Novidades:
Pesquisando...

Como planejar uma viagem para a Chapada Diamantina

Deve ter alguma coisa na água da Chapada Diamantina que faz com que quem a visite não queira ir embora nunca mais. Ou talvez seja a simpatia das pessoas dali, o clima ao mesmo tempo rústico e cosmopolita (há turistas do mundo inteiro por ali), a comida baiana, o sotaque, a natureza exuberante, a atmosfera mística e, porque não, mágica. Fato é que não importa a quantidade de dias que você separe para essa viagem, você sempre vai sair de lá com aquele amargo gostinho de quero mais.

Localizada em uma área de mais de 1500 quilômetros quadrados que abrigam uma infinidade de grutas, rios, cachoeiras, trilhas, morros, vales, vilarejos, mirantes, paredões e cânions cercados de muito verde, o Parque Nacional da Chapada Diamantina já se consolidou como o principal destino de ecoturismo do país e um dos queridinhos no coração de muita gente. Embora já exista um circuito turístico mais ou menos estabelecido, que envolve as principais cachoeiras e atrações da região, há um sem-fim de lugares a serem explorados pelos mais aventureiros – e uma parte significativa da Chapada sequer foi mapeada ainda.

Quem estiver de carro terá bastante liberdade para explorar a região por conta própria, mas fique atento às trilhas. Nessas horas, não vale a pena economizar o dinheiro do guia. Não são raros os casos de turistas que acabam perdidos na mata, e nem sempre esses casos têm um final feliz. Quem não estiver motorizado nessa viagem pode contar as inúmeras agências de turismo que operam na região, bem como com o serviço de guias independentes. Os passeios ficam em torno de R$200, mas fechando vários deles é possível conseguir um bom desconto. Para o trekking do Vale do Pati, eu contratei a Chapada Adventures Daniel, por indicação da Luísa Ferreira, do Janelas Abertas, e gostei do serviço deles. Contratar os guias diretamente sai mais barato, mas lembre-se de ter por escrito os termos dos passeios, como número de participantes no grupo e a descrição detalhada do serviço. Se quiser um guia independente de confiança, indico os serviços do amigo Rodrigo Marques (contato por telefone ou wpp no número 31 97574-7268).

Onde ficar na Chapada Diamantina

Lençóis, capital da Chapada Diamantina

Lençóis (BA)

Lençóis é a “capital” da Chapada. É ali que fica a maior parte da estrutura turística da região e há bons hotéis e restaurantes excelentes. A cidade é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) devido a seus belos casarões construídos no século 19, herança da época em que o garimpo era o principal motor da economia local. A cidade conta com fácil acesso a diversas cachoeiras e atrações naturais, algumas delas acessíveis a pé, com o Parque da Muritiba. Isso sem falar na atmosfera cosmopolita da região e nas diversas atrações culturais que usam a cidade como palco: destaque para as festas de São João, em junho, e o Festival de Lençóis, em setembro.

O albergue Chapada Hostel, localizado no centrinho da cidade, tem uma avaliação fantástica entre os hóspedes. Com opções de quartos privativos e compartilhados, o local oferece diárias a partir de R$50 por pessoa, assim como o Tropicália Hostel. Hospedagem familiar, com acolhedora e com conforto é o que não falta por ali. Nessa linha, a Casa de Jorge, a Casa Solar Azul e a Cantinho de Lençóis estão entre as favoritas dos viajantes do Booking. Quem prefere algo mais sofisticado, pode dar uma olhada na Pousada Vila Serrano.

Encontrar hotéis em Lençóis

O Vale do Capão, nome carinhoso dado ao município de Caeté-Açu, é o refúgio mais hippie da região. A cidade é minúscula, mas conta com uma boa oferta de hotéis que se espalham por um raio de 10km, alguns deles bem isolados e com vistas deslumbrantes da Chapada. Um exemplo é a Pousada Bella Vista do Capão e a Riachinho Pousada Fazenda.

Encontrar hotéis no Vale do Capão

Cidades como Mucugê (encontrar hotéis) e Andaraí (encontrar hotéis) têm menor oferta de hospedagem e a maior parte do que há é bastante simples. Em Guiné só há uma opção no Booking, o Beco do Guiné.

Como Chegar a Chapada Diamantina

Final da trilha do Vale do Pati - Chapada Diamantina

Final da trilha do Vale do Pati, na Chapada Diamantina, considerada a mais cênica do Brasil

A companhia Real Expresso faz o trajeto de ônibus entre Salvador e Lençóis, com quatro partidas diárias. A viagem dura entre 6h30 e 8h, dependendo das condições da estrada. Quem vai de carro, partindo de Salvador ou do sul, precisa passar por Vitória da Conquista antes de pegar a BA-262 e a BA-142. O Aeroporto de Lençóis (LEC) recebe voos regulares de e para Salvador, operados pela Azul.

Quanto tempo ficar

Pelo menos uma semana. Esse é o tempo que você vai precisar para ver as principais atrações do circuito turístico de Lençóis. Acrescente mais três ou cinco dias se você quiser fazer o trekking do Vale do Pati – há grupos que fazem o circuito com ambas as durações, sendo o mais completo o de cinco dias -, considerado o mais cênico do Brasil. Se quiser também passar por outras bases, como o Vale do Capão ou Mucugê, considere acrescentar mais dois ou três dias. No mais, aceite que você não vai conseguir ver tudo em apenas uma viagem. Visitar a Chapada Diamantina é ter pra sempre aquela vontade de voltar.

Melhor época para visitar

A Chapada Diamantina pode ser visitada durante todo o ano. A alta temporada vai de dezembro a fevereiro, quando as chuvas de verão enchem os leitos dos rios e as cachoeiras. Entre maio e setembro é a época seca – mas você pode pegar tempo nublado e pancadas de chuva esporádicas. Durante as festas de São João, Lençóis fica cheia de turistas de Salvador e de outras partes do país. A festa é linda, mas os hotéis lotam e as diárias aumentam consideravelmente – lembre-se de reservar com antecedência.

O que levar na mochila

Uma bota de trekking impermeável é um excelente investimento para essa viagem. Mas se você não tiver, um bom tênis de caminhada vai servir também. Roupas de trilha – coloque pelo menos uma calça comprida -, uma corta vento ou fleece, porque as temperaturas no inverno podem ficar abaixo dos 15°C, uma mochila pequena para os passeios, capa de chuva, câmera fotográfica, óculos de sol, protetor solar, repelente, roupa de banho e muita disposição para as trilhas que, nas versões mais intensas, podem ultrapassar os 20 quilômetros de caminhada por dia. Mas a recompensa pelo esforço é garantida.

O que fazer em uma primeira viagem à Chapada Diamantina

Sugestão de roteiro de seis dias, usando Lençóis como base:

Dia 1 Morro do Pai Inácio: Uma das vistas mais emblemáticas da região, o Morro do Pai Inácio consta entre os passeios preferidos de muita gente. Se puder, vá num dia claro, de boa visibilidade, para aproveitar a vista, embora as condições climáticas por ali mudem bastante e seja difícil prever como vai estar o céu na hora da sua visita. As agências costumam incluir no pacote uma parada na Gruta da Lapa Doce e a piscina natural da Pratinha com a Gruta Azul.

Dia 2 – Poço Azul e Poço Encantado: Grutas que escondem poços subterrâneos com água azul royal e de uma transparência inimaginável. O fenômeno, causado pela presença de minerais e a incidência da luz do sol ocorre nas duas grutas são bastante similares, mas cada uma apresenta características próprias. No Poço Encantado é proibido nadar, já no Poço Azul a experiência de flutuar em meio àquelas águas é inesquecível.

Dia 3 – Cachoeira do Mosquito e Poço do Diabo: A trilha até a Cachoeira do Mosquito é tranquila. A única dificuldade é subir os lances de escada na volta. Chegando lá, somos recompensados com um banho gelado na cachoeira, cuja queda chega aos 50 metros de altura. O passeio é em geral vendido junto com a visita ao Poço do Diabo.

Dia 4 – Cachoeira da Fumaça: A Cachoeira da Fumaça fica mais próxima ao Capão, e quase sempre dá para fazer uma paradinha por ali para conhecer. É a maior cachoeira do país, com 380 metros de altura. Por isso, a trilha até o topo é puxadinha, mas nada que assuste. São ao todo 12 quilômetros, ida e volta, sendo os primeiros dois quilômetros mais íngremes.

Dia 5 – Lençóis, Parque da Muritiba e Ribeirão do Meio: Para descansar as pernas, passeie pelos casarões históricos de Lençóis e vá subindo a pé até o Parque da Muritiba, que fica dentro da cidade. Lá dentro, visite os poços de água com hidromassagem natural, o Salão de Areias e o Poço Halley. Se ainda tiver pique, vá ao Ribeirão do Meio a tardinha, fica a quatro quilômetros do centro de Lençóis.

Dia 6 – Cachoeira do Buracão: Outra das favoritas da Chapada, a cachoeira do Buracão tem 85 metros de queda e um visual indescritível. A trilha até lá tem apenas 3 quilômetros e o nível de dificuldade é baixo. O trecho final, no qual é preciso nadar ou atravessar agarrado às pedras, pode assustar quem tem pouca experiência. O uso de colete salva-vidas é obrigatório nesse ponto.

Dia 7 – Remanso e Marimbus: Os moradores da vila quilombola de Remanso alugam canoas e te guiam pela região de Marimbus, uma planície alagada que recebeu o apelido de mini-pantanal, uma paisagem completamente diferente de tudo que você na Chapada viu até agora.

Vai fazer o Vale do Pati? Não perca nosso post sobre o tema! (Em breve!)

O post Como planejar uma viagem para a Chapada Diamantina apareceu primeiro em 360meridianos.


Por: 360meridianos

0 comentários:

Postar um comentário