Algumas cidades te surpreendem numa viagem – e esse foi o caso de Toulouse para mim. O município conhecido como Cidade Rosa ou, em francês, La Ville Rose, por conta dos predinhos de tijolinhos, fica perto das Montanhas dos Pirineus e do Mar Mediterrâneo. E não apenas é de uma beleza de tirar o fôlego, como também tem diversas atividades interessantíssimas. Recomendo fortemente não só que você coloque Toulouse no seu roteiro pela França, mas que também dedique pelo menos três dias a explorar a quarta maior cidade do país – eu fiquei uma semana!
Neste texto eu faço um guia completo do que fazer em Toulouse, incluindo um roteiro com pontos turísticos, onde comer e como se locomover – será que o Toulouse Pass Tourisme vale a pena? Também falarei de onde se hospedar e darei ideias de bate-volta nos arredores
5 curiosidades sobre La Ville Rose
- Embora o tom avermelhado dos prédios tenha dado o apelido à cidade, é ao azul a quem ela deve sua pompa e beleza. Tudo por causa de uma planta chamada pastel – tem mais a ver com os tons pasteis do que com salgado brasileiro. É que a tintura azul pode ser extraída das folhas esmagadas dessa planta. Era usada por gregos, romanos e vikings, mas foi na Idade Média que ganhou grandes proporções comerciais. Essa região da França era um dos polos de produção. Os comerciantes de pastel enriqueceram enormemente e ergueram belas mansões na cidade, que até hoje estão por lá, agora sendo usadas como museus, centros culturais, escritórios e residências. Derivados do pastel, de echarpes coloridas a cremes hidratantes, são encontrados em lojas de Toulouse.
- Toulouse foi um dos centros de uma cruzada medieval de cristãos contra cristãos. É que por ali havia um forte movimento do catarismo, uma corrente cristã que era contra a corrupção moral, espiritual e política da Igreja e a favor de uma fé sem acúmulo de riquezas e vendas de espaços no céu. Toulouse era um feudo independente do Rei da França e o Papa incitou uma cruzada que levou a França do norte contra o sul. A guerra terminou com o massacre dos cátaros, e a fundação, em Toulouse, da poderosa ordem Dominicana e da Inquisição, e o fim da independência do feudo, que passou para o domínio do Rei Felipe II.
- O Canal do Midi, que corta Toulouse, é o mais antigo canal marítimo ainda em funcionamento na Europa. Ele foi projetado no século 17, com o objetivo de ligar o Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo através do Rio Garonne, e assim garantir o comércio e o transporte de pessoas sem ter que contornar a península ibérica. Ao longo do percurso, fundado em 1681, existem 350 obras de arte. Desde 1996, o canal é considerado Patrimônio da Humanidade. Além disso, no verão, é possível alugar um barco – mesmo que você não tenha uma carteira – e navegar entre as cidades cortadas pelo canal.
- As violetas são a flor símbolo de Toulouse e lá você encontra diversas lojas que vendem todos os produtos imagináveis com violeta: doces, licores, chás, etc. O cultivo das flores, que são típicas do inverno, vem de 1854 graças a Napoleão III, que trouxe a flor de Parma. Hoje, o local mais famoso para ver e comprar as flores é um barco-loja que fica estacionado no Canal, chamado La Maison de la Violette.
- Há um ditado do século 16 que garante: “Paris para ver, Lyon para ter, Bordeaux para gastar e Toulouse para aprender”. A cidade é a capital europeia da aeronáutica. Por conta da localização estratégica, foram criadas fábricas de avião durante a Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra, esse cenário permitiu que saíssem dali os voos da Aeropostale, que criou as primeiras rotas transatlânticas do mundo e que tinha como piloto Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe. Essa companhia acabou se tornando a Air France. Desde 1970, a cidade é sede da Airbus.
Como se locomover em Toulouse
Como chegar e partir da estação de trem ou aeroporto
A estação central, onde chegam os trens e ônibus, chamada Toulouse Matabiau, fica bem perto do centro e também conta com uma parada de metrô. Logo, se você chegar em Toulouse por ali, pode tanto ir andando para seu hotel (foi o que eu fiz), pegar um metrô ou ainda seguir de Uber (uma corrida de 1,2km sai por volta de 6 euros).
Já o aeroporto Toulouse Blagnac é conectado à cidade pela linha T2 do Tram, que chega na estação de metrô Arenes em 20 minutos. Para usar esse transporte, vale o bilhete comum da cidade, de €1,70. Já para quem prefere pegar um ônibus shuttle, que chega mais rápido ao centro, tenha em mente que custa oito euros.
Para quem pretende alugar carro na passagem por Toulouse, é no aeroporto que se concentra a maioria das locadoras. Minha recomendação é que você reserve com bastante antecedência, porque sai bem mais barato do que pegar lá na hora – experiência própria! Dê uma olhada nas opções da RentCars, que costuma ter bons preços. Além disso, não deixe de conferir quais condições de estacionamento seu hotel oferece e, se não, qual a opção de estacionamento por perto: uma noite numa garagem custa cerca de 16 euros.
Como se locomover na cidade
O centro histórico de Toulouse é fácil de andar a pé, tudo é plano e as distâncias são curtas. Logo, se você só for ficar um dia na cidade, seu pés provavelmente serão suficientes. Para quem curte, a bicicleta também é um meio de transporte recomendado: há várias ciclovias para passear pelo Canal du Midi e arredores e um sistema de aluguel de bicicletas em diversos terminais da cidade, chamado Vélô Toulouse.
Apesar do carro ser sim necessário para quem quer explorar as vilas nos arredores de Toulouse (mais sobre isso num dos tópicos abaixo) recomendo evitar usá-lo no centro da cidade. Até porque o transporte público atende bem. Infelizmente, o Google Maps não é de grande ajuda para descobrir os trajetos usando transporte público em Toulouse e para isso eu recomendo que você baixe o app ou consulte o site da Tisseo, que te conta exatamente como chegar nos lugares.
O bilhete único para todos os transportes custa €1,70. Também é possível comprar um conjunto de 10 bilhetes por €13,70. Ou ainda, e o que me parece a melhor opção, o passe ilimitado válido para 3 dias, por 12.20 €. Ele está incluído no pacote do passe de turismo de Toulouse.
O Toulouse Pass Tourisme vale a pena?
Como em diversas cidades do mundo, em Toulouse há a opção de comprar um passe de turismo que inclui a entrada em várias atrações, um bilhete para uso do transporte público ilimitado e descontos em atividades. O Pass Tourisme é vendido pela internet ou no Escritório de Turismo que fica em frente ao metrô Capitole.
Para descobrir se o passe vale ou não a pena para você, é preciso saber exatamente o que deseja visitar e pensar se o valor se justifica. Para fazer a conta, vou me basear no roteiro abaixo, que foi o meu:
Para começar, o Pass Tourisme custa 35 euros para 3 dias, 28 euros para 48 horas e 18 euros para 1 dia.
Inclui transporte público ilimitado. Além disso, tem a entrada em todos os museus da cidade, dá direito a uma visita guiada e descontos nas atrações grandonas, como 15% no Cite Le Espace e 10% no Aeroscopia + Fábrica da Airbus.
Se a gente fizer a conta, só com o transporte público e a entrada em três museus que eu sugiro no roteiro, (passe €12,20 + Quai des Savoirs €7 + Fondation Bemberg €8 + Couvent des Jacobins €5 = €32,20), o passe já vale a pena. E se você pretende entrar em outros museus, como o Musée des Augustins ou Les Abattoirs, o Pass Tourisme se torna ainda mais interessante.
O que fazer em Toulouse, França: roteiro de 3 dias
Dia 1
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Praça do Capitólio
A Praça do Capitólio é o centro de Toulouse. O prédio do Capitólio, com uma bela fachada Neoclássica, hoje é usado pela prefeitura e pela Ópera Municipal. É possível entrar gratuitamente, das 8h30 às 19h, (fechado no sábado) – mas eles fecham em função de eventos. Lá dentro, há salas com pinturas e afrescos e uma galeria dos espelhos, tal como em Versailles.
Na praça em frente ao prédio tem no chão, em dourado, o símbolo da região da Occitânia em dourado está encravado no chão, junto com círculos com gravuras de cada signo do zodíaco. Reza a lenda que você deve subir no círculo do seu signo e fazer um pedido.
Na galeria que circunda a praça, o mesmo artista que fez o símbolo no chão, pintou o teto com a história de Toulouse. Você sabia que Carlos Gardel, o cantor de Tango argentino na verdade nasceu lá?
Uma dica interessante para aprender mais sobre a cidade é fazer um passeio guiado. O turismo de Toulouse oferece passeios guiados (em francês, inglês ou espanhol) que estão incluídos no Pass Tourisme. É preciso reservar com antecedência. Se você preferir um tour mais privado, recomendo a guia do escritório de turismo, que me guiou por 4 horas pela cidade e que foi a fonte de 70% do que estou escrevendo sobre Toulouse. O nome é Elena Bourdaries, ela fala francês, inglês e espanhol. O contato dela é elena.bourdaries@gmail.com
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Marche Victor Hugo
A parada seguinte é para o mercado mais importante de Toulouse: o Marche Victor Hugo, que fica aberto diariamente das 7h às 13h30. Você vai encontrar mais de 100 tendas de produtores típicos da região por ali, com queijos, embutidos, peixes, frutas, vinhos e tudo o que imaginar. No segundo andar ficam alguns restaurantes.
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Basílica de St Sernin
Para chegar à Basílica de St. Sernin ou São Saturnino, sugiro que você siga pela Rue du Taur faz parte da lenda desse santo: ele foi primeiro bispo de Toulouse e foi perseguido no tempo dos romanos, mais exatamente no século 2, e recusando-se a abandonar sua fé em cristo, foi amarrado a um touro e puxado pela cidade. A rua onde ele morreu é a rua do Touro e foi construída uma igreja no local da morte.
Já as relíquias do santo estão dentro da Basílica, que na Idade Média era um importante ponto de acolhimento dos peregrinos do Caminho de Santiago. Não é atoa que é a maior igreja romanesca do mundo, construída em 1120. Logo na entrada da igreja, você se depara com a escultura de dois pés e até hoje, lá é um local onde você pode ganhar um carimbo no seu passaporte de caminhante.
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Convento dos Jacobinos
O Convento dos Jacobinos é um bom exemplo do estilo gótico toulousiano. Feito inteiramente de tijolos, não tem aquelas abóbodas clássicas e tem pouca decoração do lado de fora do templo. Por dentro, o espaço amplo também foge um pouco da arquitetura tradicional das igrejas: há colunas no centro da nave e a posição do altar é meio incomum. Isso porque essa igreja, construída em 1230, foi pensada como um ambiente austero e um espaço para que as pessoas pudessem conversar: era o momento da cruzada com os cátaros e a igreja católica queria doutrinar seus fieis contra essa visão.
Como foi nessa igreja que surgiu a ordem dominicana e a inquisição, foi para lá que foi enviada uma das relíquias de São Tomás de Aquino, cujo crânio que esta lá, abaixo do altar. Na nave da igreja, observe a última coluna, conhecida como “o coqueiro”, por conta da quantidade de arcos que se apoiam nela.
Para entrar no claustro é preciso pagar (está incluída no Pass Tourisme): ali, um jardim se abre entre arcos de abóbodas, circundado por uma bela capela com afrescos, um espaço que servia para refeições na época do mosteiro e algumas outras áreas de convívio.
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Banco do Rio Garonne
Siga em direção ao Quai de La Daurade e faça uma caminhada a beira do Rio Garonne em direção à Pont Neuf. O rio Garonne nasce nos Pirineus e corre forte em Toulouse, tão forte que volta e meia causa grandes enchentes. É por isso que a Pont Neuf, ou ponte nova – mas é a mais antiga da cidade, tem uma construção diferente: grandes buracos entre os arcos de pedra, desenhados para que a água possa passar sem destruí-la, no caso de uma cheia. Repare também a escultura vermelha de um menino sentado serenamente observando o rio entre um desses vãos.
Do outro lado do Rio, você avista o antigo Hospital Saint Jaques, que no passado também serviu a recepção de peregrinos do Caminho de Santiago e hoje funciona como museu. Também está lá o Dôme de La Grave, um dos monumentos mais fotografados de Toulouse, que é também é um hospital, ainda em funcionamento (desde a idade média).
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Hôtel d’Assézat / Fundação Bemberg
Voltando ao centro, siga pela Rua de Metz até chegar ao Hôtel Assezat, o prédio do período da renascença que foi construído por um riquíssimo mercador de pastel, Pierre d’Assezat. Você pode entrar gratuitamente no pátio da mansão, mas também é possível ver o prédio por dentro, uma vez que ali funciona o museu da Fundação Bemberg.
Segundo a Elena, minha guia, esse é o melhor museu da cidade. Tem uma coleção de arte com obras da renascença ao impressionismo. Para os interessados, a entrada custa 7 euros e está incluída no Pass Tourisme. O Museu abre de terça a domingo, de 10h a 12h30 e 13h30 às 18h (até 20h30 na quinta).
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Ruas e praças do centro
Minha sugestão agora é uma caminhada sem rumo pelas ruelas do centro e suas encantadoras lojinhas e cafés. Algumas sugestões de praças e ruas para espiar: Place de La Biyrsem, Rue Saint Rome, Rue des Changes, Rue des Puits Clos, Rue Baour Lormian e Rue des Tourneurs.
Eventualmente, nessas caminhadas, você vai acabar cruzando com o Museu dos Agostinhos, um dos grandes museus da cidade, focado em belas artes. Eu recomendo verificar, caso tenha interesse de entrar, se ainda está em obras.
Do museu, siga pela Rue des Arts até a Praça St. George, uma praça agradável da cidade. De lá, você pode seguir até a Place Wilson, no centro há uma grande fonte com a estátua de um poeta famoso no século 17, Pierre Godolin. Ali também está um carrossel, que se ilumina a noite.
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Pôr do sol no alto da Galeria Lafayette
Para terminar o dia, se não estiver chovendo, próximo da hora do pôr do sol, sugiro que você vá até a Galeria Lafayette, evite olhar para os lados na loja, vá direto ao elevador e suba até o último andar. Cruze o restaurante até o terraço, onde funciona um bar ao ar livre com uma vista panorâmica de Toulouse. Sugiro que você pegue um dos lugares a beira do terraço e curta uma taça de rosé enquanto o sol se põe.
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Jantar tradicional
Para terminar o dia, sugiro um lugar barato e típico para jantar. Dependendo da época, pode ser necessário reservar uma mesa. O Aligot Bar, serve como o nome diz, aligot: um purê de batatas com tanto queijo que fica bem elástico. O prato é servido com a tradicional linguiça de Toulouse. Eles também servem cassoulet.
Se você preferir algo mais refinado, há alguns endereços com estrela Michelin em Toulouse que servem vários pratos tradicionais com assinatura de chefs importantes: o Chez Emile (tem um menu de 22 euros) ou o Le Bibent. É imprescindível reservar com antecedência. Nos links para os sites você pode conferir os menus e preços.
Dia 2
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Halle de la Machine
Inaugurado em novembro de 2018, o Halle de La Machine é um espaço onde sonhos e máquinas se encontram formando robôs de madeira de figuras mitológicas, instrumentos musicais fora do comum, um espaço de descobrimento e encantamento. O Halle é uma iniciativa da Companhia La Machine, fundada pelo artista visionário François Delaroziere: eles fazem apresentações de rua grandiosas em Nantes, Paris, Liverpool… até na China.
No espaço do Halle de La Machine, em Toulouse, você pode ver de perto, num grande galpão, duas enormes aranhas já usadas em outros espetáculos e também pode interagir com outras criações da companhia, com a explicação dos “Le Veritable Machinistes”, que promovem espetáculos de sons, fogo e muito mais. A Suzane, que nos guiou no dia, é filha de portugueses e fala nossa língua.
Mas o ponto alto da visita é ver o “Guardião do Templo”, um Minotauro de 14 metros de altura e 57 toneladas, circular pela Pista dos Gigantes: a pista que anos atrás foi usada para voos transatlânticos pioneiros. O Mintauro faz o trajeto algumas vezes ao dia, a cada 45 minutos. É possível fazer o passeio nas costas do minotauro. É impressindível reservar com antecedência: a entrada mais o passeio no lombo do touro robô custa 16 euros.
Somente a entrada no Hall custa 9 euros, e para quem só quer ver a caminhada do minotauro é de graça. Na minha opinião, por mais que a experiência de andar lá no alto do minotauro seja legal, eu gostei bem mais de caminhar ao lado do gigante e reparar os detalhes de cada movimento.
Para chegar no Hall, o mais fácil é ir de ônibus. Cheque no app Tisseo qual é a linha que passa mais perto do seu hotel. Os ônibus 8, 27, 80 e 23 param lá pertinho. Também dá para ir de bicicleta, seguindo pelo Canal do Midi.
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Cite Le Espace
Cite Le Espace é uma atração que leva os visitantes para o espaço. Ou o mais perto que você pode chegar do espaço sem pegar um foguete: apesar de que, por lá, é possível ver um modelo em tamanho real de uma nave espacial europeia, a Ariadne 5, além de poder entrar uma estação MIR que foi usada pelos soviéticos nos anos 80 e ver de perto diversos satélites e peças usadas nas viagens para o espaço.
Além disso, o complexo do Cite Le Espace também conta com um planetário e um cinema IMAX com projeções ao longo do dia e três andares de exposição, que vão da celebração do primeiro voo à lua no subsolo, passa pelas viagens espaciais, a história do nosso planeta e muita coisa sobre o sistema solar.
Na exposição você pode ver uma pedra que veio da lua e seguir diversas explicações divertidas e interativas sobre o universo e tudo mais.
O ideal é dedicar um dia todo para visitar o complexo do Cite Le Espace. Mas, como o tempo é pouco, em cerca de 3 h, dá para fazer um giro geral. A entrada é um pouco salgada: a partir de €21 para adultos. Leve em conta que inclui não só a exposição e os jardins mas também os shows programados ao longo do dia, entrar numa capsula Soyuz e acesso ao planetário e IMAX. Confira os horários programados dos shows e filmes para organizar sua visita. Talvez valha a pena ir primeiro a Cite e depois seguir para o Halle de la Machine.
São apenas 3,5 km entre o Halle e a Cite. Você pode optar por fazer esse trajeto de Uber – sai entre 8 e 11 euros – ou seguir com o ônibus 23 ou L8 (veja como fazer o trajeto no Tisseo).
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Tapas no fim do dia
Depois de um dia tão cheio de atrações, minha sugestão para terminar o dia é seguir para um lugar bastante movimentado da vida noturna de Toulouse. Tanto a Place St. Pierre quanto do outro lado do rio, em St Cyprien, há diversos bares que seguem a tradição bastante espanhola de servir tapas, acompanhando vinho ou cerveja, muito popular entre os estudantes da universidade de Toulouse.
Eu estive no Vasco Le Gamma e gostei do ambiente descontraído, da comida e dos preços.
Dia 3
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Museu Aeroscopia e Fábrica da Airbus
Comece o dia visitando o grande centro da avião europeia em Toulouse. O Museu Aeroscopia é onde você não só aprende bastante sobre a história da aviação do mundo, mas pode ver bem de pertinho e até entrar em vários modelos de aviões diferentes, incluindo o famoso Concorde, aquele avião supersônico que voou entre os anos 1970 e o início dos anos 2000. O Concorde era capaz de fazer um voo entre Paris e Rio, com uma parada em Dakar, em apenas 3 horas! E no museu há dois modelos para ver de pertinho e por dentro. Também tem Airbus, um avião cargo que lembra uma baleia, aviões alemães da Segunda Guerra Mundial, jatos militares de hoje, simuladores de voo, etc.
Já a visita a fábrica da Airbus é uma parte extra. O tour guiado é bastante informativo. Você começa com uma apresentação onde eles contam um pouco sobre o trabalho que é feito lá e mostram o voo como foi a experiencia dos pilotos no voo inaugural do A380, o maior avião comercial do mundo, com capacidade para mais de 500 passageiros.
Depois, os visitantes pegam um ônibus e entram na fábrica, passeamos pela pista com os aviões que estão sendo finalizados para a entrega das cias aéreas e vamos de perto a linha de produção do A380.
A visita ao Museu Aeroscopia custa 12,50 euros. Vale a pena, se puder, fazer a visita guiada, por 3,50 euros extras. Já a entrada para a Fábrica da Airbus sai por 15,50. Se você quiser combinar as duas visitas, o valor fica 24 euros. O Pass Tourisme dá desconto de 10% nas entrada. É necessário reservar com antecedência a visita à Fábrica, que tem hora marcada e exige que você leve seu passaporte.
Para chegar lá de transporte público é um pouco chato. Você tem que pegar o T1 e a viagem leva meia hora: desça no ponto final, Aéroconstellation. Depois, ainda é preciso caminhar cerca de 1 km até a entrada do Museu. Existe a opção
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Hamburguer de Pato
Na volta, uma sugestão de almoço diferentão. Pegue o metrô em Arenes, desça no Capitólio e caminhe até o Duck Me. Ali eles servem diversas opções de deliciosos hamburgueres feitos com carne de pato. Eu provei o hamburguer da casa, mas fiquei com vontade de provar as outras opções.
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Quai de Savoirs
Minha sugestão para a tarde é visitar o Quai des Savoirs, um centro cultural que abria exposições diferentonas relacionadas à ciências. Até setembro de 2019, lá estará a Luminopolis, um escape room onde você tem que descobrir enigmas relacionados à luz. Além do cenário completamente lindo, a experiência é muito divertida. São 60 minutos para você completar as tarefas e sair da cidade das Luzes. O passeio está incluído no Pass Tourisme.
Nos arredores, ficam os Jardins des Plantes, que são bastante bonitos e também o Museu de Toulouse, que é focado em ciências, eu visitei e confesso que não gostei muito não.
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Canal do Midi, St. Etienne e Carmes
Para terminar, é hora de caminhar um pouco mais pela cidade. Siga para o Canal do Midi, caminhe na beira do canal até a catedral de St. Etienne e depois se perca nas ruelas mais antigas de Toulouse, pelo bairro de Carmes. Ali são diversas ruas estreitas, prédios interessantes e pracinhas movimentadas de bares e cafés.
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Jantar: Cassoulet
Para se despedir de Toulouse, que tal jantar um dos pratos mais tradicionais da região: o Cassoulet. É uma feijoada com feijão branco, com linguiça e confit de pato. O restaurante mais tradicional da cidade, segundo minha pesquisa, é o Le Colombier. Porém, é preciso reservar com semanas de antecedência. Outra indicação de um cassoulet excelente é o Le Genty Magre.
Eu acabei indo com a minha amiga no La Cave au Cassoulet, que fica numa cave bem intimista e tem preços amigáveis. Também é preciso reservar mesa, mas é possível fazer de um dia para o outro.
Bate-voltas a partir de Toulouse ou cidades nos arredores
Se você tem mais dias por Toulouse e arredores, vale a pena alugar um carro e explorar a Occitânia. A combinação mais comum é Carcassonne, e sua fortaleza medieval, que está a apenas 50 minutos de distância e é conectada por ônibus e por trem.
Também vale a pena ir para Albi, com um centro histórico muito lindo e uma catedral tão grandiosa que surpreende. Albi também é a cidade do pintor impressionista Toulouse Lautrec, e lá tem um grande museu dedicado à vista do artista.
Os Pirineus são atingíveis com uma viagem de carro de 1h30. Para quem quer esquiar, as estações mais próximas são Le Mourtis e Ax 3 Domaines. Também dá só para circular entre as vilas nas montanhas. Eu e minha amiga fomos para Le Mourtis e depois seguimos meio sem rumo, passando por Boutx, Saint Beat e Les, na Espanha.
Eu não cheguei a conhecer, mas nessa região, Rocamandour, Cahors, Lourdes e Auch também valem a pena colocar num roteiro de viagem.
Onde ficar em Toulouse: dicas de hotéis
Toulouse é uma cidade de fácil locomoção, o que faz com que escolher onde ficar seja uma tarefa tranquila. Minha sugestão é que você tente encontrar um hotel na região do centro histórico, por ali ser onde tudo acontece e vai facilitar muito a sua estadia. O ponto mais central é a Praça do Capitólio, que você pode ter como referência.
Eu fiquei 6 noites na cidade e dividi meu tempo entre dois hotéis, que recomendo bastante.
O primeiro foi o Albert 1er, um hotel familiar, que fica num prédio histórico no centro, com quartos muito confortáveis e uma filosofia sustentável. O café da manhã é o grande ponto alto do lugar: todos os produtos ali são típicos da região, tudo bem fresquinho e delicioso. Tem até um mapa indicando de onde vem cada coisa. O Albert é três estrelas, nota 8,8 e tem diárias a partir de 100 euros para o quarto duplo.
Também experimentei o Mercure Centre Saint Georges. Como todo hotel da rede, segue o padrão de qualidade. O atendimento é impecável, o bar do hotel é um bom lugar para tomar um drink e o café da manhã também é show. O ponto alto da minha estadia, porém, foi a vista. Fiquei num quarto enorme no sétimo andar, com uma vista incrível de Toulouse, que tornou os nascer e pôr do sol um espetáculo à parte.
Mesmo quem não fica num quarto com vista tem acesso à paisagem na área da piscina, no terraço. O hotel tem nota 8,6 e diárias a partir de €112.
Veja todas as opções de hotéis no centro de Toulouse
Para quem quer economizar, vale a pena procurar opções do outro lado do rio em St. Cyprien e Patte D’Oie.
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Por: 360meridianos
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