Viajantes brasileiros não precisam de visto para entrar na maioria dos países da Europa – pelo menos se a viagem for de turismo. Mas a dispensa de visto não significa que você terá entrada garantida no Velho Continente. Assim que desembarcar em solo europeu, você passará pelos agentes de imigração. Eles decidirão se você pode entrar ou não. Para não ter problemas, é bom anotar e providenciar com antecedência os documentos para viajar para Europa.
A União Europeia
Antes, é bom entender a diferença entre três conceitos: Europa, União Europeia e o Acordo de Schengen. Nem todo país da Europa faz parte da União Europeia. Por exemplo, a Suíça nunca assinou a entrada na UE. E a Inglaterra determinou, em votação popular, que sairá em breve da organização. Mas e daí? Bem, a questão é que todos os países da UE dispensam o visto de brasileiros a turismo, mas nem todos os países da Europa são da UE.
Além disso, alguns países que não fazem parte da organização, como Rússia, Noruega, Islândia e a própria Suíça, também não exigem visto de brasileiros. Em todo caso, a dica importante é: vai viajar para a Europa? Se você vai passar apenas por países da União Europeia, não precisará de visto. Se o país não for parte da organização, então é necessário verificar se há exigência de visto prévio ou não. A Moldávia é um dos poucos que exigem o visto.
Os países membros da União Européia são Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Checa, Romênia, Suécia e, claro, o Reino Unido, que está de saída.
Praga, República Checa
O Tratado de Schengen
Há também um acordo anterior, de 1985, chamado Tratado de Schengen. Esse tratado rege a circulação de pessoas nos países membros. A Suíça é novamente um exemplo: embora não faça parte da UE, é signatária do Tratado de Schengen. Isso significa que qualquer voo para lá partindo de outros países do tratado – França, Espanha e Itália, por exemplo, é considerado doméstico. Se você entrar na Europa em Madrid e de lá pegar um voo para a Suíça, esse segundo voo será doméstico e você passará pela imigração apenas na Espanha.
A situação é inversa com o Reino Unido, que até o momento não saiu da União Europeia, mas que nunca assinou o Tratado de Schengen. É por isso que você passará pela imigração caso vá de Paris para Londres, por exemplo. As regras de entrada na Irlanda e no Reino Unido são feitas por legislações nacionais, não pelas adotadas por tratados internacionais. Achou complicado? Leia o texto em que explico exatamente onde vai ser sua imigração na Europa.
Além da facilidade de circular pelos países do Tratado, a outra diferença é a obrigatoriedade de ter um seguro de viagem com cobertura de até 30 mil euros para viajar por essas nações. O seguro pode ser cobrado na hora da imigração. Neste texto aqui nós explicamos como achar o seguro com melhor custo/benefício, economizar e atender essa exigência.
Os países que assinaram o Tratado de Schengen são Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia,França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Checa, Suécia e Suíça.
Budapeste, Hungria
Passaporte válido
Comprovantes de hospedagem ou carta-convite
Eles querem saber onde você vai ficar hospedado (e assim ter garantias de que você é um turista, não alguém tentando fazer a vida ilegalmente por lá). Por isso, reserve seus hotéis com antecedência, pela internet mesmo. Imprima e leve com você todos os comprovantes de reserva.
Vai ficar na casa de alguém? Sem problemas, mas nesse caso você precisa ter uma carta-convite, um documento em que seu anfitrião diz que vai te receber. Nós explicamos como fazer a carta-convite em outro texto. Importante: não descuide dessa regra. A carta-convite é frequentemente exigida na imigração de vários países.
Amsterdam
Comprovantes financeiros e valor mínimo necessário
O valor mínimo varia de país para país, até porque o custo de vida muda muito também – a Suíça é muito mais cara que Portugal, só para dar um exemplo. Mas, em geral, para entrar na Europa é preciso comprovar ter pelo menos 65 euros para gastar por dia de viagem (e por pessoa). E, mesmo que sua estadia seja curta, de três ou quatro dias, ainda assim você precisa comprovar que tem pelo menos 600 euros.
Note que você não precisa gastar isso de fato. E pode ser até que gaste muito mais. O importante é comprovar ter esse dinheiro, seja com saldo em conta bancária, cartão de crédito ou dinheiro em espécie. Converse com seu gerente sobre o assunto antes de viajar e peça comprovações específicas para esse caso. Aproveitando, não se esqueça de liberar o uso de seus cartões no exterior. Você pode fazer isso em qualquer caixa eletrônico – alguns bancos permitem que seja feito até pela internet.
Dica final, de algo que aprendi na prática: sempre leve uma boa quantidade de dinheiro em espécie. Não precisa ser tudo, até por questões de segurança, mas ter algum dinheiro com você, não apenas cartões, pode ser exigido na imigração, mesmo que essa regra não esteja escrita em lugar nenhum. Aconteceu comigo.
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Passagens de ida e volta
Eles querem ter garantias de que você vai voltar para casa depois de gastar seus suados euros na Europa. Portanto, imprima todos os seus comprovantes de passagens e leve com você.
Seguro viagem Europa
Como expliquei acima, esse é um item obrigatório em muitos países. E não pode ser qualquer seguro: a cobertura tem que ser ampla, de até 30 mil euros. Várias seguradoras trabalham com produtos específicos para o Tratado de Schengen.
Veja também: Seguro viagem Europa: qual contratar?
Preciso ter o comprovante de vacina contra febre amarela?
Para a maior parte dos países a resposta é não. Veja nessa lista, da Organização Mundial de Saúde. Entretanto, se você pretende viajar com mais frequência, é uma boa ideia tomar essa vacina e pegar o Comprovante de Vacinação Internacional, fornecido pela Anvisa. Ele é válido por 10 anos.
Veja também: Como tirar o comprovante internacional de vacina contra febre amarela
Documentos para viajar para Europa: a hora da imigração
Separe todos os documentos numa pastinha e leve na bagagem de mão, pois você só terá contato com a bagagem despachada depois de passar pela imigração. Só retire os documentos da pasta se o oficial te pedir isso. O mais provável é que não te peçam nada.
Fique tranquilo e lembre-se que não há a menor intenção de barrar a entrada de turistas, afinal viajantes gastam dinheiro. A imigração está ali para controlar a entrada de gente que pretende viver ilegalmente na Europa ou que possa ser considerada perigosa.
E, muito importante, jamais minta. Nunca. Se você vai ficar num hotel, diga isso. Se vai ficar na casa de alguém, informe isso (e leve a carta-convite). A profissão de um funcionário da imigração é controlar a entrada de pessoas e descobrir quem não está falando a verdade. Mentir pode trazer problemas muitos maiores que uma simples negativa de entrada no continente.
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Por: 360meridianos
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