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Vida em Malta: curiosidades que ninguém te conta sobre a ilha

No meu último post aqui no blog, falei um pouco sobre o que me levou a fazer um intercâmbio em Malta. Agora, é hora de falar como foi a minha vida durante os 11 meses que passei por lá e das coisas que quase ninguém conta sobre morar nessa ilha que ganhou meu coração.

Rocky your beaches, baby!

st peters pool - malta

Confortavelmente acomodada nas rochas de St. Peter’s Pool

Cheguei em Malta no início de novembro de 2015, outono no hemisfério norte, onde a ilha está localizada. O dia estava ensolarado, mas não fazia calor. Ainda assim, como boa mineira, a primeira coisa que eu fiz, após deixar as malas no apartamento, foi correr para praia. Qual não foi minha surpresa ao chegar lá e perceber que não tinha areia. Sliema, a cidade em que eu morava, fica no sul da ilha, onde a maior parte das praias são de rocha. Só que de longe você não percebe, porque o chão, embora de pedra, tem cor de areia.

É uma experiência estranha, mas tem suas vantagens, como poder sair da praia para qualquer lugar sem carregar aqueles grãozinhos intrusos no chinelo, na bolsa e em toda parte. Por outro lado, tomar sol deitado na pedra não é uma coisa das mais confortáveis.

É possível encontrar belas praias de areia no norte da ilha, como Golden Bay, Ghajn Tuffieha, Paradise Bay e Għadira (todas imperdíveis), mas fato é que no dia a dia a preguiça vencia e eu acabava perto de casa mesmo, curtindo as piscinas de pedra esculpidas nos tempos do império romano.

Paisagem bege com portas coloridas

E não são só as praias maltesas que tem cor de areia. Quase tudo em Malta é construído com pedra calcária e o tom bege amarelado predomina na paisagem. O contraste fica por conta do mar azul escuro, do céu quase sempre aberto e das portas e varandas, tradicionalmente pintadas com cores vivas. Uma combinação linda e muito diferente das vistas que temos por aqui.

Ruas com portas coloridas em Valleta, Malta

Construções cor de areia com portas e janelas coloridas em Valletta, capital de Malta. Foto: Shutterstock, por kavalenkava.

Mão-inglesa

Antes de sair do aeroporto eu já fui zoada pelo taxista que foi me buscar, quando tentei entrar no carro pelo lado do motorista. Até então eu não sabia que Malta era adepta da mão-inglesa, com aqueles carros com volante do lado direito, algo que eu só tinha visto na televisão. Não foi fácil me adaptar – e olha que eu nem dirijo. Quase morri atropelada várias vezes, por olhar pro lado errado na hora de atravessar a rua. Sem contar os momentos em que, ao ver o banco esquerdo desocupado, pensava num relance que havia um fantasma dirigindo os carros que vinham em minha direção.

Outra curiosidade sobre o trânsito em Malta é seu aspecto caótico. As ruas são muito estreitas, os motoristas não costumam ligar muito para as regras e não é incomum encontrar uma via interditada porque alguém simplesmente decidiu parar seu carro no meio da rua e saiu para resolver alguma questão pessoal. Ver carros batidos circulando por aí e assistir a esses acidentes também não é algo raro. Eu via alguma colisão quase toda semana.

Transporte público

Muita gente reclamava da falta de metrô na ilha, mas, para mim, cria de Belo Horizonte, isso não era incomum. O transporte público em Malta é feito majoritariamente por ônibus. Eles são confortáveis, mas dão um milhão de voltas para chegar em qualquer lugar. Dificilmente você pega um trajeto de menos de uma hora, mesmo para locais que não ficam muito longe. Uma vantagem é que você pode pegar quantos ônibus quiser no período de duas horas, a partir da compra da passagem.

O bilhete é comprado no próprio ônibus e você recebe um comprovante com o horário até o qual pode usá-lo. Algo muito útil quando precisa pegar mais de um ônibus para chegar a determinado local ou quando vai voltar rápido.  Uma coisa que pega muita gente de surpresa é que a tarifa fica mais cara durante a alta temporada. Se você quiser outra opção, pode usar o ferryboat. As rotas vão desde as internas, como a que liga Valletta à Sliema, até as que permitem visitar Gozo e Comino, que são as outras principais ilhas do arquipélago. Além de mais rápido, você pode aproveitar a vista linda do barco.

Segurança Pública

Fato é que, tirando os momentos em que eu ia turistar ou resolver alguma coisa na capital, eu fazia quase tudo a pé. Eu morava próximo à escola em que estudava, em uma região com muitos bares, restaurantes e supermercados. Além disso, era uma área tranquila, então até para a balada eu ia e voltava caminhando. Sim, eu voltava andando sozinha às 4 da manhã, sem problemas.

Confesso que sinto falta dessa liberdade, que é algo até difícil de imaginar em um país com desigualdade social e econômica tão absurda como o nosso. Era comum também irmos nadar e deixar as coisas sem vigilância na praia, sem preocupação, algo nada normal para mim até então. Não significa, porém, que a ilha seja o paraíso. Furtos de celulares e carteiras em bares e casas noturnas, por exemplo, são muito comuns, principalmente na alta temporada, então é importante estar atento.

Paceville e a boemia maltesa

Vida Noturna em Malta

Não tem como falar em vida noturna Maltesa sem falar em Paceville. Esse bairro de St Julians reúne as principais baladas do país e tem para todos os gostos. Casas especializadas em música eletrônica, pop, hip hop, longe, pubs de rock e até um bar brasileiro – ali você encontra de tudo um pouco.

E, o melhor, os lugares não cobram para entrar, você só paga o que consome, assim é possível aproveitar diferentes opções ao longo da noite. Para mim, no entanto, o grande destaque são as casas de música latina. Foi nesses bares que, mesmo antes de Despacito invadir o mundo inteiro, eu conheci e me apaixonei pela batida do reggaeton e de alguma forma reconheci minha própria latinidade, algo que nunca tinha experimentado. Morro de saudades da festa, da farra, das fatias de pizza que comprávamos no caminho e comíamos sentados no meio-fio.

Água por todos os lados, menos para beber

Água doce em Malta é um recurso escasso. Como não há lagos e rios no país e as chuvas são concentradas apenas no inverno, a solução é retirar o sal para usar a água do mar, um processo que consome muita energia elétrica e não é barato. Para beber e cozinhar, não se usa a água da torneira, é preciso comprar água mineral. Não é comum também encontrar bebedouros em locais públicos, como nas escolas, algo que estranhei quando cheguei. Ver luzes acesas sem necessidade nas casas maltesas também é algo raro. A economia de água e energia é um hábito estabelecido no país, tanto pelo alto custo, quanto pelo medo da população de que o recurso falte.

Ainda sobre a água, vale lembrar que, além de dessalinizada, ela é rica em calcário, combinação que resseca a pele e os cabelos. Eu, que aqui no Brasil sempre sofri com oleosidade, lá tive que aprender a cuidar de fios extremamente secos e quebradiços. Nessa época, azeites e óleo de coco eram meus melhores amigos.

Inverno ameno, verão opressor

Como contei, cheguei em Malta mais para o final do outono e planejava ficar até a primavera do ano seguinte. Tive sorte, pois o ano em que estive por lá foi considerado um dos invernos mais amenos dos últimos tempos na Europa. Não peguei temperaturas muito baixas, nem presenciei grandes tempestades e as ondas enormes resultante delas, como as que derrubaram a Azure Window, até então um dos principais cartões-postais do país, em 2017.

Azure Window Malta

Eu com alguns amigos visitando a finada Azure Window, em um raro dia nublado na ilha de Gozo.

Apesar das chuvas e ressacas, Malta normalmente não tem um inverno rigoroso. Já no verão, parece que a ilha se torna a sauna particular de Satanás. Entre junho e outubro, o clima é extremamente abafado, quente e úmido. Embora a média de temperatura seja de 31ºC, a umidade impede que a transpiração evapore e a sensação é de que não há vida fora do ar condicionado. Por isso, se você quer escolher uma boa época para conhecer Malta, eu indicaria a primavera ou o outono.

Prato cheio

A culinária Maltesa é influenciada pelas tradições mediterrâneas e italianas. Eu, como boa estudante dura, não era muito de comer fora, mas fiz questão de experimentar algumas das iguarias típicas de lá.

Os famosos pastizzis eram os mais comuns no meu dia a dia. Trata-se de um salgado de massa folhada recheado, tradicionalmente, com ricota ou uma pasta de ervilha (meu sonho era comer uma versão de frango com catupiry, mas não rolou).

Pastizzi: comida típica de malta

Pastizzi em malta. Foto: Ksenija Toyechkina, Shutterstock

Outro prato comum é o pene ao molho de tomate com linguiça maltesa. A iguaria ainda vai ao forno coberta por parmesão e é uma delícia. Porém, se quiser provar uma massa com preparação um tanto diferente, escolha a Timpana. Muito popular nas festas típicas do país, ela é uma torta de pão recheada com macarrão.

Os malteses também apreciam bastante a carne de coelho. Você encontra em todo supermercado, caso queira preparar em casa, ou em qualquer restaurante de comida maltesa. Eu experimentei e achei bem sem graça, mas por lá eles gostam muito.

Para acompanhar qualquer dessas comidas, você pode pedir uma lata de Kinnie, um refrigerante local muito consumido, mas que eu, pessoalmente, achei uma das coisas mais horríveis que já provei na vida. Vale provar também a Cisk, a principal cerveja nacional e provavelmente a mais barata que você vai encontrar. É uma larger e seria como a Brahma deles.

Cosmopolita com cara de interior

Malta é um país do tamanho de uma cidade e isso traz características únicas. Os malteses têm um jeitão interiorano, que pode parecer truculento a primeira vista, mas muito afetuoso, pautado pelas relações interpessoais e de confiança. É um modo de vida mais relaxado, sem a pressa dos grandes centros e de forte tradição católica (o país tem mais igrejas que quilômetros quadrados, 360 ao todo).

Esse estilo de vida é impactado, porém, pela vocação turística do local. Durante o verão, a população da ilha chega a triplicar. O país recebe turistas do mundo inteiro e, por ser um destino de férias acessível para europeus, é muito comum encontrar espanhóis e italianos estudando inglês na ilha nessa época.

Outro destaque são os turistas e estudantes turcos. Além da proximidade, Malta é um dos países da Europa para o qual eles têm menos dificuldades com o visto, então, na alta temporada eles são maioria. E a influência cultural deles na vida na ilha é marcante: mesquitas, restaurantes e mercados especializados estão por toda parte. Fiz tantos amigos vindos da Turquia que em meu período de férias da escola eu fiz questão de viajar para conhecer Istambul.

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Por: 360meridianos

Quando não estamos no controle, inventamos algo para controlar

Todo mundo tenta, uma vez ou outra, estar no controle de cada aspecto da vida. É isso que deduzo da garrafa pet cheia d’água que descansa, há semanas, no muro de um prédio da minha rua – logo acima do relógio de luz. E não é a única da vizinhança, resquícios de um boato que se espalhou pelo Brasil no começo do século, que garantia: colocar uma (ou duas) garrafas cheias acima do padrão de luz deixa a conta baratinha. Se não dá pra controlar o gasto apagando as luzes e diminuindo o tempo de banho, que seja então com uma garrafa no lugar certo.

Óbvio, não há base científica para o procedimento, o que não significa que ele dê errado. Fosse assim o Brasil não teria visto, na primeira década do século 21, garrafas acima de relógios de luz em praticamente toda grande cidade. Fosse assim a técnica não teria sobrevivido, mesmo que em menor intensidade, até 2018. Que funciona, funciona, mas não da forma que muita gente pensa, que seria uma maneira de adulterar a contagem do relógio. Na realidade, a conta fica mais barata porque o morador, ao sair de casa e se deparar com a geringonça acima do relógio de energia elétrica, se lembra de voltar e apagar as luzes da casa, garantem pesquisadores. Ou seja, em teoria é melhor apagar tudo de uma vez e mandar a garrafa pra reciclagem, mas quem se importa?

Essa história me fez pensar em como tentamos, de formas pouco ortodoxas, controlar o incontrolável, tipo a contagem feita pela companhia de energia elétrica. No meu caso, tentativas semelhantes surgem em dois momentos: em jogos de futebol e dentro de aviões. Comecemos pelos últimos. Como já contei aqui, eu, bem, eu me cago de medo de viajar de avião. Não literalmente, espero, mas em caso de turbulência forte quem sou eu para garantir.

Passagens aéreas baratas

E olha que nunca passei por situações realmente assustadoras. O momento mais complicado que já enfrentei foi uma arremetida num voo entre Brasília e Belém. Nada de incomum, procedimento padrão e simples para pilotos, mas que foi piorado pela presença de duas dezenas de deputados dentro da aeronave. Muitos deles gente do bem, aquele tipinho que só não lota o inferno porque esse lugar não existe. Enclausurado com uma galera tão agradável e no meio da primeira arremetida da minha vida, pensei o lógico: “só falta o juízo final começar justo por esse voo”.

Pousamos em segurança na segunda tentativa, com todos os passageiros claramente aliviados no final do voo – inclusive parte do Congresso Nacional. O que só confirma que a aviação é o transporte de massa mais seguro que existe e que certos deputados também são humanos, mesmo que muita gente duvide das duas afirmações.

Para algo dar errado num voo, muita coisa tem que falhar, o que não acontece, por exemplo, com aventuras rodoviárias. Em resumo, uma viagem de avião é estaticamente mais segura que uma feita de ônibus, mas eu sou de humanas e não entendo nada de números, o que faz com que eu tenha medo de voar, não de estradas.

A questão central envolvendo o medo de avião – não só o meu, mas o confessado por muita gente – é que nos ares nós não temos nenhuma falsa sensação de controle. A gente se senta na cadeira e torce pra dar certo, enquanto numa viagem de carro é possível viver a ilusão de que, ao volante, temos o controle de tudo ao nosso redor. O mesmo vale para o ônibus: se não estamos dirigindo, pelo menos pensamos que poderíamos fazer isso, se fosse necessário. Ao menos entendemos a lógica de funcionamento daquela máquina, algo bem mais complicado em aeronaves. A sensação de estar sem controle de nada, entregue aos responsáveis pelo voo, é desesperadora.

É aí que entra a artimanha da garrafa pet no relógio de luz. Ao longo dos anos, fui adquirindo costumes que se tornaram obrigatórios a cada voo. Tipo rezar, algo que só faço, confesso, em aviões – já está tão comum que fiz dos voos as minhas missas, meus cultos, meus momentos com o divino. Depois de afivelar os cintos e me segurar na cadeira, não tente falar comigo. Meus olhos podem estar abertos, mas minha cabeça está no céu, em todos os sentidos possíveis.

Além da recuperação da fé há muito perdida, faço outras coisas que, garanto, são tão importantes para a segurança do voo quanto as feitas pelos engenheiros e pilotos. Tipo mandar e receber as mesmas mensagens e me sentar mais ou menos no mesmo lugar. Se nunca deu errado, quer dizer que deu certo, tipo a garrafa pet. Já voei depois de me esquecer de uma ou outra técnica, claro, mas o voo foi bem mais tenso, mesmo que só para mim – o piloto e até os outros passageiros não diriam isso.

Tenho um comportamento parecido sempre que vou ao estádio ver o América jogar e estou convencido que, se meu time perde, não é pela falta de eficácia dos atacantes, mas porque eu deixei de fazer alguma coisa do ritual sagrado. Diga o que você quiser, mas este ano o América só perdeu quando eu estava a centenas de quilômetros de distância. A explicação poderia ser a de que coincidentemente só não fui aos jogos contra adversários mais complicados, mas acreditar nisso seria assumir que não tenho o controle, o que não é tarefa fácil.

Estrada Argentina

Crescer, aprendi com muita terapia, envolve assumir que não temos o controle de tudo. Nem de voos, nem de jogos, nem de tudo que ocorre durante uma viagem, por exemplo. E muito menos de cada aspecto de um relacionamento ou de cada coisinha, boa ou ruim, que acontece nas nossas vidas ou nas vidas de quem amamos. E, muitas vezes, por medo de assumirmos que não temos como controlar os resultados de algo importante, preferimos a saída fácil dos rituais e superstições. Por medo de não estarmos no controle de algo, inventamos algo para controlar.

Saber disso eu sei bem. Mas, pelo sim ou pelo não, melhor colocar aquela garrafa no relógio de luz.

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Pegadas ecológicas no turismo: dá para diminuir o impacto das nossas viagens?

Apesar de eu separar o lixo, diminuir meu consumo de carne vermelha, tentar comprar mais de pequenos produtores, não ter carro e comprar poucas coisas durante o ano, tem uma aspecto da minha vida que transforma minhas marcas nesse planeta em pegadas de mamute: viajar de avião. Você já calculou as suas pegadas ecológicas (ou carbon footprint, em inglês)? Eu nunca tinha pensado em calcular as minhas e, quando descobri o tamanho delas, vi que os resultados não são nada animadores.

“Não acho que seria viável limitar o turismo. Mas a gente não pode negar que é uma das atividades mais destrutivas para o planeta”, afirmou o Dr. Niko Paech, professor de Pluralismo na Economia pela Universidade de Siegen, na Alemanha e especialista em economia pós-industrial. “A operação e mobilidade são um problema, já o turismo é um luxo. Ninguém morre por causa de turismo, mas a falta da mobilidade mata as pessoas. A aviação cresceu muito, virou uma questão de massa e um problema de proteção do clima”.

Leia também: Turismo sustentável: um guia para um viajante consciente

Ele discursava para a plateia da maior feira da indústria de turismo do mundo, a ITB Berlin. No auditório lotado – tão lotado que eu estava sentada no chão – havia jornalistas, empresários, estudantes e diferentes representantes da indústria do turismo, que volta e meia precisam se lembrar do enorme problema que têm nas mãos. Dr. Niko debatia com Michael Lutzeyer, dono de uma reserva natural privada na África do Sul, sobre a relação conflituosa entre turismo e sustentabilidade.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) prevê um aumento para 7,2 bilhões de viajantes em aeronaves até 2035. “Uma viagem longa destrói o potencial de não poluir e diminuir o uso de gás carbono. A quantidade de passageiros é um desastre em termos de proteção do clima”. Segundo o Prof. Paech, a meta mundial é que cada pessoa emita, no máximo, 2.5 toneladas de gás carbônico por ano. Ele convidou as pessoas da plateia para que fizessem o tal teste das pegadas de carbono. Segundo um grupo ambiental chamado Germanwatch, uma única pessoa fazendo uma viagem transatlântica de ida e volta produz quatro toneladas métricas de CO2. Essa pesquisa também afirma que esse volume é o mesmo que o de 80 residentes na Tanzânia, no ano inteiro. E um avião num voo internacional raramente tem menos de 200 pessoas dentro dele.

Não encontrei nenhum teste do tipo em português que funcionasse ou me parecesse confiável. Então, usei a calculadora “oficial”, da Global Footprint Network. Segundo os resultados do meu teste, seriam necessárias existirem quatro planetas Terra se todo mundo vivesse como eu.

pegadas de carbono sustentabilidade

Fiz a análise em relação aos últimos 12 meses, período em que tive uma quantidade enorme de viagens longas de avião

“Num nível individual, não existe outra atividade humana que emita tanto em tão pouco tempo quanto a aviação, pois ela consome grande quantidade de energia”, explica o mediador do debate na ITB, Dr. Stefan Gössling, professor de turismo sustentável nas universidades suecas de Lund e Linnaeus.

Segundo ele, a aviação tem um impacto real de 5% nas mudanças climáticas. Isso se explica por conta do gasto enorme de energia necessário para um avião voar, além dos efeitos adicionais, como as emissões de óxido de nitrogênio, vapor dꞌágua, material particulado, trilhas de condensação e alterações das nuvens do tipo cirro .

Qual a posição do setor da aviação?

Resolvemos ir atrás do setor da aviação para entender se eles têm buscado, de alguma forma, novas tecnologias ou maneiras de diminuir as emissões de carbono. A assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Empresas Aéreas não respondeu nossas solicitações de entrevista.

A Organização de Aviação Civil Internacional, OACI, agência da ONU para o desenvolvimento do setor, da qual o Brasil é signatário, determina metas para 2020 e 2050, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, eles determinaram, em 2016, um novo padrão global para redução das emissões, para que as aeronaves passem a combinar fatores estruturais, aerodinâmicos e de propulsão que garantam menos emissões.

Isso seria aplicado em novos tipos de avião a partir de 2020 e em todos os aviões em produção a partir de 2023. O padrão novo para a aviação é mais severo com aeronaves mais pesadas, que são responsáveis por 90% das emissões internacionais de CO2, mas têm mais potencial tecnológico de incorporar novas tecnologias para redução do problema.

Experiência de viagem avião

Para completar, em 2015, numa convenção ambiental da ONU, em Paris, o Brasil assinou uma lista com metas de redução das emissões de carbono de 37% (até 2025) e de 43% (até 2030), com base nos níveis de 2005.

Uma das possibilidades para alcançar essa meta, segundo a ABEAR, é o desenvolvimento e uso de biocombustíveis, como o bioquerosene. A barreira ainda é o custo e a falta de investimento nesse tipo de energia. No Brasil, existe desde 2016 uma Política Nacional de Biocombustíveis, a Renovabio. No entanto, segundo o engenheiro de Desenvolvimento de Produto da Embraer, Marcelo Gonçalves, em entrevista para o site da Urabio, o processo para utilização desses produtos ainda está numa escala muito pequena: “Estritamente do ponto de vista técnico, a produção de bioquerosene já ocorre e está inclusive certificada. O Brasil é um país promissor neste sentido e internacionalmente conhecido pela sua grande experiência no uso de biomassa, como etanol de cana-de-açúcar, o óleo de soja para o biodiesel e eucalipto para a polpa de papel. Por causa destes fatores, acreditamos que podemos liderar o processo de substituição dos combustíveis fósseis na aviação por biocombustíveis. Todavia, ainda não há produção em escala suficiente para tornar o produto economicamente atrativo”,

E as pegadas ecológicas dos viajantes?

pegadas de carbono luiza

Não acredito em “culpar” viajantes em nível individual, considerando que a escala do problema é muito maior. E nem em falar em limitar o turismo, o que o próprio Prof. Paech considera impossível. Mas, talvez, uma forma de tornar o turismo mais sustentável é diminuir o ritmo e repensar a forma como viajamos. Essa é a filosofia do “slow movement”, sobre o qual já postamos a respeito com os textos da Alexandra Duarte. Uso a explicação dela, então:

“Em suma, (o slow moviment) defende retomar o controle da própria vida e do ritmo dela, tomar o tempo necessário para cada coisa e recusar a aceleração constante – muitas vezes sem propósito – em que vivemos, que se tornou a marca da sociedade pós revolução industrial (…) Vivemos no automático e queremos produzir mais, aproveitar mais, viver mais e com mais velocidade. Viajar é quase sempre sinônimo de uma equação que inclui meios de transporte de eficiência e uma matemática complexa de quantos dias temos para fazer tudo que um destino tem de imperdível. Quebrar essa lógica durante viagens de lazer é um desafio mesmo para quem, como eu, é adepta às práticas do movimento Slow”

O prof. Paech completa esse pensamento: “Quem estaria disposto a viajar por um dia, ao invés de uma hora, pra um destino que é naturalmente sustentável?”.

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Ciúme: uma fruta verde amarga e pegajosa

Amargo e pegajoso, o ciúme é uma indigesta fruta verde. Uma vez mordida, deixa aquele travo ...
Por: Horóscopo

A verdadeira história por trás da lenda de El Dorado

Quando, durante uma de suas expedições pelo Novo Mundo, o espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada encontrou-se com o povo muísca, no coração da selva Amazônica, não sabia que seria ele o responsável por começar uma corrida do ouro que duraria séculos. O ano era 1532 e pouco ainda se sabia sobre as riquezas, perigos e mistérios que viviam nas sombras da enorme floresta tropical. Quesada falou em seus relatos de viagem sobre um rei tão rico, mas tão rico, que cobria todo o seu corpo com ouro e, do meio de uma canoa, jogava pedras preciosas em um lago como oferenda aos deuses.

Naquela época, já não era segredo para ninguém do outro lado do Atlântico as quantidades absurdas de ouro, prata, esmeraldas e outras pedras encontradas nas colônias americanas, e a ideia de um soberano detentor de tanta riqueza logo atiçou a ganância e a imaginação dos espanhóis. Imaginação que era alimentada por mais e mais relatos que chegavam dos exploradores na América do Sul.

A cada contato com indígenas, pipocavam narrativas que sustentavam a existência de um lugar de fortuna extraordinária perdido no meio da floresta. Algumas vezes, essas histórias contadas pelos indígenas tinham como objetivo agradar os conquistadores ou conseguir apoio em guerras entre as tribos. Foi o que ocorreu com Sebastián de Belalcazar, que, em 1535, após dominar o último enclave Inca, escutou de um nativo a confirmação da existência do rico reino, na tentativa de convencer o comandante a apoiar seu povo em uma guerra contra os muíscas.

El Dorado

Cena da animação O Caminho para El Dorado (2000), da Dreamworks. Reprodução.

De lá pra cá, quem contou o conto, aumentou um ponto, e a lenda de El Dorado floresceu. Havia quem falasse em ouro que “brotava da terra como as plantas”, tão “abundante quanto os peixes nos rios”. O suficiente para erguer uma cidade inteira construída com o metal e decorada com as mais diversas pedras preciosas. Uma riqueza sem tamanho oculta entre a densa vegetação da selva amazônica.

Por séculos, El Dorado foi a motivação que levou centenas de exploradores a desbravar o território sul-americano em busca da fama e fortuna que conseguiriam ao encontrá-la, sem sucesso. A cada nova expedição, uma nova provável localidade era apontada. O que começou na Amazônia colombiana cruzou fronteiras e se estendeu para o Equador e Peru e, depois, cada vez mais ao leste, rumo à Venezuela, Brasil, Guianas. Houve até mesmo quem apontasse o Deserto de Sonora, no México, como a verdadeira localização de El Dorado, mas a cidade sempre acabava por virar fumaça nas mãos dos conquistadores.

Lago Guatavita, na Colombia, a origem da lenda de El Dorado

Lago Guatavita, na Colombia, a origem da lenda de El Dorado. Foto: Shutterstock.

El Dorado: um único metal, duas culturas

A lenda de El Dorado é a exemplificação do gigantesco choque de culturas desencadeado pela chegada dos europeus às Américas. De um lado, a sede de ouro, a urgência de explorar economicamente o novo território e de se apropriar de qualquer tipo de riqueza que por aqui encontrassem. De outro, civilizações com outros valores, costumes e simbolismos. Para os povos originários da América Latina, o ouro e os outros metais e pedras preciosas não tinham valor econômico, apenas ritualístico. Eram usados em decoração de templos, palácios e tumbas, na confecção de utensílios e em oferenda aos deuses. A economia era movida pela troca e, em algumas situações, diferentes materiais – como tecidos de algodão, cacau e milho – faziam um papel parecido com a moeda, calibrando o valor das mercadorias.

E o que o comandante Quesada viu naquele dia de 1531 não foi uma demonstração de riqueza como ele pode ter interpretado, mas sim um ritual tradicional entre os muíscas, população que habitava o altiplano colombiano desde 800 D.C e que chegou a ser a terceira mais populosa do continente, depois dos Astecas de dos Incas, mas desapareceu no século 18 como consequência da colonização. Na época, eles coroavam seus governantes cobrindo-os com resina e depois com pó de ouro e enviando-os para o centro de um lagoa em uma jangada, de onde ele fazia oferendas aos deuses para pedir por um bom e próspero reinado.

Muitos acreditam que essa lagoa seja a Lagoa Guatavita, localizada no município de mesmo nome, a 75 km de Bogotá. No século 16, os espanhóis chegaram a encontrar e até mesmo a tentar drenar a lagoa, na tentativa de alcançar a riqueza que estaria depositada ali. De fato, algumas joias e pedras preciosas foram recuperadas nas margens, mas naquela época eles não conseguiram chegar ao fundo. Mesmo depois disso, a busca por uma El Dorado mítica prosseguiu. De acordo como o arqueólogo José Oliver, em uma palestra na University College London, a lenda de El Dorado perdurou por tanto tempo porque havia o desejo de que a lenda fosse real.

Miniatura de El Dorado no Museu do Ouro de Bogotá

Miniatura de El Dorado no Museu do Ouro de Bogotá

Hoje, os estudiosos aceitam que El Dorado nunca existiu como um lugar, mas sim como uma pessoa, o rei dos muíscas. Duas pequenas esculturas de ouro que representavam o ritual foram encontradas por arqueólogos nos séculos 19 e 20. A primeira desapareceu num incêndio que atingiu o navio que a levava para a Europa. A segunda está exposta no Museu do Ouro de Bogotá, ao lado de dezenas de peças esculpidas pelos muíscas, que, de acordo com pesquisadores do próprio museu, tinham técnicas únicas de manejo do metal, diferentes de tudo o que os espanhóis conheciam, e uma produção excepcional de ouro na altura da chegada dos espanhóis. Essas habilidades acabaram tornando-os bastante visados pelos europeus. E tudo o que eles queriam era agradar aos deuses.

Serviço: Museu do Ouro de Bogotá

Endereço: Cra. 6 #15-88, Centro, Bogotá

Funcionamento: 9h às 18h. Fecha às segundas-feiras.

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Por: 360meridianos

Como era a vida num bunker em Berlim na Segunda Guerra Mundial

O barulho do metro passando abaixo lembra o som que os aviões faziam quando estavam bombardeando a cidade. Estamos embaixo da terra, mas acima das linhas do UBahn, em Berlim. Havíamos acabado de entrar por uma portinha verde, que milhares de pessoas ignoram na descida para a estação de metrô U Gesundbrunnen e ali estávamos, prestes a entrar num dos abrigos construídos durante a Segunda Guerra Mundial para tentar proteger a população durante os bombardeios que destruíram boa parte de Berlim a partir de 1943.

“Vocês vão me ouvir dizer a palavra bunker muitas vezes durante o tour, mas esse lugar onde estamos não era um bunker, era um abrigo anti-aéreo de emergência”. Explicou a nossa guia, Anna Bjerre, no início do tour chamado “Dark Worlds”. Ela explica que usa a palavra bunker porque é mais curta e fácil de explicar. Na verdade, o espaço não a prova de bombas. Isso era uma tarefa para os verdadeiros bunkers, que nem eram subterrâneos, mas torres, espalhadas pela cidade – tentaram destruí-las após a guerra, “mas é difícil destruir com bombas um prédio antibombas”, brinca Anna. Um desses abrigos está ali por perto, a Flak Tour, no parque em Gesundbrunnen.

Leia também: O que fazer em Berlim: roteiro de 5 dias 

Onde ficar em Berlim: os melhores bairros

A primeira parada do passeio é um corredor onde ficavam os banheiros e hoje há uma representação de como era no passado. Ali, não havia cubículos. A guia nos explicou que, num abrigo lotado, eram o único espaço que as pessoas poderiam ter alguma privacidade e por isso, as mulheres usavam os banheiros para se matar. Para tentar contornar a situação, os nazistas mandaram retirar os cubículos, fizeram apenas 46 vasos (de forma que sempre haveria fila e gente esperando para entrar) e colocaram cortinas ao invés de portas. E, segundo disse Anna, é assim que se diferencia um bunker da Segunda Guerra Mundial de um da Guerra Fria.

(CC BY-NC-ND 3.0) 2001 eku interactive, Berlin:Bad Homburg. Photographer: Frieder Salm 4

Continuamos para a próxima sala e Anna nos avisou para não tocar nas paredes. Aquela era uma sala especial, o quarto dos seguranças, pessoas que cuidavam os bunkers e garantiam que tudo correria bem. Ali havia uma saída de emergência. Se a luz acabasse no abrigo, era importante que essas pessoas ainda pudessem fazer o seu trabalho. Por isso, as paredes eram pintadas com uma tinta fosforescente. Apesar de ser tóxica, a tinta fazia com que o cômodo ficasse iluminado por pelo menos 30 minutos e também era utilizada em portas e avisos.

Grandes abrigos antiaéreos ou bunkers eram públicos e pensados para abrigar milhares de pessoas. Já os altos oficiais nazistas tinham seus próprios espaços de proteção. Espalhados pela cidade, havia placas que informavam o tempo que levaria para chegar no abrigo mais próximo. Depois que as sirenes de aviso começassem a soar, as pessoas tinham cerca de 20 minutos para encontrar um abrigo. A informação de quilômetros ou metros não era tão precisas quanto em minutos.

A questão é que não era permitido passar a noite toda lá dentro. No máximo, uma hora. O ar dentro dos abrigos era limitado. Com a quantidade de pessoas lá dentro e portas de metal selando os espaços, em pouco tempo, o oxigênio se esgotava. A forma de garantir que não iriam morrer sufocados era acendendo velas: a primeira, a nível do chão. Quando essa se apagava, acendiam uma numa altura média. A última a ser acesa ficava mais no alto. Quando ela apagava, era hora de evacuar o subsolo.

Em algumas noites, os berlinenses tinham que ir para os abrigos várias vezes. É que os ingleses concluíram com o tempo que não precisavam necessariamente voar até Berlim. Voavam até a cidade vizinha, que era o que fazia o alarme soar, e voltavam. Assim para os moradores, parecia que ocorriam mais ataques do que a realidade. O objetivo era gerar medo e diminuir moral dos alemão perante a guerra.

(CC BY-NC-ND 3.0) 2001 eku interactive, Berlin:Bad Homburg. Photographer: Frieder Salm 2

Quando as sirenes soavam, a qualquer hora do dia ou da noite, era preciso pegar a mala e correr para o abrigo mais próximo. As pessoas dormiam com a mala pronta embaixo da cama. Anna nos explicou que traziam consigo documentos, joias, casacos e itens de valor em geral, visto que a casa poderia ser roubada enquanto todo mundo saía para se proteger. O item mais importante, porém, era o “Bunker Passport“. Ou seja, só podiam ir para os abrigos quem os nazis consideravam realmente “alemão”. Judeus, homossexuais, comunistas, pobres, ciganos e basicamente qualquer pessoa que eles consideravam que não se encaixava nos padrões ficava de fora.

Outra curiosidade macabra da vida nesses lugares é que havia uma ordem de silêncio. Em tese, era porque as pessoas tinham medo de espiões. Na realidade, era objetivo do partido nazista que as pessoas naquele estado de pavor não falassem nem contassem histórias tristes, pois isso poderia levar à críticas ao partido e à guerra e até mesmo a uma revolução.

O bunker de Hittler

Qualquer tour por Berlim te mostra a localização do bunker no qual dizem que Hitler se matou. Para evitar que esse se tornasse um lugar importante para nazistas no futuro, o espaço, que fica abaixo dos jardins do prédios ministeriais, foi transformado num estacionamento: “o estacionamento mais visitado do mundo”, brincou Anna.

Ela passou a nos explicar que muitas pessoas se confundem com o que existiu ali. Na verdade, explicou ela, naquela área havia vários bunkers separados, de outros funcionários de alta patente do partido nazista e também os bunkers dos guardas da SS. Hoje, explica Anna, fizeram uma placa nesse lugar, com uma espécie de mapa explicando a história.

Esses bunkers da SS ficavam entre as divisões do muro de Berlim, por isso, foram revistados pela Stasi, a polícia secreta russa, e selados.

No abrigo que visitávamos algumas peças de decoração e mobília que ficavam no bunker da SS estão expostas em uma sala. O que mais me chamou a atenção foram os quadros com pinturas que os mostravam como super-heróis salvando mocinhas indefesas.

As bombas que ainda atormentam Berlim

Quando entramos numa sala do abrigo dedicada às bombas que um dia choveram na Alemanha, nossa guia disse: “Pelo menos uma vez por mês encontram uma bomba na cidade. Acredita-se que ainda existam 3 mil bombas abaixo de Berlim. Não consigo imaginar o que seria dessa cidade  se acontecesse um terremoto”.

O problema é que, no desespero pela reconstrução da cidade do pós-guerra, apenas ergueram as casas e prédios sem checar nos subsolos. A última vez que alguém morreu foi em 1994, quando dois trabalhadores de construção que trabalhavam num estacionamento num subsolo foram atingidos.

Hoje, há mais cuidados e melhores tecnologias para checar a presença de bombas antes de realizar obras. E são frequentes os casos de desvio de trens ou evacuação na cidade para desativar uma bomba da Segunda Guerra. Esse mês, cerca de 12 mil pessoas foram evacuadas por conta de uma bomba enorme encontrada bem perto da principal estação de trem na cidade.

Como fazer um tour pelos subsolos históricos de Berlim

(CC BY-NC-ND 3.0) 2001 eku interactive, Berlin:Bad Homburg. Photographer: Frieder Salm 3

O tour que eu fiz, chamado Dark World, é feito por uma associação sem fins lucrativos chamada Berlin Underworlds Association ou  Berliner Unterwelten e.V.

Além do tour pelos abrigos da Segunda Guerra, eles também oferecem outros três tipos de tours: pelos Bunkers da Guerra Fria, pelos túneis abaixo do Muro de Berlim e um tour pelas ruínas de uma das torres de segurança construída pelo partido nazista (esse tour só ocorre de abril a outubro).

Todos os passeios são guiados e ocorrem em diferentes horários, em inglês, espanhol ou alemão.

No site da associação, basta clicar nas datas do calendário para ver os tipos de tour, horários e idiomas disponíveis. Não é necessário comprar com antecedência, basta ir até o escritório, que fica logo ao lado da entrada da estação U Gesundbrunnen e em frente ao supermercado Kaufland.

O valor dos passeios é de €12 a €15 euros.

*Crédito das Imagens: Frieder Salm (CC BY-NC-ND 3.0) 2001 eku interactive, Berlin:Bad Homburg

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Quanto custa viajar para a China?

Não existe uma única resposta para essa pergunta. Orçamento de viagem, afinal de contas, depende de uma série de fatores: o período do ano, estilo do viajante, a possibilidade de alguma promoção inacreditável de passagem área e a escolha da hospedagem. Mas se não dá para falar, centavo por centavo, o valor exato que você vai precisar, pelo menos dá para ter uma ideia da média. Neste texto, mostrarei quanto custa viajar para a China, baseando as informações no gasto da minha viagem de 14 dias pelo país, em fevereiro de 2018. Pode ser que você gaste bem menos, pode ser que você precise de mais. Depende das suas escolhas.

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Qual moeda levar para a China

A moeda da China é o RMB, cuja unidade básica é o yuan, que acaba sendo o nome popular do dinheiro chinês. Quando eu viajei, 1 yuan valia 0,16 dólares dos Estados Unidos – confira a cotação perto da data da sua viagem. Além do yuan, as duas Regiões Administrativas Especiais da China têm moedas próprias: o dólar de Hong Kong e a Pataca de Macau.

Não vale a pena fazer o cambio pela moeda chinesa no Brasil. Como ela não é muito comercializada aqui, a cotação é sempre desfavorável. Por isso, é mais econômico comprar dólares americanos e fazer a conversão para yuans ao chegar na China.

hong kong mega cidade

Hong Kong, China

Quanto levar e onde trocar?

Para uma viagem de 14 dias, levei 800 dólares em espécie. Paguei vários gastos maiores – como hotéis e até alguns restaurantes – com cartão. Com isso, acabei voltando com 200 dólares para casa. O importante é ter uma quantidade de dinheiro em espécie com você, já que nem sempre é possível pagar as contas com cartão.

Os melhores lugares para trocar seus dólares são os bancos, em especial o Bank of China. Não há taxas e a cotação é boa. Para fazer a troca é preciso levar seu passaporte e assinar uma documentação. Não perca o recibo que eles vão te dar, porque o documento é necessário caso você pretenda trocar os yuans novamente para dólares, se sobrar algum dinheiro no final da viagem.

Nos aeroportos, casas de cambio fazem a troca da moeda, mas algumas delas cobram taxas altas. O Bank of China tem lojas nos aeroportos mais importantes, mas que, apesar de terem horário de funcionamento bem mais amplo que no Brasil, podem estar fechadas na hora que você chegar.

E vale verificar também se seu hotel não faz a conversão da moeda. Em Pequim, descobrimos, no último dia da viagem, que o hotel era autorizado a fazer o cambio pelo Bank of China, usando a mesma cotação do banco e sem cobrar taxas. Mais simples impossível.

Veja também: Como tirar o visto da China e preencher o formulário

120 milhões de habitantes: a cidade sem fim que está nascendo na China

dicas de hotéis em xangai

Xangai

Passagem para a China

As passagens foram compradas numa promoção da Aeromexico, quase um ano antes da data do voo. Custaram R$ 1730, ida e volta, já com as taxas de aeroportos – um baita negócio. São trechos longos e, por isso mesmo, quase sempre caros. Só a viagem até o México leva 9 horas; de lá é preciso pegar outro voo para Xangai, que dura outras 14 horas.

Não importa a empresa aérea que você escolher, é muito provável que você enfrente dois voos de duração parecida. Por isso, passagens por até R$ 3 mil continuam num preço muito bom – e não estranhe se tiver que pagar mais, principalmente em viagens de última hora.

Visto

Só está dispensado do visto quem tiver apenas uma conexão de até 72 horas na China, em cidades como Pequim e Xangai. Também não há exigência de visto para conhecer Hong Kong e Macau, regiões que têm regras de imigração próprias. Todos os outros turistas precisam pedir o visto previamente, num consulado da China no Brasil. O custo é de R$ 320 e o visto vale por cinco anos.

muralha da china

Muralha da China, Pequim

Seguro Viagem

Eu nunca viajo sem um bom seguro. Para a China, comprei um com cobertura de até 55 mil euros, um valor excelente. Custou R$ 211, incluindo a proteção não só no oriente, mas também para os dias de conexão que fizemos no México – foram 19 dias de viagem no total. É possível gastar menos, caso você não faça questão de uma cobertura tão ampla. Nesse texto aqui eu explico como escolher o melhor seguro viagem para a China.

Deslocamentos internos

Esse gasto varia bastante e depende do seu roteiro e da época que for viajar. O meu foi bem acima do desejável: a viagem foi durante o Ano Novo chinês, período em que ocorre a maior migração do planeta, com centenas de milhões de chineses lotando as estações de trem, rodoviárias e aeroportos. Ou seja, os preços das passagens disparam.

Além disso, tínhamos um roteiro, digamos, audacioso. Começamos a viagem por Xangai, onde o voo chegava e de onde voltaríamos para o Brasil, duas semanas depois. De Xangai fomos, de trem, para Hong Kong, percorrendo uma distância de 1200 km. Dessa região seguimos para Guilin, 509 km ao norte, e de lá fomos para Pequim, dessa vez de avião: voamos por quase dois mil quilômetros. No fim ainda foi necessário pegar mais um trem até Xangai, numa viagem de mais 1100 km.

Percorra quase cinco mil quilômetros em duas semanas, na altíssima temporada, e você perceberá que a brincadeira sairá cara. O gasto total com isso foi R$ 2250 por pessoa – mais caro do que desembarcar na China. Nessa conta estão três trens de alta velocidade, todos eles em classes intermediárias e com custo total de pouco mais de mil reais, um voo da Air China que sozinho custou outras mil facadas, e uma balsa, que pegamos para ir de Hong Kong para Macau e que saiu por R$ 160, ida e volta. Acho que é possível gastar a metade disso, mas optando por roteiros menores e viajando em épocas mais baratas.

Já o gasto com os deslocamentos dentro das cidades, seja com táxis, seja com metrô, entrou na cota do dia a dia.

quanto custa viajar para a china

Macau

Hospedagem

Ficamos em hotéis e pousadas bem localizadas e com um bom nível de conforto, principalmente em Hong Kong, Xangai e Pequim. Com isso, o gasto com hotéis também ficou acima do que seria necessário, mas foi, no fim das contas, uma boa escolha para a viagem que queríamos fazer. Em Xangai tínhamos uma vista espetacular do skyline da metrópole, em Hong Kong e Pequim estávamos perto de absolutamente tudo.

Em Guilin e Yangshuo, cidades menores, e em Shenzhen, uma metrópole que não é muito turística, ficamos em pousadas muito boas e relativamente baratas. Em todo caso, aqui também sentimos efeitos do Ano Novo chinês: tinha estabelecimento que estava cobrando o dobro da diária padrão, para o período que iríamos nos hospedar. O gasto total com hospedagem foi de R$ 5880; por 14 diárias em quartos duplos. Ou seja, o gasto com hospedagem, por pessoa, foi de R$ 2940, ou R$ 210 por dia. Note que esse valor inclui também os 6,38% do IOF brasileiro, já que todas as diárias foram pagas com cartão.

Repito: mesmo com o Ano Novo chinês, esse gasto poderia ter sido bem menor. Foi uma escolha, já que queríamos ficar em lugares legais e várias vezes topamos pagar a mais pela estrutura do hotel ou pela vista do quarto. Acho que não seria exagero dizer que o gasto com hospedagem poderia ter sido reduzido pela metade – e ainda assim ficando em hotéis. Os viajantes que estiverem dispostos a ficar em dormitórios de hostels vão economizar ainda mais com hospedagem.

Veja também: Onde ficar em Xangai: dicas de hotéis e bairros

Alimentação, transporte e passeios

Aqui entram os gastos de dia a dia durante a viagem – aqueles que compensa pagar em espécie. Por dia, gastamos uma média de 50 dólares por pessoa – ou 700 USD para todo o período. Como pegamos uma cotação de R$ 3,32, isso totalizou R$ 2320. Note que nesses gastos estão também passeios caros, como uma visita à Muralha da China, que saiu por 64 dólares por pessoa. Aqui também estão os custos com a entrada num mirante em Xangai (cerca de 30 dólares), um teleférico em Hong Kong (outros 20 dólares) e um passeio de barco em Yangshuo (30 dólares).

Gastos com táxis, principalmente para ir e voltar de aeroportos, e com metrô, nos deslocamentos em grandes cidades, também estão nessa conta. O mesmo vale para todas as refeições. E tivemos de tudo um pouco: de comida de rua a pelo menos uma (e muitas vezes duas) refeições por dia em bons restaurantes. Cervejinhas e algumas compras pequenas também entraram aqui. Pelo nível de conforto e vontade de não economizar com comida e bebida, acho que foi um gasto médio razoável.

passeios china

Quanto custa viajar para a China: meu gasto total

Some os R$ 1730 das passagens aéreas, os R$ 320 do visto, os R$ 211 do seguro viagem, os R$ 2250 com deslocamentos internos, os R$ 2940 com hospedagem e os R$ 2320 com comida, transporte, passeios e comprinhas. O gasto total de uma viagem de duas semanas pela China, por pessoa, foi de R$ 9770.

De novo: dava para ter sido menos. Bastava escolher outro nível de hospedagem ou ter viajado fora da alta temporada chinesa. Também poderia ter custado mais, principalmente se as passagens para a China não tivessem sido compradas na promoção. No fim das contas, por ter sido uma das primeiras viagens internacionais da minha vida que não foi feita com dinheiro contadinho e foco em economizar centavos, acho que foi bom. Com esse orçamento comemos onde queríamos, bebemos quantas cervejas tivemos vontade e não nos preocupamos em economizar no táxi para voltar dos aeroportos ou depois de um dia cansativo de caminhadas.

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Puerto Viejo: surfe, reggae e caribe no litoral da Costa Rica

Uma coisa eu já reparei mundo afora, não importa se na Ásia, no Brasil ou na América Central: onde tem surfista, tem praia boa. E não estou falando apenas do conjunto areia e mar, que eles obviamente sabem escolher bem por ser o habitat natural. Falo da atmosfera relaxada, dos restaurantes bons, da vida noturna e das atividades e passeios oferecidos no lugar. É assim em Maresias. É assim em Bali. É assim em Puerto Viejo, uma pequena cidade praiana na costa caribenha da Costa Rica.

Puerto Viejo faz parte do departamento de Limón, cuja população é em grande parte crioula, o que quer dizer que muitos dos nativos dali são descendentes de africanos que foram trazidos para as Américas como escravos. Mas antes de irem parar ali, fincaram raízes na Jamaica e criaram seu próprio idioma – uma mescla do inglês com diversas influências de falantes de etnias, línguas e classes sociais distintas – e cultura com identidade própria. Foi só com a construção da estrada de ferro em Limón e a decorrente plantação de bananas que essas pessoas deixaram a Jamaica e passaram a chamar a Costa Rica de casa, a partir de 1870.

Puerto Viejo, na Costa Rica

Praia no centro de Puerto Viejo

Puerto Viejo, na Costa Rica

Ao fincar raízes por ali, mudaram também a cultura local. Em Puerto Viejo, o reggae soa nos bares pé na areia (mas ainda não desbanca o reggaeton), rastafáris e camisetas de Bob Marley se espalham pelas ruas inundadas por um tranquilo clima hippie. E não faltam lojas de artesanato, roupas e produtos orgânicos e restaurantes de comida internacional e estilo fusion, esses últimos influência não dos jamaicanos, mas das dezenas de imigrantes de todas as partes que se apaixonaram por Puerto Viejo e por ali resolveram ficar. O cenário se completa com mar azulzinho e a vibrante vegetação tropical que cresce ao redor dele.

Puerto Viejo, na Costa Rica

O que fazer em Puerto Viejo

Praias de Puerto Viejo

Puerto Viejo e arredores estão tão repletos de boas praias para banho que dá para passar um dia em cada uma e ainda ir embora sem ver todas. Playa Negra, em Puerto Viejo, é famosa pela areia de coloração escura que dá nome ao lugar e também por ser frequentada tanto por banhistas quanto por surfistas, apesar das águas tranquilas. Mais ao sul, indo em direção a Manzanillo, fica a Playa Cocles, essa sim perigosa para banho graças a fortes correntes na região. Em seguida, ficam a Playa Chiquita, Punta Uva e Grande Limón.

Puerto Viejo, na Costa Rica

Punta Uva

Puerto Viejo, na Costa Rica

Manzanillo

Uma atividade muito comum em Puerto Viejo é alugar uma bicicleta (alguns hostels oferecem de graça ou a preços baixos, pergunte no seu) e ir seguindo pela costa em direção a Manzanillo, parando em todas essas praias do caminho e em muitas outras menorzinhas que há para se descobrir. O trajeto de ida do centro da cidade até Manzanillo é de 13 km, e passa por plantações de banana, cacau e estradinhas ocultas.

Seguindo do centro na direção contraria, para o norte ao longo da Playa Negra, chega-se a Cahuita. São meia hora em ônibus público e 16 km de bicicleta. Ali, você pode visitar o Parque Nacional Cahuita e conhecer outras das melhores praias da região, que ficam dentro da reserva, além de ter contato com a exuberante natureza local, com fauna e flora riquíssima e que, por ali, estão muito bem preservadas. A entrada é na base da doação, o valor sugerido é de 5 dólares.

Nas agências locais de Puerto Viejo você também pode contratar passeios de mergulho, snorkeling e kayak, além de outras atividades aquáticas e tours pela região.

Tour por uma fazenda de chocolate

A América Central (e partes da América do Norte e do Sul) inteira é bastante conhecida pela produção de cacau de excelente qualidade – e pelos chocolates que fabricam com ela. Afinal, foi por lá que a planta surgiu e faz parte da dieta dos povos que habitam essa região há séculos. Na costa caribenha da Costa Rica essa produção também é muito importante e movimenta a economia local, desde o processo de plantio até a comercialização de chocolates fabricados por pequenos produtores locais. É possível fazer um passeio para visitar esses lugares, conhecer o processo de produção da guloseima desde os primeiros estágios e ainda prová-la recém saída da fábrica.

Recomendo o passeio da Caribeans Coffee Shop and Organic Chocolate que, além de ser uma delícia e muito instrutivo, ainda tem um projeto legal de produção ecológica e economicamente sustentável, valorizando a mão de obra local e pagando três vezes mais que o preço praticado pelo mercado pelo cacau comprado diretamente dos produtores, eliminando intermediários. Isso é muito importante nessa indústria, que é uma das mais exploratórias do mundo. O passeio inclui uma caminhada pela plantação de cacau, degustação da planta em sua forma natural, degustação de chocolate e um workshop que explica os estágios da produção. Custa 32 dólares por pessoa e precisa ser agendado com antecedência pelo email pvjeanne@gmail.com.

Passeio em comunidades indígenas

Há muito tempo, a região de Talamanca, da qual faz parte Puerto Viejo, é habitada pelo povo Bribri. Embora tenha sofrido com a invasão de seu território e o êxodo de sua população para zonas urbanas em busca de melhores condições de vida, ainda resiste em pequenas comunidades localizadas nas redondezas de Puerto Viejo.

Hoje, há diversos passeios que levam visitantes a essas comunidades para aprender sobre a cultura desse povo originário, bem como suas tradições, língua, modos de vida e arte. Caso você se interesse pelo tema, recomendo o tour da Visit.Org, que é uma plataforma que agrega passeios comprometidos com a sustentabilidade e com as comunidades envolvidas, empregam pessoas locais, ajudam no desenvolvimento da região e promovem a imersão cultural através do turismo ético e mutualmente benéfico. O passeio com imersão de dois dias custa 93 dólares, alimentação e pernoite incluídas. Já o tour com duração de apenas um dia custa 56 dólares.

Onde ficar em Puerto Viejo

Em Puerto Viejo, você basicamente pode escolher entre ficar no centro e na Playa Negra. Essa última tem opções de hotéis mais baratos, mas está um pouquinho afastada do burburinho de bares e restaurantes, em uma região mais deserta e tranquila. Dá para andar de uma para outra, em uns 15 minutos de caminhada, então não chega a ser um problema. Eu fiquei por lá, no One Love Puerto Viejo, um pequeno hostel com quartos confortáveis e um quintal convidativo que está a três minutos de caminhada da Playa Negra e tem quartos compartilhados por a partir de 8 dólares e privativos por 19 dólares.

Quem preferir ficar no centro, tem o badalado Selina Puerto Viejo e o Lion Fish Hostel, além de diversas opções que vão de hostels para mochileiros a resorts de luxo. Confira todas elas aqui.

Como chegar a Puerto Viejo

De ônibus, a viagem de San José a Puerto Viejo demora em torno de quatro horas. As estradas são bem pavimentadas, embora cheias de curvas e movimentadas, e os serviços de ônibus são confiáveis. No entanto, cabe a dica: em algumas companhias, há a opção de viajar em pé, mesmo em viagens assim tão longas, e muita gente compra o bilhete para ficar sentado no corredor ou na escadinha, pagando o mesmo preço. Se você prefere conforto, garanta que o atendente do guichê te deu um bilhete com cadeira numerada. Eles costumam avisar quando é o caso de viajar no corredor, mas já vi gente reclamando que não sabia disso quando pagou pela viagem.

Muita gente prefere alugar um carro para viajar pela Costa Rica. Isso evita os frequentes retornos a San José, que o sistema de ônibus locais nos força a fazer, já que a capital funciona como um hub do qual vão e vêm quase todas as linhas de ônibus que circulam entre os departamentos.

Caso você esteja pensando nisso, veja aqui como alugar um carro com o melhor custo/benefício no país. Uma alternativa de evitar as viagens a San José, caso você não possa ou queira dirigir, é contratar shutters privados para o transporte. Eles são oferecidos nas agências de viagem dos principais pontos turísticos e são uma opção prática, embora mais cara.

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Fotos: Shutterstock

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O Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana e a importância dos destinos negros

Quando se compra uma passagem em cima da hora, vale de tudo para deixar a viagem a mais barata possível: contar com ajuda das milhas, aumentar o número de paradas, alterar datas de partida e chegada. Da última vez em que viajei para Berlim, em julho do ano passado, a solução encontrada foi aceitar paradas longuíssimas em alguns dos trechos escolhidos para voar. Apesar de não ser o stopover dos sonhos, essa situação deixou minha companheira Juliana e eu com uma dúvida a ser resolvida: o que fazer nas 12 horas em que ficaríamos em Washington D.C.?

Aterrissamos em 5 de julho, dia seguinte à celebração da independência estadunidense, e isso significa que a cidade estava de ressaca. Lojas fechadas, barricadas nas ruas, moradores e turistas dormindo até tarde. Assim, decidimos visitar o que não se fecha: praças e monumentos abertos ao público. Para dois negros de pele clara como nós, que estamos reconstruindo passo a passo nossos laços com a negritude, o memorial a Martin Luther King Jr. foi o escolhido.

Veja também: O que fazer em Washington DC: roteiro de dois dias

Onde ficar em Washington DC: qual bairro e dicas de hospedagem

O motorista do Uber estranhou a escolha, apontando que a Casa Branca, o Monumento a Washington ou os memoriais de Abraham Lincoln e Thomas Jefferson eram opções mais populares. Engatamos uma conversa e, no caminho até a escultura, ele nos mostrou um prédio fantástico, com um exterior que parecia entalhado em bronze: o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana. Seguimos em frente e, depois de conhecer e tomar um pouco de chuva no memorial do Dr. King, decidimos voltar e entender se seria possível visitar o museu.

Museu Afro-americano AlanKarchmer

 Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (Foto: Alan Karchmer/Divulgação)

A visitação é gratuita e, apesar das entradas para o museu estarem esgotadas há meses, demos sorte. Para sanar o problema, o Smithsonian, órgão que administra o museu, havia criado dois horários, um pela manhã e outro à tarde, em que alguns tíquetes seriam distribuídos por ordem de chegada (existe uma pequena distribuição diária de passes para quem não conseguiu reservar antecipadamente). Perdemos a janela da manhã, mas decidirmos chegar uma hora antes da distribuição programada para a tarde e garantimos um lugar relativamente próximo ao início da fila.

Não poderíamos ter tomado uma decisão melhor.

O museu é incrível e tem mais de 30 mil objetos históricos, que vão desde grilhões escravagistas e itens do Partido dos Panteras Negras ao caixão de Emmett Till, jovem de 14 anos brutalmente assassinado no Mississipi, em 1955, cuja morte foi um dos catalisadores do movimento por Direitos Civis e o fim da segregação. Eu fiquei por 4h apenas no subsolo, dedicado à história antiga e mais recente (como a eleição de Barack Obama). A Juliana correu para conseguir também visitar o andar de cima, dedicado à cultura, em que histórias, telas e atrações interativas sobre jazz, blues e outras artes fazem sucesso com os visitantes mais jovens.

No entanto, a parte mais importante do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana não é nada do que está exposto ali dentro. E sim a própria existência dele.

Em tempos de #somostodosiguais, a existência de um lugar como esse é um marco necessário por si só.

museu afro americano

                                                                              Foto: Douglas Remley/Divulgação

Essa hashtag e iniciativas como a que ela representa são no mínimo ingênuas e, ainda que de forma passiva, violentas. Nós, seres humanos, não somos um só. Não temos sido tratados de forma equânime há séculos. Reduzir o tamanho dessa diferença é, necessariamente, invisibilizar dores e lutas centenárias. A lista é grande, mas basta dizer que nós, negros, somos mais assassinados, ganhamos menos, temos menos acesso à educação e somos mais visados pela polícia, como os dados mostram ano após ano, seja nos Estados Unidos ou no Brasil.

Mas, além das violências cotidianas e reiteradas, ainda sofremos com o apagamento do nosso passado. Você sabe de onde seus parentes europeus vieram? Massa. A gente não consegue saber nem se veio do Oeste, do Leste ou do Sul da África, muito menos a qual grupo étnico nossa gente pertenceu. Será que sou Iorubá? Nagô? Banto? No exterior, os avanços do Antigo Egito foram esbranquiçados e nomes como do filósofo Zera Yacob apagados. No Brasil, o que teríamos de informação, Rui Barbosa queimou junto com os registros da escravidão. A maioria de nós não tem passado, para além do que nos permitiram saber — herdando nome das famílias que tratavam nossos antepassados como propriedade.

Há tempos, os negros da diáspora vivem o desafio de retomar um passado cujos elos não conhecemos. E, nesse contexto, o museu ajuda a montar um quebra-cabeça cujas peças nos foram negadas.

Representatividade importa. Não é à toa que, inaugurado em 2016, após décadas de luta para transformar planos em realidade, o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana está sempre lotado e tem um tempo de visitação médio de seis horas — contra 1,5 ou 2h dos demais museus nacionais do Smithsonian.

Foi um alento caminhar pelos corredores e ver negros e negras serem maioria em um espaço cultural, ao contrário do que vemos nos museus e espaços eruditos brasileiros (apesar de sermos 54% da população). Foi um alento ver que até mesmo a nossa história, que não somos norte-americanos, está representada por ali de diferentes maneiras. Foi um alento poder compartilhar dores e celebrar alegrias sem precisar dizer uma só palavra. Não estamos sozinhos.

A sensação parece indescritível, mas não resisto à tentação de tentar descrevê-la em uma só palavra: ubuntu. Eu sou, porque você é.

Que mais conexões sejam estabelecidas, que mais histórias sejam contadas e que mais destinos negros, cheios de significados para a negritude, continuem a aparecer mundo afora.

Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana: Informações para visita

Entrada: gratuita, mas é preciso reservar ou retirar os tíquetes
St. and Constitution Ave., NW | Washington, DC
Abre todos os dias, entre 10h e 17h30
Site: nmaahc.si.edu

*Imagem destacada:  Douglas Remley/Divulgação

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Entrega no vizinho: a curiosa prática das encomendas que vão parar na casa do lado

Sabe aquele hábito de cidade do interior, em que todos os vizinhos se conhecem, são amigos, trocam xícaras de açúcar e bolo de fubá? Em cidades enormes isso se perdeu. Talvez você até seja amigo ou amiga do algum vizinho, mas é difícil conhecer o prédio inteiro, ou todas as pessoas das casas da rua em volta. Principalmente se você é estrangeiro e mora naquele bairro há pouco tempo. Mas isso não impedirá que um estranho acontecimento ocorra, caso você se mude para a Europa: um dia, você vai descobrir, chocado, que aquela encomenda que fez pela internet foi entregue na casa de um vizinho que você nunca viu na vida.

Dependendo da rotina do dito vizinho – que você desconhece – talvez vai levar muitos dias para que você receba o tal pacote. Ou a situação oposta: o entregador pode ser bastante insistente para te entregar uma encomenda de um vizinho que nunca você viu, sem que você tenha a menor ideia de quando ele vai aparecer para buscar a caixa.

A primeira vez que eu vi uma situação dessas acontecer terminou de forma trágica. Uma amiga de Coimbra mandou o computador para a assistência técnica. Eles devolveriam por uma entrega de transportadora. O cara da transportadora não foi na hora combinada, por isso, não tinha ninguém em casa. O que ele fez? Bateu no vizinho de baixo, entregou o computador e foi-se embora como se nada tivesse acontecido.

Só que esse vizinho, descobriu minha amiga, tinha uns problemas com drogas e recebia pessoas estranhas em casa. Ele admitiu que tinha sim recebido o computador, mas não fazia ideia de qual era o paradeiro dele naquele momento. O computador original nunca mais foi visto, a Microsoft mandou outro para ela e não se sabe o que aconteceu com o cara da transportadora.

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Eu guardei essa história na memória, mas durante todo o tempo em que estive em Portugal, isso nunca me aconteceu. Até que um dia o meu namorado, que estava morando em Liverpool, me mandou uma mensagem, revoltado: a camisa que ele tinha comprado foi entregue numa casa vizinha. E lá foi ele, por vários dias seguidos, bater na casa para tentar reaver a encomenda. Quando ele finalmente conseguiu ser atendido, uma senhora abriu a porta e começou a gritar, dizendo que não queria saber dele ali. Por sorte, veio do corredor um menino, trazendo o pacote e pedindo desculpas pela senhora louca.

entrega na vizinha

Um tempo depois, quando eu fui visitá-lo na Inglaterra, estava em casa de boas quando o correio bateu na porta. O carteiro pediu que eu recebesse a encomenda de um vizinho. Eu tentei explicar que era só uma visita, que eu não conhecia o vizinho, mas o entregador foi insistente. Acabei aceitando e assinando o papel da entrega. O pacote do vizinho ficou por lá quase uma semana, até que ele foi buscá-lo.

Mas as melhores histórias sobre esse hábito dos carteiros foram em Berlim. Eu morei lá por cinco semanas e entrei num grupo de brasileiros em Berlim. Acabei descobrindo que a confusão entre entregas pode até gerar retaliações.

Um dos meninos achava incrível que, caso não estivesse em casa, o carteiro entregava a encomenda numa lojinha 24 horas ao lado do edifício. Essa virou uma regra entre todo mundo do prédio, de forma que, quando o entregador tenta entregar para um vizinho, já o encaminham para a loja.

A questão é que os entregadores em Berlim têm uma técnica, digamos, preguiçosa. “Eles só tocam em uma campainha e quem atender se fodeu”, contou um brasileiro, que também disse que certa vez, um homem da DHL ignorou seus pedidos de não receber nada e empurrou para dentro do apê dele, com o pé, as caixas do prédio inteiro.

Outro brasileiro contou que teve que tirar o interfone do gancho depois de dizer para o entregador que não podia receber um pacote. O cara se vingou grudando o dedo no botão do interfone por vários minutos. Quando ele olhou pela janela, a tal entrega para o vizinho era uma máquina de lavar.

Minha amiga Marcela tem a história mais trágica do grupo. Não tão trágica como a do computador desaparecido, mas ela teve 67 encomendas extraviadas em cinco anos. Ela tem a teoria de que isso foi fruto de uma vingança. Isso porque ela sempre falava para o entregador que não poderia receber as encomendas do vizinho porque ia viajar por dez dias. Eis que o cara voltou ao prédio e a viu. A situação se repetiu duas ou três vezes e, assim, as encomendas dela um dia pararam de chegar, a ponto dela ter que contratar uma caixa postal para resolver a questão.

Eu pesquisei sobre o tema na Internet e achei vários casos – muitos na Inglaterra, mas até um no Brasil. A verdade é que, na maioria das vezes, isso não deve dar tanto problema para as empresas de entrega, porque eles seguem com a prática. Normalmente, quem é responsável se a entrega nunca chegar ou chegar estragada é a empresa que você comprou – mas isso acaba ficando à mercê das leis locais de proteção ao consumidor e da boa vontade geral dessas empresas, que criam um empurra-empurra da culpa.

Algumas pessoas optam por colocar adesivos na porta com a frase “não aceitamos entregas de vizinhos”, o que ao mesmo tempo em que resolve o problema, te torna a pessoa mais antipática da vizinhança.

entrega dos vizinhos na sua casa

Uma mulher, num fórum, conta que levou um esporro do entregador porque ela começou a se recusar a receber as entregas quase diárias de sua vizinha. O carteiro ficou revoltado por ter que voltar na casa ao lado para tentar entregar novamente, ainda que a prática correta seja a tentativa de entrega por três vezes. Outro homem contou que, como nunca está em casa para receber seus pacotes, passou a levar mensalmente um bolo e agradecimentos para os vizinhos que recebem suas compras.

No Brasil, pelo que pesquisei, algumas transportadoras são adeptas da prática de entrega aos vizinhos. Para evitar que ocorra com você, o único jeito é, no momento da compra, naquela caixa de observações, deixar um aviso bem claro que autoriza a entrega somente ao seu endereço. Ou, quem sabe, você tem um vizinho amigo e autoriza a entrega a ele. Afinal, ainda existem boas vizinhanças no mundo, não é mesmo?

*Crédito Imagens: Shutterstock

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