Se um dia tudo der errado e eu tiver que virar hippie, é em El Bolsón que eu vou viver. Eu tomei essa decisão no momento em que me sentei em uma muretinha da praça principal da cidade, segurando um copo de cerveja artesanal em uma mão e uma porção de batatas fritas em outra, meu almoço comprado na feira montada ali. Eu poderia vender orgânicos em uma barraquinha hipster e, quem sabe, até alguma arte feita das coisas que a natureza dá pra gente. Parecia uma boa vida.
Localizada a 120 km de Bariloche, El Bolsón é uma simpática cidadezinha rodeada por duas cadeias de montanhas que nos anos 1970 começou a atrair gente de humanas hippies. Eles deram ao local um pouco mais de charme e colorido e criaram os atrativos necessários para que El Bolsón entrasse na rota mochileira da Argentina sem ser contaminado pelo frenesi turístico da vizinha Bariloche. Esse é um lugar para contemplar a natureza, comer comida boa e esquecer-se de que existe tempo e um mundo lá fora.
Com o tempo, a cidade desenvolveu também uma vocação para a produção de alimentos orgânicos. Naquela feirinha da praça, é possível comprar boa comida orgânica e vegetariana, geleia, mel, castanhas, bolos, queijos, pães, quitutes típicos e os doces que ajudam a fazer a fama da cidade, tudo feito com produtos que vêm direto das fazendas da região, com destaque especial para as cerejas e as frutas vermelhas.
Isso sem falar no lúpulo. Estima-se que três quartos do lúpulo produzido na Argentina saem de El Bolsón. Isso explica a outra vocação interessante da cidade: a produção de cervejas artesanais ali é fortíssima e considerada uma das melhores do país, a ponto de você se deparar com uma cervejaria a cada poucos metros. Os produtores de cerveja também montam suas barracas na feira, que acaba se tornando um ponto de encontro para moradores e viajantes que passam por ali.
Quem quiser pode fazer um tour guiado em uma das cervejarias. Algumas delas só realizam o passeio para grupos e com agendamento prévio, mas se você bater na porta e pedir para entrar, há grandes chances de te deixarem provar as cervejas enquanto escuta uma breve explicação sobre os sabores e formas de produção locais, mesmo que os tours não estejam disponíveis naquela hora (foi o que eu fiz).
Aproveite para levar para casa algumas garrafas das suas favoritas. Algumas delas também possuem bar dentro das fábricas, uma alternativa se você não conseguir – ou não curtir – as visitas. Uma das mais famosas e visitadas pelos turistas é a Cerveceria El Bolsón.
A natureza ao redor é outro fator que atraí turistas e mais turistas para a região. O lugar é repleto de trilhas, para caminhantes de final de semana e até aventureiros profissionais. Se você pretende conhecer essa faceta da cidade, sugiro que vá no verão e se programe para dormir lá pelo menos uma noite.
Isso porque o trajeto de ônibus de e para Bariloche dura cerca de duas horas, o que encurta bastante o tempo disponível para percorrer os belos caminhos traçados em meio a paisagens andinas incríveis. No inverno também é possível fazer as trilhas, mas algumas podem fechar por causa da neve.
Ao chegar, procure o Centro de Atendimento ao Turista. Fica perto (meio que dentro) da praça e o pessoal é super atencioso. Lá você consegue um mapa da região, além de informações sobre trilhas e atividades, nível de dificuldade de cada uma delas e segurança, assim como contatos de guias turísticos e hotéis.
As caminhadas não são a única opção para quem quer se aventurar: escalada, cavalgadas, parapente, esqui, rafting, mountain bike, spa e passeios a lagos são outras opções do cardápio. Os ônibus para El Bolsón saem da rodoviária de Bariloche várias vezes por dia e o trajeto até lá é incrível.
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Por: 360meridianos
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