Um castelo que foi tão odiado pela população da cidade que chegou até a fazer uma petição para demolir a construção, um símbolo da tirania, hoje é um dos símbolos de Milão e amado pela população. O Castelo Sfozesco é hoje um combinado de museus temáticos da cidade, com obras de Leonardo da Vinci e Michelangelo inclusive, entrada bem baratinha e bem próximo das atrações do centro histórico: basta seguir a elegante Via Dante para dar de cara com a enorme construção.
O nome Sforzesco vem da família Sforza, uma dinastia italiana poderosa que governou boa parte do território italiano durante a época do Renascimento e cujo ducado era em Milão. Eles eram famosos tanto por serem bastante truculentos no seu modo de governar, quanto pelo apreço pelas artes: tanto que foram patronos de Leonardo da Vinci. Não foram eles, porém, que iniciaram a construção do castelo em Milão. Foi a dinastia anterior, os Visconti, quem encomendou uma fortificação, por volta de 1370, nas muralhas da cidade, o tal castelo, de forma quadrada e com quatro torres em cada ponta, tornou-se residência da família.
A história do Castelo Sforzesco
Os Sforza entraram em cena porque Francisco era casado com Bianca Maria, filha ilegítima do último Visconti que restava, Filippo Maria. Ela acabou sendo legitimada pelo então Emperador Sigismundo. Com a morte de Filippo, a população da cidade instaurou uma República, que Francisco Sforza acabou suprimindo. E a partir daí, ele dominou as terras e o castelo e começou as mudanças e ampliações na construção. Seus descendentes contribuíram bastante para a expansão da propriedade e também sua rica decoração, com pinturas e obras de artistas italianos importantes na época.
Porém, como guerra nessa época era o padrão na Europa, os constantes conflitos com tropas espanholas, francesas, germânicas foram destruindo o castelo Sforzesco. Ainda mais porque cada novo povo que dominava a cidade, contribuía ainda mais para o castelo ser mais utilizado como uma fortificação militar do que residência. E assim foi até o tempo da dominação de Napoleão, quando rolou uma petição pública para a demolição do castelo em Milão e a decisão foi pela destruição do local, mas com a confusão de conflitos e poderes da época, só uma parte foi destruída.
Por fim, decidiu-se pela recuperação do espaço para fins artísticos e culturais e em 1893 começaram as obras de restauro. Foi estudada exatamente como era o Castelo Sforzesco nos seus templos de glória com a família Sforza e os edifícios que não pertenciam a esse período foram demolidos, pinturas foram restauradas, afrescos e detalhes de decoração reconstituídos. Também surgiu nessa época o projeto para o Parque Sempione, um jardim de 47 hectares que foi desenhado na parte de trás do castelo.
Visita aos museus do Castelo Sforzesco em Milão
Hoje, a visita ao Castelo Sforzesco custa 5 euros (3 euros para estudantes, idosos, etc) inclui a entrada em mais de 10 coleções diferentes, os museus cívicos. Também dá para não entrar em nenhum dos museus e visitar gratuitamente toda a área externa dentro das grandes muralhas, com a vista dos jardins e os pátios.
Tenha em vista que para visitar todos os museus levaria quase um dia inteiro, então você pode escolher aqueles que te interessarem mais, o que foi o meu caso:
No piso térreo fica o imperdível Museu de Arte Antiga. É a coleção mais importante do castelo, que combina obras de arte do início da era cristã até o século 16. Mas, o grande destaque desse museu são os salões e alas com afrescos recuperados, entre elas a Sala delle Asse, que foi pintada por Da Vinci (e infelizmente estava fechada para reforma quando visitei, em outubro de 2016), além tapeçarias, esculturas, pinturas, móveis e armas.
Ainda no terreo, fica uma galeria que costumava ser parte do Museu de Arte Antiga mas recentemente ganhou um espaço separado na ala do antigo Hospital Espanhol: é a Pietà Rondanini, de Michelangelo. Essa foi a última obra do famoso escultor, que permanece inacabada em mármore. A primeira Pietà de Michelangelo é uma de suas obras mais famosas, aquela de Jesus morto nos braços da Virgem Maria e que fica na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A peça que o artista começou a trabalhar nos seus últimos anos de vida, também representariam a mesma figura da mãe segurando o filho morto, ao mesmo tempo, que parece que é Jesus quem segura Maria.
No subsolo fica o Museu Arqueológico, dividido entre as alas da Pré-História e Proto-História – que traça uma linha do tempo das primeiras habitações nessa região no período Neolítico, passando pela Idade do Bronze, início da Idade do Ferro e um pouco das colonizações celtas e romanas. Não é uma coleção grande, mas tem muitos objetos desses períodos. A outra ala é a Egípcia, que também é pequena, mas bastante informativa e com muitas esculturas, alguns sarcófagos e múmias e até mesmo um fragmento do Livro dos Mortos.
Eu não visitei os outros museus por conta do tempo, mas claro, segue uma breve descrição. No primeiro andar fica a Pinacoteca, onde encontram-se pinturas de meados do século 15 até o século 20. E também afrescos pintados de igrejas e palácios que foram recuperados depois da guerra. Ainda nesse andar fica o Museu dos Móveis e Esculturas de Madeira, que reúne seis séculos de peças de decoração de igrejas, palácios, salas de estudo, em diferentes estilos. Ainda nesse piso ficam os museus dedicados aos Instrumentos Musicais e também às Artes Decorativas (esse museu ocupa também o segundo piso do castelo).
Serviço
O Castelo abre todos os dias, das 7h às 18h. A entrada nos museus é de terça a domingo, das 9h às 17h30. Os museus também fecham nos feriados.
A entrada na área dos museus custa 5 euros. Porém, é possível entrar gratuitamente todas as terças-feiras, a partir das 14h; de quarta a domingo uma hora antes do fechamento e no primeiro domingo de cada mês.
Confirme todas as informações antes da sua visita no site oficial.
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