Calvin Zabo, a melhor adição da segunda temporada de Agents of S.H.I.E.L.D.
Depois de Demolidor, tudo o que eu precisava era mergulhar no mundo de Agents of S.H.I.E.L.D., ver a luz novamente me fez bem e mais do que isso, me fez respeitar imensamente este universo tão unificado e diversificado que a Marvel está construindo para seus fãs. Existe o fanservice, aquele artifício criado unicamente para demonstrar certo apreço aos aficionados de carteirinha, e existe o outro tipo de fanservice, o verdadeiro trabalho para criar fãs. E sem sombra de dúvidas a Casa das Ideias está construindo uma verdadeira legião de novos apaixonados por heróis e vilões. E quem melhor do que Calvin Johnson para nos mostrar um lado bem mais ameno e ao mesmo tempo tão louco de um pai abandonado?
Tudo o que precisamos as vezes é conhecer algo, ou alguém em um nível que antes não tínhamos interesse, para assim conseguir compreender tudo o que realmente importa na pessoa, ou no objeto. Da mesma forma que muitos não gostaram do que viram no começo da série, hoje tivemos uma ideia bem ampla de quem é Calvin Zabo, em um dos melhores personagens que já surgiram em toda a produção. E foi assim, nos demonstrando a importância em dar segundas chances, que MAoS desenvolveu seu décimo oitavo episódio.
É como deixar um filhotinho em uma rua. E Cal não é um filhotinho, ele é um pitbull”
Cal não é um personagem simples de ser entendido, mas quem realmente é? Porém, como eu já havia dito antes, me apaixonei pelo personagem e simpatizo muito com todos os seus dilemas. A construção de um vilão, que não é vilão de verdade está sendo bem executada. Toda a dó que eu senti do personagem quando ele percebeu que seria abandonado, me fez esquecer por um momento que o cara é um louco, o mesmo que montou uma equipe de vilões para tentar acabar com Coulson. E vejam como a série está trabalhando o lance familiar com muita dedicação.
A começar pelos Inumanos, que nos quadrinhos são representados e se tratam como membros de uma grande linhagem. Sim, eles se relacionam como primos, irmãos e parentes. Não é de se estranhar que MAoS tenha decidido abordar tal tema ao mesmo tempo em que cria a mitologia dessa raça. Jiaying demonstrando o peso da liderança, em uma cena que mostra Coulson precisando se aliar a Ward mostra bem os dois lados da família da Skye/Daysi. Tanto que o momento em que Coulson percebe que perdeu a pupila novamente, a dor é palpável, como a de um pai ao perder a filha no meio da multidão, a mesma dor que Cal passou anos atrás. Complexidade está sendo servida de bandeja e eu quero que o banquete continue.
Vou ser bem honesto com vocês, eu fui um dos maiores partidários do movimento “menos Ward e mais qualquer coisa que a série queira oferecer”, mas depois de dois anos acompanhando o desenvolvimento deste personagem, eu só tenho uma coisa para dizer: Obrigado por não terem riscado o cara da equação. Gostei bastante de terem colocado Ward e a 33 para interagir com o time do Coulson, composto no momento por Fitz, Hunter e Mike Deathlok Peterson. É importantíssimo ver o nível que a série chegou em seu desenvolvimento e aprofundamento de personagens, me fazendo gostar de alguém que antes eu tinha o maior desprezo. Sim, se tem um sentimento que permeou todo o andar de Frenemy of my Enemy foi o da nova oportunidade. Mas eu não quero Ward com a memória limpa, prefiro ele desse jeito bandido e sacana. Tremo na base só de pensar que conseguirão dar a ele uma nova vida, longe de seus crimes e no spin-off da série. Cruzes, dói só de pensar em ter Grant do lado dos mocinhos de novo, agindo como um agente sem expressão facial.
A trama da Hydra não irá acabar tão cedo, é importante frisar. A organização realmente faz justiça ao mote: “Corte uma cabeça e mais duas tomarão seu lugar”. Seria anticlimático ter o fim da Hydra na série, que é e sempre será a grande antagonista da S.H.I.E.L.D., nova ou velha. Nas próximas temporadas será essencial criar novos vilões, outros times para lutar contra, mas por enquanto, depois dos eventos de Soldado Invernal, é compreensível ainda estar lutando contra as cabeças da criatura mitológica, que dificilmente morrerá.
Também achei que a posição da May e da Simmons foi bem utilizada. A desconfiança existe e a vontade de acreditar em todas as ações de Coulson demonstram que, ainda estamos acompanhando a mesma personagem que lá na primeira temporada tinha a função de “cuidar” do Coulson para o Nick Fury e reportar qualquer anormalidade. Porém, May está trilhando um caminho perigoso, eu vejo sua preocupação em querer acreditar que por trás das atitudes do diretor da agência existe uma razão bem forte. Mas depois de tudo o que Coulson fez, perdeu e lutou para manter, eu pensei que Melinda fosse demonstrar mais fé e menos medo.
Medo é o que tem girado ao redor de toda a preocupação ao redor de todas as atitudes do Phil, foi assim na primeira temporada e o padrão está se repetindo na segunda. Chegará o momento em que tudo precisará atingir alguma conclusão. Estamos testemunhando o crescimento de um relacionamento muito maior e como eu já disse lá em cima, o caráter familiar fica cada vez mais forte. E quem nunca teve algum problema com algum parente, por mais próximo e adorável que ele seja?
E se eu já não elogiei o bastante, vamos todos separar um momento para comemorar a existência de Fitz e a brilhante atuação de Iain De Caestecker. Todos os momentos do personagem, apesar de terem sido poucos, foram extremamente divertidos. E a atuação? Como sempre no ponto certo. Do momento em que Ward retorna, nós vemos aquele Fitz mais seguro indo por água abaixo, ele volta a tremer, gaguejar e a ficar inseguro. Seu dedo no coldre, sua explosão. Existem momentos que a série sabe trabalhar, e tensão e ressentimento são os mais bem executados até agora.
Frenemy of my enemy foi um episódio carregado de momentos de antecipação, com aquela boa dose de diversão e cenas com humor bem dosado. Tirando as cenas em que Lincoln e Skye dividem o chão, eu fiquei satisfeito com tudo o que foi exibido. Agora que a estrada está cada vez mais esburacada as coisas deverão atingir um novo ápice. Mamãe Skye continua mostrando que está preparada para liderar, doa a quem doer e eu consigo ver sua Daisy sofrendo muito no processo. Como sempre, fica aquela sensação de quero mais e ultimamente são poucas as séries que despertam este sentimento em mim. Sabe o que eu precisava? Que Agents of S.H.I.E.L.D. fosse do Netflix, assim eu já teria maratonado tudo em um final de semana, mesmo que a dor em me ver órfão depois seja imensamente maior.
Easter eggs e outras informações
- Quando Cal abre a gaveta para pegar seu kit médico é possível ver alguns frascos contendo um liquido verde. Imagino que sejam parte da sua fórmula para conseguir força e que o deixou meio louco como consequência.
- Finalmente tivemos Skye aceitando seu nome de Daisy Johnson, só falta o Quake.
- Foi anunciado que Bobbi e Hunter irão passar para a série derivada de MAoS. Bom, é algo que eu já tinha anunciado antes e se não estivermos encontrando uma possível Avengers Academy, talvez a S.T.R.I.K.E. faça um retorno, com Hunter assumindo o papel de diretor, o mesmo que ele desempenha nos quadrinhos.
- Logo acontecerá o “crossover” evento entre MAoS e Age of Ultron e não seria um plot twist certeiro se o personagem do E.J. Olmos revelasse ser um cylon, digo, robô? Brinca.
- Cal dando apelido para o Gordon, é ou não é para tombar o cara como patrimônio?
- Baron Von Stucker é o mesmo que apareceu na cena pós créditos de Capitão América: Soldado Invernal. Ao que tudo indica ele estava fazendo experimentos em inumanos que ainda não haviam passado pela névoa e que tinham o potencial para desenvolverem poderes.
- Seria interessante se no meio de todos os experimentos fosse revelado o Caveira Vermelha. Uma pena que ele foi “desintegrado” pelo tesseract. Ou será que foi?
Por: Série Maníacos
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