The Flash 1×19: Who is Harrison Wells

O último segredo de Harrison Wells.

Quando a tensão gira ao redor de um mistério que nós, como telespectadores, já temos a resposta, o episódio serve apenas para que os personagens nos alcancem. E o problema é exatamente esse, como transformar em algo válido toda a experiência que já tivemos como criaturas “oniscientes” e que já conhecem toda a história de Harrison Wells? O que The Flash fez foi esperado e contrabalancearam a trama da investigação de Joe e Cisco (melhor dupla), com o ataque de mais um meta-humano, e eu já perdi as contas de quantos já passaram pela cidade em menos de uma temporada. E para fugir do comum, nos apresentaram mais um encontro entre os habitantes de Central City e Starling. Mas será que este artifício já não está sendo exaurido pelos redatores?

Lá no primeiro evento que conectou as duas séries, eu comentei a respeito da facilidade que The Flash foi incluída no mundo em desenvolvimento da DC comics na TV. Especialmente da forma com que a série já não precisava (nunca precisou) de Arrow, ou qualquer outro personagem de Starling City para permanecer interessante, afinal, foi um recorde de audiência e crítica para o canal. É evidente que o excesso de conexões entre as duas produções estão banalizando e muito a importância que um crossover realmente tem. A novidade acabou e está ficando muito fácil esperar que algum personagem pipoque do outro lado para uma conversa rápida, um conselho, ou até mesmo uma ajuda com algum bandido. Mas o que impede, por exemplo, que perguntas sejam feitas por nós, os fãs? Como aceitar que em determinado momento Barry não poderá surgir em Starling e dar cabo de algum vilão do Arqueiro, ou vice-versa? A banalização das participações especiais está diminuindo a animação que eu tinha quando pensava em encontros entre o time Flash e o time Arrow.

Porém, verdade seja dita, o clima mais ameno de Central City faz bem para os personagens da série do arqueiro, que ultimamente andam chafurdando na lama da obscuridade e da depressão. Laurel mais feliz, Lance mais aberto a ajudar primeiro, julgar depois, tudo isso coopera para diferenciar uma série da outra, mas quando lidamos com um universo compartilhado, por mais divertido que seja ver a Canário entregando um pacote com fotos dela com o recém amigo, tudo se torna uma “realidade alternativa”. O mesmo problema que levantou algumas indagações quando vi Felicity e Ray agindo como colegiais apaixonados, não respeitando muito a ordem cronológica dos eventos de Arrow, já que lá ambos permanecem balançados pelo “eu te amo” não correspondido. Não dá para aceitar que a energia positiva dos habitantes de Central City consiga apagar todos os problemas, gravíssimos em alguns casos, que os moradores de Starling estão passando.

Me incomoda muito como os personagens de The Flash migram da extrema inteligência para a burrice patológica em apenas uma cena. Barry é um investigador, Caitlin uma cientista, mas a facilidade com o que os dois foram enganados foi de dar pena, pena de um texto que menosprezou totalmente os personagens que tem. Personagens que apesar de adultos, ainda se portam como adolescentes a todo o momento. É o clima da série, é o padrão que ela quer seguir, mas os conflitos que os personagens criam acabam morrendo na praia quando analisamos as atitudes que eles têm. Em determinado momento todos estão suspeitando até mesmo da sombra, no outro, Barry enquanto conversa com Iris, não suspeita da visita feita por Eddie, o mesmo cara que está fazendo de tudo para rever a namorada, não se incomodou em comunicá-la de que havia sido liberado. Ora, nenhum outro policial, nem mesmo o capitão? Onde está a desconfiança? Cadê o amadurecimento? Tem um bandido que assume a forma física (e roupas) de quem ele toca. Ele já tocou o Eddie. Não dá vontade de gritar com a televisão em um momento como esse?

O mesmo vale para Iris, que nos espezinhou por não sei quantos episódios, passou dois deles jogando na cara do Eddie que não aceitaria sua mentira, que não voltaria a viver com ele enquanto a verdade não surgisse, mas assim que provaram que ele não era um criminoso, a paz voltou, parecia que nunca haviam brigado.  E lá estava, tudo resolvido. Demonstrando que realmente, a Iris só queria chamar atenção e ser, como sempre, a chata da relação (e da série). Pelo menos chegamos ao fim (espero) de mais um drama patenteado por Iris Wicked Witch of the West e que seja o último da temporada.

Quanto ao momento SnowBarry, existem cenas que são criadas apenas para agradar a uma parte dos fãs, o beijo foi exatamente um destes momentos. Está faltando pouco tempo para o final da primeira temporada, não temos espaço para o desenvolvimento de qualquer sentimento que um possa nutrir pelo outro, e Caitlin (depois do choque) retribuiu o beijo. Linda saiu sem acrescentar quase nada, foi responsável por mostrar ao Barry e a Iris que os dois queriam ficar juntos, mas sumiu com a mesma velocidade que esse plot foi desenvolvido. Agora querem nos forçar a mais um momento Olicity e eu já estou ficando cansado de tanto romance desejado pelos fãs e forçado pela série, meu paladar já não é mais o mesmo.

Toda a ação envolvendo o metamorfo foi interessante de ver, apesar de alguns momentos WTF com Iris e Caitlin ninjas, por exemplo. O episódio foi bem um pouco melhor do que o anterior, e a constatação de que o verdadeiro Harrison Wells está morto, serviu para dar aos personagens o direcionamento necessário para o season finale. Porém, é como eu já disse antes, eu esperava bem mais de um episódio que pretendia responder quem era Harrison Wells. Podem dizer que estou pegando no pé da série, é verdade, estou. Quero que The Flash continue produzindo episódios como Out of Time, que ela siga uma sequência clara e que fique com ela por mais tempo. Serei um reviewer bem mais feliz se os vilões avulsos sumirem por um tempo e um pouco mais de mitologia surgir. The Flash tem uma história interessantíssima, que infelizmente está perdendo espaço para crossovers desnecessários e pouca exploração de seus trunfos.

Easter eggs e outras informações

- Coast City é a cidade do Lanterna Verde.

- A placa que aparece no episódio ‘Farris Air’ remete a empresa de aviação, local em que o lanterna verde Hal Jordan trabalha. Também é a empresa da família de Carol Farris, que nos quadrinhos se transforma na Safira Estrela.

- Hannibal Bates, vilão do episódio e que ganhou o apelido de ‘Everyman’ tem uma história bem mais sombria nas HQs. Lá ele é parte de um experimento criado por Lex Luthor, chamado de ‘Everyman’, para utilizar o trabalho de pessoas com poderes, poderes esses que ele pode controlar e até mesmo desligar. Só que não é através do toque que ele absorve a fisionomia de outras pessoas, mas comendo uma parte do corpo delas. Uma homenagem a Hannibal e Norman Bates, dois psicopatas conhecidíssimos.

- O colar que Cisco fez para a Laurel é o mais próximo que teremos do poder da Canário Negro nos quadrinhos, também conhecido como ‘Choro da Canário’.

- Na nona arte Cisco é conhecido como Vibro, herói que manipula vibrações. E na série o personagem já andou soltando várias menções a respeito de frequência sonora, vibrações, ondas. Será?

- Perturbação liquida acontece todas as vezes que os tachyons envolvidos antes e depois da viagem no tempo interferem no ambiente. Foi por isso que o vinho da Nora Allen e o café do Lance flutuaram.

- Cisco fez mais uma referência a cultura pop/nerd, dessa vez com ‘Mas que frak’, “palavrão” utilizado em Battlestar Galactica.


Por: Série Maníacos

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