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Gordurinhas localizadas, insatisfação com o tamanho dos seios, aumento das linhas de expressão… Essas são apenas algumas das questões estéticas que têm levado muitas mulheres a clínicas de cirurgia plástica.
Um último levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) apontou o Brasil como líder mundial em cirurgias plásticas, sendo a lipoaspiração o procedimento mais realizado no País.
André Colaneri, cirurgião plástico, comenta que a cirurgia plástica tem tido uma procura crescente, por praticamente todos os tipos de pacientes: mulheres, homens, jovens, meia idade etc. “Creio que isso se deva à crescente segurança da cirurgia, melhor poder aquisitivo da população, maior quantidade de médicos especialistas e consequente queda dos custos, além de frequente divulgação pela mídia”, diz.
O cirurgião plástico acrescenta que o Brasil e os EUA são os maiores e mais capacitados centros de cirurgias plásticas do mundo.
“E a lipoaspiração é de fato a cirurgia plástica mais realizada no Brasil. Por ser um país tropical, com frequente exposição do corpo, aumenta a preocupação com o excesso de gordura. No Brasil também ocorre a tendência mundial de aumento de peso da população, devido à vida sedentária e de muito trabalho e com pouco tempo para lazer e exercícios. Com isso, a lipoaspiração aparece como forma alternativa de perder a gordura indesejável”, destaca Colaneri.
Apesar da maioria das pessoas já ter ouvido falar sobre lipoaspiração, o procedimento ainda é alvo de dúvidas, medos e até propagandas enganosas. Muitas pessoas não sabem, por exemplo, qual é a diferença entre lipoaspiração e lipoescultura. Outras já ouviram falar sobre lipoaspiração a laser, minilipo, entre outros nomes, e não entenderam qual era a mais indicada para cada caso.
André Colaneri explica que, assim como a medicina em geral, a cirurgia plástica também tem evoluído bastante. Dessa forma, hoje, existem de fato diferentes tipos de lipoaspiração, cada uma para atender melhor às necessidades dos pacientes. Neste sentido, é fundamental entender quais são as semelhanças e diferenças entre as principais delas.
1. Lipoaspiração
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De acordo com Colaneri, lipoaspiração é sempre uma cirurgia que retira gordura através de aspiração por cânula. “Colocou uma cânula e aspirou gordura, é lipoaspiração, não importa qual nome seja dado”, diz.
O que pode mudar, conforme explica o cirurgião, é o tipo de cânula e o porte anestésico. “A técnica de lipoaspiração muda conforme o tipo de cânula usado (lipo a laser, lipo ultrassônica, vibrolipoaspiração, lipo tradicional). O porte anestésico não muda a técnica, apesar de a mídia querer dar nomes diferentes para a lipoaspiração com anestesia local (minilipo, hidrolipo, lipo-light etc. – isso tudo é a mesma lipoaspiração com anestesia local)”, destaca.
O tempo cirúrgico e o porte anestésico (anestesia local, local com sedação, peridual ou geral), de acordo com Colaneri, variam conforme a quantidade de gordura e áreas a serem aspiradas. “Uma lipo de meio litro provavelmente poderá ser feita com anestesia local, em torno de 40 minutos. Uma lipo de 4 litros, no abdômen, flancos, dorso e braços, provavelmente, demorará 4 horas, com anestesia geral”, exemplifica.
Pré e pós-operatório
Colaneri explica que o pré-operatório é como qualquer cirurgia:
- A pessoa deve fazer os exames para avaliar o risco cirúrgico;
- Evitar tomar medicamentos anticoagulantes 14 dias antes;
- Raspar os pelos da área a ser operada (caso existam).
- Para cirurgias com anestesia peridural ou geral, deve-se parar de fumar e tomar anticoncepcionais hormonais, para reduzir os riscos de trombose.
Para o pós-operatório, o cirurgião plástico orienta:
- É necessário fazer drenagens linfáticas e ultrassom, para reduzir o inchaço e a formação de fibrose;
- Usar malha compressiva por cerca de 45 dias;
- Não fazer exercícios neste período de cerca de 45 dias;
- Evitar calor e banhos quentes e demorados.
“Logicamente, o pós-operatório varia conforme o porte da cirurgia (este é para cirurgias médias e grandes). Lipos com anestesia local e pequenas têm recuperação mais rápida”, acrescenta o médico.
2. Lipoescultura
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Colaneri explica que a lipoescultura é uma lipoaspiração na qual, depois de retirada e tratada a gordura, ela é enxertada para dar volume em outra área (como, por exemplo, nos glúteos, depressões, vincos da face, preenchimento de celulite etc.). “Parte da gordura enxertada é absorvida (em torno de 50%), mas o que fica costuma ser bem aceito pelo organismo, visto ser a gordura do próprio paciente”, diz.
A lipoescultura costuma durar em torno de meia hora a mais que a lipoaspiração, conforme explica Colaneri, devido à necessidade da aplicação do enxerto.
Pré e pós-operatório
Colaneri explica que o pré-operatório da lipoescultura é o mesmo da lipoaspiração:
- A pessoa deve fazer os exames para avaliar o risco cirúrgico;
- Evitar tomar medicamentos anticoagulantes 14 dias antes;
- Raspar os pelos da área a ser operada (caso existam).
- Para cirurgias com anestesia peridural ou geral, deve-se parar de fumar e tomar anticoncepcionais hormonais, para reduzir os riscos de trombose.
Para o pós-operatório, o cirurgião plástico orienta:
- É necessário fazer drenagens linfáticas e ultrassom, para reduzir o inchaço e a formação de fibrose;
- Usar malha compressiva por cerca de 45 dias;
- Não fazer exercícios neste período de cerca de 45 dias;
- Evitar calor e banhos quentes e demorados.
3. Vibrolipoaspiração
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Colaneri explica que a vibrolipoaspiração é um tipo de lipoaspiração em que se usa uma cânula com mecanismo vibratório, o que facilita a penetração na gordura e a retirada desta. “Os movimentos costumam ser mais macios, visto não ter tanta resistência para movimentar a cânula. Com isso, a gordura sai mais fácil, com menos esforço e o sangramento costuma ser menor”, diz.
O cirurgião acrescenta que as indicações são as mesmas da lipoaspiração tradicional: acúmulo de gordura localizada.
Como é uma lipoaspiração, explica Colaneri, o tempo cirúrgico é basicamente o mesmo da lipoaspiração tradicional (a depender da quantidade de gordura e áreas a serem aspiradas).
Pré e pós-operatório
Colaneri acrescenta que, por ser uma lipoaspiração, pré e pós-operatório são os mesmos do que no caso da lipoaspiração tradicional.
4. Lipoaspiração a laser
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A lipoaspiração a laser, de acordo com Colaneri, é uma lipoaspiração em que, antes de aspirar a gordura por qualquer tipo de cânula, se usa uma cânula que emite laser em sua ponta. “O laser queima a gordura, liquefazendo-a e liberando calor. O calor queima pequenos vasos, reduzindo o sangramento. O calor, em contato com a pele, causa uma maior retração do colágeno, potencializando a retração da pele e redução de flacidez leve”, diz.
“Não trata flacidez moderada ou intensa, nem evita a retirada de pele se a abdominoplastia estiver indicada (o que ocorre em casos de flacidez moderada ou intensa)”, acrescenta o cirurgião.
A indicação, de acordo com Colaneri, é para pacientes que, além de terem gordura localizada, apresentem flacidez leve ou que precisem potencializar a retração da pele.
O cirurgião acrescenta que lipoaspiração ultrassônica é basicamente a mesma coisa. “Mas se usa uma cânula em que a ponta libera ultrassom e não laser. O modo de ação também é liberar calor e a indicação, a mesma de lipo a laser”, diz.
O tempo de cirurgia é pouco maior do que a lipoaspiração, sem laser. “Isso porque há um tempo cirúrgico a mais, o de passar o laser, antes de iniciar a lipoaspiração. O tempo costuma ser em torno de 15 minutos a mais por área lipoaspirada”, diz Colaneri.
Pré e pós-operatório
Pré e pós-operatório são os mesmos do que no caso da lipoaspiração tradicional e serão orientados pelo médico cirurgião.
5. Hidrolipoclasia
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Colaneri destaca que a hidrolipoclasia não é cirurgia. “É um tratamento em que se injeta uma solução de soro fisiológico e água destilada para enturgecer (inchar) a gordura, seguindo-se da aplicação de ultrassom. A gordura com maior quantidade de líquido fica mais predisposta a ter suas células rompidas pelo ultrassom. A gordura é absorvida pelo organismo depois”, diz.
Esse tipo de tratamento, de acordo com o cirurgião plástico, é indicado apenas para pouca gordura em pequenas áreas e é menos eficaz que uma lipoaspiração (caso em que a gordura é retirada).
“Nos casos em que depois do uso do ultrassom se procede à lipoaspiração, é denominada de hidrolipoclasia aspirativa (HLPA)”, acrescenta o médico.
Pré e pós-operatório
No pré-operatório, explica Colaneri, a pessoa apenas não deve tomar anticoagulantes. “Para o pós-operatório são indicadas sessões de drenagem linfática e ultrassom”, diz.
6. Minilipo (hidrolipo, lipo-light e lipo tumescente)
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Minilipo, hidrolipo, lipo-light, lipo tumescente, de acordo com Colaneri, são todos nomes de marketing, não técnicos, para lipoaspiração com anestesia local. “Muitas vezes são realizadas por médicos não especialistas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e em ambiente não hospitalar”, diz.
Mas, conforme explica Colaneri, são, sim, lipoaspiração. “Porém, para fazer com apenas anestesia local, com paciente acordado, precisa que seja pouca gordura e em pequenas áreas; fazer várias sessões para abranger muitas áreas e tirar mais gordura. É mais perigoso do que fazer uma cirurgia apenas, com porte anestésico maior e em hospital”, destaca.
Pré e pós-operatório
Por ser uma cirurgia de porte menor, onde pequena área é operada e se retira pouca gordura, a recuperação é mais rápida. “A cinta compressiva deve ser usada em torno de 21 dias a 1 mês. Drenagens e ultrassom também são indicados. Exercícios podem ser realizados depois de 30 dias”, destaca Colaneri.
O que considerar antes de fazer uma lipo
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Todo paciente deve levar em consideração que lipoaspiração é cirurgia e deve ser realizada por especialista. “Você não faz parto com ortopedista, nem trata uma fratura com pediatra. Logo, faça lipo com cirurgião plástico!”, orienta Colaneri.
De acordo com o cirurgião, segundo resolução Número 1711 do Conselho Federal de Medicina, a lipoaspiração é técnica do arsenal da cirurgia plástica, devendo ser o médico cirurgião para executá-la. “Os volumes aspirados não devem exceder 7% do peso corporal”, acrescenta.
Para se certificar de que o médico é especialista, confira se é cirurgião pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. E lembre-se: toda cirurgia realizada em ambiente hospitalar é mais segura.
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