
- Passagem aérea, ida e volta (vale a passagem eletrônica)
- Comprovante de reservas de hotéis para todos os dias de estadia. Se for ficar na casa de alguém, faça uma carta-convite.
- Comprovantes de renda (essa exigência não consta em vários sites. E de fato não me foi pedida, mas está na lista de documentos complementares do site Consulado, então convém levar.
Como preencher o formulário do visto da China
O formulário para solicitação do visto está no site da Embaixada. O documento tem quatro páginas e está em português e chinês. Ao lado dos seus dados está o espaço para você colar a foto 3×4 (não se esqueça do fundo branco e que o rosto não pode estar coberto).
Imagem da primeira página do formulário, que pode ser baixado no site do Consulado
Além dos dados básicos, você preencherá informações sobre sua profissão, escolaridade, tipo de visto pretendido (as informações deste texto falam apenas do visto de turismo) e itinerário da viagem. Quando a pergunta não se aplicar ao seu caso, basta preencher com um “não se aplica”. Assine tudo, anexe os outros documentos e vá para próxima etapa: o Consulado.
Onde solicitar o visto
Eu fiz o processo no Consulado de São Paulo, mas também é possível tirar o visto da China no Consulado do Rio de Janeiro ou na Embaixada, em Brasília. O detalhe é há um lugar específico para ir, dependendo do seu estado de origem. Em São Paulo são atendidos os viajantes paulistas e os de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Consulado do Rio de Janeiro recebe os pedidos dos moradores de lá, mas também dos de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Pessoas dos outros estados devem pedir o visto em Brasília.
O Consulado da China em São Paulo fica na Rua Estados Unidos, 1071, bairro Jardim America. Funciona de segunda a sexta, das 9h ao meio-dia, mas é preciso chegar até às 11h para ser atendido. Espere encontrar filas, por isso convém chegar cedo.
No Rio de Janeiro o endereço é Rua Muniz Barreto, 715, Botafogo, enquanto em Brasília é Setor de Habitações Coletivas Sul (SHCS), Quadra 813, Lote 51.
A entrega da documentação não precisa ser presencial, então você pode contratar um despachante para fazer isso ou mesmo pedir para um conhecido – é uma boa alternativa para quem não vive em São Paulo, Rio ou Brasília. O visto fica pronto em no máximo cinco dias úteis.
Eu achei todo o procedimento muito simples. Não houve entrevista – basicamente foi só entregar a documentação e explicar um ou outro detalhe da viagem. Fiquei em torno de 1h30 no local.
Taxa do visto da China, validade e múltiplas entradas
Em outubro de 2017 Brasil e China firmaram um acordo que mudou a duração, o preço e o número de entradas permitidas pelo visto. Agora, o visto da China tem validade de cinco anos (antes era de três meses, no máximo). A exceção é se o seu passaporte estiver perto de vencer. Nesse caso, o visto terá a mesma duração do passaporte – lembrando que o documento precisa ter pelo menos seis meses de validade. O tempo máximo de permanência no país a cada viagem permanece o mesmo: 90 dias.
Com a mudança, foi alterado também o preço do visto, que agora custa R$ 320. Após entregar a documentação, você recebe um papel com uma conta do Banco Bradesco. É preciso ir até uma agência e depositar o valor na boca do caixa, conforme a orientação do papel. Leve o comprovante de pagamento no dia que for retirar o visto. E atenção: não vale fazer transferência eletrônica, não vale fazer depósito em caixa automático. O Consulado não aceita esses comprovantes.
Outra coisa que mudou com o novo visto foi a questão das múltiplas entradas. Antes, era preciso escolher entre um visto com direito a apenas uma entrada ou várias – e o detalhe é que Hong Kong e Macau não são consideradas China mesmo, então quem fazia uma viagem por Hong Kong e Pequim, por exemplo, precisava do visto para várias entradas, que era mais caro. Hoje, todos os vistos são para múltiplas entradas.
Visto para quem tem dupla nacionalidade
Brasileiros só podem tirar o visto da China no passaporte nacional, pelo menos se o processo for feito pelos Consulados e a Embaixada no Brasil. No caso de pessoas de outras nacionalidades vivendo no Brasil é necessário apresentar o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE).
Preciso de vacina contra febre amarela?
Segundo o próprio consulado, a vacina não é obrigatória, mas é aconselhável. Dada a situação da doença no Brasil e a possibilidade de países passarem a exigir a vacina a qualquer momento, eu não viajaria sem. Veja como tirar o comprovante internacional da vacina de febre amarela.
E outra dica importante sobre saúde: Também não viaje para a China sem um seguro de viagem. Saiba aqui como escolher um bom seguro para a Ásia, com cupom de desconto.
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Por: 360meridianos
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