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[img1][box-leia]A ONU surgiu como resultado dos acordos feitos no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) entre as potências aliadas. "Soviéticos, americanos e britânicos desenharam o mapa político mundial do pós-guerra. A ONU seria a institucionalização desses acordos numa entidade política com poderes mundiais", afirma o historiador Osvaldo Coggiola, da USP.

A ideia era que a organização ajudasse a resolver conflitos e obtivesse cooperação internacional para solucionar problemas econômicos, sociais e humanitários - objetivos semelhantes aos da antiga Liga das Nações, entidade criada ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que não conseguiu cumprir sua missão.

O início da ONU também não foi fácil. A União Soviética, por exemplo, exigia que suas repúblicas fossem admitidas como membros individuais com direito a voto. A Grã-Bretanha, por sua vez, buscava garantias de que suas colônias não seriam colocadas sob o controle do novo organismo. Mas, apesar dessas divergências, em 1945, uma reunião em São Francisco, nos Estados Unidos, com representantes de 50 países (incluindo o Brasil), preparou a versão final da Carta das Nações Unidas, que definia os princípios e objetivos da entidade.

O documento foi promulgado no dia 24 de outubro de 1945. Na Carta consta que a ONU se baseia na igualdade de seus membros e prevê que ela não intervirá em assuntos internos de qualquer país. Hoje, a organização conta com 191 países membros e sua sede fica em Nova York, nos Estados Unidos. As últimas nações a entrar para o clube, no último mês de setembro, foram a Suíça e o Timor Leste.


Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]É quase impossível acreditar, mas ainda hoje, estima-se que cerca de 36 milhões de pessoas sofram com condições análogas à escravidão. Os dados foram revelados pelo levantamento internacional The Global Slavery Index 2014.

Cinco países concentram 61% destes escravos do século XXI. Índia, China e Paquistão lideram este ranking vergonhoso. Clique na imagem abaixo e confira outros dados desta triste realidade.


Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]"O desenvolvimento sustentável é o maior e mais complicado desafio que a humanidade já enfrentou. A mudança climática sozinha é uma dificuldade extraordinária. Somam-se a ela outros dilemas, como a rápida urbanização, o crescimento populacional, a exploração excessiva de recursos oceânicos e terrestres, entre outras inúmeras questões. Esse é um problema multigeracional e atinge áreas centrais de nossa vida econômica, como energia, transporte, infraestrutura e suprimento alimentar — todas carentes de grandes reformulações tecnológicas. Para tornar esse tema ainda mais complexo, há poderosos interesses constituídos, como os das grandes empresas petrolíferas internacionais. Elas obstruíram o esclarecimento da opinião pública e o progresso da implementação de fontes mais limpas. As demandas se multiplicam e os prazos são apertados.

Mas não devemos desistir. Hoje, identificamos maneiras muito específicas de prever como alcançar os objetivos de sustentabilidade. Conhecemos as tecnologias que podem ‘descarbonizar’ o sistema energético mundial e levar a uma eficácia energética tremenda. Sabemos quais tecnologias aumentam a produtividade agrícola e reduzem o uso de defensivos e fertilizantes. Mostramos como cidades podem planejar o futuro e projetar infraestruturas inteligentes. Essas são oportunidades a nosso alcance, não é ficção científica, mas coisas que sabemos como fazer e são acessíveis. Em muitos casos, como nas energias eólica e solar, os custos já estão próximos das tecnologias tradicionais, ao menos em algumas regiões privilegiadas do planeta.

Podemos, então, sonhar em ser bem-sucedidos com as novas Metas do Desenvolvimento Sustentável. Esse é o nome do documento que deverá ser aprovado em setembro, durante a Assembleia- Geral da ONU, em Nova York, com objetivos como frear as mudanças climáticas, acabar com a pobreza extrema e oferecer educação efetiva a todas as crianças e jovens. Acredito que, apesar da escuridão e da confusão que pairam sobre muitas dessas questões, podemos fazer um grande avanço. E, para isso, a mensagem mais importante é que o poder das ideias conta.

Elas têm um efeito sobre as políticas públicas que vai além do que os cínicos podem imaginar. As ideias foram transformadoras em toda a história e desencadearam alguns dos maiores movimentos de transformação dos dois últimos séculos — justamente o período de nosso crescimento econômico moderno. Considere-se, em primeiro lugar, o fim da escravidão. Transcorreram décadas em meio a muito cinismo e acordos obscenos, mas em 1807 o Império Britânico aboliu o tráfico de escravos e, em 1833, eliminou por completo a escravidão nas colônias britânicas. Isso ocorreu mesmo contra poderosos e arraigados interesses econômicos. No fim, as ideias e a moralidade foram as forças subjacentes da transformação.

A luta contra o regime colonial europeu, liderada por Mahatma Gandhi e muitos de seus contemporâneos na África e na Ásia, também parecia inicialmente impossível. Em 1910 ou 1930, qualquer um apostaria que Gandhi já teria sido esquecido nos dias de hoje e que o Império Britânico teria continuado a governar a Índia e a África para sempre. Mas foi a liderança de Gandhi que ajudou a dar fim ao colonialismo e depois inspirou o movimento por direitos civis e humanos no mundo todo. Ideias e moralidade pavimentaram repetidamente o caminho para grandes rupturas. O movimento pelos direitos das mulheres está em formação literalmente há centenas de anos, mas obteve grandes avanços nas últimas décadas, muitas vezes nos lugares menos prováveis e em grande parte em razão de combatentes e ativistas ousadas. Isso nos traz às ideias-chave de nosso tempo.

A ideia de que podemos acabar com a pobreza extrema é hoje uma doutrina oficial de grandes instituições, como o Banco Mundial, e provavelmente estará, em breve, no centro do novo conjunto de Metas do Desenvolvimento Sustentável. A ideia do desenvolvimento sustentável é hoje um compromisso mundial por um planeta mais seguro, próspero e justo. Obviamente, alcançar esses objetivos vai requerer investimentos: novas infraestruturas em água, energia e transporte; novos sistemas educacionais e de assistência à saúde; e outras áreas críticas. Mas sempre vale fazer a velha e boa pergunta: quem pagará essa conta?

De alguma maneira, todos vamos pagar, porque como cidadãos e consumidores temos de pagar pelos bens e serviços que fazem parte de nossa vida. Esse pagamento se dará de duas maneiras: via mercados e via instituições públicas e políticas. Naturalmente, esse debate gera disputas muito ásperas entre o papel de cada um. Os defensores do livre mercado argumentam que os mercados serão mais eficientes do que os governos. Já os defensores da presença do Estado argumentam que os mercados não estão fazendo os investimentos e provendo os serviços necessários. Por isso, segundo eles, um enfoque público é essencial.

Há casos em que o mercado operou brilhantemente quase sozinho. O maior exemplo disso é a expansão maciça da telefonia móvel no mundo todo. Em meros 25 anos, o número de assinantes de linhas celulares aumentou de algumas dezenas de milhões nos anos 90 para cerca de 7 bilhões de usuários hoje, incluindo muitas das pessoas mais pobres do mundo. Essa escalada não se deu com base num programa governamental. Foi realizada principalmente por companhias privadas de telecomunicações, movidas pelo lucro e por consumidores que adquiriram aparelhos e acesso à conectividade. Outros tipos de atividades cruciais não tiveram a mesma dinâmica dos telefones celulares. Mais de uma década atrás, quando companhias produtoras de mosquiteiros tratados com inseticidas para o combate da malária tentaram comercializar seus produtos, descobriram que as pessoas eram tão pobres que não conseguiam pagar por esse tipo de proteção.

A economia nos ensina sobre quais são os limites corretos. Há algumas razões cruciais para que o enfoque do setor privado — que idealmente seria universal — não tenha conseguido solucionar questões críticas. Os mercados são concebidos basicamente para ignorar os pobres, já que eles geralmente não são bons consumidores — o que torna praticamente impossível, nesse caso, combater a pobreza extrema. É aí que entra o conceito de ‘bens de interesse público’. Existem áreas de nossa vida econômica — saúde e educação, por exemplo — em que o governo deve prover serviços quer as pessoas possam pagar por eles, quer não. Por quê? Porque esses são bens de interesse público, bens que deveriam ser universalmente acessíveis.

O financiamento público também é fundamental em áreas nas quais é difícil haver o retorno do investimento. O desenvolvimento da ciência básica, por exemplo, raramente se transforma em um produto a ser comercializado. Felizmente, muitos países reconhecem isso e o apoiam. No momento em que queremos acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de novas fontes de energia que emitam pouco carbono, o financiamento público é absolutamente essencial.

AJUDA HUMANITÁRIA

No financiamento da sustentabilidade, a ajuda humanitária internacional das nações de alta renda também desempenhará um importante papel para auxiliar os países pobres a cumprir as Metas do Desenvolvimento Sustentável. Nesse aspecto, há críticos ferrenhos ao apoio externo. Há quem acredite que é um desperdício. Outros veem a ajuda humanitária como algo absolutamente debilitante, que gera um tipo de dependência e diminui a motivação. Estou entre os que argumentam que esse tipo de financiamento é vital, salva vidas e é fundamental para organizações e entidades internacionais voltadas a amparar os mais pobres. Ele é essencial quando as pessoas são miseráveis e enfrentam desafios de vida ou morte, como a proliferação da malária e da Aids ou a falta de água potável e alimentos.

Para ser bem-sucedido, contudo, tal apoio precisa ser bem direcionado e bem administrado. São fortes as evidências de que esse tipo de apoio funciona bem e é possível fazê-lo sem corrupção, roubo e ineficiências burocráticas. Com um sistema eficaz montado, os custos incrementais para alcançar as Metas do Desenvolvimento Sustentável provavelmente deverão consumir de 1% a 2% do PIB mundial por ano. Esse nível de esforço financeiro, com certeza, não levará o mundo à falência.

O desenvolvimento sustentável é um processo. É uma forma de resolver problemas de forma pacífica, utilizando a ciência e a tecnologia, nosso conhecimento adquirido ao longo do tempo e nossa ética global para solucionar necessidades comuns. Todos nós respiramos hoje o mesmo ar poluído. Isso é uma ameaça a nosso bem-estar e à nossa sobrevivência no futuro. Todos nós prezamos o futuro de nossos filhos. Logo, tenho plena convicção de que saberemos fazer tudo aquilo que precisa ser feito."


Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]O economista americano Jeffrey Sachs tornou-se um nome conhecido no meio acadêmico na década de 80, quando foi aceito como professor na Universidade
Harvard com apenas 28 anos, um dos mais jovens da história da instituição. Duas décadas depois, ganhou ares de celebridade ao andar pela África acompanhado da atriz Angelina Jolie, com quem fez trabalhos humanitários e estrelou um documentário produzido pela MTV.

Um dos arquitetos das Metas do Milênio, da ONU, conjunto de objetivos para redução da pobreza extrema que vão expirar em 2015, Sachs agora encabeça as Metas do Desenvolvimento Sustentável, que deverão guiar os países nos próximos 15 anos. "A ideia de desenvolvimento sustentável não deveria se basear apenas na luta contra a pobreza. Temos de incluir também a segurança ambiental e a redução da desigualdade", disse Sachs em entrevista a EXAME.

Ele reconhece que a agenda de sustentabilidade ficou mais complicada porque os problemas se tornaram mais complexos. Segundo o assessor especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e diretor do Instituto da Terra, da Universidade Colúmbia, "2015 será um ano decisivo". Nessa cruzada, Sachs acaba de lançar o livro The Age of Sustainable Development ("A era do desenvolvimento sustentável") que clama por ação dos governos para impedir a escalada do aquecimento global. Leia a seguir a entrevista de Sachs.

Em 2015, novas metas de desenvolvimento sustentável devem ser assumidas pelos países, substituindo as Metas do Milênio. Por que criar novos objetivos?
As Metas do Milênio estavam focadas na redução da pobreza extrema. E, nos últimos 15 anos, houve, sim, uma forte diminuição no número de miseráveis. Embora a quantidade de pessoas nessa condição tenha caído à metade em comparação com os dados de 1990, isso não foi suficiente para eliminar a pobreza extrema no mundo. Programas como o Bolsa Família, no Brasil, e similares em outras partes do mundo são exemplos de ações que foram tomadas. Mas ainda há muito trabalho a ser feito. Na frente ambiental, o mundo assumiu o compromisso de estabilizar as emissões de carbono em 1992. Passaram-se 23 anos e isso não aconteceu. Agora o perigo é crescente. Por isso, tenho dito que 2015 é o ano de tomar decisões efetivas.

Existe o consenso de que a ação humana está contribuindo para o aquecimento global. Quais serão as consequências se a emissão de gases de efeito estufa não forem controladas?
A situação é muito perigosa. Se olharmos os estudos, veremos que o tipo de seca que a cidade de São Paulo enfrenta hoje vai se espalhar ao redor do mundo. A Califórnia está sob ameaça, boa parte do Oriente Médio convive com secas. Isso vai gerar conflitos sociais. No início de março foi publicado um estudo que mostra que a seca na Síria contribuiu para a eclosão da guerra civil. A Síria enfrenta um dos mais longos períodos de falta de chuvas de sua história, o que gerou o deslocamento de mais de 1 milhão de pessoas, o aumento do preço dos alimentos, a inquietação social, e acabou contribuindo para a guerra. O problema é que estamos fazendo os cálculos errados, imaginando que esse tipo de coisa simplesmente vai desaparecer.

O que os países e as autoridades deveriam fazer agora?
No caso do Brasil, espero que a presidente Dilma Rousseff diga ao mundo o que seu país está enfrentando e quão sérios são esses efeitos. Hoje temos muito mais conhecimento de como resolver os problemas climáticos do que há dez anos. Por outro lado, falta coordenação. O Brasil diz que não adotará uma agenda mais sustentável porque não acredita que os Estados Unidos vão adotar também. Por sua vez, os Estados Unidos não fazem mais porque acham que a China não vai fazer. Precisamos superar a falta de ação coletiva.

Em seu novo livro, o senhor diz que a tecnologia será um instrumento importante para vivermos num planeta melhor. Como?
As pessoas devem levar em conta como a vida delas mudou nos últimos dez anos por causa da tecnologia. Quase todo mundo tem um telefone celular hoje. Por meio de um smartphone, muita gente está conectada o tempo todo às redes sociais. Mas não é só isso. A tecnologia pode tornar nossas cidades mais inteligentes, limpas e seguras. Ela pode fazer com que os sistemas de energia sejam mais eficientes, com menos desperdício e menos emissões de carbono.

A Europa caminha para uma recessão e os Estados Unidos ainda se recuperam da crise financeira. Esse cenário não retarda a adoção de uma agenda de sustentabilidade?
Não é fácil adotar essa agenda porque há interesses que guiam a manutenção dos investimentos tradicionais. Veja o exemplo do Brasil. O país realmente conseguiu ganhar poder no cenário global com o debate de energias renováveis, mas a Petrobras, que tem um imenso poder político, mira o desenvolvimento do petróleo do pré-sal. Infelizmente, esse tipo de inclinação à energia fóssil tem sido um erro no mundo todo.

Mas o senhor não acha que, com o petróleo custando cerca de 50 dólares o barril, fica difícil incentivar o uso de combustíveis considerados verdes?
É claro que petróleo barato acaba estimulando o consumo, porém todos esses projetos supermodernos de exploração de petróleo em águas profundas também não se mostram mais economicamente viáveis. Existem ainda os problemas de governança nessa área. Os escândalos na Petrobras, por exemplo, exigem uma faxina considerável na empresa. Ou seja, chegou a hora de dar um tempo no setor de petróleo, que há muitos anos domina a cena política.

O senhor tem acompanhado a gestão da economia no Brasil?
Definitivamente, o Brasil precisa fazer melhor do que tem feito. O país precisa de uma estratégia de longo prazo melhor do que tem agora. Os resultados dos últimos dois anos demonstram isso. Um país como o Brasil tem vastos recursos naturais renováveis. O país tem sido pioneiro em combustíveis renováveis e é uma potência em energia limpa com as usinas hidrelétricas. O Brasil, certamente, poderia fazer a transição para uma economia de baixo consumo de carbono. No entanto, isso exige decisões políticas, que não costumam ser fáceis.

No livro, o senhor defende o financiamento público como a principal fonte de recursos na transição para uma economia sustentável. Como fazer isso sem ampliar excessivamente a participação do Estado?
Acredito na intervenção do Estado na economia. Também acredito que um setor privado forte seja capaz de liderar o desenvolvimento tecnológico. Mas é importante que haja transparência dentro do governo. Se as pessoas não confiam na honestidade do governo, é perfeitamente justificável que elas exijam menos Estado em sua vida. Mas não acho que essa seja a resposta certa. O Brasil precisa de governos efetivos — e não menos governo. O Brasil precisa de investimento de longo prazo, de desenvolvimento tecnológico e cidades mais bem planejadas. E tudo isso exige um papel ativo do Estado, mas o governo brasileiro está envolvido em tantos escândalos que reduz a confiança da população. Um governo transparente, bom e inteligente é vital para as sociedades.

Que lições podemos tirar da crise hídrica de São Paulo?
O que vemos são eventos que nunca aconteceram antes. A principal razão é que as mudanças climáticas criaram novos padrões que precisam ser entendidos. Outro motivo é o aumento populacional. Em 1950, a cidade de São Paulo tinha uma população de 2,4 milhões de pessoas — hoje, já são aproximadamente 11 milhões. A precipitação de chuvas caiu, mas a população cresceu mais de cinco vezes. Se não houver um planejamento urbano que leve em conta a dinâmica populacional e as mudanças climáticas, as crises serão inevitáveis.

Que tipo de plano para as cidades o senhor defende?
A cidade de Nova York enfrentou em 2012 o furacão Sandy, que causou 60 bilhões de dólares em prejuízo porque a cidade não estava preparada. O prefeito de Nova York na época, Michael Bloomberg, juntou todas as secretarias e os departamentos da cidade para desenvolver um plano de sustentabilidade — projeto do qual eu faço parte. Criamos um plano com alvos bem específicos para os próximos dez, 20 e 30 anos. Esse tipo de exercício é importante, porque exige uma visão de longo prazo. O que obviamente não é simples.


Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]As metas a seguir integram o texto "O poder das ideias", publicado pela revista Exame (edição de 18/03). As informações apresentadas foram extraídas do livro The Age of Sustainable Development (A era do desenvolvimento sustentável), de Jeffrey Sachs, ainda sem tradução no Brasil.

ACABAR COM A POBREZA EXTREMA, INCLUINDO A FOME
1,2 bilhão de pessoas ainda vivem na extrema pobreza no mundo, o que significa ter menos de 1,25 dólar por dia.

MELHORAR A PRODUTIVIDADE RURAL
O mundo tem 130 milhões de quilômetros quadrados de terra. Somente 14 milhões podem ser utilizados para agricultura intensiva.

ALCANÇAR O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EM TODO O MUNDO
Enquanto a renda média per capita dos países ricos é de 36 000 dólares por ano, a média nas outras nações é de 7 000 dólares.

CRIAR CIDADES PRODUTIVAS E RESILIENTES
Em 2008, metade da população do mundo vivia em cidades. Em 2050, de cada dez pessoas, sete viverão em áreas urbanas.

DAR EDUCAÇÃO EFETIVA A TODAS AS CRIANÇAS E JOVENS

58 milhões de crianças entre 6 e 11 anos de idade estão fora da escola no mundo hoje. Quase metade delas nunca vai estudar.

FREAR A MUDANÇA DO CLIMA E GARANTIR ENERGIA SUSTENTÁVEL
Em 2014, foram emitidos 35 bilhões de toneladas de CO2. Esse volume precisa cair pelo menos 15 bilhões até 2040.

ATINGIR IGUALDADE DE GÊNERO, INCLUSÃO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS
Nos Estados Unidos, homens negros têm salário 25% menor do que brancos. No Brasil, a diferença salarial entre os sexos é de 15%.

GARANTIR O ECOSSISTEMA E A BIODIVERSIDADE
Em 1998, 852 espécies de animais corriam grande risco de extinção no mundo. Em 2013, esse número saltou para 2.144.

OFERECER SAÚDE E BEM-ESTAR A TODAS AS IDADES

6,6 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem no mundo a cada 12 meses, boa parte por falta de acesso à saúde.

MUDAR A GOVERNANÇA PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em dois terços dos países, a população tem a percepção de que as autoridades locais são altamente corruptas.


Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Vivendo no Rio há 29 anos — desde que se mudou de seu país com a mulher, carioca, que conhecera em uma viagem —, o alemão Manfred Bert cultiva uma paixão pela cidade, indisfarçável mesmo com seu sotaque carregado. Paisagista igualmente apaixonado pela profissão, ele criou uma empresa especializada no assunto, mas não demorou para se engajar em ações de cunho solidário.

Hoje, além de dar palestras sobre educação ambiental em escolas, Bert alterou a rotina de Laranjeiras, bairro onde mora, e de seu entorno, por meio de hortas comunitárias. A primeira delas foi feita em um terreno abandonado nos fundos da Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho, há dois anos. “Desde 1992 eu já vinha observando esse terreno, que as pessoas diziam não ter dono. Resolvi limpá-lo para fazer uma horta, e logo outros moradores começaram a se mobilizar”, explica.

O sucesso da iniciativa, que aproxima vizinhos e fornece alimentos fresquinhos à comunidade, motivou Bert a expandir a ideia. O segundo lugar escolhido, bem perto de sua casa, na Rua General Glicério, era um terreno particular abandonado desde 1969, quando dois prédios que lá existiam desabaram. “O local tornou-se ponto de encontro dos moradores do bairro. Todo sábado fazemos mutirões para cuidar da horta”, diz o paisagista, que, no último mês, ainda trabalhou na criação de mais dois pontos de cultivo, no Parque Guinle e em Santa Teresa.

Além de reaproveitar espaços antes desprezados e engajar a população no cuidado com o meio ambiente, as hortas ajudam no reaproveitamento do lixo. Todas têm composteiras para a reciclagem dos resíduos orgânicos, que são transformados em adubo. “Fico feliz em ver as pessoas aderindo voluntariamente à ideia. Não há nada de novo no que fazemos aqui, são técnicas conhecidas de nossos pais e avós, mas que fomos esquecendo ao longo do tempo com essa mania de querer tudo tão imediatamente. Já abusamos tanto dos recursos do planeta que me sinto bem dando a minha pequena contribuição”.


Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Formado em artes cênicas pela Uni-Rio, o carioca Cadu Cinelli trilhou um caminho bastante particular em sua trajetória profissional. Em 1998, inspirado pelo trabalho de um diretor teatral e artesão francês, criou com amigos da faculdade o grupo Os Tapetes Contadores de Histórias*.

O nome sugere a curiosa técnica de narração à qual a trupe se dedica até hoje: nela, cenário e personagens ganham vida de forma lúdica em tapeçarias confeccionadas pelos próprios integrantes. A atividade de contador logo despertaria nele um interesse mais amplo. “Com o tempo, passei a querer entender meu papel político como artista”, lembra. Dessa vontade surgiu, em 2001, o projeto Da Palavra ao Fio**, cujo objetivo é incentivar o hábito da leitura entre crianças e jovens, público por excelência da companhia.

Atualmente em sua quarta edição, a iniciativa percorre quatro bibliotecas públicas nos bairros da Tijuca, Jacarepaguá, Campo Grande e Ilha do Governador, com apresentações gratuitas até junho.

Com existência amparada em editais de cunho cultural, o projeto passou por comunidades quilombolas da Bahia, pequenas cidades do interior do Brasil e até por
Berlim, na Alemanha — onde foi firmada uma colaboração artística voltada para menores detentos —, antes de chegar ao Rio, em 2014.

“A ideia é entender as demandas de cada lugar e romper essa fronteira dos palcos, levando a narração de histórias para além dos espaços convencionais”, diz Cinelli, que, por meio do trabalho nas bibliotecas públicas, pretende tornar a visitação a esses recintos um hábito dos moradores dos arredores. Além das apresentações para crianças, o projeto dissemina a técnica do grupo em cursos para escolas.

“Contar histórias é uma potencialidade que todos temos desde que nascemos. O que fazemos é ajudar a desenvolvê-la por intermédio de dinâmicas, jogos e atividades práticas. Assim, outras pessoas também podem vir a ser agentes dessa transformação”, explica Cinelli.

*Os Tapetes Contadores de Histórias

**Da Palavra ao Fio


Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][box-leia]Estima-se que o brasileiro produza por dia um quilo de resíduos sólidos. Esta seria a quantidade de embalagens, restos de alimentos e outros tipos de materiais que o cidadão joga no lixo diariamente. Em 2013, este volume todo somado chegou a 76 milhões de toneladas.

Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) já ter entrado em vigor e ter estabelecido agosto de 2014 como prazo para que resíduos sólidos e rejeitos tivessem destinação final ambientalmente adequada, em muitas cidades do Brasil os aterros sanitários ainda estão funcionando livremente

Com o objetivo de engajar pessoas, comunidades e empresas a reduzir a geração de resíduos e estimular ao máximo o reaproveitamento, reciclagem e compostagem, foi lançado este mês, em São Paulo, o Programa Sou Resíduo Zero, idealizado pela consultoria Eccaplan.

A iniciativa está baseada em cinco pilares: não geração, redução, reutilização, reciclagem e compostagem. As empresas que aderem ao programa desenvolvem uma série de ações para modificar seu modo de lidar com o lixo. Para ajudá-las neste desafio, a Eccaplan criou ferramentas como mapas, infográficos, selos e certificações.

Os resíduos potencialmente recicláveis, gerados pelas empresas do Sou Resíduo Zero, são coletados por cooperativas de catadores e o rejeito orgânico (resto de comida) é destinado à compostagem e produção de adubo. Segundo a organização Zero Waste International Alliance (ZWIA), da qual o programa brasileiro é parceiro, para que empresas e comunidades sejam consideradas bem sucedidas na implementação da iniciativa, elas precisam desviar de aterros e incineradores mais de 90% de seus resíduos.

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Para a entidade internacional, o conceito "resíduo zero" tem como intuito desenvolver um sistema ético, econômico, eficiente e visionário, para orientar as pessoas a mudarem seus estilos de vida e práticas para fomentar ciclos naturais, onde todos os materiais descartados sejam projetados para tornarem-se recursos para a produção de outros materiais.

O Programa Sou Resíduo Zero já ganhou a adesão do Hotel Hyatt, em São Paulo, e da Feira World Trade Market 2015 Latin America e da Feira da Associação Paulista de Supermercados 2015 (APAS), evento este que deve ter um público estimado de 70 mil pessoas.

Até este momento, a campanha já conseguiu reaproveitar 211 mil quilos de resíduos, que foram destinados para a coletiva seletiva. A quantidade é atualizada online em um cronômetro digital na página do programa.

Além de diminuir a geração de resíduos e aproveitar os que sobram da maneira mais correta, o Sou Resíduo Zero promove a inclusão social dos catadores de lixo. O movimento ajuda ainda na redução da emissão de CO2 e do consumo de água e energia.

Empresas e pessoas que querem participar do programa, podem acessar o site do Sou Resíduo Zero e preencher um questionário para saber como se engajar nesta causa. A ideia é que todos participem!

Confira abaixo algumas dicas do que você já pode começar a fazer na sua casa:
- compre alimentos naturais e sem embalagens;
- escolha produtos com embalagens menores e que incentivem a reciclagem;
- destine corretamente seus resíduos: lixo orgânico para compostagem, dejetos no lixo e recicláveis para a coleta seletiva;
- privilegie empresas com o selo Resíduo Zero;
- questione marcas e fabricantes sobre seus resíduos;
- compartilhe a campanha #souresiduozero


Por: Lixo - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Ao mesmo tempo que aumenta o número de bichos desamparados ou vítimas de maus-tratos em São Paulo, cresce também - felizmente - o de entidades responsáveis por dar um destino digno a esses bons companheiros. Assim é a história de Lola, que vive há seis anos com a professora de inglês Melody von Erlea.


"Foi amor à primeira vista", lembra a moça, referindo-se ao dia no qual deparou com a vira-lata no evento de adoção promovido todos os sábados pela clínica veterinária e pet shop Tomaretus, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, conhecida como a Feirinha da Praça Buenos Aires. "Quando a vi, ela estava frágil. Precisava de um lar com urgência", conta a dona, que a encontrou já vermifugada e vacinada.


Além desses cuidados, o pet shop acompanhou a rotina da pequena durante seis meses após a chegada ao novo endereço via rede social. Feliz com a iniciativa, Melody não hesitou em levar para casa a cachorra Paçoca e a gata Fiona, ambas encontradas na rua por ela. "Nunca cogitei comprar um bicho de estimação. Existem tantos necessitados por aí que, para mim, pagar por eles não faz sentido", diz.


QUER ACOLHER UM PET?

Conheça estas três ONGS em São Paulo:

Acãochego : especializada em cachorros, promove feiras mensais no Morumbi Shopping. Para saber a data da próxima, acesse o site da entidade

Adote um gatinho : como diz o nome, dedica-se aos felinos. Os candidatos devem provar que o novo lar oferece total segurança aos bichanos

Loucos por bichos : há cinco anos na ativa, tem ponto fixo no Pet Center Marginal Anália Franco. Lá, você encontra gatos e cães à espera de um dono.





Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Boa gastronomia e música instrumental ao vivo já seriam motivos suficientes para conhecer o bar e restaurante Casa de Maria Madalena (na foto acima). No entanto, para quem sofre por ter de se separar dos cachorros, o espaço na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, oferece vantagem extra: acolhe as mas-cotes e ainda as enche de mimos.


Os visitantes de quatro patas, além de receberem água e ração, podem brincar na área externa com os cães do proprietário, Daniel Espíndola – dono da border collie Maria, que inspirou o nome do lugar, e do vira-lata Zé. O aconchegante quintal com trepadeiras e sofá é o cenário preferido dos frequentadores. “Os clientes estão acostumados a trazer os cachorros. Já penso em montar um cardápio especial para animais de estimação”, fala Daniel.


Ainda há poucos endereços como este em São Paulo, porém o selo pet friendly vem conquistando empresários e, claro, quem curte bichos. O resultado de iniciativas assim? Sorrisos, rabos abanando e lambidas de alegria.





Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Marco Dobal Cucco é um jovem como outros tantos de sua geração. Aos 23 anos, estuda para concluir o curso de jornalismo em uma faculdade particular, gosta de dar um mergulho no mar pela manhã e de jogar uma pelada no fim do dia - rotina típica de um garoto da Zona Sul carioca. Salvo por um detalhe: toda terça, ele faz rondas noturnas para distribuir mantimentos a moradores de rua de quatro bairros: Leblon, Ipanema, Copacabana e Leme.


O rapaz é o criador do projeto R.U.A.S.*, sigla para Ronda Urbana de Amigos Solidários, e, desde setembro de 2014, incluiu essa atividade entre os seus compromissos semanais. "Em abril do ano passado, acompanhei um projeto semelhante no Centro, para um trabalho da faculdade. Fiquei tão emocionado que resolvi fazer o mesmo em outra região", lembra.


No início, Marco saía acompanhado de apenas um amigo, mas o grupo cresceu e por vezes é necessário fazer uma escala entre os voluntários. "Crescemos todos juntos, mas antes eu só saía com eles para me divertir. Conseguimos canalizar essa nossa energia para fazer o bem", diz o estudante, que às quintas ainda participa das rondas do projeto que lhe serviu de inspiração.


Para poder dar início à empreitada, o jovem conseguiu que uma padaria na Mangueira fornecesse semanalmente cinquenta pães franceses. A mortadela para os sanduíches e as garrafinhas de plástico para encher com água filtrada vêm dos restaurantes de sua família - seus pais são donos do Luigi’s, em Laranjeiras, e da Osteria Dell’Angolo, em Ipanema, e ele, do Orienthai, em Botafogo.


Além disso, graças a doações de pessoas físicas, o grupo entrega cobertores, roupas, calçados e kits de higiene, com escova e pasta de dentes, papel higiênico, sabonete, absorventes e barbeador. Após organizar em sua casa tudo que será entregue, Marco sai de carro com o grupo por volta das 23 horas, para jornadas que costumam terminar de madrugada e beneficiam aproximadamente cinquenta pessoas.


Ele garante que o trabalho mudou a sua forma de encarar a vida e olhar a realidade ao seu redor. "Não sou ingênuo. Um lanche pode não acabar com a situação de fome deles, mas o importante é o amor que a gente dá. Alguns passam o dia todo sem falar com ninguém e, quando chegamos, têm como compartilhar suas histórias".



*R.U.A.S





Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]“Sempre imaginei que essas mocinhas de concurso de beleza tinham a cabeça mais vazia que bolso de pobre”. Foi dessa maneira debochada que Carmem da Silva, colunista por 22 anos de Claudia, ativa disseminadora de pensamentos feministas, começou um texto sobre a baiana Martha Vasconcellos, eleita Miss Universo em 1968, razão que levou à publicação de seu perfil na revista. No parágrafo seguinte, a jornalista relatava como, cara a cara, havia reconsiderado: “Tive de engolir a ironia, a indulgência, as ideias preconcebidas e admitir que Martha Vasconcellos... tem inteligência, vivacidade, humor, fibra”.


Seria, de fato, um erro reduzi-la aos estereótipos do título. Aquela miss, afinal, sonhava voar mais alto do que apenas viver da sua beleza. “Entrei no concurso para contrariar meu pai, que era muito rígido, e tive sorte. Nunca me achei bonita. Mas foi bom para viajar, abrir a cabeça”, afirma Martha hoje.


Aos 66 anos, ela já foi empresária, viveu três casamentos, criou dois filhos e, aos 52 anos, resolveu cursar psicologia em Cambridge College, nos Estados Unidos, onde morou por 11 anos. “Sempre quis ser psicóloga e em nenhum momento achei que estava velha para começar”, conta. “Na época, fiquei em dormitório de estudante, acampei, fiz tudo o que se faz ao entrar na faculdade”. Formada, ingressou em um mestrado na área de saúde mental e terapia e trabalhou por seis anos na organização sem fins lucrativos Massachusetts Alliance of Portuguese Speakers, em Boston, com imigrantes que tinham o português como língua nativa e, principalmente, brasileiras vítimas de violência doméstica.


Ali, chegou a supervisora. “Fui vítima de violência doméstica no meu segundo casamento, fiz exame de corpo de delito, mas não dei prosseguimento por medo da exposição. Escolhi atuar com mulheres agredidas porque sabia bem o que era aquilo”, diz. A miss recebeu três prêmios internacionais por sua ação nessa área. Há três anos, voltou a se instalar no Brasil, logo após a morte do terceiro marido, John Riely – ou “o Joãozinho” –, com quem manteve uma união de oito anos.


Neste mês, ela ganha uma biografia. O livro, com 700 páginas, é parte da coleção Gente da Bahia, publicada pela Assembleia Legislativa. Martha não foi a única brasileira a abocanhar a faixa de Miss Universo: antes, em 1963, a gaúcha Ieda Maria Vargas havia feito o mesmo. Não ser pioneira, porém, nunca ofuscou seu brilho. Foi até feriado em Salvador quando ela retornou coroada. Mais de 300 mil pessoas saíram às ruas para vê-la desfilar em carro aberto com o glamouroso vestido azul usado na disputa. “Queriam vingar a derrota de outra baiana, Martha Rocha, que, em 1954, teria perdido o título por duas polegadas a mais no quadril, e mostrar ao mundo que temos mulheres lindas”, analisa o jornalista Roberto Macedo, autor da obra.


Martha provou que temos, mas não se acomodou nisso. “Ser bonita na minha família nunca foi motivo de endeusamento. Até porque a beleza acaba e não há o que fazer”, alega. “As maiores felicidades da minha vida foram ter e criar filhos e voltar a estudar”. Esses, sim, eram seus verdadeiros sonhos.





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É um namoro antigo. Quem conhece um pouco da história do ator Marcos Palmeira logo entende por que ele virou defensor de causas verdes e adepto convicto dos alimentos orgânicos, a ponto de querer produzi-los. Quando criança, esse carioca da gema gostava mesmo era de passar férias na fazenda do avô materno, em Itororó, na Bahia, onde podia desfrutar a vida na roça e se fartar de brincadeiras ao ar livre.


Aos 11 anos, foi, feliz da vida, embrenhar-se na floresta com o pai, o cineasta Zelito Viana, durante as filmagens do documentário Terra dos Índios. De tão entusiasmado com a experiência, quis retornar ao mesmo cenário aos 16 anos, para viver dois meses em uma aldeia. Na volta à cidade grande, conseguiu o primeiro emprego, não por mera coincidência, no Museu do Índio do Rio de Janeiro. "Eu estava em formação e tudo havia me marcado muito. Conheci índios que nunca tinham visto um homem branco", conta o ator, que entrou no ar em março no horário nobre, em Babilônia, nova novela das 9 da Globo.


Como se não bastassem os lances da sua biografia verde até aqui, um dos maiores sucessos do ator em seus primeiros anos de televisão foi em uma espécie de ecotrama, a novela Pantanal, exibida em 1990 pela extinta TV Manchete. Emendou em Amazônia, na mesma emissora, depois em Renascer, saga rural de 1992 que marcou o retorno à Globo, na qual ele tinha estreado nas telinhas e de onde não saiu mais.


Já era ator sacramentado quando decidiu ter, na vida real, a própria fazenda. Ao comprar terras produtivas, na serra fluminense, espantou-se ao notar que os funcionários se recusavam a comer o que plantavam. "Eles diziam que aquela comida tinha veneno, referindo-se ao agrotóxico usado". Foi a deixa para esse adepto da medicina antroposófica (abordagem holística da saúde que oferece tratamentos alternativos aos convencionais) transformar em negócio o interesse por uma dieta de qualidade. Há dois anos, o ator até abriu, no bairro do Leblon, o Armazém das Palmeiras, onde vende sua produção socialmente justa e ecologicamente correta. A clientela inclui colegas globais como Dira Paes: "Ele foi o primeiro a me falar de orgânicos. Está bem à frente do seu tempo".


Palmeira, no entanto, jura que não é xiita com o que come, pois admite uma ou outra escapadela. "Eu diria que 90% da minha alimentação é feita em casa, mas não sou antissocial", resume. E afirma que também não é rigoroso com a filha, Júlia, de 7 anos, fruto do relacionamento com a diretora de TV Amora Mautner. "Não a proíbo de comer nada. Ela só não toma refrigerante nem come fast-food porque não gosta", garante. "Claro que acabo sendo exemplo, mas estou mais preocupado em ensinar ferramentas civilizatórias e me certificar de que ela é feliz, educada e ética". A meta como pai nada tem a ver com seu novo personagem, Aderbal Pimenta, de quem a ética passa longe: ele é um político corrupto e ambicioso.


Babilônia promove o reencontro de Palmeira com o autor Gilberto Braga e o diretor Dennis Carvalho, que integraram também a equipe de Vale Tudo, outro retumbante sucesso do início da carreira televisiva do ator, antes mesmo de Pantanal. "Estou envaidecido de trabalhar com os dois de novo. Eles querem aquela pegada de questionamento da honestidade que tinha em Vale Tudo, mas agora sem o corrupto dar uma banana no final, pois a realidade é outra e estamos vendo que os culpados são presos. É um desafio e tanto, por mais clichê que isso possa soar", adianta Palmeira, que diz sair do sério ao saber de escândalos políticos.


"O Marcos é um ator versátil", elogia o diretor Dennis Carvalho. Se Palmeira teve a vocação verde cultivada desde cedo, pode-se dizer que já nasceu com sangue de artista correndo nas veias, quase predestinado à profissão que escolheu. Do mesmo modo que o pai, a mãe, Vera de Paula, fez carreira no cinema - e a irmã, Betsa de Paula, idem. Ele ainda é sobrinho do humorista Chico Anysio, primo do ator Bruno Mazzeo. Assim, não pareceu estranho quando o adolescente Marcos Palmeira decidiu fazer um curso de teatro. Já são 35 anos de estrada. Começou no palco e no cinema, resistindo à TV até não poder mais. Cedeu em 1987, ao fazer participação em Mandala. "Não pensava em trabalhar em novela das 8 (hoje chamada ‘das 9’) ou em ser galã", ressalta.


Mas ganhar o título foi inevitável. "No começo, fez até bem para o ego. E minha mãe ficava orgulhosíssima", lembra. "Fui tachado de playboy carioca, galã rural, tudo. Não ligo, porque não me deixo engessar. Meus personagens incluem feiúra e suor". E eles pegam algo mais emprestado do ator, segundo a colega Dira Paes: "O Marquinhos tem um olhar penetrante e um sorriso que é marca registrada", diz, adicionando o cavalheirismo ao rol de elogios.


A serenidade para lidar com os altos e baixos poderia ser outra qualidade na lista. Nos primeiros tempos de TV, se Vale Tudo e Pantanal viraram verdadeiros fenômenos, Amazônia, na sequência - justamente a trama que deu chance de encarnar o primeiro protagonista em novelas -, naufragou. Mas ele sabe que, depois de cair, basta levantar: "Já tive sucesso enorme e fracasso. O que me guia sempre é o amor com que faço aquilo no dia a dia. Preciso manter o tesão sexual, espiritual e profissional".


Até por isso, não é de ficar parado só esperando a próxima oportunidade. Procura fazer sua parte. Há 12 anos ininterruptos, frequenta sessões de análise. E busca constantemente desafios. Depois de Belíssima, em 2005, que tinha sido seu último papel no horário nobre da Globo, preferiu dedicar-se a especiais e séries, como Casos e Acasos e, mais recentemente, Canto da Sereia. Pelo papel em Mandrake, do canal fechado HBO, chegou a ser indicado a um Emmy. No período, até fez duas novelas, mas ambas das 7. Sentiu foi grande necessidade de mergulhar de novo no teatro e, por isso, procurou Amir Haddad, que o dirigiu em Auto de Angicos, na pele de Lampião. Ainda foi a Paris para uma oficina de reciclagem.


É óbvio que ele se alimenta também das coisas da vida. O nascimento de Júlia, diz, trouxe um ganho para sua carreira: "Ela me curou da grande dificuldade que eu tinha de chorar. E isso me ajudou, e ainda ajuda, como ator". A mãe da única filha, a diretora Amora, de quem se separou em 2010, após sete anos de convívio, não foi a única famosa na vida do galã. Antes, havia se relacionado com as atrizes Ana Paula Arósio e Luana Piovani. Aos 51 anos, ele mantém a fama de sedutor. "Namorei mulheres visadas e isso dá uma impressão errada", diz. E valoriza o passado: "Todas as relações que tive me acrescentaram alguma coisa". Hoje, dá a entender que não está sozinho. Mas desconversa, encerrando o assunto: "A vida está boa".


Do verde, ele nunca se afastou. Cumpre religiosamente a rotina de subir a serra pelo menos uma vez por semana para respirar o ar da fazenda e tocar a produção de orgânicos. Vira e mexe, viaja para dar palestras sobre sustentabilidade, enquanto sonha com uma bancada parlamentar "agroecológica". Diz que, pela natureza, faz "o máximo que pode", mas não quer se candidatar a nada. "Não tenho temperamento político. Na verdade, não sou o cara, sou mais um cara. Só quero mesmo ser uma pessoa melhor".





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[img1][capa][box-leia]Com uma crise hídrica estabelecida em diversos estados, profissionais ligados à gestão de recursos ambientais e ao aumento da eficiência na produção industrial se tornaram estratégicos para garantir que a escassez de água não prejudique os resultados das empresas em 2015. Rever processos de uso de água e energia elétrica, identificar oportunidades de economia e propor soluções inovadoras são atividades que as companhias estão estimulando e valorizando.


“Minha missão é revisar os diversos processos da indústria para evitar desperdício e diminuir custos, o que está diretamente associado aos resultados”, diz Fabrício Cesário, de 40 anos, gerente-geral de processos na ThyssenKrupp CSA, siderúrgica situada no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Depois de refazer ligações e ajustes para melhorar o reaproveitamento da água na unidade, a companhia diminuiu em 20% seus gastos com o recurso. “O reúso vai ser a grande tecnologia para resolver a crise hídrica”, diz José Otávio Menten, coordenador do curso de engenharia agronômica da Universidade de São Paulo.


Empresas que passam a se preocupar com o assunto agora estão reforçando suas equipes, o que tem aumentado o número de propostas de emprego para profissionais especializados na boa gestão de recursos e matérias-primas. “Nos últimos seis meses, venho recebendo pelo LinkedIn pelo menos três propostas de emprego por semana para cargos ligados à gestão hídrica”, diz Alyson Carvalho, de 27 anos, engenheiro eletricista da equipe responsável pela implantação do sistema de tratamento de chuva e esgoto no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


Para quem se interessa pela área, uma boa notícia é que as empresas estão dispostas a investir em formação. No caso da equipe de sustentabilidade do Sírio-Libanês, a instituição subsidiou especializações e pós-graduações para capacitar sua equipe de sustentabilidade. “Arcamos com 70% dos custos”, diz Fabio Patrus Pena, superintendente de gestão de pessoas e qualidade do hospital. Vale lembrar que as posições não estão restritas à área técnica e devem se manter em alta pelo menos até meados de 2016, prazo mínimo para que os reservatórios recuperem seus níveis normais.


ISTO É COM VOCÊ

- Empregos na área de sustentabilidade estão ao alcance de profissionais de outras áreas;

- Propostas de economia de água e energia podem ser feitas para profissionais de qualquer área;

- Para quem busca se especializar no assunto, é um bom momento para pedir o apoio da empresa a fim de conseguir bolsas de estudo.


DE PRIMEIRA NECESSIDADE

Cargos que estão em evidência nas organizações devido à escassez na oferta de água:

1. Diretor de Engenharia e Meio Ambiente

- Salário*: 21.500

- Atuação: Indústria

- O que faz: desenvolve planos para a área de engenharia do meio ambiente. Orienta a equipe tecnicamente, controla custos e cronogramas e melhora o uso dos recursos. Analisa relatórios para a tomada de decisões e representa a empresa em reuniões sobre preservação ambiental.

- Formação: engenharia química e ambiental

2. Gerente de Meio Ambiente

- Salário*: 6.200

- Atuação: Indústria e área corporativa

- O que faz: planeja e gerencia projetos de preservação, administração de resíduos e programas de reciclagem de matérias-primas. Elabora estratégias e acompanha procedimentos para reduzir a poluição e tratar efluentes

- Formação: engenharia ambiental e florestal, ciências biológicas, direito ou agronomia

3. Gerente de Produção

- Salário*: 7.600

- Atuação: indústria

- O que faz: é o profissional responsável por assegurar o cumprimento das metas de produção, dentro dos padrões de qualidade, quantidade, custos e prazos estabelecidos pela empresa. Por essa razão, desenvolve processos para evitar o desperdício de matérias-primas

- Formação: engenharia de produção, gestão de produção e administração

4. Consultor Ambiental

- Salário*: 3.400

- Atuação: indústria, construção civil e área corporativa

- O que faz: presta consultoria em projetos de gestão ambiental. Define o plano de gerenciamento de resíduos e elabora processos para o tratamento de efluentes, acompanhando as análises físico-químicas e microbiológicas necessárias

- Formação: biologia, geologia, geografia, engenharia ambiental e agronômica

5. Gerente de qualidade

- Salário*: 6.200

- Atuação: indústria

- O que faz: é o profissional responsável pela gestão de qualidade e segurança nas indústrias automobilística, petroquímica, eletroeletrônica e alimentícia, que busca obter certificações de qualidade e eficiência

- Formação: administração e engenharia

*Salário médio, em reais





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[img1][capa][box-leia]O estádio da Arena da Baixada, que recebeu os jogos da Copa do Mundo em Curitiba, é uma referência em sustentabilidade. Graças a um sistema de calhas, toda a água captada durante as chuvas é conduzida a tanques de armazenamento e tratamento para ser reutilizada. O projeto arquitetônico, que favorece a iluminação e a ventilação naturais, permite reduzir o consumo de eletricidade. Torneiras com temporizadores, materiais que não promovem o aquecimento excessivo e painéis de LED complementam a economia de água e energia.


O escritório do arquiteto paranaense Guido Petinelli, de 32 anos, foi o encarregado de garantir que a obra seguisse as normas necessárias para ser certifcada pelo Green Building Council (GBC), organização não governamental com sede nos Estados Unidos, responsável por reconhecer as melhores práticas na construção sustentável.


A escolha do escritório de Guido não foi casual. O arquiteto compõe o seleto grupo de 250 profissionais brasileiros — ou 0,26% do total de 95 mil arquitetos do país — que detêm a certifcação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), concedida pelo GBC, que os habilita a projetar, executar e acreditar empreendimentos ambientalmente corretos. Nos Estados Unidos, 175 mil profissionais detêm o título.


A capacidade de entregar edificações verdes, planejadas para poupar água e energia, é hoje um pré-requisito para que uma construtora possa ser selecionada para tocar projetos de grandes empresas ou se inscrever em licitações de obras governamentais. Só no Brasil, as construções sustentáveis movimentam 13,6 bilhões de reais anuais e já respondem por 9% do PIB de edifcações, subdivisão do PIB da construção civil que exclui obras de infraestrutura. Mas a expectativa é que esse percentual dobre nos próximos cinco anos, segundo Felipe Faria, diretor da regional brasileira do GBC.


Na esteira desse movimento, crescem a demanda e os salários pagos aos profissionais capacitados a executar construções ambientalmente responsáveis. Como o preço dos projetos corresponde em média a 1% do valor da obra, e como os empreendimentos certificados são geralmente grandes, isso pode representar uma remuneração milionária.


Apesar de prometer acesso a projetos caros, poucos arquitetos brasileiros se interessam. Quem atua na área alerta que, por enquanto, o título Leed só é indispensável em escritórios de arquitetura que atendam grandes corporações. Para a maior parte dos profissionais, cujos clientes são pessoas físicas e pequenas e médias empresas, o apelo é pequeno. "A certificação é onerosa para quem não atua em grandes escritórios e é um tiro no escuro, pois não há garantia de retorno", diz Gilberto Belleza, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.


Ao mesmo tempo, a reserva de mercado valoriza os profissionais que saíram na frente nessa certificação. A possibilidade de aumentar a renda ao atuar num segmento ainda pouco explorado foi um dos principais fatores que motivaram a arquiteta paulistana Vanessa Rocha Siqueira, de 34 anos, a obter a certificação Leed em 2012. "Percebi que o mercado de construção verde poderia ser um trampolim em minha carreira", diz. Desde que conseguiu o selo, o faturamento de sua empresa foi multiplicado por 10.


Conseguir a certificação Leed não é um processo burocrático. Depois de frequentar cursos de dois dias de duração, ministrados pelo GBC, os arquitetos e engenheiros precisam ser aprovados em provas da entidade. O valor do exame, apesar de alto, não é proibitivo — varia de 250 a 350 dólares, conforme a certificação desejada. A maior dificuldade para os brasileiros, segundo o GBC, é que as provas — com 200 questões a ser respondidas em 240 minutos — eram aplicadas no Brasil só em inglês. Desde o segundo semestre de 2014, entretanto, tornou-se possível fazer os testes em português. O fim da exigência de experiência também deve facilitar a obtenção do Leed — o que gera um novo dilema. Como ocorre em diversos mercados, ao se popularizar, os selos de garantia estabelecem um novo patamar, mas perdem o efeito diferenciador. Bom para os institutos certificadores, nem tanto para os profissionais.


ISTO É COM VOCÊ

- As certificações são cada vez mais comuns em diversos mercados, como finanças e tecnologia. Elas possibilitam a entrada em um clube exclusivo, mas representam um investimento oneroso e de retorno incerto.

- Além de arquitetos e engenheiros, o bom momento do mercado de edificações verdes deve gerar boas vagas para profissionais de outras áreas, como marketing, vendas e finanças.


SUSTENTÁVEL E RENTÁVEL

Entenda por que aumenta a demanda por arquitetos habilitados a tocar obras ecologicamente corretas

- 13,6 bilhões de reais é quanto as edificações verdes movimentaram em 2013 no Brasil

- 3º lugar é a posição do Brasil no ranking dos países com mais pedidos de certificação de obras

- 9% do PIB é o percentual representado por esse tipo de construção


CRESCIMENTO VERTICAL

Compare o crescimento no número de pedidos de certificação Leed com o número de obras que obtiveram a certificação


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Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Ouço uma sinfonia global executando a música que eu chamarei carinhosamente de “Eu acredito”. É uma obra coletiva, na qual as notas são as histórias pessoais e os acordes são a esperança. É difícil escutar sua melodia no Brasil numa época de pessimismo sufocante. Precisamos aumentar o volume, seja para vivermos melhor, seja para termos energia para trabalhar e crescer em nossa carreira.


Quero contar breves histórias que testemunhei recentemente. Elas mostram que há gente em busca de uma convivência mais cheia de afeto. Primeiro, lembro de um executivo da EDP agradecendo a centenas de colaboradores no evento de início de ano da companhia de energia: “Quando galgamos os postos corporativos, criamos uma casca dura. Hoje, com vocês, reaprendi a chorar e a acreditar na gentileza”. No Itaú, durante uma palestra, avistei uma funcionária fazendo dobraduras num ritmo frenético. No final, perguntei curioso se era um hobby. Ela disse que não. Os origamis eram uma surpresa que um grupo de pessoas fazia para uma superintendente vitimada por um AVC. “Diz a tradição oriental que uma pessoa presenteada com mil pássaros de origami se recuperará. Eu acredito”, disse a funcionária.


Temos de acreditar também. Como fizeram quatro alunas minhas, todas executivas financeiras. Elas resolveram criar as “Doutoras da Gentileza”, uma homenagem aos Doutores da Alegria na qual a mensagem é levar o afeto para com o próximo às ruas da cidade. Vamos nos engajar nessas missões que fazem do trabalho um lugar melhor.


Falar de cuidado com o colega, de um ambiente de trabalho mais gentil, significa falar de esperança, desse ato de acreditar que podemos transformar o mundo. Uma experiência incrível de compartilhamento de esperança pode ser encontrada no collectively, um site colaborativo que quer contar os bons exemplos e propor soluções para as coisas ruins do mundo. Numa viagem recente aos Estados Unidos, descobri que as escolas de negócios deixaram de ensinar que tempo é dinheiro. Tempo é conhecimento, reza o novo mantra. Só com sede de conhecimento você manterá a esperança de que vamos construir um futuro melhor. Vamos tocar essa sinfonia global? Você é o maestro.


*Gil Giardelli escreve sobre inovação digital. É professor do Centro de Inovação e Criatividade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Miami ad School e presidente da Gaia Creative.





Por: Atitude - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Em 2009, a VCP, fabricante de papel e celulose do grupo Votorantim, comprou a também brasileira Aracruz, e o negócio deu origem à Fibria. A partir daquele momento, a nova empresa se transformava na maior de seu setor no mundo. Nascia ao mesmo tempo um desafio proporcional a seu tamanho: lidar com uma herança maldita. A origem estava na Aracruz, conhecida no Brasil e no exterior pela qualidade de suas florestas de eucalipto e excelência operacional de suas fábricas, mas também pelos inúmeros conflitos de posse de terra travados há décadas com populações indígenas e sem-terra próximas a suas operações no Espírito Santo e na Bahia.


A questão manchava a reputação da companhia e gerava uma série de perdas para o negócio. Suas áreas eram alvo constante de incêndios e invasões. Só em 2010 cerca de 320 mil metros cúbicos de madeira foram roubados - prejuízo de 13 milhões de reais para a Fibria.


Hoje, o cenário é outro. A fabricante de celulose nutre um relacionamento um tanto quanto amistoso com seus vizinhos. Prova disso é que, devido ao imbróglio social na qual estava metida, a Aracruz nunca pleiteou que suas florestas fossem certificadas de acordo com os princípios do Conselho de Manejo Florestal, instituição internacional que criou o padrão de exploração sustentável. Atualmente, todas as áreas de eucalipto da Fibria têm o selo verde, atributo quase indispensável para exportar para países ricos.


A guinada da Fibria não se deu da noite para o dia. Ao contrário. Ela só aconteceu porque, ao longo dos últimos seis anos, o conselho de administração da companhia, liderado pelo mineiro José Penido, definiu como uma de suas prioridades mudar de maneira radical seu modelo de relacionamento com as comunidades e ajudá-las a prosperar. Na cidade de Prado, por exemplo, na costa sul da Bahia, uma fazenda da Aracruz ocupada por integrantes do MST foi alvo de inúmeras ações de despejo e reocupação durante os anos 2000. A Fibria conseguiu fazer um acordo com o grupo e cedeu parte da área para que um assentamento fosse erguido e mais de 1.800 famílias pudessem viver da cultura de mandioca e do comércio de farinha, frango e pimenta. "O conselho da empresa entendeu que sustentabilidade é algo decisivo para o sucesso do negócio, colocou isso na pauta e não tirou mais", afirma o economista Sergio Besserman Vianna.


Um respeitado estudioso do tema das mudanças climáticas, Besserman faz parte, desde 2010, de um comitê criado pelo conselho. Coordenado por Penido, o grupo é formado por outros sete especialistas independentes que têm a missão de avaliar e criticar a estratégia de sustentabilidade da Fibria. Estão também no time, que se reúne durante dois dias com o conselho quatro vezes por ano, o especialista em biodiversidade Claudio Pádua e o líder indígena Ailton Krenak. Em outubro, a Fibria foi eleita a Empresa Sustentável do Ano pelo Guia Exame de Sustentabilidade.


POUCO ENGAJAMENTO

Trata-se de um caso emblemático de uma empresa cujo tema da sustentabilidade é considerado relevante pelo conselho de administração - sua mais alta hierarquia -, e isso se mostrou um fator crucial para que ela conseguisse se livrar de um passivo e fosse hoje vista como referência para o setor. Exemplos como o da Fibria, porém, ainda não são a regra no mundo. Uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria Boston Consulting Group, em parceria com o MIT Sloan Management Review, periódico da escola de negócios Sloan, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e a ONU, com 2.587 executivos em 113 países - incluindo o Brasil - revelou que, para 86% do universo consultado, o engajamento do conselho é fundamental para que o tema da sustentabilidade seja realmente incorporado à estratégia de negócios de uma companhia.


Por outro lado, apenas 42% dos executivos declararam acreditar que os conselhos dão a atenção merecida ao tema. "Infelizmente, a verdade é que falta comprometimento dos conselheiros com o assunto", diz Martin Reeves, diretor da consultoria BCG em Nova York. Nesse cenário, há uma boa notícia em relação ao Brasil no que diz respeito a pelo menos um aspecto. Dados do Guia Exame de Sustentabilidade revelaram que o número de comitês dedicados a municiar os conselhos das empresas com informações sobre sustentabilidade vem crescendo.


No ano passado, das 228 companhias pesquisadas, 33% declararam ter comitês de sustentabilidade se reportando diretamente ao conselho. Em 2009, eram apenas 18%. Nem todos são compostos de especialistas externos. No caso da Masisa, fabricante de painéis de madeira, que faturou cerca de 500 milhões de reais em 2013, o comitê de sustentabilidade é formado por um grupo de 11 pessoas da própria empresa, entre diretores e gerentes de área, que trabalham sob o comando da presidente Marise Barroso.


Um grupo de 12 especialistas consultados pela revista Exame concorda que nada disso, porém, adianta sem o apoio do presidente e de um executivo dedicado exclusivamente ao tema. "É a persistência diária e o poder de persuasão da máxima liderança da companhia que, no final das contas, mudam a cultura de uma empresa", afirma Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu, ONG dedicada a promover o consumo sustentável, e um dos precursores do movimento de responsabilidade corporativa no Brasil. "Cabe só a ele inspirar, ao mesmo tempo, o conselho e os funcionários da empresa para o tema".


Na fabricante de material para construção Duratex, que faturou 3,8 bilhões de reais em 2013, essa missão foi dada ao paranaense Antonio Joaquim de Oliveira, nomeado presidente há dois anos, egresso da diretoria de sua unidade de painéis de madeira. Quatro anos antes de o executivo assumir esse posto, o conselho de administração da Duratex deu início a um processo de conversão à causa da sustentabilidade semelhante ao da Fibria, mas por um motivo diferente: a empresa, que pertence ao grupo Itaúsa, fundiu suas operações com as da fabricante de painéis de madeira Satipel, que tinha o capital aberto e estava listada no Novo Mercado da Bovespa, segmento que agrega as empresas dispostas a adotar as práticas mais elevadas de governança corporativa. "Já vínhamos nos preocupando com a questão há alguns anos, mas a partir daquele momento uma cobrança maior por parte dos acionistas nos levou a elaborar uma estratégia de sustentabilidade mais sólida", diz Oliveira.


Para isso, o conselho também criou um comitê, formado por conselheiros independentes, acionistas e especialistas em sustentabilidade, que o ajudou a analisar a operação da nova Duratex e a elencar todos os processos que deveriam ser revistos na esfera social e ambiental. Quando assumiu, em 2013, Oliveira ganhou a incumbência de melhorar não só indicadores financeiros como também uma série de números relativos à geração de resíduos, ao consumo de água e de energia e ao relacionamento com comunidades vizinhas às fábricas da empresa.


As metas deverão ser batidas até 2016. Para isso, a partir daquele ano todos os executivos da companhia passaram a ter cerca de 20% de sua remuneração atrelada a essas metas, e uma gerência de sustentabilidade foi criada. À frente da equipe de 46 profissionais está o executivo João Redondo, ex-gerente industrial da Itautec. "Estou comprometido em fazer com que a sustentabilidade seja algo entranhado em nossa cultura. Confesso que ainda não chegamos lá e o caminho é cheio de obstáculos", afirma Oliveira.


Não há falsa modéstia nas palavras do executivo. Especialistas são categóricos em afirmar que a tarefa não é mesmo fácil. "Até existem alguns presidentes convictos de que o tema deve ser prioridade, mas eles realmente não são muitos", diz Mário Monzoni, diretor do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, responsável pela metodologia do Guia Exame de Sustentabilidade. Esses poucos acabam se transformando em ícones e ganham certo status de celebridade.


Hoje, a grande estrela nessa seara no mundo é o holandês Paul Polman, à frente da multinacional de bens de consumo Unilever desde 2009. Ele usa e abusa da visibilidade do cargo para expor seu desconforto com os dilemas sociais e ambientais do mundo e para alardear as metas ambiciosas da Unilever: até 2020, dobrar a empresa de tamanho e reduzir pela metade seu impacto ambiental. Ainda é cedo, porém, para saber se a Unilever chegará lá. Ninguém duvida, quando Polman fala em público, de que o executivo tem atualmente o apoio do conselho de administração e dos mais de 170 mil funcionários da Unilever ­ espalhados pelo mundo para perseguir a meta. E isso, já está provado, é decisivo para o sucesso.


GESTÃO COMPARTILHADA

Os principais fatores que ajudam a fazer com que a sustentabilidade permeie a estratégia de negócios e casos de empresas que conseguiram colocá-los em prática:


- O assunto está no conselho

A sustentabilidade é considerada relevante pelo conselho de administração - a mais alta hierarquia da empresa - e está na pauta de seus encontros tanto quanto o aumento da receita ou a satisfação dos clientes.

Exemplo: Para aproximar o tema do conselho, a Fibria, fabricante de celulose, criou um comitê formado por membros independentes renomados, como o economista Sergio Besserman, estudioso das mudanças climáticas, e o ambientalista Claudio Pádua, autoridade em biodiversidade.


- O presidente veste a camisa

O principal executivo da companhia prioriza o tema e tem o aval do conselho para colocar em prática a estratégia de sustentabilidade, mesmo que ela seja complexa e implique resultados só no longo prazo.

Exemplo: Em 2009, o holandês Paul Polman, presidente global da empresa de bens de consumo Unilever, tornou pública, com o consentimento do conselho, a meta ambiciosa de dobrar a receita da empresa até 2020, reduzindo à metade seu impacto ambiental.



- Existe uma área dedicada ao tema


A existência de uma diretoria ou gerência de sustentabilidade permite que um grupo de funcionários trabalhe na disseminação da estratégia e no monitoramento do desdobramento e cumprimento das metas em todas as áreas.

Exemplo: Na Duratex, do setor de material para construção, a área de sustentabilidade tem 46 profissionais de diferentes departamentos da empresa, como gerentes das fábricas e consultores. É ela que municia o presidente e, muitas vezes, o conselho com informações atualizadas sobre o tema.


- Há envolvimento de toda a operação

Funcionários representando todas as áreas da empresa formam um comitê, que se reúne periodicamente para discutir a evolução das ações de sustentabilidade no dia a dia da companhia.

Exemplo: Na Masisa, fabricante de painéis de madeira, 11 executivos de diferentes áreas e a presidente se reúnem a cada 45 dias para discutir temas relacionados à sustentabilidade, como diversidade e ecoeficiência, e o andamento de projetos que envolvem toda a empresa.





Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Vivemos um tempo em que as pessoas aprenderam a usar a força do coletivismo. O desejo de se encontrar cresce a cada dia. Acordei para escrever este texto numa manhã sob o som das serras elétricas que desde cedo começaram a cortar árvores de um terreno no qual antes funcionava uma casa de shows na rua onde moro. Logo uma moradora saiu à rua em defesa das árvores. Em pouco tempo havia uma dezena de pessoas, que logo se transformaram em mais de 200. O corte foi interrompido e, depois de uma negociação, a prefeitura suspendeu a derrubada das árvores. O saldo foi positivo: além de preservar o verde, os vizinhos pararam para conversar e se conhecer. O senso de comunidade saiu fortalecido. O pensamento coletivo nos deu um novo sentido de pertencer.


Essa valorização da coletividade está mudando a expectativa que temos de nossa experiência de trabalhar. Inteligência emocional, altruísmo, liderança e motivação são valores de um novo tipo de vida profissional que se preocupa com o lucro mas também com o propósito e com os efeitos do negócio no mundo. Exemplo disso é o Hereeast, espaço londrino que aproveita a infraestrutura de telecomunicações do centro de imprensa usado na Olimpíada de 2012 e foi transformado num superespaço aberto de 100.000 metros quadrados destinado a startups inovadoras, à criatividade e à conexão. Conheço iniciativas brasileiras assim, como o Cajuína Valley, inventado pela comunidade de inovadores digitais de Teresina, o Social Good Brasil, de Florianópolis, e o Guerreiro Sem Armas, de Santos.


O hábito do compartilhamento pode nos ajudar na carreira? Lógico. Participar de inovação social faz de nós profissionais abertos à mudança, que não perdem tempo reclamando de si mesmos ou da perda de oportunidades. Como disse Kriss Deiglmeier, professor de Stanford, a inovação social nasce "por iniciativa de indivíduos, de grandes corporações ou organizações da sociedade e leva a um mundo mais sustentável e próspero".


Eu tenho a sensação de viver no último capítulo de uma era de obscurantismo feudal e de estar assistindo a um novo renascimento no século 21, com a geração dos fazedores e dos coletivos de mudança. Por ora, pode faltar água, energia, segurança e ética - grandes problemas globais -, mas não vão faltar inovadores sociais para levar o mundo a outro patamar.


*Gil Giardelli escreve sobre inovação digital é professor do Centro de Inovação e Criatividade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Miami Ad School e presidente da Gaia Creative





Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]O noticiário tem mostrado diariamente as fragilidades da economia brasileira. Mas o que esses índices têm a ver com sua vida cotidiana? Qual seria a atitude financeira correta para atravessar esse período? Vamos aos fatos.


A frágil conjuntura econômica mundial - desaceleração da economia da China e expectativa de aumento das taxas de juro nos Estados Unidos - vem se deteriorando e fazendo crescer o déficit em conta-corrente no Brasil. Tudo isso somado aos juros do cheque especial, que chegaram a 200,6% em dezembro, a maior taxa dos últimos 16 anos, à crise hídrica e energética, que já promove movimentos de férias coletivas em algumas empresas, a constantes escândalos da Petrobras e à alta de 40% a 50% das tarifas de energia elétrica e de 10% a 15% do transporte público. Em suma, um desequilíbrio sem precedentes.


Só mesmo uma revisão da política econômica nacional com o objetivo de conter a inflação seria capaz de reverter esse quadro, e os efeitos dessa série de ações não seriam nem um pouco saudáveis para o consumidor em geral. A tendência é que as medidas provoquem desvalorização de nossa moeda e redução da atividade no país, implicando aumento do desemprego, desaceleração da indústria e do comércio e, especialmente, alteração dos hábitos de consumo do brasileiro, que teria de se reeducar financeiramente para suportar as mudanças.


Desse modo, reciclar, reduzir e reutilizar, palavras tão usadas no jargão da sustentabilidade, devem ser adotadas no cotidiano das finanças pessoais. Em tempos de vacas magras, é importante saber para onde está caminhando o orçamento, com planejamento e controle dos gastos, que vão desde o copo de suco de laranja na padaria da esquina até a prestação do carro.


No fim do mês, reavalie as despesas e tente classificá-las em: indispensáveis ou urgentes, as quais devem ser mantidas e utilizadas com moderação; desejáveis, que poderão ser reduzidas drasticamente em momentos mais turbulentos; e supérfluas, passíveis de corte em sua totalidade.


Isso feito, ainda pode-se contatar os bancos e as instituições financeiras para renegociar as dívidas ou tentar uma fonte de renda extra, sempre tendo em mente que uma coisa é certa: não há momento mais propício para rever hábitos e buscar a reeducação financeira.



*Samy Dana é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Ph.D em administração e negócios e Autor dos livros 10x sem juros, em coautoria com Marcos Cordeiro Pires, e Como passar de devedor para Investidor, com Fabio Sousa





Por: Desenvolvimento - Planeta Sustentável

[img1][capa][box-leia]Fascinado pela capoeira desde garoto, o niteroiense Carlo Alexandre Teixeira começou a praticar o esporte aos 15 anos, após assistir a uma apresentação em um teatro. Hoje, com 48, ele é um dos responsáveis por resgatar a cultura negra no Cais do Valongo, um dos lugares mais emblemáticos da história da escravidão brasileira - o antigo porto do Rio serviu de entrada para mais de 500.000 africanos no país, antes de ser aterrado pelo prefeito Pereira Passos, em 1911.


Formado em fisioterapia, Carlo fez mestrado na Inglaterra, onde fundou, em 2004, o projeto Kabula*, responsável por atividades de intercâmbio cultural entre diversos países. Por meio dessa iniciativa, ele chegou a apresentar a arte marcial brasileira ao público de lá. Em 2011, após idas e vindas entre Londres e o Rio, decidiu voltar de vez e se dedicar à capoeira.


"Cheguei no ano em que estavam sendo descobertas as relíquias arqueológicas do Valongo na Zona Portuária. Fui conhecer o local e pensei em montar uma roda ali", lembra Mestre Carlão, como é conhecido. Surgia assim o projeto O Porto Importa - Memórias do Cais do Valongo, que, desde junho de 2012, promove apresentações públicas de capoeira no lugar.


Os encontros são precedidos pela Roda dos Saberes, série de conferências sobre identidade e manifestações culturais africanas. Cada evento reúne cerca de 200 pessoas, incluindo estudantes, turistas e moradores da região. Desde o início do projeto, já houve 25 palestras. Em fevereiro do ano passado, a importância da iniciativa foi reconhecida pelo Prêmio Porto Maravilha Cultural, oferecido pela prefeitura do Rio.


Todo o conteúdo gerado nos encontros acaba de ser publicado em um livro com as histórias contadas nas rodas. O projeto rendeu ainda uma exposição fotográfica com imagens de Maria Buzanovsky, em cartaz no Museu de Arte do Rio, e um filme de entrevistas com os pesquisadores participantes.


Com esse material em mãos, Carlo pretende realizar oficinas em escolas públicas da cidade para difundir a história da região. "Vamos doar os livros, exibir o filme e fazer apresentações de capoeira para que os alunos tenham contato com toda essa cultura", explica. "O que mais me orgulha é que o projeto teve origem na rua, por meio da ocupação do espaço público e do resgate da memória".


Kabula*





Por: Atitude - Planeta Sustentável