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Como é estudar na Arábia Saudita

O Rafael Coelho teve uma experiência de intercâmbio que pouca gente tem no currículo: fez mestrado na Arábia Saudita. A história tão curiosa até virou livro (disponível na Amazon). Ele compartilhou com a gente um pouco mais dessa curiosa aventura e como foi parar lá.

A minha história começa no meio de 2008 quando estava no último ano de Engenharia Eletrônica na UFRJ. No intervalo de uma aula, um amigo me mostrou um folheto de uma palestra que ele tinha acabado de assistir. Era sobre uma bolsa de mestrado em uma universidade que ainda nem existia.

Local: Arábia Saudita

Arábia Saudita?!??!

Assim como a maioria das pessoas, minhas únicas referências da Arábia eram: terrorismo, mulheres de burka e aquele gol da Copa de 94 em que o cara sai driblando todo mundo à la Maradona. Minha primeira reação foi… “Você tá maluco!! O que vou fazer lá?? Deve ter algum esquema, nem existe essa faculdade”.

Mas aquele meu amigo insistiu. Falou que eu devia me inscrever para ver o que ia dar. Me inscrevi e passei por uma entrevista em São Paulo e mais uma na Cidade do México, até finalmente ser selecionado. Nesse evento no México que pude conhecer melhor o projeto.

A Arábia Saudita é um país muito rico, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Mas toda a economia gira em torno disso. Se um dia o petróleo acabar, ferrou! Acabou o país!! Então, o rei da época, Rei Abdullah, teve a ideia de começar a investir em tecnologia para ajudar o desenvolvimento e diminuir essa dependência do petróleo. Daí veio o nome da Universidade, KAUST: King Abdullah University of Science and Technology.

Além disso, ele tentava começar lentamente o processo de abertura do país. Para você ter uma ideia, não existe turismo lá. Conseguir um visto para visitar a Arábia Saudita é praticamente impossível. Como dinheiro nunca foi problema para os árabes (e o barril de petróleo estava a mais 100 USD!), eles estavam investindo uns 20 bilhões de dólares só na construção da faculdade. Isso mesmo, 20 bilhões de dólares! O projeto era ousado. Em 20 anos, eles queriam se tornar uma referência mundial, no nível do MIT, CalTech, Stanford, etc

Para isso, eles estavam construindo do zero uma cidade universitária no meio do deserto, a uma hora da segunda maior cidade da Arábia Saudita, Jeddah. O local escolhido foi um vilarejo de pescadores chamado Thuwal às margens do Mar Vermelho… aquele mesmo que Moisés abriu na novela da Record. Por causa desse isolamento, seria uma minicidade com várias opções de entretenimento: mercados, lojas, cinema (mesmo proibido no país), praia, marina, esportes, restaurantes, campo de golfe… estilo Dubai mesmo.

campus estudar na arabia saudita

Já tinham acertado com professores do MIT, Cornell, UC Berkeley…etc. E estavam selecionando alunos de boas universidades ao redor do mundo. Além dos incentivos acadêmicos, a KAUST ofereceu benefícios inacreditáveis como uma bolsa de estudos de 1.700 dólares mensais, casa e plano de saúde. Afinal, não é fácil convencer bons alunos a largarem tudo e partirem para a desconhecida Arábia Saudita, né? Tudo parecia perfeito, o problema continuava sendo a localização da universidade.

Para quem não sabe, a Arábia Saudita é o berço do Islamismo. Lá eles ainda mantêm uma interpretação altamente conservadora das leis islâmicas (sharia). Segura aí umas “Leis” bizarras do país:

1 – Bebida alcóolica e carne de porco não podem entrar no país;

2 – Mulher não pode dirigir;

3 – Cinema é proibido;

4 – Igreja é proibida e distribuir Bíblia dá pena de morte;

5 – Pena de morte é decapitação em praça pública.

Mas para solucionar essa desconfiança, seis meses antes da inauguração da universidade, eles convidaram todos os alunos selecionados para passar uma semana na Arábia Saudita. Éramos em torno de 400 alunos de mais de 60 nacionalidades, dentre eles eu e mais cinco brasileiros. 3 homens e 3 corajosas mulheres.

1-Evento de integração na Arábia Saudita

Esse evento foi fundamental para a minha decisão, pois a conclusão após essa semana lá foi: A Arábia Saudita não é tão ruim quanto parece!!! Vi que nem todo mulçumano é aquele maluco que a gente vê na TV. Eles são o povo mais hospitaleiro que já conheci. O cara mal te conhece, e já te chama para jantar na sua casa. E qualquer problema que você tiver, eles vão fazer de tudo para te ajudar.

Os mais jovens estão com a cabeça muito mais aberta e compartilham dos mesmos interesses que eu. Então, nada de ódio ao ocidente, ódio aos “infiéis”. Eles também não maltratam as mulheres. Os maridos que conheci tratavam bem e com muito respeito suas esposas. Além de não concordar com as leis opressivas as mulheres. O maior problema são as leis atrasadas do país.

A cidade de Jeddah é bem desenvolvida também, com prédios bonitos, excelentes shopping centers e várias opções de restaurantes internacionais. Além disso, ela fica à beira mar e não no deserto, como é a imagem clássica da Arábia. Jeddah também é a “menos pior” em relação a conservadorismo. A polícia religiosa não age muito por lá.

Polícia religiosa??!?

É uma polícia para fazer valer as leis islâmicas. Ela pode, por exemplo, exigir um certificado de casamento de um casal jantando em um restaurante ou “pedir” para uma mulher se cobrir mais. Ela age mais frequentemente na capital, Riad.

E por último e mais importante, vi que dava para me sentir seguro lá. O índice de criminalidade é praticamente zero. Seguro?? E o terrorismo???

Assusta um pouco pensar que a maioria dos terroristas do 11 de Setembro vieram de lá. E que foi justamente ali onde Osama Bin Laden nasceu. Tive até um professor que já havia dado aula para ele em outra faculdade de lá. Mundo pequeno!

No entanto, descobri que o programa antiterrorismo da Arábia Saudita foi muito bem-sucedido. Os atentados lá são cada vez menos frequentes e mortais. Não é um Iraque ou Afeganistão em que toda hora pula notícia de um atentado que matou 100 pessoas. A chance era bem maior de sofrer alguma coisa na Linha Vermelha indo para o UFRJ do que lá!

É claro que por mais que tenha me surpreendido positivamente, a cultura ainda era totalmente diferente da nossa. Mas voltei pro Brasil com a certeza de que valeria a pena a experiência. Decisão tomada!

Passei 6 meses antes de ir respondendo à pergunta: “Arábia Saudita? O que você vai fazer nesse país? E ainda tinha que ficar ouvindo piadinhas da família e dos amigos. A mais comum de todas era mais ou menos assim: “Mestrado na Arábia?! Curso para homem-bomba?”

Apesar disso tudo, em julho de 2009 embarquei para esta aventura. E posso dizer que foi a melhor decisão da minha vida! Passei dois anos inacreditáveis por lá. Para começar, o campus era incrível! Tudo muito grandioso e moderno como você pode ver aqui nesse tour virtual. E as salas de aula e laboratórios eram de primeiro mundo. Nunca tinha visto algo parecido. Os árabes no geral adoram ostentar e exageraram até no “alojamento” dos alunos. Enquanto na maioria das universidades do mundo os alunos têm que dividir um quarto pequeno e dormir em beliche, O rei Abdullah me deu um tríplex de 110 metros quadrados!

apartamento estudar na arabia saudita

O ambiente era bem internacional e a língua oficial era inglês. Árabe mesmo, só aprendi algumas palavras básicas. Com o inglês dava para se virar bem na cidade também. Além disso, algumas regras do país não eram aplicadas lá dentro. Esta notícia era bem importante para as poucas mulheres que foram estudar na KAUST. Nesse microcosmo, elas poderiam dirigir e se vestir normalmente como uma ocidental (mas sem exageros, né?). Mas, em relação a algumas regras, não teria jeito! Ou seja, “NO ALCOHOL”!!!

Outro aspecto interessante de estar por lá foram as viagens que fizemos. A Arábia Saudita está localizada literalmente no centro do mundo. Então, era muito rápido e relativamente barato viajar para qualquer lugar do mundo. Fomos para países exóticos, mas “populares” como: Tailândia, Cingapura, Indonésia, Índia, Emirados Árabes, Turquia e Egito. Mas graças a FlyNas, uma espécie de Ryanair da Arábia, fizemos viagens curtas para países que praticamente ninguém pegaria um avião do Brasil para ir. Lugares como Jordânia, Líbano, Chipre, Bahrain, Qatar e Síria entraram na lista também.

viagens estudar na arabia saudita

Síria?? E o Estado Islâmico?? Estávamos em 2010. Era a Síria antes do Estado Islâmico. Lá, conhecemos uns primos de um amigo da faculdade. Eles eram de uma família de classe média alta, com carros bons, inglês fluente, moravam bem e frequentavam bons restaurantes. E a imagem que tivemos do país é bem diferente do que você provavelmente tem. Além de um tour pela capital, esses primos nos levaram para conhecer excelentes bares e restaurantes.

Bares na Síria? Nesse aspecto, a Síria era mais aberta que a Arábia. Sim, o álcool era permitido por lá! Fomos até para uma balada em um hotel internacional. Difícil de acreditar, né?! Hoje, quando vejo sobre a Síria na TV, fico imaginando como esse povo está sofrendo com tanta pobreza e violência.

estudar na arabia saudita

Aleppo antes e depois da guerra

O fato é que todas essas viagens mais que compensam o fato de estar morando em país ultraconservador. Quando começava algum tédio da rotina de lá sempre vinha uma viagem fantástica para dar uma relaxada. Além disso, contribuiu bem para meu sonho de conhecer 100 países (Estou em 68 ainda).

Me formei em dezembro de 2010 em uma cerimônia muito grandiosa, afinal estavam se formando os primeiros alunos da história de KAUST. Tive uma proposta de continuar pela Arábia trabalhando. Mas, decidi voltar para a minha cidade natal, o Rio de Janeiro. Posso dizer que o saldo foi extremamente positivo dessa experiência! Foi uma decisão difícil, “sair da caixa”, largar meu emprego na época, para embarcar em uma aventura na Arábia Saudita. Ganhei o título de mestre em Engenharia Elétrica e um diploma maneiríssimo.

No entanto, o que valeu a pena mesmo foi a experiência multicultural de estudar e conhecer gente do mundo todo! Por exemplo, fiz um trabalho em grupo de estatística com um mexicano, um iemenita (Iêmen é um país ali do lado), um sudanês, um filipino, uma americana, um irlandês e uma chinesa. Essa bagagem cultural não tem preço!

E com muito orgulho, posso dizer que fiz parte da história de uma universidade da dimensão do que a KAUST representa e ainda vai representar. Deve ser incrível estudar em uma Harvard da vida. Mas você só será mais um no meio dos milhares que já passaram por lá ao longo dos últimos 400 anos.

formatura estudar na arabia saudita

Na KAUST meu nome vai ficar escrito para sempre na parede na universidade com membro da “Founding Class”.
*Crédito Imagem Destacada: Shutterstock

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Por: 360meridianos

Óleo potencializador de Brilho Liss Unlimited L’oreal

E aí, tudo bem? Sumi de novo né? Estou me organizando pra não faltar aqui, mas aguentem aí. O post de hoje é pra compartilhar um produtinho que recebi e que estou adorando usar, o Óleo Potencializador de Brilho da L’oreal Profissional.

Estou há algum tempo sem fazer alisamento (não sei até quando, pois não estou me aguentando mais), apenas faço a minha tintura ruiva, e todos sabem o quanto esse tipo de descoloração danifica os fios e pra manter ele mais arrumadinho sem a química, uso secador e chapinha e isso danifica bastante. E pra manter eles alinhados e diminuir o frizz o Potencializador de Brilho tem me ajudado bastante. Vamos ver mais sobre essa belezinha?

Loreal Profissional Liss Unlimited é um óleo de tratamento condicionante sem enxágue que potencializa o brilho dos cabelos. Possui a exclusiva tecnologia Keratinoil Complex que garante um efeito liso por até 4 dias, mesmo com 80% de umidade. Sua formulação contém: Kukui Nut, óleo rico em ômegas 6 e 3, que forma uma barreira contra a umidade, evitando a formação de frizz; Óleo de Prímula, rico em Ácidos Graxos Ômega, que hidrata, nutre e fortalece o cabelo; Cyclopentasiloxane, um silicone que promove termoproteção; e Dimethiconol, que se liga com as proteínas naturais do cabelo através de pontes de hidrogênio, reparando as pontas danificadas. Loreal Profissional Liss Unlimited Óleo é indicado para cabelos com frizz ou escovados. Apresenta textura leve que não pesa os fios. (De acordo com a marca)

O produto vem em uma embalagem transparente, com 125 ml, aplicador em pump o que não desperdiça produto, é bem liquido e transparente, um cheiro maravilhoso (vocês sabem o quanto adoro produtos bem cheirosos né?). O melhor, os cabelos não ficam oleosos, aplico apenas 1 “pump” nas mãos e já é suficiente para meus cabelos. O que mais me agrada no produto é que tira bastante o frizz, deixando com aspecto mais liso, que é o que mais curto. Super recomendo pra quem quer esse tipo de finalização, ele custa R$114,90, mas está em promoção na loja Kutiz por R$ 98,90, não é tão amigo, mas vale super a pena pois ele rende bastante.

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Por: Mãe ao ³

Volta ao mundo numa bicicleta de bambu

“Estou dando uma volta ao mundo numa bicicleta de bambu”, foi mais ou menos assim que o Ricardo Martins, 32 anos, me escreveu por email. Contou também que estava em Zanzibar, na Tanzânia, já tinha vivido várias aventuras como ter a casa queimada e viajar com uma média de 2 dólares por dia! Pronto, eu estava bem curiosa e pronta para contar essa história aqui no blog.

O projeto do Ricardo, chamado “Roda Mundo“, envolve sustentar suas viagens através de financiamento coletivo e também fazer uma pesquisa – aproveitando o uso da bicicleta – sobre mobilidade urbana no mundo. Ele também tem uma política de que seu roteiro é definido pelas pessoas que vai conhecendo na estrada.

Eu mandei algumas perguntas para o Ricardo nos responder. A gente não costuma fazer esse formato de entrevista aqui no blog, mas achei que era a melhor forma de contar essa história. Depois contem nos comentários o que vocês acharam.

Qual é a sua história antes de começar essas viagens? O que você fazia, de onde veio?

bicicleta de bambu ricardo roda mundo

Acho que sou um clássico nerd, daqueles que jogavam RPG na escola e eram do clube de xadrez, sabe? Me formei em marketing, queria ser rico, trabalhava umas 12 horas ao dia, um típico cara normal. Aos 21, eu já havia conquistado meus sonhos de adolescente: morar num lugar legal, bom emprego, essas coisas.

Depois de ter conquistado tudo o que queria até então, vi que aquele sonho simplesmente não era o meu, só o havia feito porque a vida “tinha que ser daquele jeito”, mas eu não estava feliz. Então resolvi planejar meu primeiro sonho, de acordo com o que eu queria, não com o que quiseram por mim, daí decidi fazer minha primeira viagem.

Viajei de bicicleta durante quatro anos pela América do Sul, com R$ 385 iniciais. Foi o grande sonho realizado, os dias mais felizes da minha vida, que mudaram minha forma de ver o mundo, as pessoas e a mim mesmo. Dessa aventura saiu o meu primeiro livro, chamado Roda América, depois comecei a fazer palestras pelo Brasil por alguns anos depois de terminada a aventura.

Fui fazer trabalho voluntário com crianças no Pantanal, depois fui pra Nova York trabalhar, aí fui me perdendo por outros países. México, Ilhas Cayman, Bahamas, até voltar pro Brasil pra iniciar uma nova carreira. Me formei depois também em Sociologia e comecei a trabalhar com mobilidade urbana.

Como surgiu essa ideia de usar uma bicicleta de bambu? Foi você quem fez? E qual a história do nome da bicicleta?

Como disse antes, sou meio nerd, então costumo colocar o nome nas bicicletas de personagens de livros que me marcaram – a bicicleta com a qual eu viajei a América do Sul se chamava Capitu, por exemplo (do Dom Casmurro). Capitu teve um fim trágico no fim da primeira viagem (não posso contar o final do livro, né?), por isso fiquei alguns anos “viúvo”, sem conseguir usar outras bicicletas, foi bem traumático.

Pois bem, Dulcinéia é a donzela do Dom Quixote, um dos meus livros de cabeceira. Toda essa aventura é estupidamente quixotesca, aliás. Um dia vi na rua um senhor pedalando uma bicicleta de bambu, aí perguntei quem a havia feito. Descobri que o rapaz que as produzia era fã do meu livro e adorou a ideia de fazer minha próxima bicicleta. A Dulcinéia é feita sob medida, então encaixa tal qual uma luva, foi literalmente feita pra mim, olha que romântico! Fora isso, a bicicleta de bambu é extremamente resistente e provoca curiosidade por onde passa. Pra mim, que viajo sozinho, é uma forma de me aproximar das pessoas e eliminar distâncias em lugares mais isolados.

Quem quiser saber mais dessas bicicletas é só entrar no site da Art bike bamboo. O Klaus é um cara espetacular, que acompanha a Dulci até hoje, como um pai coruja.

A sua primeira grande viagem foram 4 anos pela America do Sul. Por que você decidiu partir nessa jornada? O que você aprendeu nessa viagem?

Na primeira viagem foi quando decidi viver a vida do meu jeito e isso foi acontecendo em camadas. Um livro chamado “As veias Abertas da América Latina” já estava muito marcado em mim, pois nele o Eduardo Galeano viajou pelo continente pra mostrar uma nova América Latina, contando sua história por si mesma. Decidi viajar pra ver o continente com os meus olhos, além da TV e dos livros.

Aliado a isso, sou filho de caminhoneiro, né… Sempre viajava com meu pai nas férias, o que formou uma memória muito profunda. Sempre gostei de praticar esportes, embora tenha sido péssimo em todos eles. Tudo isso foi condensando e explodiu de uma vez, quanto decidi me preparar pra viajar de bicicleta pela primeira vez.

Aprendi a lidar melhor comigo mesmo, com meus meus medos e administrar os riscos. Aprendi a viver a vida de acordo com o que eu acredito, e levar isso a condições extremas quando necessário. Aprendi a lidar com gente, fazer amigos, levar a vida sem pressa.

Como foi o processo de escrever o seu primeiro livro depois dessa viagem? Tem alguma história dessa viagem que te marcou mais?

bicicleta de bambu ricardo roda mundo

Foi um processo árduo e obsessivo, talvez. Reescrevi esse livro 7 vezes, até ficar da melhor forma que eu fosse capaz de fazer. Eu já tinha um blog de viagem, que com o tempo havia acumulado módicos seguidores, então só fui reescrevendo e absorvendo críticas, depois vendi online para os leitores antigos e também nas palestras que passei a fazer.

As histórias são incontáveis. Vivi com tribos indígenas no Pantanal, trabalhei nas minas de Prata na Bolívia, tive salmonela duas vezes e quase morri na ultima delas, trabalhei como consultor de marketing para o Governo da Bolívia, me apaixonei perdidamente, perdi meu pai durante a viagem. Fora isso, quebrei o joelho e fiquei de cadeira de rodas por alguns meses, mas depois de três cirurgias e 1 ano e meio de recuperação voltei pra estrada e terminei a aventura.

Nossa, as histórias são muitas, um livro seria mais do que necessário pra condensar tudo isso.

É bem interessante a sua forma de montar o roteiro da volta ao mundo (Roda Mundo), com as pessoas te indicando caminhos. Explica um pouco melhor como isso tem funcionado e por que você teve essa ideia?

As pessoas que encontro no caminho montam o roteiro, por uma razão ideológica e também prática. Eu viajo por gente, acredito e amo a raça humana e me surpreendo cada vez com o que vejo quanto mais me embrenho. Deixar que as pessoas orientem o que vivo é coroar essa confiança. Nunca me arrependi, pois minhas melhores experiências partem sempre dessa prerrogativa.

Também há a razão prática. Como viajo com baixíssimos recursos, o volume de variáveis é tão grande que o planejamento do caminho simplesmente não se cumpre, então simplesmente parei de calcular. As pessoas contam sobre perigos a evitar, lugares a conhecer, faço amigos pra rever, me apaixono, ouço histórias que quero conferir. Os pontos a conhecer se formam conforme avanço, então não poderia ser de outra forma.

Até o momento já esteve em quais lugares? Pode contar alguma história curiosa sua ou de alguém que conheceu no caminho?

Ao menos de bicicleta, já cruzei Brasil, Bolívia, Peru, Chile, Argentina, Uruguai, África do Sul, Suazilândia, Moçambique e Tanzânia –  no momento lhes escrevo desde Zanzibar.

Mal dá pra enumerar as histórias das pessoas com as quais cruzei. No Uruguai, conheci o Eduardo Galeano e fiquei em sua casa, depois viramos amigos. Além de ter sido uma dos responsáveis por eu começar a viajar, ele foi um grande ídolo que depois virou impásseis mais próxima. Isso me marcou muito. O contato com as tribos indígenas e os trabalhadores nas minas de Prata também me marcou muito.

Ah, mas agora na África as experiências tem sido mágicas e extremas. Já cruzei três guerras civis, vi novos modelos de vida, vou entendo como a vida funciona com recursos ínfimos, o resultado é surpreendente. Considerar a África meramente primitiva e pobre é uma redução em nada corresponde com a vida real, as pessoas aqui surpreendem com a força que tem. África é outra coisa, então mais vale pegar tudo o que você sabia antes e deixar guardado, pra começar do zero. Aqui me encontrei, mas daqui a pouco me perco de novo, pra me encontrar em outro lugar. Eis um bom resumo da minha viagem.

bicicleta de bambu ricardo roda mundo

Por que você decidiu fazer crowdfunding para financiar boa parte da sua viagem? Como foi o retorno das pessoas?

Resolvi vender meu livro como recompensa no crowdfunding, a atrelar a isso outras experiências a quem decidisse topar a aventura comigo. As recompensas incluíam cartões postais de qualquer lugar do mundo, ou mesmo um pedaço de qualquer continente, desde areia do Saara até uma pedra do Kilimanjaro, funcionou bem. Além disso, já tinha muita gente que acompanhava a viagem e queria fazer parte, a adesão foi excelente! Batemos 131% da meta estipulada, com isso consegui comprar os equipamentos pra volta ao mundo e ao menos financiar minha comida nos 6 meses iniciais.

Agora, passados 10 meses, o modelo de crowdfunding é diferente, onde as pessoas pagam valores pequenos e mensais, a partir de R$ 5. O modelo pra isso é simples: pra manter os vídeos no YouTube, fotos e textos, preciso continuar viajando, e pra continuar viajando preciso de recursos mínimos. As pessoas que querem fazer parte desse sonho, ou compactuar com novos modelos de vida, fazem isso e também acompanham o resultado nas postagens.

Fora isso, as recompensas são bem legais! As pessoas mandam mensagens e perguntas, que vou mandando em vídeo depois. As perguntas são respondidas por monges no Tibet, tribos africanas, crianças no Oriente Médio, é uma surpresa. As respostas vão sendo compiladas, pra entrarem depois em um documentário.

O bom desse novo modelo é que consigo viajar por mais tempo, sem precisar parar pra trabalhar, pois faço da viagem meu trabalho. Até o momento, to batalhando pra bater ao menos a primeira meta, pra ter ao menos comida todos os dias, muito mais do que isso não preciso. Estou hoje em 75% da meta. Falta pouco! (Colabore aqui)

Como será essa pesquisa sobre Cicloturismo e Mobilidade Urbana pelo mundo?

A pesquisa já tá em curso, tá linda! Basicamente, o Roda Mundo contou com o apoio da UFRJ, do Governo do Estado, Prefeitura do RJ e a ONG Transporte ativo pra fazer disso um grande projeto, de alcance mundial.

Basicamente, elaboramos questionários, sobre problemas de mobilidade e soluções encontradas, e durante a viagem vou fazendo entrevistas com integrantes de movimentos sociais, ONGs, governo e sociedade civil. Está sendo ótimo, pois costumo passar por lugares onde pouquíssimos vão, então são dados frescos e novos. Vamos compilar e publicar ao menos um estudo por continente. Os dados da África estão sendo surpreendentes!

Quer saber mais da viagem do Ricardo ou apoiar o projeto?

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Por: 360meridianos

Visita ao Palácio do Itamaraty, em Brasília

Quando Francisco Rocha Leão, conde de Itamaraty, mandou construir seu palácio, ele não fazia ideia que seu título de nobreza se tornaria sinônimo da diplomacia brasileira. Não que ele tenha sido diplomata ou algo do tipo: a questão é que o Palácio do Conde de Itamaraty era tão grandioso que acabou, anos mais tarde, se tornando sede do Governo Republicano, logo após a queda do Império.

Com a mudança dos presidentes para o Palácio do Catete, também no Rio de Janeiro, o Palácio do Itamaraty acabou virando a casa do Ministério das Relações Exteriores. E justo num momento em que o MRE vivia dias de importância máxima. Chefiada por José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão do Rio Branco -, a diplomacia brasileira negociou as fronteiras que hoje temos no Brasil, tudo sem guerra. Assim o Acre, o Amapá e partes de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, entre outros estados, passaram a fazer parte do território nacional.

Veja também: O que fazer em Brasília: roteiro de um final de semana

Onde ficar em Brasília: dicas de hotéis

Visita guiada ao Congresso Nacional, em Brasília

Catedral de Brasília: história e curiosidades

Como o prédio construído no século 19 seguiu sendo a sede do MRE por sete décadas, a mudança da capital federal para Brasília não alterou o nome – Brasília também ganhou seu Palácio do Itamaraty, a nova sede do Ministério. Mas o novo Palácio, inaugurado em 1970, era bem mais moderno. Projetado por Oscar Niemeyer e cuidadosamente colocado no Plano Piloto da nova capital federal por Lúcio Costa, o prédio se destaca na Esplanada dos Ministérios.

Fica colado com o Congresso Nacional, sendo vizinho também do Ministério da Saúde e estando relativamente perto da Praça dos Três Poderes. Oposto ao Itamaraty de Niemeyer, do outro lado do Eixo Monumental, está o Palácio da Justiça, sede do ministério de mesmo nome.

Tudo isso foi só para te localizar no Plano Piloto de Brasilia, mas o que importa mesmo é outra coisa: o Palácio do Itamaraty (o atual) é uma obra de arte e um dos melhores projetos do Niemeyer. Além disso, o prédio guarda obras de arte de importantes artistas brasileiros, o que torna a visita guiada à sede do Ministério das Relações Exteriores um dos melhores programas de Brasília: coloque na listinha de tarefas também as visitas ao Congresso, ao Palácio do Planalto, à Catedral e ao Palácio da Alvorada.

itamaraty, em Brasília

“As colunas internas sustentam as lajes de piso e as externas, a cobertura”, explica a Fundação Oscar Niemeyer. Mas o conceito fica ainda mais claro nas palavras do próprio arquiteto, no Poema da Curva:

“Não é o angulo reto que me atrai.

Nem a linha reta, dura, inflexível,

criada pelo homem.

O que me atrai é a curva livre e

sensual. A curva que encontro nas

montanhas do meu país, no curso sinuoso

dos seus rios, nas nuvens do céu, no corpo

da mulher amada.

De curvas é feito todo o Universo.

O Universo curvo de Einstein”.

As curvas de Niemeyer explicam o outro apelido do prédio: Palácio dos Arcos, que é quadrado e tem arcos iguais em todas as suas quatro fachadas. A vista a partir do jardim suspenso do Itamaraty é surpreendente – seria uma metáfora com a necessidade do Ministério estar sempre aberto para o que é exterior?

visita ao palácio do Itamaraty

Congresso Nacional visto do Itamaraty 

jardins do palácio do Itamaraty

Jardim Suspenso do Itamaraty

Por falar em jardins, eles são projetados por Burle Marx estão repletos de plantas da Amazônia e de elementos do Cerrado. Para entrar no Itamaraty é necessário passar por uma rampa que cruza o lago, que tem peixes e até algumas tartarugas (enormes). A limpeza do espelho d’água é feita de barquinho – tá aí um passeio de barco que turistas não podem fazer em Brasília. Um fato curioso é que itamaraty é uma palavra indígena que significa “rio das pedras pequenas”.

visita ao palácio do itamaraty

Além dos jardins externos e do suspenso, dentro do prédio há mais espaços verdes projetados por Burle Marx. E não estranhe ao encontrar um prédio de grandes espaços vazios. Apesar de sediar o gabinete do ministro e do segundo nome no escalão do Ministério, que é sempre um diplomata de carreira, a principal função do Palácio do Itamaraty é cerimonial. Ali são recebidos chefes de estado e celebrados jantares e coquetéis presidenciais, além da assinatura de tratados internacionais. A parte administrativa do MRE está nos prédios anexos.

Por isso que o ambiente é amplo, dando ainda mais destaque para o vão livre projetado por Niemeyer e com cálculo estrutural do engenheiro Joaquim Cardoso, que também trabalhou em outros prédios da capital federal. O Palácio do Itamaraty é capaz de receber até cinco mil pessoas, em festas importantes, como os coquetéis de posse presidenciais. Os ambientes amplos e com comunicação entre si facilitam a circulação de pessoas ao mesmo tempo em que permitem a recepção de grupos menores, que são os mais comuns, sem que o prédio pareça estar vazio.

vista do itamaraty

Palácio da Justiça visto dos jardins do Itamaraty

Boa parte do mobiliário e das obras de arte veio do antigo Palácio do Itamaraty, o do Rio de Janeiro – antes que você me pergunte, o prédio carioca existe e ainda funciona como escritório local do MRE. No acervo encontram-se trabalhos de artistas brasileiros consagrados, como Portinari, Pedro Américo, Sérgio Camargo, Maria Martins, Tomie Ohtake, Francisco Brennand, e Alfredo Volpi, entre outros. Além do prédio em si e dos jardins, é pelas obras de arte guardadas ali que a visita ao Itamaraty vale a pena. Por questões de segurança, fotos só são permitidas em duas partes do palácio, mas já dá para ter uma ideia do que você encontrará lá.

Itamaraty Brasília

Visita ao Palácio do Itamaraty: informações úteis

As visitas ocorrem todos os dias e são gratuitas. É recomendável agendar sua participação, já que os lugares são limitados e esse é um dos passeios mais concorridos do Plano Piloto. Para isso, mande um email para visita@itamaraty.gov.br ou ligue para (61) 2030-8051.

Você precisará informar o nome das pessoas que vão participar do tour e um telefone para contato. Não agendou? Vale a pena passar no Ministério das Relações Exteriores mesmo assim. Se houver vagas você será encaixado em algum tour. A entrada é pela lateral do prédio, passando pelos jardins e entre o Itamaraty e o Ministério da Saúde.

Durante a semana as visitas ocorrem às 9h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h e 17h, enquanto nos finais de semana e feriados há visitação às 9h, 11h, 14h, 15h e 17h. Mas essa programação pode mudar a qualquer momento, por conta de eventos no Itamaraty, por isso sempre confira o que diz o site oficial.

Se for durante a semana, saiba que não é permitida a entrada trajando bermudas, regatas, shorts e minissaias. Essa regra vale para outros prédios administrativos, como o Congresso Nacional.

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Por: 360meridianos

Barcelona, a meca europeia do Skate

Barcelona se move sobre pranchas. Na capital catalã, metrô e bicicleta tem o seu lugar, mas o skate é o meio de transporte oficial. Com ruas planas, calçadas largas, calçadão à beira mar, inúmeras praças, arquitetura que parece ter sido pensada para receber os skatistas e clima que te convida a estar ao ar livre, a atividade deixa de ser apenas o esporte radical dos skate parks para tornar-se uma poderosa ferramenta de locomoção e de ocupação da cidade. Dos adeptos do longboard ou do penny (um mini skate para usar em um pé só), em Barcelona o skate é democrático: não tem gênero ou idade e nem está restrito a uma tribo urbana obscura.

Mas isso não quer dizer que a cidade não atraia também gente que leva o esporte a sério. Pelo contrário, talvez por estar tão entrelaçado com o cotidiano local e ser considerada uma cidade ideal para o desenvolvimento do esporte, Barcelona também possui algumas das principais pistas de skate da Europa e já foi sede de importantes eventos que reuniram os melhores skatistas do mundo, como os X Games e o Nike SB European Series.

Skate em Barcelona

Praça do MACBA

Se Barcelona é a capital europeia do Skate, a Praça do MACBA é o epicentro do esporte. Todos os dias, a qualquer hora, o espaço em frente ao Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, em pleno Raval, está cheio de praticantes do esporte treinando manobras nas escadas, bancos e corrimãos – que, diga-se de passagem, só podem ter sido projetados por algum skatista. O lugar se tornou uma espécie de ponto do encontro entre amantes do esporte e admiradores. Não é raro ver gravações de vídeos com as manobras por ali ou que algum olheiro passe buscando talentos perdidos nas ruas de Barcelona.

Nevermind El Raval

Carrer dels Tallers, 68

As redondezas da Praça do MACBA estão cheias de bares com atmosfera alegre e descolada, mas o Nevermind é o que a gente pode chamar de bar do skate. Com decoração inspirada no rock e trilha sonora que faz qualquer adolescente dos anos 1990/2000 cantar junto – o lugar possui uma pista de skate no interior que tanto serve de “mesa” quanto para que os visitantes possam arriscar alguma manobra.

Ungravity – Escola de Skate

ungravityboard.com

Quem não consegue se equilibrar sobre a prancha, mas morre de vontade de aprender por pegar umas aulinhas na escola de skate Ungravity. O local ainda oferece acampamentos e viagens para skatistas, eventos especiais e aulas de esportes aquáticos e de neve.

Parque del Fórum

O Parque del Fórum é um grande espaço de eventos que recebe shows e festivais. Quando não há nada na programação, no entanto, é um parque público perto do mar e outro ponto de encontro para a prática de skate de rua e outros esportes.

Skate Agora

Com mais de 1000 metros quadrados, esse skate park localizado em Badalona (Carretera de Mataró, 2-20) conta com pistas para todos os níveis. A pista é umas das mais novas da região de Barcelona e possui qualidade internacional: foi ali que foram disputados os X Games da cidade.  

Skate em Barcelona

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Por: 360meridianos

Cinco monumentos famosos que foram odiados na inauguração

Hoje ela é Patrimônio da Humanidade e principal cartão-postal de Belo Horizonte, mas a Igreja de São Francisco, na Pampulha, foi odiada por boa parte da população no momento em que foi inaugurada. O templo projetado por Oscar Niemeyer causou tanta polêmica que a Igreja Católica se recusou, durante 17 anos, a realizar a primeira missa lá – e teve até quem sugerisse sua demolição, insistindo que no lugar fosse construída uma réplica de outra igreja de São Francisco, a de Ouro Preto, que tem a assinatura de Aleijadinho.

Felizmente nada disso aconteceu e logo a população belo-horizontina – inclusive os conservadores – abraçou a Igrejinha da Pampulha. Como quase sempre morei perto da Igrejinha, sei dessa história há tempos, mas foi só outro dia que pensei que isso não deve ser tão incomum assim. E não é. Todos os cinco monumentos abaixo foram odiados na inauguração. E não faltou quem falasse que era melhor demolir tudo e colocar outra coisa no lugar.

conjunto moderno da pampulha

Torre Eiffel

“Inútil e monstruosa”. “Maldade pública”. “Tão feia que nem os norte-americanos gostarão dela”. Esses foram alguns dos comentários carinhosos que a Torre Eiffel recebeu em seus primeiros anos de vida. O ódio dos haters começou antes mesmo do projeto sair do papel, quando vários artistas, engenheiros e cientistas – ou seja, boa parte dos intelectuais da época, publicaram um manifesto num jornal parisiense com um apelo para que a torre não fosse erguida.

“Nós, escritores, pintores, escultores, arquitetos e amantes devotados à beleza de Paris, até hoje intacta, fazemos protesto com todas as nossas forças e indignação, em nome do bom gosto francês desvalorizado, da arte e da história francesa agora sob ataque, contra a ereção, no coração de nossa capital, da Torre Eiffel, que é inútil e monstruosa, que a maldade pública, muitas vezes cheia de bom senso e espírito de justiça, já batizou de Torre de Babel”, bradaram eles.

paris, 1989

Não adiantou a birra, já que a torre foi erguida mesmo assim, para ser o portão de entrada da Exposição Universal de 1889, que celebrava os 100 anos da Revolução Francesa. Mas aí começaram os esforços para desmontá-la, o que só foi evitado pela utilidade da torre para fins militares. O tempo, claro, resolveu a questão, e logo a Torre Eiffel se transformou no monumento pago mais visitado do mundo.

Gustave Eiffel, o homem que tinha bancado aquilo tudo, não teve motivos para reclamar, já que ele recuperou em apenas seis meses, com o valor cobrado dos ingressos, tudo que foi investido na Torre. O que veio depois foi lucro. O ódio de muitos pode ter ajudado a transformar a Torre Eiffel no melhor negócio da história do turismo.

Veja também: Um passeio pelos bastidores da Torre Eiffel

Torre Eiffel, visita

Parc Güell

O tempo trouxe a redenção do arquiteto Antoni Gaudí. O catalão, hoje um dos nomes mais conhecidos do mundo e cujo trabalho leva milhões de turistas para Barcelona, tem um monte de projetos polêmicos em seu portfólio. Um deles é o Parc Güell, hoje transformado num dos principais cartões-postais da cidade.

Essa história começou quando um empresário contratou o Gaudí para projetar uma espécie de condomínio residencial numa área montanhosa da cidade, em El Camel. O problema é que o empreendimento não deu muito certo e apenas duas casas foram concluídas: uma para Eusebi Güell, o contratante da obra e que mais tarde deu nome ao parque, e outra para servir de show room. Ninguém se interessou.

O fracasso do empreendimento imobiliário acabou criando, mesmo que involuntariamente, um parque público com uma baita vista da cidade. O Parc Güell foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade em 1984.

Veja também: Como visitar o Parc Güell, em Barcelona

Um tour pela Barcelona de Gaudí

Parc Guell Barcelona

Sagrada Família

Não precisamos nem sair de Barcelona: a Sagrada Família, hoje o cartão-postal máximo da cidade, também foi odiada por muitas. E a polêmica novamente foi causada por Antoni Gaudí. E essa foi maior ainda – diz o boato que Pablo Picasso, outro espanhol, teria mandado ‘Gaudí e a Sagrada Família para o inferno’, enquanto o escritor George Orwell, autor de livros famosos como “1984” e “A Revolução dos Bichos”, teria dito que ‘a Sagrada Família é um dos prédios mais horrorosos do mundo’.

Sagrada Família, Barcelona

Gaudí morreu em 1926, aos 73 anos, atropelado por um bonde, e jamais viu sua obra-prima terminada. A previsão atual é que o templo ficará finalmente pronto em 2026, 144 anos depois do começo das obras, mas muita gente dúvida. Quando concluída, a Sagrada Família será a igreja católica mais alta do mundo, com 18 torres que representam cada um dos apóstolos, os quatro evangelistas, Maria e Jesus.

Interior da Sagrada Família, Barcelona

Neuschwanstein

Hoje o castelo mais visitado da Alemanha, o Neuschwanstein, que fica perto de Munique, causou a queda de um rei, que passou a ser tratado como louco pelos súditos e por outros nobres. Tudo porque ele insistiu na construção megalomaníaca.

Ludwig II resolveu construir um grande castelo nas montanhas. Projetado não por um arquiteto, mas por um designer de palcos de teatro, o Neuschwanstein tem características, digamos, especiais, como uma gruta falsa, com direito a estalactites e iluminação especial. O rei supervisionava toda a obra, nem que fosse a partir de uma luneta instalada em outro castelo. Veja bem: ele fazia praticamente só isso, a ponto de ter ignorado a Guerra Franco-Prussiana, não comparecendo nem na comemoração da vitória.

Veja também: O Castelo da Cinderela que fica próximo a Munique

Hohenschwangau

O rei se mudou para o castelo em 1984, mas só viveu lá por 172 dias. É que o custo altíssimo da obra – ainda inacabada – se tornou insustentável, a ponto do parlamento resolver declarar que o rei era louco e incapacitado para a função. Ludwig II morreu pouco depois disso.

Foi o Castelo de Neuschwanstein que inspirou Walt Disney na construção do Castelo da Bela Adormecida e da Cinderela nos parques da Flórida e Califórnia.

Pirâmide do Louvre

Os que odeiam a Pirâmide do Louvre, inaugurada em 1989, dizem que a construção do monumento só foi compreendida quando Dan Brown escreveu O Código Da Vinci: só mesmo uma teoria da conspiração milenar para explicar um monumento tão horrendo – e futurista – em frente ao Louvre, erguido oito séculos antes e certamente com um estilo muito diferente.

Por mais que eu queira acreditar no Dan Brown, a versão oficial diz que a Pirâmide foi encomendada porque a entrada do Louvre, usada há séculos, não dava mais conta da quantidade de visitantes que passava por lá. A solução foi criar uma nova entrada, em que os visitantes pudessem descer diretamente para o átrio. O fato é que muita gente não gostou da mistura de estilos e o François Mitterrand, o presidente francês que encomendou a obra, foi chamado de faraônico porque, né, ele construiu uma pirâmide de vidro.

A polêmica gerou uma lenda urbana que chegou até a ser publicada em jornais franceses como se verdade fosse: diziam que o monumento tinha 666 peças de vidro, exatamente o número da besta, descrito na Bíblia. Coincidência não poderia ser, óbvio, mas mentira era: o número é maior. Segundo o Louvre, são 673 painéis de vidro. Não que alguém tenha acreditado.

Veja também: Visita ao Museu do Louvre, em Paris

louvre roteiro de viagem

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Oração para atrair as oportunidades que você merece

Por favor, responda com sinceridade: - Você merece ter oportunidades na vida? - As oportunidades ...
Por: Horóscopo

“Mas você vai sozinha?”, livro de Gaia Passarelli

“A trilha termina num banquinho que convida para o descanso depois de uma subida íngreme. Imagino a paisagem que um casal de namorados ruivos e sardentos vestindo kilts teria numa tarde de verão: as montanhas coloridas das Highlands, um castelo, o topo do Ben Nevis pintado de branco, um lago refletindo o sol. Mas hoje sou só eu, a neblina e a vista que não dá para ver. Lembro da garrafa de single malt local, tiro-a da mochila e bebo acompanhada de um chocolate e dos meus próprios pensamentos”.

Mas você vai sozinha?, da Gaia Passarelli, é um livro de histórias. Um livro sobre viagens. Sobre ser mulher. E também sobre música, perdas, amores, aventuras e questões cotidianas. Não espere que as dezessete histórias (sem contar o prólogo e o epílogo) de Gaia sejam um guia para viajar sozinha. Como vocês podem ver pelo trecho acima, o que você pode esperar do livro é viajar com a autora, sonhar com os destinos visitados e se engajar com o bom humor e sensibilidade que ela escreve suas crônicas.

Além disso, Passarelli é jornalista, ex-VJ da MTV e também é blogueira: escreve o “How to travel light“. Assim, outro ponto que é muito positivo do livro é que são histórias únicas.

mas voce vai sozinha dica de leitura 1

Eu li Mas Você vai Sozinha? ao longo dos três meses em que estive no Brasil. Para uma leitora rápida como eu, parece tempo demais para terminar um livro. Mas esse é um período sempre delicado para mim, porque são basicamente os 100 dias do ano que passo perto da minha família e amigos. Assim, foi reconfortante poder ler pequenas histórias ao longo desse tempo que me faziam viajar e refletir sobre minhas próprias aventuras.

mas voce vai sozinha dica de leitura 2

Índia, Portugal, Peru, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Escócia, Itália estão entre os destinos explorados por Gaia. As narrativas falam das pessoas e cenários encontrados e de como uma mulher sozinha (mas nem sempre) vivenciou esses momentos.

Numa das minhas partes favoritas, “Jantando Sozinha em Nova York”, ela me lembra de todas as vezes que eu comi sozinha num restaurante:

“Das coisas nem tão legais de viajar sozinha, uma das mais chatas são essas refeições solitárias em lugares familiares. Pior quando seu prato de arroz com camarão vem dentro de um abacaxi com um tipo de enfeite brilhante que parece uma vela de aniversário. Meu exuberante abacaxi enfeitado chamou a atenção da família na mesa ao lado. Mesmo achando crueldade por parte do pessoal do salão, encarei meu arroz com camarão sob os olhares de pena do pai, da mãe e das duas meninas”.

Apesar de nunca uma família gentil ter me incluído sem eu querer em sua mesa, incontáveis vezes já me encararam com pena. E tantas vezes leitoras aqui do blog já relataram como se sentem incomodadas sozinhas num restaurante em qualquer lugar do mundo.

mas voce vai sozinha dica de leitura 3

As ilustrações do livro também são incríveis, trabalho da artista plástica Anália Moraes.

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Por: 360meridianos

Inspiração de Verão: Casa de praia

E aí, tudo bem com vocês? Mais uma vez por aqui em parceria com o @radarcarioca pra mostrar inspirações e muitas novidades pra vocês, o tema da vez é Decoração de verão e não pude pensar em outra coisa a não ser Casa de Praia, pois aqui onde eu moro o que mais tem são casa de veraneio, por ser uma cidade turística e por isso vou compartilhar aqui inspirações de casas de praia e sei que vocês vão amar. Tem casa para todos os gostos e bolsos, eu não tenho mais quem sabe um dia se minha situação financeira permitir eu venha a ter um cantinho assim pra curtir com a família.

Imagens: xxxxxxx

Então passa no blog das participantes da vez do Radar Carioca e confira o que elas tem pra mostrar pra vocês.

1. Claudia Speroto: Cortina de fitas
2. Cristina: Redes como decoração
4. Dafne:
5. Julia Carvalho: Greenery – Tendência em casa

Próximo tema: CULINÁRIA  

Temas anteriores: Beleza -> Penteados para o verão | Moda -> Vestido ombro a ombro

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Por: Mãe ao ³

Um Carnaval para fantasiar

Ele já está dando sinais de vida por aí... “é Carnaval!” Um pouco de alegria (ainda que pré- ...
Por: Horóscopo

Medo e assédio no Grand Bazaar de Istambul

Eu nem ia comprar nada. Em primeiro lugar, porque eu já tenho uma coleção de lenços coloridos no meu armário e sempre uso os mesmos. Em segundo lugar, porque eu não tinha dinheiro para esbanjar no superfaturado Grand Bazaar de Istambul. Eu nem ia comprar nada, mas eu gosto de mercados. Gosto de caminhar sentindo o cheiro dos temperos ou da comida local sendo preparada nas lojas apertadas, de comer de pé no balcão enquanto vejo o movimento ao redor. Gosto de passar entre as peças de artesanato tradicional sendo expostos e imaginar como elas ficariam na minha casa, mesmo eu não tendo casa, estante, paredes suficientes ou espaço na mala para levar tudo o que me chama a atenção. E foi por isso, só para olhar o que estava exposto, que eu me aproximei daquela pequena loja de lenços.

Mal toquei um dos tecidos coloridos, um dos três vendedores começou a negociação. Eu já estava acostumada com a cultura turca do comércio. Havia passado os últimos três dias percorrendo, com um amigo, lojas de tempero, tapetes e antiguidades nas ruas de Sultanahmet. Era um ritual. Demonstrávamos interesse em algo, o vendedor começava uma conversa. Nos convidava para um chá, perguntava de nossas vidas. Mentíamos que éramos casados há três anos, meu amigo dizia como aquele tapete ia ficar bonito na sala da minha mãe. Eu lhe respondia que ele já sabia como ela era exigente com decoração e que talvez não combinasse com os quadros, que era melhor levarmos algo mais simples que assim teríamos certeza de acertar no presente. Tentamos ir ao mercado juntos no dia anterior, mas era domingo e estava fechado. Naquele dia, eu estava sozinha.

Grand Bazar de Istambul - Turquia

O vendedor começou sua venda habitual, quase ensaiada. “Olha esse, que bonito! É seda pura!”. “Para você, acho que essa cor ficaria bem”. “Vem ver essas peças que tenho dentro da loja, são belas!”. Eu entrei. Ele tira alguns lenços das prateleiras, milhares de cores. Coloco um no pescoço para ver como fica. “Você está colocando errado, desse jeito que fica mais bonito”. Ele arruma o lenço em meu pescoço. A proximidade inesperada me colocou em alerta. “Tenho um espelho”, ele disse, fechando a porta da loja de forma que eu pudesse olhar o espelho escondido de trás dela, mas também deixando-nos sozinhos em um pequeno depósito em um mercado grande e barulhento.

A sensação de perigo que vinha crescendo desde de a súbita aproximação começou a apoderar-se de mim. Coração acelerado, tirei o lenço do pescoço e o coloquei sobre a mesa. “Obrigada, mas hoje não vou levar nada”, disse, girando-me em direção à porta. “Nem mesmo esse que fica tão bonito em você?”, ele aponta para outro lenço que eu havia olhado minutos antes. “Não, preciso ir, estou atrasada.” Eu agarro a maçaneta, mas o vendedor se aproxima mais e segura minha mão. “Você é muito bonita. Estou apaixonado.”

Acho que a última vez que eu experimentei o pânico foi quando eu cai de uma cachoeira aos 19 anos e quase me afoguei. Quase 10 anos se passaram até eu conhecer a sensação de ser completamente preenchida pelo medo outra vez. Cada pensamento, respiração, cada movimento involuntário do meu corpo tinham, naquele momento, um único objetivo: sair dali ilesa. Meus sentidos passaram a funcionar de outra forma, como se estivessem amplificados. Quando me lembro desse momento, era como se eu tivesse entrado em um estado alterado de consciência no qual tudo em mim gritava “fuga!”. Ao mesmo tempo, tentava manter a naturalidade para que ele não percebesse meu medo.

“É sério”, ele continuou, ainda segurando minha mão. “Estou deslumbrado por sua beleza. De onde você é?”. “Argentina”, menti, lembrando-me naquele momento que, em alguns lugares, o estereótipo de mulher brasileira é um tanto mal interpretado. “Eu realmente preciso ir agora”, puxei minha mão e abri a porta, tudo ao mesmo tempo. Acho que demorou uns cinco minutos até que meu corpo voltasse ao normal. No meio tempo, tropecei de corredor em corredor tentando afastar-me ao máximo daquela loja. Logo me dei conta de que não sabia onde estava, nem para que lado era a saída.

Recuperada, recusei-me a deixar que aquilo acabasse com meu dia. Continuei caminhando pelo mercado e falando com as pessoas. Tomei um chá, comi um doce turco. Evitei milimetricamente aquele corredor. O senhor da loja em nenhum momento usou força ou agressividade contra mim. Eu não sei se ele ia passar das cantadas e estou feliz de não ter ficado para descobrir.

A violência de seu gesto estava em transformar uma negociação casual em um galanteio inapropriado. Estava na invasão do meu espaço pessoal, na aproximação física não autorizada. Estava em fazer tudo isso logo após colocar-me em uma situação vulnerável, sozinha com ele em sua loja. Em fazer isso quando minhas opções de simplesmente virar as costas e ir embora eram limitadas. E, acima de tudo, em acreditar que qualquer mulher sem a companhia de um homem é um objeto disponível para seus desejos. Quando se é mulher, a ameaça vem muitas vezes disfarçada de elogio.

Leia também: O inferno que é o assédio na rua em qualquer lugar do mundo

Sobre o medo de viajar e mulheres sozinhas

Faz um ano que eu estive em Istambul. Eu demorei muito tempo para escrever sobre isso aqui porque eu não queria reforçar o estigma já tão associado ao mundo Islâmico. Daquela vez, eu estava na Turquia. A Luíza foi seguida na Grécia. Já ouvi relatos de todas as partes. Passei por inúmeras situações de assédio dentro de um raio 100 km da minha casa, em Belo Horizonte. Todas nós passamos, em qualquer lugar, a qualquer hora. A violência contra a mulher não tem cor ou religião. Tem gênero.

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Por: 360meridianos

É vídeo: Niver do Papai em Silva Jardim/RJ #vlog

E aí, tudo bem com vocês? Espero que seu final de semana tenha sido maravilhoso, assim como foi o meu. Hoje venho mostrar pra vocês um dia de visita e comemoração do niver do meu papai aonde mora em Silva Jardim, aqui no Rio de Janeiro, e apesar de ter feito um vlog cagado, rolou muitas fotos. Olha só!

Chegamos a tardinha e à noite rolou aquele churrascão em comemoração aos 5.9 anos do papy, a família toda reunida, muito bom, com direito a piscina e tudo. As crianças adoraram. E claro que não podia faltar o bolo né? Minha mana Aline como sempre arrasou no bolo, delicioso! E ficamos até a madruga em altos papos.

No outro dia, teve churrasco? Claro que teve! E mais um dia de calor e as crianças se acabaram na piscina, oh coisa boa! Almoço em dia de domingo em família é tudo de bom! Depois de descansarmos um pouco fomos visitar um sítio perto onde tem avestruz, oh coisa rica gente, pura elegância. Gostou?! Então aperta o play pra ver os detalhes deste final de semana na casa do meu pai.



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Por: Mãe ao ³

Vivendo e aprendendo: Vacina de febre amarela para viajantes, o que você precisa saber antes de viajar

Vacina de febre amarela certificado internacional

Certificado internacional de vacinação, com a vacina de febre amarela para viajar ao exterior. Foto: GC/Blog Vambora!

A vacinação contra a febre amarela tem sido bastante falada e discutida no Brasil e no mundo ultimamente. Com o novo surto que ocorreu aqui no Brasil no final de 2016 e começo de 2017 a corrida para os postos de vacinação aumentou muito e as pessoas que estão indo viajar (seja para o exterior e ou para determinadas regiões do Brasil) estão cheias de dúvidas.

Para ajudar todos os viajantes a tiraram as suas dúvidas fizemos esse post com informações e dicas para quem vai viajar e quer saber se precisa ou não tomar a vacina. As informações foram pesquisadas na data de criação desse post nos sites do governo brasileiro e Organização Mundial de Saúde e serão sempre atualizadas de acordo com as notícias dos órgãos oficiais. Confira abaixo então todas as informações e Vambora!

Vacina de febre amarela para viajantes, tire suas dúvidas:

1-) Quando preciso tomar a vacina de febre amarela?

Moradores e turistas de regiões de risco devem tomar a vacina de febre amarela. Dentro do Brasil, em diversos estados e regiões a vacina é indicada (veja abaixo no item 3). No exterior existe também obrigatoriedade e recomendação de diversos países (veja quais no item 4). Importante destacar que para o caso dos turistas, a vacina deve ser tomada no mínimo 10 dias antes da viagem.

Para casos específicos como crianças pequenas, grávidas, alérgicos entre outros vale ver as indicações oficiais da Organização Mundial de Saúde (veja aqui).

2-) Já tomei uma vez vacina de febre amarela, preciso tomar novas doses?

Para a vacina de febre amarela, desde uma orientação da Organização Mundial de Saúde em 2013/2014, só é necessária uma dose para proteger por toda vida (veja aqui). Antes dessa deliberação era indicado tomar uma dose a cada 10 anos. Isso não vale mais para caso de viagens ao exterior.

Dentro do Brasil, em regiões específicas, o Ministério da Saúde recomenda para pessoas que vivem nesses locais tomar um reforço da vacina de febre amarela depois de 10 anos. No site do Ministério do Turismo é possível ver as regiões recomendadas (veja aqui).

Então reforçando: quem já tomou uma vez a vacina de febre amarela não precisa tomar mais uma dose se for viajar para o exterior. Quem nunca tomou dai é necessário, caso esteja morando ou vá para áreas de risco.

No caso de viagens internacionais, essa informação foi oficializada em 11/06/2016 no Regulamento Sanitário Internacional. Assim, agora os certificados internacionais de vacinação da febre amarela devem conter a informação que essa vale para toda vida.

3-) Vou viajar pelo Brasil, para quais lugares é preciso tomar a vacina?

Atualmente e de acordo com o site do Ministério da Saúde (veja aqui), os locais de risco e que pessoas que moram ou irão viajar dentro do Brasil devem tomar a vacina são:

  • Todos os Estados da Região Norte e Centro-Oeste;
  • Parte da Região Nordeste (Estado do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia);
  • Parte da Região Sudeste (Estado de Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo);
  • Parte da Região Sul (oeste dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

A lista completa dos municípios com recomendação de vacina de febre amarela no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser vista no site do ministério (veja aqui).

4-) Vou viajar para o exterior, para quais lugares é preciso tomar a vacina?

Países podem ter uma recomendação para tomar a vacina de febre amarela, exigi-la ou não ter uma recomendação ou exigência. A exigência implica em viajar com um certificado internacional de vacinação com a indicação que você já foi vacinado (veja mais abaixo no item 7).

Atualmente, as formas mais seguras para saber quais países exigem a vacina de febre amarela são no site da Organização Mundial de Saúde, em inglês, (veja aqui) e no da ANVISA, em português (veja aqui).

Para facilitar a vida dos viajantes, separamos aqui uma lista de exemplos de destinos no exterior comuns nas dúvidas se atualmente é preciso ou não ter a vacina de febre amarela. Essas orientações estão sempre sendo atualizadas pela OMS e pelos países, então vale a pena sempre conferir se seu destino está nos sites oficiais descritos acima.

-> Países que não exigem a vacina de febre amarela. Exemplos:

  • Estados Unidos
  • Canadá
  • Porto Rico
  • Uruguai
  • Reino Unido e demais países da Europa
  • Turquia
  • Emirados Árabes Unidos

-> Países que não exigem mas recomendam a vacina de febre amarela para algumas regiões, lembrando que a recomendação não exige tomar a vacina, nem obriga entrar no país com o certificado internacional. Exemplos:

  • Peru
  • Colômbia
  • Argentina

-> Países que exigem a vacina de febre amarela (e que você deve levar um certificado internacional de vacinação para entrar no país). Exemplos:

  • Austrália
  • Bahamas
  • Bolívia
  • Cuba (recém entrado na lista em 07/02/2016, para pessoas que desembarcam no país)
  • Panamá (recém entrado na lista em 06/02/2016, para pessoas que desembarcam no país)
  • Nicarágua (também passou a solicitar a vacina recentemente)
  • Venezuela (também passou a solicitar a vacina recentemente)
  • Tailândia
  • Singapura
  • África do Sul

Esses são só alguns exemplos de países. Se o seu destino não estiver acima, basta entrar nos sites da ANVISA e OMS para saber das indicações. Lembrando que com os casos recentes da doença, a lista de recomendações e exigências dos países pode mudar a qualquer momento (exemplos como Cuba e Panamá que antes não exigiam mas agora passaram a solicitar).

5-) E se eu só for fazer uma conexão ou escala num país que exige a vacina de febre amarela, devo tomar mesmo assim?

Em geral, viajantes que somente vão fazer escala num país que exige a vacina de febre amarela, e não vão sair do aeroporto, não precisam tomar a vacina. Esse é o caso por exemplo do Panamá, país em que muitos brasileiros fazem conexão para ir para outros destinos como Estados Unidos e Caribe (veja aqui a notícia).

A questão é que isso pode modificar de país para país, então se por acaso você vai passar por algum destino na sua viagem que exija a vacina, ainda que você só passará por lá durante uma conexão ou escala, vale tirar a dúvida da necessidade de certificado com a embaixada ou consulado oficial do mesmo no Brasil e a companhia aérea com que irá chegar ao destino que terão as informações mais atualizadas.

6-) Onde posso tomar a vacina?

A vacina de febre amarela pode ser tomada em um posto de saúde do SUS ou em serviços de vacinação privados credenciados em todo o Brasil. Lembrando que a vacina contra febre amarela deve ser tomada obrigatoriamente com antecedência de, no mínimo, 10 dias antes da viagem.

7-) O que é o certificado internacional de vacinação e onde obtenho?

O Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) é um documento que comprova a vacinação contra a febre amarela e é exigido para entrada de determinados países no exterior (vide item 4). Sem ele, quando solicitado, o viajante pode ser até barrado de entrar no país. Ele só pode ser emitido se a pessoa já tomou a vacina.

O CIVP pode ser emitido num dos centros de orientação para saúde do viajante, por todo o Brasil (veja aqui a lista). É preciso levar o cartão nacional de vacinação preenchido com a informação da vacina de febre amarela tomada e documento de identidade oficial com foto (identidade, carteira de motorista, passaporte, etc).

É comum ter esses centros em áreas de interesse dos viajantes como aeroportos e rodoviárias, porém a demanda desses lugares é muito grande. Vale então ver a lista no site oficial da ANVISA, preferencialmente antes da data de embarque, para evitar possíveis transtornos. No site da ANVISA também é possível realizar um pré cadastro para agilizar o processo (clicando em “cadastrar novo” – veja aqui).

8 -) Eu já tenho um certificado internacional de vacinação de febre amarela, mas ele é antigo e não está escrito que a vacina vale por toda vida, o que faço?

Se você já tem um certificado de vacinação emitido antes da mudança da OMS, o seu certificado continua valendo e pode ser usado nas próximas viagens, pois o comprovante da vacinação está lá.

Porém, como a mudança é ainda recente, soubemos de casos de viajantes, que mesmo com a determinação da OMS, alguns países não aceitaram o certificado antigo obrigando o viajante a tomar uma nova dose no aeroporto. Então caso vá viajar agora e puder passar em um centro de orientação do viajante para atualizar seu cartão antigo, pode valer a pena para evitar possíveis dores de cabeça (já que ninguém quer ficar discutindo com agentes de imigração esse tipo assunto, ainda que possam estar errados, infelizmente).

9-) Eu já tomei a vacina de febre amarela mas perdi meu cartão de vacinação. O que faço?

Se você já tomou a vacina mas não possui o cartão de vacinação comprovando, a ANVISA indica que se entre em contato com o local onde tomou a vacina para obter uma segunda via e poder fazer seu certificado internacional de vacinação.

Pronto! Muitas das principais dúvidas e indicações sobre a vacina de febre amarela para viajar. Viajou recentemente e tem alguma dica para dividir com outros viajantes? Deixe seu comentário abaixo. Vambora!

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Este artigo foi publicado originalmente no Blog Vambora


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