[Flashback] Six Feet Under 1×09: Life’s Too Short

Qual o melhor jeito de aproveitar a vida?

ANTHONY CHRISTOPHER FINELLI (1995 – 2001)

Six Feet Under mais uma vez usa a morte como uma excelente metáfora sobre a vida, lá no piloto eu comentei como a série consegue trabalhar isso de forma jamais visto na TV afinal estamos falando sobre morte o tempo inteiro, mas o modo como Alan Ball e sua equipe consegue retratar a vida e suas facetas não é qualquer um que consegue. A morte só acontece para quem está vivo e é com isso que a série se apoia e faz sua narrativa. Cada um acha que a vida tem que ser vivida de algum modo em especial, algumas pessoas a levam mais a sério, outras se deixam levar, uns tem preocupações demais, outros de menos, enfim cada um vive do jeito que acha o certo. Porém se sabe que a vida é curta, então é melhor aproveitá-la de maneira intensa ou não? Em “Life’s Too Short” mostra como cada um leva a vida e que o jeito de conduzi-la muda quando se convive com outras pessoas.

Nate passou de um cara descompromissado com a família, para um cara que se importa com ela e faz certos sacrifícios para que os Fishers se mantenham juntos. Tudo bem que ele não conseguiu passar no exame de agente funerário, afinal ele está em fase de mudança radical na sua vida. Brenda ao mesmo tempo que consegue ser um alicerce para Nate, é o grande ponto fraco dele, justamente por ele nunca saber o que esperar de sua namorada. Irônico é alguém ter de lidar com a morte todos os dias e mesmo assim ter medo da mesma e Brenda consegue ser sádica ao ponto de se importar zero com seu namorado só para provar o seu ponto, de que Nate tem sim medo da morte. É engraçado como a relação dos dois por muitos momentos se mostra estável, mas há sempre algo para abalar as estruturas, deixando um clima desconfortável entre o casal e Billy quase sempre é responsável por esse mal estar, agindo sempre de forma passivo-agressivo. O namoro está a ponto de explodir inúmeras vezes mas eles sempre conseguem contornar de algum modo a situação, como acontece em diversos relacionamentos no qual a briga está sempre lá, mas no fim tudo é resolvido, nem que essa resolução seja na hora do sexo.

Nada mais claro de evidenciar que a vida é curta como a morte trágica de um garotinho. Gabe precisava voltar para a série, mas de um jeito que não soasse forçado, afinal ele conseguiu dificultar mais ainda a vida da Claire na escola compartilhando momentos íntimos dos dois aos quatro cantos. E não existe empatia maior do que se colocar na dor do outro e esquecer por algum tempo os problemas com aquela pessoa, Claire ainda nutre sentimentos por Gabe e essa reaproximação mostra como muitas vezes relevamos muita coisa do próximo só por que gostamos dele. Além desse plot ser a cota hig school da série, claro que trabalhada e aprofundada de uma forma que poucas séries adolescentes conseguem fazer.

As drogas (principalmente as sintéticas) costumam estar ligadas à momentos de curtição ao extremo da vida, o ecstasy é conhecido como a droga da felicidade e do amor e nada melhor do que contrastar o uso dessa substância com as duas pessoas que menos se abrem pro mundo. David é muito certinho para se tornar um viciado e o affair com o instrutor de dança lhe mostra  um mundo novo, conseguir escapar do mundo real tão frio que David vive é fundamental para sua personalidade. Claro que a ressaca moral no outro dia te consome, até porque ele não é esse tipo de pessoa que acha escape nas drogas e vai de cabeça nesse novo mundo, o encontro cheio de tensão com Keith na boate mostrou exatamente isso, por mais que ele tente se afastar do homem careta que ele é, ele é aquilo e pronto. Com Ruth a droga já surte um efeito necessário em sua vida ainda mais quando tomada por engano, esse engano mostra à matriarca da família que apesar da sua idade, o falecimento do marido, ela ainda consegue ter uma noite ótima de amor. É incrível como ela não é só uma mulher mais velha passando pela crise de idade, as facetas que o roteiro lhe dá e como Frances Conroy dá vida a uma Ruth multifacetada é coisa linda de se ver.

P.s.*: A indagação de Brenda quando o assunto é a perda do filho para os pais é algo que eu sempre me perguntei, vai contra a lei da vida uma mãe enterrar um filho, a dor nesse momento deve ser a pior do mundo que nem nome para esse fato existe.


Por: Série Maníacos

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