Depois de uma estreia tão bem-sucedida, a expectativa para o terceiro episódio de The Last Man on Earth estava lá em cima. Difícil dizer se “Raisin Balls and Wedding Bells” conseguiu entregar tudo aquilo que esperávamos. Porém, mesmo que não tenha sido tão certeiro no humor como foi anteriormente, não há como negar que a originalidade da série continua presente.
O próprio casamento, tão batido em sitcoms, ganha uma roupagem diferente na série: a despedida de solteiro é com amigos imaginários, a decoração vem de uma loja de artesanato, o padre é uma fita gravada pela própria Carol. Mas a produção não se sustentaria por muito tempo só por ter um cenário incomum. Felizmente, a série tem personagens já bem estabelecidos como sua base, e eles é que fazem a diferença.
Carol é, sim, irritante ao extremo, mas seu jeito neurótico é a maneira que ela encontrou para lidar com a realidade esmagadora de que é última mulher na face da Terra. Ela é o completo oposto de Phil, que aceitou seu destino e conseguiu se adequar à sua nova vida – ou pelo menos é o que ele acredita. Os desdobramentos da dinâmica entre os dois são o que vão carregar o episódio da semana.
“Raisin Balls and Weddings Bells” trata das concessões que um deve fazer pelo outro para que a vida em conjunto dê certo. A má vontade de Phil em se casar e sua total indiferença a tudo que Carol preparou deixam-na arrasada. E mesmo assim, as ações de Phil são meio justificáveis, afinal, ele vai se casar com alguém que ele mal consegue suportar. Só com a ajuda de TLC (“You know how I feel about scrubs.” “You don’t want no?” “Bingo.”) é que ele percebe que, assim como ele achou um jeito de aceitar as coisas, esse é o jeito que Carol encontrou para dar sentido à sua nova vida.
Aceitar que são diferentes não muda o fato de que os dois ainda não são um par perfeito, mas, pelo menos, Phil e Carol estão abertos a mudar um pelo outro para que o casamento – e sua sobrevivência – dure. Ela se diverte com as bobeiras que ele inventa, ele aguenta o jeito maluco dela de transar. Quando parece que a vida entre os dois passa a ser “tolerável”, “totalmente suportável”, um novo elemento é adicionado à história: outra mulher.
Mesmo que não tenha acertado em tudo como na semana passada, essa não deixa de ser uma série singular. O lado comédia aparece com menos frequência dessa vez, mas não perde a eficiência, seja em diálogos (“I can’t believe I just had sex with the President of the United States”), situações (a briga da Carol com a manequim) ou simplesmente nas atuações de Will Forte e Kristen Schaal. O próximo episódio já trará uma dinâmica completamente diferente da atual, e todo o desenvolvimento que vimos até aqui é colocado em cheque. Só pela coragem em não se deixar acomodar, The Last Man on Earth continua admirável.
Por: Série Maníacos
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