Tchau, agosto!
Tchau agosto, tchau mesmo mês do desgosto. É assim, ufa!, que muita gente de despede desse longo ...Por: Horóscopo
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A história começa em um bar forrado de pelúcia rosa até o teto em Berlim. Cheguei no Roses, como fazia quase toda quinta-feira quando morava na capital alemã, e me sentei em uma mesa. Dali a pouco cola um casal meio extravagante e pergunta se pode se sentar comigo. Algumas biritas depois, surge o convite de boteco: “vai visitar a gente, moramos em Trondheim, no norte da Noruega!”. Brindamos à ideia e no dia seguinte eu comprei as passagens. Recuperados de sobriedade, talvez a Siv e o Sveinung tenham se arrependido, mas já era tarde. Algumas semanas depois eu desembarcava em Oslo.
Trondheim é uma cidade de 170 mil habitantes (cidadezona para os padrões noruegueses), nas bordas do Círculo Polar Ártico. Levei 9 horas de trem para percorrer o trajeto entre a capital do país e Trondheim. Ainda meio incrédula, Siv me recebeu na estação: eles estavam superfelizes e ansiosos para me apresentaram seus amigos e amigas. Logo entendi que eles constituíam uma comunidade LGBTQI+ informal por lá, e o bar que possuíam era como um gueto das minorias.
Veja também: Para que serve uma coluna LGBTQI+?
Deixa as bichas gritarem gol!
Entre um trago e outro de uma bebida de nome impronunciável e teor alcoólico que só os povos do norte são capazes de engolir, conheci a mulher trans Victoria Fjellberg. De traços muito delicados e tímida no início, aos poucos ela foi se abrindo. Conversamos bastante sobre o assunto e relatei minha impressão de que a Noruega era evoluída em questões de gêneros. Sim, o casamento igualitário é lei desde 2009 e também é crime ofender alguém baseado em sua sexualidade. Mas Victoria me contou que a medida, por exemplo, não vale para pessoas trans, as mais vulneráveis a ataques. Descobri que o paraíso não existe.
Victoria
Já contei nesta coluna um pouco sobre como é ser gay na Rússia, na Tailândia, e na louca Berlim, e por isso decidi retomar essa série e entrevistei a Victoria para relatar um pouco mais sobre a não-tão-maravilhosa-quanto-imaginamos Noruega. Tudo bem, estão a anos-luz da Rússia e ela diz que hoje em dia é difícil ouvir falar em crimes de ódio e bullying por lá. “Mas pode ser só minha idade e o fato de não estar próxima dos mais jovens”, diz.
Victoria conta que um primo ainda vive na pequena cidade de Svolvær, de 4 mil habitantes. Ele acaba de sair do armário e foi bem recebido pela família e os amigos. “Mas, para mim, não foi assim”. Desde criança ela era um garoto afeminado, e, à medida crescia, as provocações ficavam cada vez mais sérias.
“Eu não podia caminhar da escola até a minha casa sem ter pelo menos três carros me seguindo e as pessoas gritando insultos contra mim”
Uma vez um homem a atacou com uma garrafa, e depois de anos de perseguição Victoria acabou desenvolvendo problemas de ansiedade severa que a assombram até hoje.
Aos 18 ela decidiria se mudar para Trondheim, onde nos conhecemos, para experimentar o processo de transição — que só conseguiu dar início depois de dois anos na cidade maior e com uma rede de suporte. “Comprei meu primeiro vestido em uma viagem a Paris, em um mercado de roupas vintage nos fundos de uma igreja”. Levaria mais um ano até que ela se apresentasse como mulher o tempo todo. Desde o começo Victoria já era socialmente vista como mulher, e sentiu as coisas mudarem. “Estranhos passaram a me tratar diferente, homens seguravam a porta para mim e faziam pequenas gentilezas”.
Quando finalmente voltou à sua cidade para uma visita, encontrou total apoio na família e amigos (até da avó de 92 anos). Alguns de seus bulliers a procuraram para pedir desculpas. “Acho que sempre vai ser menos difícil em uma cidade maior por encontrar diversidade e conseguir criar um espaço seguro para você”. Victoria faz a ressalva que hoje, até em sua reduzida comunidade, há um sacerdote gay e uma lésbica. “As coisas mudaram”, comemora.
Por outro lado, lembra que discursos de ódio crescentes em diversos lugares do mundo também ressoam na Noruega. Recentemente, um pequeno grupo extremista chamado TERFS ganhou atenção na mídia local criticando a presença de pessoas trans em banheiros e vestiários com outras pessoas cisgêneras. Seja no Brasil, Rússia ou Noruega, o caminho é longo.
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O mercado de “queijos veganos” está em ascensão faz tempo, com a crescente demanda por substitutos vegetais nos supermercados, mas os vegetarianos são apresentados agora a uma complexidade de sabor e textura dignos dos melhores queijos serranos curados: os queijos de castanha fermentados.
Os queijos à base de mandioca ou batata deram as caras no mercado brasileiro ainda em 2010, simulando textura e sabor dos queijos amarelos. A aceitação do público foi imediata, em especial no “junkie food vegano”. Pizzas, salgados e lanches, enfim, tinham um queijo para chamar de seu.
Surfando na onda dos probióticos e dos fermentados selvagens, os queijos fermentados de castanha estão ganhando corações. “Os queijos veganos industrializados levam alguns ingredientes para dar textura e cor, além de tempo de prateleira. Eu trabalho só com ingredientes naturais”, conta a chef Katrin Warkentin.
Katrin estudou no Plant Lab, uma das mais conhecidas escolas de alta gastronomia natural da Califórnia, uma espécie de Cordon Bleu vegetariana.
Voltou de lá em 2016 e abriu o Laut, um pequeno restaurante crudívoro –nada é cozido ou assado acima dos 40°C– instalado em uma galeria na rua Augusta, que se tornou um dos melhores restaurantes vegetarianos da cidade, na opinião deste blogueiro.
No Laut, os queijos levam castanha de caju e macadâmia e são fermentados com duas cepas de bactérias comercias, em busca de uma padronização no processo. “A castanha de caju tem um sabor mais neutro e boa textura, a macadâmia é mais arenosa e garante uma boa estrutura”, conta Katrin.
Rejuvelac
Fora das cozinhas de restaurantes, o processo para fermentar queijos de castanha envolve o rejuvelac, um probiótico selvagem de grãos ricos em amido, como trigo ou cevada, germinados.
O processo consiste em germinar os grãos e deixá-los fermentar de molho, em temperatura ambiente por dois dias.
Esse suco, rico em bactérias e enzimas, é depois acrescentado ao purê de castanhas e leva até duas semanas para transformá-lo em “queijo”.
Dá trabalho, mas eu juro que vale a pena.
O Hirá, na Vila Madalena, lançou uma nova opção para os veganos. O Jajamen (R$ 46) leva o futome, um macarrão grosso, servido frio com vegetais como pepino, tomate, edamame, cebola roxa, alho poró tostado e amendoim, tudo ao molho de soja picante.
O prato se soma ao Veggie Ramen (R$ 41), outra boa opção para as noites frias de inverno. Veja outras opções de lámens vegetarianos aqui
Hirá R. Fradique Coutinho, 1.240, Pinheiros, região oeste, tel. 3031-3025
Sabe quando em uma discussão dizem “Tá com pena? Leva para casa?”. Então, foi exatamente isso que o jornalista Iran Giusti fez. Não por pena, mas por empatia, Iran decidiu começar a acolher em seu apartamento pessoas LGBTQI+ que eram expulsas pela família. Não é uma realidade tão incomum quanto parece e a casa foi ficando cheia.
“Pensei em alugar uma casa maior com um quarto extra e uma garagem pra fazer umas oficinas, foi crescendo, veio o financiamento coletivo e em um mês abrimos”, conta Iran, lembrando que a urgência da situação não permitiu muito planejamento, não. No sobrado de esquina, de tijolinhos e calçadas pintadas com carinho, nascia a Casa 1.
O projeto não só parou de pé como mostra músculo para ir mais longe. Mais de 20 mil curtidas no Instagram e 60 mil fãs no Facebook provam que, para muita gente LGBTQI+, este virou um lugar de acolhimento físico e simbólico. E todo mês sai um calendário recheado de eventos interessantes, como o último, que discutia o Pink Washing do governo de Israel (ainda vou escrever uma coluna sobre isso).
Veja também: A lista 2018 de destinos LGBTQI+ friendly (e outros nem tanto)
5 lugares de memória e resistência homoafetiva
Um rolê pelo Museu da Diversidade, em São Paulo
Pouco mais de um ano depois, agora já formou uma biblioteca comunitária e abriu um galpão para comportar mais pessoas nos encontros, mesas de discussão e palestras. Tem aula de canto, costura, yoga, forró e diversas turmas de idiomas. Iran faz as contas da estrutura de hoje: “São 20 acolhidos e acolhidas por vez, que podem permanecer por até 4 meses. Em 2017 foram 84 pessoas. Em termos de programação e atividades, estimamos 600 pessoas por mês”.
Para fazer tudo isso funcionar, contam com quatro funcionários fixos e quase 180 voluntários. “Parcerias com marcas financiam 52% do projeto. O restante segue com contribuições de pessoas físicas, e os trabalhos como freelancer que eu e o Bruno Oliveira [coordenador do Centro Cultural] fazemos”, diz.
Para preservar as identidades das pessoas que moram lá, Iran não conta nenhuma história de moradores. “Entendemos que as violências institucionais, em especial as familiares, são muito complexas. Ter um único relato não dá conta de falar sobre essa complexidade”. Quem quiser conhecer as histórias das pessoas, se envolver com as atividades culturais e ajudar como for possível, pode visitar o casarão no bairro da Bela Vista, em São Paulo. A Casa 1 é a casa de todxs.
Para ajudar no financiamento recorrente, acesse: https://benfeitoria.com/casa1
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Segundo o aplicativo Happy Cow, um dos guias de restaurantes mais populares do mundo veg, Londres, na Inglaterra, é o lugar com mais opções para os “herbívoros” no mundo. São quase 300 restaurantes locais cadastrados na plataforma.
A avaliação do app leva em conta não o número total de restaurantes, mas a densidade num raio de oito quilômetros nos pólos gastronômicos das cidades e a impressão dos usuários.
Em segundo na lista vem Berlim, na Alemanha, seguida de Nova York e Portland. Tel Aviv é a representante oriental do ranking.
São Paulo ficou apenas como menção honrosa no ranking, em 15º lugar. Segundo o app, existem 133 restaurantes vegetarianos ou vegans na capital paulista.
Top 10 cidades mais amigáveis para vegetarianos
Para quem ainda não conhece o Happy Cow, ele é uma mão na roda na hora de viajar para o exterior. Em versão para iOS ou Android
Depois de um dia longo de caminhada sob um sol de rachar coco no verão de Paris, tudo o que o turista quer é tomar um banho, deitar-se e descansar para continuar os passeios no dia seguinte. Pelo menos era esse o meu desejo quando eu me deitei naquela noite.
Não fui despertada pelo meu celular ou pelos raios de sol, mas por um barulho ensurdecedor que me fez pular da cama. Por alguns segundos, o susto e a escuridão não me permitiram reconhecer onde eu estava. Minha mãe, na cama ao lado, teve que me segurar minha mão e chamar meu nome para eu me situar. O barulho era muito alto, mas, na confusão, me perguntei se era meu celular. O relógio marcava 2h40 da madrugada.
Acendi a luz e olhei pelo quarto para ver se alguma coisa ali dentro tinha ativado o alarme. Depois dessa breve inspeção, abri a porta. Quando o quarto vizinho fez a mesma coisa, me dei conta, finalmente, que se tratava do alarme de incêndio do hotel.
Tudo isso aconteceu em menos de dois minutos. Coloquei uma calça em cima do pijama e minha mãe trocou de blusa. Até pensei no computador e passaportes guardados no cofre, mas os deixei para trás. Quando saímos do quarto, as portas corta-incêndio tinham sido acionadas. Empurrei uma delas e fomos na direção da escada. Minha mãe ainda bateu na porta dos quartos do grupo de amigos dela para avisar que descessem.
Turistas de diversas nacionalidades, de cara amassada e assustados, se aglomeravam na rua. O barulho do alarme continuava, ninguém sabia o que tinha acontecido, mas o comportamento do recepcionista dava sinais de que não havia um incêndio, de fato: ele estava no telefone, entrava e saia de uma salinha, tentando, sem sucesso, parar com o barulho.
Passaram-se mais alguns minutos até que todos os amigos da minha mãe descessem – trouxeram mochila e estavam de roupa trocada. Um contraste com os outros hóspedes: tinha um pai só de cueca com o filho de uns três anos, na mesma situação, abraçado num ursinho de pelúcia. Duas mulheres que usavam robes, um de cetim, outro de toalha. Outra, dos Estados Unidos, revelava em seu pijama suas preferências políticas. A camiseta vermelha trazia a estampa de MAGA, sigla do slogan de Donald Trump: Make America Great Again.
Eu reparava em tudo isso, me perguntando se essas diferenças no momento de crise tinham a ver com o fato de que no Brasil não temos costume de fazer aqueles testes de alarme de incêndio como mostram os filmes dos Estados Unidos ou como presenciei algumas vezes na Europa. Foi só quando já estava de volta ao quarto que eu parei para ler aquele informativo de segurança que fica atrás da porta. Ele mostrava exatamente a rota que eu e minha mãe deveríamos ter seguido. Fizemos o contrário e ainda abrimos a porta corta fogo, que, no caso de um incêndio real, teria nos salvado.
Leia também: E se sua casa pegasse fogo?
Plano de fuga do hotel, que não seguimos
Quando o barulho finalmente parou, pouco a pouco, os hóspedes começaram a subir as escadas de volta para os quartos. Decidi perguntar para o esbaforido recepcionista – que falava um inglês bastante capenga – o que tinha acontecido. Só consegui entender as palavras smoke, 408, no fire.
As outras informações foram sendo coletadas só no resto dos dias. Por exemplo, quando estávamos fazendo o check out, me lembrei de perguntar ao gerente o que tinha acontecido na noite do alarme falso. Segundo ele, que era a pessoa do outro lado na linha do telefone com o recepcionista, a verdade é que ninguém sabia exatamente. E que a confusão da fumaça do quarto poderia ter sido resolvida facilmente, mas algum hóspede, desesperado com as portas corta-fogo fechadas, quebrou um dos alarmes. E para parar esse aí levou quase 10 minutos…
Outra informação que tivemos foi dos colegas da minha mãe que estavam no 406 e viram, quando voltavam para o quarto, um funcionário do hotel falando com os ocupantes do epicentro da confusão. Diziam para eles que não era permitido fumar no quarto. O cheiro, segundo me contaram, era de maconha.
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