Nem todo mundo se dá conta de que o Porto, em Portugal, é uma cidade praiana. E quem tem mais tempo para explorar a cidade pode aproveitar para conhecer não só a orla, mas também a cidade de Matosinhos e a Foz do Douro, o ponto onde o rio encontra o mar. Por isso preparamos esse roteiro em Porto diferente do básico: essa região é muito bonita, não só pelo visual de praia, mas também porque ali você encontra avenidas largas e casas lindas (é a região mais rica da cidade) e porque não, muitas histórias interessantes!
Todo o trajeto tem cerca de 7 km de distância. Uma forma de poupar os pés é utilizar patinetes elétricos (os portugueses chamam de trotinetes) ou bicicletas para fazer todo o trajeto à beira mar ou parte dele. Há estações de aluguel pelo caminho para aqueles de aplicativos e também lojas de aluguel.
Um passeio por essa região pode levar algumas horas ou até um dia inteiro. Eu recomendo começar por Matosinhos porque o mercado é mais interessante de manhã, mas fora isso, é perfeitamente possível inverter a ordem. Ou fazer Matosinhos em um dia e a Foz do Douro em outro.
Para chegar lá, é possível usar o metrô do Porto, que vai até Matosinhos. Também a opção de várias linhas de autocarro que vão até a Foz ou até Matosinhos – basta conferir no Google Maps a partir de onde você estiver. Por fim, há a opção do elétrico (vulgo, bondinho), que sai da Ribeira até o Jardim do Passeio Alegre.
Roteiro no Porto: de Matosinhos à Foz do Douro
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Mercado de Matosinhos
Comece seu dia no Mercado de Matosinhos. O espaço é dos mais tradicionais da cidade, datado dos anos 1950, onde diariamente os pescadores levam seus peixes para ser vendidos. No andar de cima, o mercado contra com hortaliças, carnes e algumas lojas e restaurantes de produtores locais.
Abre das 6h30 às 18h, de terça a sexta. Na segunda-feira abre das 7h às 14h e no sábado das 6h às 16h30. Para chegar lá, basta pegar o metrô e descer na estação Mercado, da Linha Azul.
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Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
A cidade de Matosinhos, uma vila piscatória que existe há séculos, possui muitas lendas sobre um santo que teria sido encontrado num areal perto do mar e feito uma série de milagres. A Igreja do Senhor de Matosinhos é o grande centro dessa fé. Durante três semanas, do final de maio a meados de junho, a Festa do Senhor de Matosinhos reune milhares de pessoas em barraquinhas, shows e fogos de artifício.
Dentro da igreja, que tem arquitetura barroca e data do século 18 (tendo inspirado, inclusive, algumas igrejas importantes de Minas Gerais, como a de Congonhas), está a estátua de Jesus crucificado mais antiga de Portugal, datada do século 12. A decoração toda em talha dourada é lindíssima e certamente vale a visita.
Ao redor da igreja fica um museu de arte sacra – é preciso agendar a visita – e uma simpática praça com coreto.
Se você ficou curioso para saber mais sobre os mitos de Matosinhos e fazer um tour nessa parte da cidade, a minha amiga Rita Branco, guia e autora do blog O Porto Encanta, oferece um passeio pela região, incluindo a visita à fábrica de conservas, que é a próxima parada nesse trajeto…
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Fábrica de Conservas Pinhais
Eu fiz uma reportagem especial sobre a história das conservas de peixe em Portugal e para escrever a matéria tive a chance de conhecer a Fábrica de Conservas Pinhais, a única no país que ainda usa um método artesanal tradicional para preparar as latinhas de sardinha tão famosas.
A Pinhais fica num prédio lindo do início do século 20 e oferece aos turistas a chance de visitar a produção da fábrica e até mesmo degustar as sardinhas e harmonizá-las com vinho. Saiba mais.
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Almoço: peixe fresco
A rua Heróis de França é o local onde são feitos os leilões de peixe, ou seja, onde diversos restaurantes e fábricas se reunem para comprar o peixe pescado no dia. E é também nessa rua em que ficam concentrados a maioria dos restaurantes que vendem peixe fresco assado na brasa. É uma experiência gastronômica maravilhosa ir a um desses restaurantes, que tem preços muito bons e uma comida muito deliciosa.
Já experimentei comer no Restaurante O Xarroco e na Tasquinha do Polônia, recomendo os dois no post que fiz de onde comer no Porto, inclusive.
Repare que no caminho entre os restaurantes e a praia, você irá passar pelo Jardim do Senhor do Padrão, o local onde o imagem do Senhor de Matosinhos teria sido encontrada e operado milagres.
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Praia de Matosinhos
O início da Praia de Matosinhos também é um local que a Rita me fez descobrir mais sobre as lendas e mitos da cidade. Ali, próximo ao posto de turismo, há um painel que conta a história da fundação de Matosinhos.
Diz a lenda que no ano de 44, o casamento de um romano, Cayo Carpo, foi interrompido quando o cavalo do noivo (com ele em cima!) partiu em disparada em direção a um barco no mar – cavalgando sobre as águas! Esse era o barro carregando o corpo do apóstolo Tiago para a Galiza. Com tantos milagres acontecendo, Cayo decidiu converter-se ao cristianismo. Voltando para a terra, uma rede cobriu (matizou) Cayo e o cavalo, e estava cheia de conchas de vieiras (o símbolo do Caminho de Santiago). Carpo passou a ser conhecido como matizadinho, esse passou a ser também no nome da praia, que acabou evoluindo para Matosinhos.
Também é ali no início da praia que fica o monumento “Tragédia do Mar”, em homenagem aos pescadores mortos numa tragédia em 1947, onde uma tempestade matou mais de 150 homens.
Seguindo pela praia, você verá uma grande faixa de areia e o mar bem frio do Atlântico, com navios ao fundo. A praia de Matosinhos é boa para fazer esportes maritmos e para aproveitar uma tarde quente de sol.
Também é por ali que fica o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, uma obra modernista revestida por mais de um milhão de azulejos brancos. O local pode ser visitado aos domingos, com visitas guiadas marcas de 9h30 às 17h. Saiba mais.
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Anêmona
Uma espécie de escultura feita em rede, chamada Anêmona, ou “She Changes”, da artista Janet Echelman. A estrutura tem cerca de 50 metros de altura e é uma homenagem aos pescadores de Matosinhos. Hoje é o cartão-postal da cidade. A estátua também marca a divisão entre os municípios do Porto e de Matosinhos.
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Castelo do Queijo
O Castelo do Queijo é um forte construído no século 17 para proteger a costa portuguesa de piratas vindos do norte da África. Seu nome “oficial” é Forte Francisco Xavier. O nome popular veio por conta do formato de queijo da pedra em que o forte foi construído. O forte é aberto ao público das 13h às 17h (no inverno) e até as 18h (no verão). Fecha às segundas-feiras. Ali em volta há várias prainhas no meio das pedras.
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Pérgola da Foz e Praia do Molhe
A Praia do Molhe é uma das mais agradáveis da região, com 168 metros de faixa de areia e classificada com bandeira azul (ou seja, a água tem excelentes condições para banho). Já essa tal Pérgola da Foz é uma estrutura de colunas amarelas bem bonitas, construída em 1930, formando uma plataforma legal para tirar fotos e aproveitar a vista. Volta e meia há uma feirinha por ali.
Dica de Restaurante: No caso de você não ter comido lá em Matosinhos e ter deixado a refeição para a Foz, é bom saber que apesar de na beira mar ter vários bares e restaurantes, se você entrar um pouco para dentro do bairro vai encontrar alguns restaurantes mais interessantes. Um deles, o que eu fui e indico, é a Casa Vasco. O restaurante tem um clima mais descontraído e a comida é deliciosa. O endereço é: Rua do Padrão, 152.
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Praia da Luz e Praia dos Ingleses
Seguindo o caminho da Av. Brasil, você vai passar por outras praias, como a Praia da Luz e dos Ingleses, até chegar na Fortaleza de São João da Foz, que marca a chegada a foz do rio. O castelo começou a ser construído em 1570, mas foi reforçado nos anos anteriores, graças a batalhas no país, incluindo as invasões napoleônicas. Hoje serve como sede do Instituto de Defesa Nacional.
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Faróis da Barra do Douro
Colado na Fortaleza ficam os faróis da Barra do Douro, que permitem uma vista linda do ponto onde o rio encontra o mar. Esse é um bom lugar para sentar e ver a vida passar.
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Jardim do Passeio Alegre
A pouquíssimos metros das duas atrações citadas acima fica o último ponto desse passeio, o Jardim do Passeio Alegre. É ali que chega o Elétrico que sai da Praça do Infante, na Ribeira. O jardim foi planejando no século 19 pelo arquiteto Émile Davide, e além das árvores e flores, também conta com fontes, coretos, esculturas e banquinhos.
Mapa do Roteiro em Porto, Portugal: de Matosinhos à Foz
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Por: 360meridianos
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