Preparando o terreno…
Existem episódios que são necessários em determinadas tramas, pois preparam o roteiro para algo muito maior que está por vir. Talvez The Deal represente este momento se na próxima semana Bates Motel fizer jus ao episódio que recebe o nome de Norma Louise. Mas antes de qualquer preocupação com o que está por vir é necessário olhar para aquilo que já veio e extrair o máximo de informações possível.
Norma Bates é uma personagem muito bem construída. E obviamente, um episódio que coloca em foco suas características é um prato cheio para qualquer fã de Bates Motel. Sim, não tivemos grandes acontecimentos conclusivos aqui, mas a forma como tudo foi desenvolvido demonstrou tamanho cuidado por parte da série, que seria estranho caso esses caminhos, que ficaram abertos, não nos levassem a lugar algum.
Fato é que o maior interesse de Norma no pen drive é financeiro, ela está cansada de ser uma mulher fracassada, e se em White Pine Bay é necessário jogar sujo para conquistar algo, ela está disposta a dançar conforme o ritmo da música. E a técnica utilizada pela direção de The Deal funcionou, conseguindo por alguns momentos causar incerteza temporal no público. De início eu me perguntei em que momento a série se encontrava, afinal Norma estava chorando num carro e de repente passou a ser perseguida por um veículo preto. Norman tinha contado, ou não tinha contado? O episódio construiu certas dúvidas que foram sendo respondidas conforme a narrativa foi se desenvolvendo.
Algo notável é que existem indivíduos que não se encaixaram (pelo menos até o momento) naquilo que parece ser a proposta da temporada. Toda série tem o porquê, ou pelo menos deveria ter, de inserir um personagem no enredo, entregando assim uma função para o mesmo. Pode ser um alívio cômico, uma peça fundamental na trama central, um romance, alguns surgem para despertar características ocultas naqueles que são o foco da narrativa, enfim, é necessário ter um motivo da presença do indivíduo para que ele não cause estranheza no público.
Caleb é um claro exemplo disso. O personagem foi inserido na season 2, e até o momento o porquê de sua presença na série é um mistério. Existem fortes indícios de que ele será fundamental para conhecermos melhor Norma Bates, e a reação da mesma ao final do episódio deixa isso claro. Algo em Caleb aterroriza Norma, e ver que a trama tem se preocupado em desenvolver isso me causa curiosidade. Ao mesmo tempo não podemos negligenciar a importância do personagem ao deixar visível algumas características do caráter de Dylan.
Gunner, que representa certo alívio cômico, foi um elemento imprevisível e surpresa ao descobrir o pen drive e conseguir extrair as informações contidas nele. Num momento em que nem esperávamos ele estava lá, pronto para passar as informações para Dylan, e desencadear o que podemos chamar de “Rainha da chantagem Norma Bates”.
E por fim, também temos James Finnigan e Chick Hogan, o primeiro representa o novo affair de Norma, e isso não é algo que eu tenho aceitado com facilidade, uma vez que o roteiro insiste em arrumar pretendentes apaixonados para ela. Quem aí se lembra do George na temporada passada? É grande o incômodo, pelo menos para mim, quando uma série trata seus personagens secundários com descaso e os insere na trama apenas para enrolar o público. Foi o que aconteceu com o personagem do Vartan na temporada passada, que foi terrivelmente negligenciado pelo roteiro, acabando por desaparecer da série nessa season 3. Espero que Finnigan tenha um destino diferente e desempenhe algum papel importante nessa temporada. Já com Hogan vejo que o roteiro tem tentado criar um personagem com elementos nonsense, e isso tem crescido com certo charme. De início eu estranhei completamente sua presença, mas agora ele vem conseguindo alcançar o que parece ser almejado pelos produtores, veremos futuramente se isso dará certo ou não.
E por falar em coisas que dão certo, é impossível não rir das cenas entre Norma e Romero. A química entre os dois funciona, e existe um apelo cômico enorme no contraste entre a personalidade do xerife e a personalidade de Norma. Desde o momento em que ela confessa para ele que está com o pen drive até a cena em que resolve fazer um acordo com Bob Paris, o que nos é apresentado é uma sequência do desenrolar da trama com altas doses do humor típico de Bates Motel. É uma mulher exigindo uma piscina, isso mesmo, uma PISCINA, em troca de um objeto que foi responsável pela morte de duas mulheres.
E para finalizar, tivemos, finalmente, uma conversa madura entre Dylan e Norman. Isso era necessário para deixar claro o desenvolvimento de ambos os personagens. Ninguém quer ver Bates Motel se tornar aquele drama familiar, com irmãos brigando eternamente pela atenção dos pais, deixamos isso para Empire, enquanto seguimos em frente com aquilo que realmente importa.
The Deal foi um episódio muito bem executado, e conseguiu desenvolver tramas importantes, preparando muito bem o terreno para o seu sucessor “Norma Louise”. Tudo fluiu com naturalidade, o que ajudou a apagar os erros de Unbreak-Able da minha memória. E felizmente, eu estou aguardando ansiosamente pelo que está por vir.
Observação:
- A senha do WiFi é MOTHER, tudo maiúsculo (como não amar Bates Motel?).
Por: Série Maníacos
Nenhum comentário:
Postar um comentário