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Vikings 3×07/08: Paris/To the Gates!


Um episódio bem morno e outro bem eletrizante!


Novamente imprevistos me impediram de redigir o episódio da semana passada a tempo, de modo que eu tivesse de apelar mais uma vez para o formato de review dupla. Não é o formato ideal nem o que eu mais gosto de fazer (ao contrário), é sempre bom discutirmos os acontecimentos de nossas séries favoritas quando eles ainda estão frescos, mas para nossa sorte, o episódio dessa semana foi infinitamente melhor que o da semana passada, sendo assim, dos males o menor.


O principal fator que faz com que este episódio seja um dos mais fracos da temporada consiste em sua narrativa. Se por um lado ele nos introduz na cidade que o intitula, por outro o ritmo foi demasiado lento, nos apresentando poucos acontecimentos interessantes. No primeiro momento temos a vista interna da cidade, com a devida introdução de novos personagens como Conde Odo, o Rei d da França e sua filha, que parece ser quem verdadeiramente dá as ordens por ali. Até aqui, nada demais.


O que o episódio mostrou de mais interessante é a intriga política orquestrada por Ecbert com seu filho para governar Mércia e Northumbria, já que ele planeja algo contra o Rei Aelle. A família do Rei vive mesmo é de aparências, e a monarquia nada mais é do que um jogo de aparências. Gente, repararam que tapa mais falso o rei dá em seu filho quando Athelwulf dá aquele chiliquinho pra cima da Judith? Até os conflitos neste episódio foram bem blah. Mesmo coisas que supostamente deveriam nos chocar, como o Ecbert dando em cima da nora ou a Rainha louca Kwenthrith dizendo ter um filho de Ragnar soam desperdiçados e sem sentido. Se esses plots serão aproveitados mais adiante ou não é algo que apenas o Seer pode nos dizer, mas que em Paris eles não funcionaram, isso não resta dúvidas.


A estrutura do roteiro também não ajudou para que o episódio fluísse de forma bacana. Extremamente entrecortada, mostrar o planejamento de invasão viking, os interesses de Ecbert e o chororô de Porunn fizeram com que além de não nos importamos com quase nenhuma dessas tramas, ainda por cima evidencia a fragilidade de algumas delas.


Para não dizer que absolutamente nada no episódio não funcionou, teve uma coisa que deu certo: A dinâmica cada vez mais conflitante entre Ragnar e Floki. Acredito que a situação chegará a tal ponto que ambos polarizarão um grande fight pelos seus pontos de vista divergentes e mágoa mútua que estão alimentando. A cena da construção das torres também é interessante, com sua interação com Helga se mostrando muito bem interpretada. A luz da loucura brilhava nos olhos do construtor de barcos, provando mais uma vez a capacidade de atuação de Gustaf. O que eu ainda não entendo é como eles conseguiram construir tantas torres em tão pouco tempo. Mesmo que não saibamos com certeza quantos dias se passaram desde que levantaram acampamento, devemos presumir que não muitos, pois simplesmente me recuso a crer que o exército francês ficaria tanto tempo parado esperando simplesmente os nórdicos atacarem.


Apresentando mais problemas que soluções, Vikings apresenta um episódio apenas mediano, mas sabemos que isso é, felizmente, exceção e não a regra dentro da série.


Em tempo 1: “Você gostaria de me chicotear? Isso te excitaria?” Rainha Kwenthrith protagonizando Cinquenta Tons de Cinza na Era Viking.


3×08: To the Gates!


Acredito que seja natural gostarmos mais de um episódio quando ele é mais movimentado, apresente boas cenas de ação e combate, ao invés do blá blá de intrigas políticas e dramas (não que estes não sejam importantes para o desenvolvimento da narrativa), e tudo isso To the Gates! nos entregou muito bem, mas não foi por isso (ou por isso) que ele se tornou um dos melhores da temporada. A forma como ele consegue causar um misto de sentimentos no espectador é notável, e muitos são os motivos para isso.


Elogiar os aspectos técnicos de Vikings é chover no molhado, mas sem querer soar repetitivo, novamente a série nos apresenta cenas de cair o queixo. As panorâmicas nos muros de Paris, bem como os enquadramentos da cidade mostram com precisão a magnitude e beleza que ela oferecia para sua época. Se em um primeiro momento parecia que seria relativamente fácil a invasão à cidade, logo nos deparamos com o que foi simplesmente a maior surra que o povo nórdico já levou. Devido aos acontecimentos recentes na série, em especial a morte de dois personagens importantes, a todo o momento ficamos inseguros sobre quem está na berlinda a partir de agora, de modo que quando temos um Rollo caindo, ou mesmo um Bjorn flechado, não sabemos com certeza se estes personagens se safarão ou não. Mesmo para quem tem um certo conhecimento sobre os acontecimentos da época retratada poderá ter ainda muitas surpresas, visto que a série já demonstrou mais de uma vez que não seguirá os relatos históricos completamente à risca.


Entre crossbows e churrasco de vikings, quem realmente se destacou no episódio foi Floki. Estou gostando muito da forma como o roteiro tem dado cada vez mais espaço para o personagem de Gustaf Skarsgard, mas isso não me tira da cabeça que até o fim da temporada o personagem também vai bater as portas. Torço e rezo para Odin que eu esteja enganado, mas depois dessa temporada, quem sabe? As nuances apresentadas pelo construtor de barcos é interessante, principalmente quando confrontado com o ponto de vista de outros personagens, como Helga, por exemplo. No fundo, no fundo, o que Floki quer (e sempre quis) é reconhecimento por suas ações. Mesmo que sua justificativa seja o agrado aos deuses, seu discurso perde força quando Ragnar o deixa encarregado de liderar a invasão. A partir do momento que o personagem se deixa governar pela “síndrome do pequeno poder”, fica claro que seus intuitos são meramente egocêntricos. Na própria morte do Athelstan fica claro que seus motivos eram muito mais pessoais, pois rolava muito ciuminho do Ragnar, e o sacrifício do Priest como motivo para agradar os deuses é algo que fica apenas na superfície de algo que tem uma camada muito mais profunda.


Cá entre nós, acho que Ragnar errou ao apelidar Bjorn de Ironside. Não pelo garoto finalmente ter sido atingido em batalha, mas por que se pararmos bem pra pensar, quem mais merece o título é Rollo. Porra, o cara luta sem escudo (e sem camisa!!!) e não é atingido por nenhuma flecha, espada ou mau olhado. Mas acho que finalmente entendi sua estratégia: Mostrar seus músculos definidos e peitorais grandes, afinal, nunca se sabe quando uma certa princesa de uma certa terra invadida vai se interessar por você. Conquistar terras e tesouros é para os fracos, os fortes conquistam o coração das filhas dos inimigos, que afinal de contas, é o tesouro mais precioso que existe. Momento galanteador de araque passado, se ligaram na troca de olhares entre Rollo e a princesa, né? Olha só a previsão do Seer se tornando realidade.


E no núcleo menos interessante da série, Porunn não sabe se vai ou se fica, mas seu dilema já encheu. Ok, partiram a cara da moça (e isso partiu seu coração), mas chega, né? A cicatriz nem está mais tão feia, e na falta de um Doctor Ray, a moça fica encabulada até de segurar Siggy. Se for para ela dar a volta por cima no melhor estilo “Joseph Climber”, ok, que fique mais um pouco. Mas se for para continuar nesta lenga, lenga, já vai tarde. Ainda aposto que a personagem vai voltar e se aceitar como está, mesmo isso soando como o maior clichê de sessão da tarde possível.


As cenas de batalha mais uma vez se mostram bem executadas, mesmo que tenhamos tido pouco combate corpo a corpo de fato. As armas e ferramentas mostradas de ambos os lados, mas principalmente dos franceses demonstram na prática como o avanço bélico pode desequilibrar uma luta. Estratégia e liderança são muito importantes, mas uma boa arma ao seu lado pode ser ainda melhor. Agora que os nórdicos viram do que os franceses são capazes, devem ir mais bem preparados para o próximo ataque, mas mostrar esta derrota é importante, até mesmo para ajudar a humanizar os vikings, que são, acima de tudo, humanos, e, portanto, passíveis de falhas.


Com um roteiro bem movimentado, direção competente e atuações bem executadas, To the Gates! se mostra um dos melhores episódios da temporada, e agora que estamos na reta final (pois só há mais dois para o fim da temporada), Vikings se mostra bastante madura e com competência para chegar aonde quer.


Em tempo 1: Na review passada, algumas pessoas criticaram o fato de Ragnar andar com o crucifixo de Athelstan, julgando ser um ato inverossímil, mesmo para o personagem. Para mim ficou claro, principalmente depois desses episódios, que ele se passaria por um cristão como um estratagema para entrar em Paris, mas isso até agora não aconteceu. Acho que eu estava enganado, mesmo porque seria difícil disfarçar as tatuagens que ele tem na cabeça.


Em tempo 2: “Se eu fosse ele, me preocuparia menos com os deuses e mais com a fúria de um homem paciente. E você sabe quão paciente eu posso ser.” Ragnar, sobre Floki se cuidar na esquina.





Por: Série Maníacos

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