Belém é o típico destino que muitos brasileiros poderiam visitar num feriado prolongado, mas não fazem isso por desconhecerem as maravilhas da capital do Pará. Com três ou quatro dias é possível conhecer a cidade, se apaixonar pela gastronomia paraense, se impressionar com a grandiosidade do Ver-o-Peso e ter uma experiência amazônica pela primeira vez. Com mais tempo também dá para navegar pelos rios amazônicos e conhecer destinos interessantes ao redor de Belém, como a Ilha do Marajó.
Já escrevi vários textos sore a capital do Pará. Neste, o objetivo é compilar informações e montar um guia com os pontos turísticos de Belém, para te ajudar a escolher quais atrações visitar e o que fazer quando você estiver por lá.
Veja também: Onde ficar em Belém do Pará
Estação das Docas
Está hospedado em Campina ou na região da Batista Campos? Então deixe as malas no hotel e desça a Avenida Presidente Vargas até o fim. Você chegará na Estação das Docas, uma espécie de Puerto Madero do Pará. Em Belém, parte do antigo porto foi revitalizada e transformada em ponto turístico, um complexo com restaurantes, bares, espaço de exposição, lazer e um lindo calçadão de frente para a baía do Guajará. Apontada por muita gente como o principal ponto turístico de Belém, a Estação das Docas recebe cerca de 1 milhão de visitantes por ano.
Passe pela Estação das Docas para tomar uma cerveja da Amazon Beer, um sorvete da Cairu, fazer um passeio de barco pela orla de Belém ou mesmo para observar o pôr do sol mais amazônico que você já viu.
Veja também: Estação das Docas, o porto que virou ponto turístico
Passeio de barco pela orla da Belém, no Pará
Ver-o-Peso
Desça a Avenida Presidente Vargas e vire à esquerda, no sentido oposto ao da Estação das Docas. Você estará a caminho do Ver-o-Peso, a maior feira de rua da América Latina e o mercado mais incrível que já visitei.
Com 388 anos de história para contar, o Ver-o-Peso é o principal cartão-postal de Belém e o lugar para achar de tudo, seja uma experiência com açaí genuinamente amazônica, com peixe frito de acompanhamento, ou um potinho com líquido colorido e que promete fazer qualquer coisa por você – desde cuidar de um problema de saúde até trazer a pessoa amada de volta.
O Ver-o-Peso merece uma, duas, várias visitas. Se possível, tente passar por lá na hora do almoço, para encarar o peixe frito com açaí numa das centenas de lojas que tomam conta da Praça de Alimentação do mercado. E vá também de madrugada, para ver o desembarque do açaí e dos peixes. Domingo de tarde o movimento no Ver-o-Peso costuma ser mais fraco, então prefira a parte da manhã.
Veja também: As cores do Mercado do Ver-o-Peso, em Belém
A feira do açaí e a vida noturna em Belém
Cidade Velha e Complexo Turístico Feliz Luzitânia
Com 400 anos, Belém é uma das capitais mais antigas do país, história que começou na Cidade Velha, que até hoje guarda casarões e construções da época. A primeira delas é o Forte do Castelo, também chamado de Forte do Presépio. Além do forte em si, que tem vista para o Ver-o-Peso, o lugar guarda um pequeno museu, com objetos que foram encontrados no terreno ao longo de diversas escavações.
Ao lado do Forte do Castelo fica a Casa das 11 Janelas, que já foi casa de um proprietário de engenhos de açúcar, hospital e palácio militar, mas que em 2011 foi comprado pelo governo estadual e transformado num museu.
As duas atrações ficam na Praça Dom Frei Caetano Brandão, lugar da fundação de Belém. Lá também estão a Catedral Metropolitana da Sé, construída a partir de 1748, e a Igreja e Colégio de Santo Alexandre, uma antiga sede da Companhia de Jesus que hoje abriga o Museu de Arte Sacra, onde estão quase 400 peças que contam um pouco da história religiosa do Pará.
Por ali fica também a Ladeira do Castelo, uma das primeiras ruas de Belém, que liga a Praça Dom Frei Caetano Brandão à Feira do Açaí, assim como outras praças e casarões históricos.
Mangal das Garças
Trazer um pedaço da selva amazônica para o centro de Belém. Foi com esse objetivo que o Mangal da Garças foi criado, em 2005, uma área de proteção ambiental colada ao centro histórico da cidade. A entrada é franca, mas o estacionamento é pago, assim como algumas das atrações, como viveiros de aves ou subir no Farol de Belém, que tem vista para a cidade. É possível pagar as entradas separadamente ou comprar um passaporte que dá direito a todas as atrações.
Eu confesso que preferi não pagar nada – aproveitei para apreciar a Amazônia a partir do deck de madeira e para conhecer o Manjar das Garças, um dos melhores restaurantes da cidade. Se possível, reserve uma noite para jantar lá.
Theatro da Paz
As atrações listadas acima cabem num dia de viagem, embora eu te aconselhe a voltar no Ver-o-peso e na Estação das Docas, caso você tenha tempo. Para o segundo dia do roteiro, comece por outra parte da cidade, a alguns quarteirões da Baía do Guajará: o Theatro da Paz.
Orgulho dos paraenses e uma das mais bonitas casas de espetáculos do Brasil, entrar no Theatro da Paz – que tem esse nome como uma homenagem pelo fim da Guerra do Paraguai – é um passeio quase que obrigatório de Belém.
Construído no final do século 19, o Theatro é um dos maiores símbolos da era de ouro da amazônia, o Ciclo da Borracha, que fez de Belém uma das cidades mais ricas da América. O prédio, que não abre às segundas, fica na Praça da República, entre os bairros Campina e Batista Campos. Aos domingos ocorre na Praça uma tradicional feira de artesanato.
Veja também: Theatro da Paz, música e história em Belém
Basílica de Nazaré
Pensar em Belém é pensar no Círio de Nazaré, um dos maiores eventos religiosos do mundo, que toma conta de Belém todo mês de outubro e arrasta milhões de pessoas. Durante a festa, uma imagem de Nossa Senhora deixa a Catedral de Belém, na Cidade Velha, e segue até a Basílica.
Se você, como eu, não tiver a oportunidade de testemunhar a fé do povo de Belém durante o Círio, uma forma de entender um pouco dessa história é visitando a Basílica de Nazaré. Essa é a única Basílica da Amazônia, que foi construída a partir de 1909, no lugar onde foi encontrada uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, em 1700, dando origem à devoção.
Museu Paraense Emílio Goeldi
Um museu sobre a Amazônia. O Emílio Goeldi fica perto da Basílica de Nazaré – os dois lugares cabem numa mesma manhã e parte da tarde, junto com o Theatro da Paz. Fundado em 1871, o Museu tem peças que contam a história amazônica e até mesmo guarda um pedacinho da amazônia em si, já que ali também fica um Jardim Botânico, onde vivem alguns animais.
Embora este seja o museu mais importante de Belém, a cidade conta com muitos outros. Você acha uma lista com todos eles aqui. Caso sobre tempo nesse dia de viagem e for final de semana, em seguida vá almoçar na lha do Combu.
Ilha do Combu
Se você estiver em Belém num fim de semana, aproveite para almoçar e passar parte do dia na Ilha do Combu, que fica a 15 minutos de barco da cidade. Essa reserva ambiental habitada por 200 famílias ribeirinhas te dará um gostinho da amazônia – e com direito a vista para os prédios capital.
O principal programa da Ilha do Combu? Comer. Barcos de pequeno porte saem da Praça Princesa Isabel e te deixam num dos restaurantes da ilha. Você passa o dia por lá, toma banho de rio e dá um oi para a Amazônia. E depois é só pegar o barco para Belém, com condições de terminar o dia na Estação das Docas ou em algum dos bares da cidade.
Veja também: Ilha do Combu e a Amazônia vizinha de Belém
Culinária e restaurantes
A comida é uma atração por si só. Marcada por ingredientes amazônicos, a culinária do Pará é bem diferente do que estamos acostumados. Há a influência colonial, claro, com pratos típicos portugueses, mas esses pratos se misturam com os sabores indígenas e formam algo único. Prove o tucupi, o tacacá e o jambu. Para te ajudar nisso, veja esse texto em que listei alguns dos melhores restaurantes da cidade.
Ilha do Mosqueiro
Você precisará de um dia inteiro para fazer o bate-volta mais tradicional de Belém: visitar a Ilha do Mosqueiro, que na realidade é um distrito da cidade. Lá você vai encontrar praias fluviais, com rios que mais parecem mar e servem até para praticar esportes náuticos. Há também casarões históricos, da época da borracha, quando os ricaços de Belém passaram a fazer do Mosqueiro a casa de final de semana. A ilha fica lotada nas férias e feriados.
Veja também: Ilha do Mosqueiro, praias pertinho de Belém
Ver-o-Rio
Outra área revitalizada recentemente, o Complexo do Ver-o-Rio é um calçadão de frente para a baía do Guajará. Lá você vai encontrar barraquinhas de comidas típicas, uma vista linda e áreas de lazer. Eu só passei em frente ao Ver-o-Rio e a visita mesmo ficou para outra ocasião – se você for lá durante sua viagem ou for morador de Belém, conte pra gente como é a experiência.
Icoaraci
Cerca de 20 quilômetros separam o centro de Belém de Icoaraci, um dos distritos da cidade e outro bate-volta tradicional de quem deixa os arranha-céus do centro em troca das praias fluviais que ficam ao redor de Belém. Mas a a importância de Icoaraci vem do artesanato – ali são feitas réplicas em cerâmica de vasos e outros objetos dos índios que habitavam a região, em especial da cultura marajoara.
O quiosque da Feira de Artesanato de Paracuri, na orla de Icoaraci, é o melhor lugar para comprar um presentinho, mas também é possível fazer isso nas várias lojas de artesãos, em ruas ao redor. Há alguns restaurantes perto do quiosque de artesanato.
Ilha do Marajó, Algodoal e Alter do Chão
Tem mais tempo? Então use Belém como base para conhecer outros cantos incríveis do Pará. Eu, que fiquei uma semana inteira na região, aproveitei para conhecer a Ilha do Marajó, numa viagem de 3 horas de barco a partir de Belém. Praias fluviais, mangues incríveis e o maior rebanho de búfalos do Brasil são as atrações que você encontrará lá.
Dois lugares que eu ainda não conheci, mas que são recomendadíssimos, são Algodoal e Alter do Chão – a forma mais fácil de chegar no último é de avião, pegando um voo para Santarém. Também dá para ir de barco, mas a viagem é longa.
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Por: 360meridianos
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