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Celebre a vida intensamente e com plenitude

Concordo: é preciso coragem para encarar um dos maiores problemas de nossa época: estamos ...
Por: Horóscopo

WishList das crianças

Dia 12 de outubro marca o Dia das Crianças, e, para celebrar, diversas marcas apresentam novidades alegres e lúdicas para presentear nessa data especial. E para compor a Wish List perfeita, tem de tudo um pouco: almofada emoji de unicórnio combinada com a luminária de coração da Tok&Stok formam o mood aconchegante para o quarto infantil. Já…
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Por: Mãe ao ³

Cosme e Damião: proteja as crianças com oração poderosa

Ao meu ver essa frase soa como um mantra e uma bela oração para nossas crianças:  "que Deus ...
Por: Horóscopo

De personagens infantis a políticos, a história das pinhatas mexicanas

A Argentina e a crise que parece não ter fim

Encontrei uma vez, em Barcelona, um amigo brasileiro que vive em Buenos Aires. Chef de cozinha e dono de um hostel, ele gostou de ver a parte histórica da cidade e de sair para as baladas intermináveis, mas o que mais o deixou saltitante foi a nossa visita ao supermercado. A cada corredor, uma exclamação diferente:

“Olha o preço disso!”

“Meu deus, como as coisas são baratas”

“Em Buenos Aires, custaria o triplo”. E parava, fazia uns rápidos cálculos mentais antes de acrescentar: Não, o quádruplo! Como eu queria poder levar tudo isso na minha mala!”. Argumentei que ir ao supermercado na Espanha era mais barato que no Brasil também. “Estive no Brasil antes de vir para cá. Você não tem noção. Buenos Aires conseguiu superar”.

“Ah, tá tudo muito caro”. Já faz muitos anos que essa é a resposta mais corrente que obtenho quando pergunto para os velhos conhecidos de Buenos Aires sobre como anda a vida. E a reclamação é muito mais que conversa de comadres na fila do caixa. A escalada galopante de preços no país é, para o cidadão comum, o principal reflexo prático de uma crise econômica que se arrasta há quase duas décadas, mas que teve seu auge em janeiro de 2001.

“A crise é nosso estado natural. Já nos acostumamos a viver com ela. Há momentos piores, outros melhores, mas já nos esquecemos do que é estar em um país que vai bem de economia.” Norma, uma mãe de três filhos na casa dos 40, contou durante um assado despretensioso em sua casa. O tema da conversa era a eleição de 2015, que ainda estava por vir. Ela era do time que acreditava que nenhum dos candidatos poderia dar jeito no estado atual das coisas. Com uma renda mensal menor que um salário mínimo – que na Argentina é de 8.000 pesos, o equivalente hoje a R$ 1.450 -, ela era uma das que sempre reclamavam dos preços no supermercado: “Dios, como están caras las cosas!”.

Quando, ao final daquele ano, Macri foi eleito, uma injeção de otimismo tomou o mercado e uma parte da população: “Não é questão de concordar ou não concordar com um governo mais liberal. Isso é o que esse país precisa agora. Não temos opção”, argumentou Luciano, um jovem estudante que pela primeira vez votou nas presidenciais.

O primeiro ano do governo, no entanto, não fez jus às expectativas daqueles que votaram nele esperando recuperação econômica. Em 2016, o país registrou uma inflação de 41%, a maior em 25 anos e muito acima dos 25% prometidos por ele logo após chegar ao poder. Os alimentos tiveram alta de 33%, as contas básicas de 77% e o imposto sobre o aluguel 30%. O índice geral é o segundo maior da América do Sul, só perdendo para a Venezuela, que há anos enfrenta uma grave crise política. O desemprego e a pobreza também subiram e fecharam o ano com taxas de 9.3% e 32.2%, respectivamente.

O problema não atinge apenas os setores básicos. Muitos argentinos consideram que vale a pena cruzar a fronteira do Chile apenas para fazer compras no país vizinho. E não é que o Chile tenha preços a la Miami. É que roupas e eletrônicos são vendidos a valores impraticáveis nas lojas de Buenos Aires.

Crise na Argentina: protesto contra aumento de tarifas básicas em agosto de 2016

Crise na Argentina: protesto contra aumento de tarifas básicas em agosto de 2016. Foto: Shutterstock

Em 2017, no entanto, o país começou a mostrar sinais de que uma recuperação era possível, entre eles um forte avanço no setor agropecuário. Mas apesar do governo ter anunciado, em fevereiro deste ano, que a Argentina havia finalmente superado a recessão, a notícia foi recebida com descrença e indignação pela população e por parte da mídia local.

Os indicadores econômicos dos meses que se seguiram mostraram que a desconfiança não era injustificada. Redução no consumo nos supermercados, uma inflação que segue alta – a previsão é fechar o ano entre 20% e 24% -, cortes de luz frequentes, a precarização do ensino público, um grande aumento nas tarifas básicas de luz, eletricidade e gás seguem irritando boa parte dos argentinos. Em especial aqueles que trabalham em setores que não contam com sindicatos fortes para garantir aumentos que acompanhem os preços, além de outros 35% que atuam no mercado informal.

Na minha última visita à cidade, em junho de 2017, o desânimo e a indignação diante do cenário não acompanhavam o otimismo do governo. “Quando se sai da recessão, não é tão fácil as pessoas sentirem isso”, resume Guillermo Nielsen, um dos principais economistas da oposição peronista, para o El País. E ele tem razão. Enquanto os discursos e índices políticos não se refletirem nas mesas e na qualidade de vida das pessoas, a crise vai continuar a ser real para elas.

Crise na Argentina: protesto contra aumento de tarifas básicas em agosto de 2016

Crise na Argentina: protesto contra aumento de tarifas básicas em agosto de 2016. Foto: Shutterstock

Duas décadas de uma crise eterna

Pessoas correndo para estocar pão. Essa foi a cena que mais me impressionou ao assistir ao noticiário sobre o auge da crise na Argentina. Santiago, guia de um agradável passeio de bicicleta pelas ruas de Buenos Aires, no entanto, tem lembranças bem mais fortes daqueles tempos. Em especial do dia 19 de dezembro de 2001, que ainda é muito vivo na memória dos argentinos. Depois que, no início daquele mês, o FMI negou um pacote de ajuda ao país, o medo e a insegurança estouraram nas casas da população. A situação teve seu ápice naquele dia, quando o desabastecimento provocou uma onda de saques nos supermercados e pequenos comércios locais. Mas essa foi apenas a ponta do iceberg de uma situação que se arrastava há meses.

Depois de passar por um período de recessão e hiperinflação na década de 1980, uma das medidas do governo do então presidente Carlos Menem – que governou o país por uma década – e do ministro da economia Domingo Cavallo para lidar com a crise foi equiparar o peso com o dólar. Funcionou por cinco anos. O país cresceu, atraiu investidores. “Foi uma linda fantasia a que vivemos. Ficamos ricos. Viajávamos ao Brasil e achávamos tudo barato. Nos esbaldávamos nas caipirinhas”, conta Santiago. “Mas era tudo uma doce mentira”.

O modelo começou a ruir em meados da década de 1990, com a crise na Ásia. O golpe de misericórdia foi a desvalorização do Real, em 1999. Como país manteve a equiparação do dólar com peso nesse cenário, os produtos de exportação argentinos se tornaram muito caros. Além disso, era muito mais vantajoso importar que produzir no país. O modelo acabou destruindo a indústria local, que jamais se recuperou.

Em 2001, mesmo com a crescente fuga de dólares e as ruas em colapso, o então presidente Fernando de la Rúa e o ministro Domingo Cavallo – que havia voltado ao cargo em seu mandato – se recusaram a tirar a paridade da moeda em seus pacotes econômicos. O fim da medida só veio no ano seguinte, com a deposição de la Rúa, que foi substituído por seu oponente Eduardo Duhalde.

Mas a desvalorização do peso cobraria seu preço. Entre fevereiro e março de 2002, a moeda perdeu 70% de seu valor. “Imagine você se, em poucas semanas, tudo o que você tem na vida desvalorizasse 70%. Eram dias terríveis, ninguém tinha esperança no futuro. Parecia que a Argentina ia acabar”. Não acabou. Entre trancos e barrancos, o país segue. Mas as lembranças e consequências daqueles anos ainda estão muito vivas. Sobre o presidente Carlos Menem, que muitos culpam pela crise, ele afirma: “A ele chamamos Lord Voldemort, porque acreditamos que dizer seu nome traz má sorte”.

A brincadeira tem seu fundo de verdade. Túlio Bragança, brasileiro que morou na Argentina durante 11 anos e comanda o blog Aires Buenos, conta da grande superstição que existe em torno do ex-presidente. “Falar o nome dele equivale a ver um gato preto. O pessoal inventa altos nomes para não ter que dizer Menem. Uma vez, num jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2014, o pessoal do meu escritório foi assistir com uma máscara do Menem para ver se azarava a seleção”. Vale dizer que o Brasil realmente acabou tomando um gol naquela partida. Pelo sim, pelo não, melhor evitar.

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Por: 360meridianos

12 lugares para comer e beber em Porto, Portugal

Encontrar onde comer em Porto é uma tarefa fácil. A cidade no norte de Portugal tem lugares ótimos, alguns tradicionais, outros que abriram outro dia, mas que merecem um espaço no seu coração e estômago. Estou morando aqui há alguns meses e resolvi compartilhar com vocês uma listinha de restaurantes, bares e cafés no Porto que merecem a sua visita, durante o dia ou a noite. São lugares frequentados e recomendados pelo pessoal da cidade, para além das hordas de turistas.

A ideia desta lista para comer e beber bem na Invicta (apelido do Porto) é atender todos os gostos e preços. Apesar de muitos dos restaurantes indicados serem baratos, alguns lugares mais sofisticados também entraram na seleção, por motivos de boa comida. Mas nada assustador, tá bem?

Vai para o Porto? Leia também nossas outras dicas:

Onde ficar em Porto 

O que fazer no Porto: roteiro de 3 dias

7 ideias de bate-volta a partir do Porto

Uma dica legal sobre restaurantes no Porto: o app/site Zomato (que não está me pagando nada por isso) costuma ter os cardápios de todos os estabelecimentos, o que ajuda bastante na hora de decidir onde comer. E não deixe de conferir também os horários e dias de funcionamento de cada lugar.

Restaurantes de comida portuguesa

Cozinha tradicional: A cozinha do Manel

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Bacalhau, cozido à portuguesa, arroz de polvo, carnes de porco em geral. A Cozinha do Manel é desses restaurantes tradicionais, com ares de tasca, ou seja, sem firulas. A comida é realmente deliciosa. Foi uma leitora do blog (oi, Cândida!), cuja família é portuguesa, que me levou lá e nunca esqueci. O cabrito assado no forno a lenha é maravilhoso. O menu do dia, para o almoço, é fixo, com pratos em torno de 12 a 15 euros.

Endereço: Rua do Heroísmo, 215 

Franguinho à Portuguesa: Paraíso do Churrasco

Portugal tem uma tradição que poucos brasileiros conhecem, que é o franguinho de churrasco. Essa delícia é um galetinho assado na brasa, servido com molho e acompanhamentos. Eu amo e, sempre que estou com preguiça de cozinhar, corro atrás. O melhor de todos que já comi é o do pessoal do Paraíso do Churrasco. Eles também servem outras carnes na brasa, como costeletas de porco, linguiça, bacalhau e peixes. Um frango inteiro custa só €4,80!

Endereço: Rua do Heroísmo, 50

Sanduíche de Leitão: Casa Guedes

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A Casa Guedes é outro endereço tradicional na cidade e que sempre tem fila na porta, apesar do restaurante ser meio feinho. Mas quem vê cara, não vê o melhor sanduíche de leitão do Porto, muito suculento, ainda melhor com o acréscimo bastante generoso de queijo da serra da estrela. Tudo servido ali, do leitão ao espumante que acompanha o sanduba (sim, é tradição!), é de produção local. Já comi outros, mas esse ainda é meu favorito. A sandes de pernil com queijo custa €3,90.

Endereço: Praça dos Poveiros, 130

Opções variadas de restaurantes no Porto

Francesinha: Café São Nicolau

francesinha porto cafe sao nicolau

Eu fiz uma lista com dicas de lugares para comer francesinha no Porto, além de contar a história do prato. Entre todas que já experimentei, a minha favorita é a do Café São Nicolau, que fica pertinho da Ribeira. Eles têm nove opções diferentes de francesinhas, incluindo vegetarianas. O molho é bom e as batatas fritas são de verdade. Eles também têm opções de pratos tradicionais como bacalhau, secretos de porco, etc. A francesinha que leva o nome da casa custa €6,50.

Endereço: Rua Nova da Alfândega, 38

Hamburgueria: Real Hamburgueria Portuguesa

onde comer no porto real hamburgueria

Tenho que confessar que ainda não encontrei meu hambúrguer do coração no Porto, mas a Real Hamburgueria Portuguesa é sem dúvida a melhor em que já comi na cidade. Os sanduíches são especiais e levam ingredientes típicos portugueses, como queijo da serra, ananás dos Açores e farinheira de porco preto. São muitas opções, que custam a partir de €8.

Endereço: Rua da Torrinha, 134

Restaurante na Foz: Casa Vasco

peixe foz do douro porto casa vasco

“Restaurante na Foz” não é uma categoria de comida, hahaha! É que nem sempre é fácil encontrar algum restaurante que não seja muito caro por ali. E a Casa Vasco cumpre o papel de ser uma opção gostosa, não muito cara, mas também elegante, para quem quer um almoço ou jantar mais arrumadinho. Eles têm opções de pratos variados, incluindo tapas: ceviche, carne e peixe na brasa, hambúrguer e saladas. A carta de vinhos e drinks é bem extensa. Uma refeição custa entre 15 a 20 euros.

Endereço: Rua do Padrão, 152

Para comer carnes: Reitoria

Essa é uma opção mais elegante e mais cara, mas sem dúvida deliciosa. O Reitoria, na verdade, são dois restaurantes em um. No primeiro andar, na área da esplanada, eles servem tapas e outros pratos menores, onde as estrelas são as focaccias (custam em torno de 7 euros), além de outras opções de comidinhas para acompanhar vinhos ou drinks. No andar de cima fica uma steakhouse com cortes de carne refinados e acompanhamentos deliciosos. É preciso reservar. Fui uma vez com uma amiga e a conta ficou em cerca de €30 euros por pessoa.

Endereço: Rua de Sá de Noronha, 33

Bares no Porto

Barzinho massa: Terraplana

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O Terraplana é meu bar afetivo no Porto. Fica numa casa antiga, ao lado da Faculdade de Belas Artes, reformada com uma decoração incrível, e que tem uma área de jardim nos fundos e muito agradável. Também tem música ao vivo todo final de semana, e jogos de tabuleiro para os clientes. Isso sem contar que eles servem a melhor pizza que já comi em Portugal, feita na hora, com massa fininha. O Terraplana tem opções de cervejas variadas (eles nem servem as comuns Superbock e Sagres), drinks criativos e bons vinhos. Cervejas a partir de €1,70. A pizza é €7,50.

Endereço: Avenida Rodrigues de Freitas, 287

Quer beber Vinho do Porto? Então veja a dica de vinícola com degustação em Gaia

Cervejaria artesanal: Letraria Craft Beer Garden

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A Letraria é uma cervejaria artesanal do norte de Portugal e que dá nomes às suas cervejas com letras (a minha favorita é a Letra F, uma IPA). Eles abriram um Beer Garden, ou seja, um Jardim de Cerveja, no Porto. O espaço é uma delícia, super aconchegante. São 24 tipos de cervejas artesanais para experimentar: não só da marca da casa, mas também de outras cervejarias portuguesas e europeias. Há opções de petiscos a preços justos. As cervejas custam a partir de €3.

Endereço: Rua da Alegria, 101

Noite alternativa: Maus Hábitos

O Maus Hábitos fica no último andar de um prédio no centro, um antigo apartamento chique convertido em bar/restaurante/sala de exposições. Alternativo é a melhor palavra para descrever: funciona de 12h às 2h, tem musica ao vivo, DJs, entre outras programações culturais. O cardápio de comidas é variado (que não experimentei), servidas no salão principal. Uma cerveja sai por €1,50 e pizzas a partir de €7.

Endereço: Rua de Passos Manuel, 178, Piso 4

Café e sobremesa

Café: Leitaria da Quinta do Paço

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Esse lugar é tão maravilhoso que tem quatro endereços na cidade. A cafeteria é recente, mas a leitaria é bem antiga, existe desde 1920, famosa por sua produção de chantily, manteiga e queijo. No café da Leitaria da Quinta do Paço você encontra esses produtos frescos e deliciosos utilizados como ingredientes locais! Sem dúvida, as grandes estrelas são os éclair (vulgo, bomba), recheados com chantily e com coberturas variadas – o de limão e o crocante são meus favoritos. Um café com éclair mini custa €1,40. Não deixe de comprar pelo menos uma amostrinha da manteiga na hora de pagar a conta!

Endereço: Praça Guilherme Gomes Fernandes, 47

Sorveteria: La Copa

onde comer no porto la copa

Uma sorveteria que fica aberta até meia-noite já merece muitos corações. Mais ainda pelo fato da La Copa ter um dos melhores gelatos artesanais no Porto, com direito a uma área externa super fofa e também várias opções de sobremesas elaboradas. Uma bola de gelato sai por €1,90.

Endereço: Avenida Rodrigues de Freitas, 366

No mais, se tiver dicas para compartilhar, deixe nos comentários!

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Por: 360meridianos

Parrachos de Maracajaú, piscinas naturais no litoral potiguar

Barcos, recifes e água no melhor tom azul-potiguar, variação menos famosa do azul-caribe. Essa é a imagem mais conhecida dos Parrachos de Maracajaú, talvez a principal responsável por levar turistas para o Rio Grande do Norte. Você pode até nunca ter ouvido falar do lugar, mas aposto que já viu uma fotografia de lá estampando a publicidade de agências de viagens sobre Natal, páginas de revistas de turismo ou mesmo blogs como o 360.

O nome é diferentão e causa estranhamento, mas no fundo quer dizer o óbvio. Parracho é um adjetivo de origem portuguesa que descreve coisas baixas, com pouca altura. Já Maracajaú é uma expressão com origem no tupi, o nome da praia onde estão os tais parrachos. Trocando em miúdos, os Parrachos de Maracajaú são piscinas naturais que se formam a cerca de sete quilômetros do litoral, um ponto no meio do oceano onde a água fica rasa (e repleta de peixes) na maré baixa. Uma parada para observar a vida marinha com snorkeling.

Parrachos de Maracajaú mergulho

Parrachos de Maracajaú (Foto de divulgação)

Chegar lá é fácil, mas envolve, bem, envolve coragem. Pelo menos para quem não gosta de acordar cedo: o despertador tocou às 5h15 de uma manhã de domingo, tudo para que fosse possível pegar a van, que passaria no hotel às 6h. Com o sono escancarado no rosto, pegamos estrada. Assim como o passeio pelas dunas, que é feito em cidades ao redor da capital do Rio Grande do Norte, para conhecer os parrachos é preciso deixar Natal para trás – são pouco menos de 60 quilômetros entre a cidade e a praia de Maracajaú, uma vila com apenas dois mil habitantes e que todos os dias recebe algumas centenas de turistas.

Veja também: Passeio de buggy em Natal e as dunas do litoral norte

Onde se hospedar em Natal: dicas de praias e hotéis

Nosso passeio, reservado com a Natal Praias, tinha como ponto de apoio o Ma-Noa, um parque aquático que fica em frente à Praia de Maracajaú. Chegamos ao local um pouco depois das 7h, com tempo para tomar café – como o passeio começa quase sempre muito cedo, é comum que um kit de café seja entregue para todos os participantes (já está incluído no preço do tour, assim como a entrada no parque). Depois, foi só aguardar a hora para o embarque, que ocorre na beira da praia. Entramos nas lanchas, guardamos câmeras, mochilas e tudo que não podia molhar num compartimento do barco e tocamos para os parrachos.

parrachos de maracajaú

Alguns minutinhos depois e já completamente molhados, chegamos. O banho nas piscinas naturais é feito a partir de plataformas que foram construídas ali e que têm certa estrutura turística, com bar, guarda-volumes e um segundo andar de onde é possível ter uma vista legal do ambiente ao redor. Banheiro, por outro lado, não tem.

Boias e equipamento de snorkeling já estão inclusos no preço do passeio. Quem se interessar pode alugar uma câmera sub aquática no Ma-Noa. Além disso, um fotógrafo também fica circulando por ali e as imagens podem ser adquiridas no final do passeio. A partir daí não tem muito segredo: o negócio é pegar o snorkeling e flutuar ao redor dos recifes, num complicado exercício de contar peixinhos. Para quem já fez passeios assim, lembra um pouco a experiências nas Galés, em Maragogi, ou no Recife de Fora, em Porto Seguro. Quem preferir pode aproveitar a ocasião para fazer um mergulho de cilindro. Aí há custo adicional de R$ 100.

Cansou? Coloque seu nome na lista para pegar a primeira lancha de volta para a praia. E atenção, porque as últimas pessoas a deixarem a plataforma precisam aguardar o fim dos mergulhos de cilindro, para que todos possam ir no mesmo barco.  Por isso, se estiver cansado, não fique no último grupo.

O restante do dia é no Ma-Noa, onde é possível fazer passeios diversos, curtir as atrações do parque ou simplesmente pedir uma cerveja, caipirinha ou a bebida de sua preferência e ver a vida passar. A volta para Natal é no começo da tarde, por volta de 14h, com a chegada na cidade cerca de uma hora depois, com tempo suficiente para curtir o fim do dia na Praia de Ponta Negra.

Praias de Maracajaú

Maracajaú: quando visitar os parrachos

Basta uma consulta rápida ao TripAdvisor para perceber que há dois tipos de opiniões sobre os Parrachos de Maracajaú. De um lado, há os que dizem que o passeio é lindíssimo, uma das melhores piscinas naturais do nordeste continental – e isso só porque Noronha é imbatível. Na outra ponta, alguns turistas demonstram certa decepção, seja por conta do baixo número de peixes, da grande quantidade de ondas ou até da profundidade das piscinas, que não são tão rasas assim, garantem esses.

Há uma explicação para isso: o segredo para gostar dos parrachos é visitá-los na maré baixa. É por isso que os passeios podem partir tão cedo, afinal o horário das marés varia a cada dia. Além disso, a visibilidade da água e consequentemente a qualidade do passeio também são afetadas pelas fases da lua. Os melhores dias são durante a lua cheia e a lua nova, enquanto as luas minguante e crescente reservam marés mais agitados. Ou seja, o ideal é fazer o passeio na maré baixa, durante a lua cheia ou a lua nova. Você pode consultar essas condições no site da Marinha.

Por isso, verifique a tábua das marés e converse com a agência que vai oferecer o passeio. Os melhores dias são quando a maré estiver em até 0,3. Quando eu fui, época de lua crescente, a maré estava em 0,5, o que não é um impeditivo para o passeio, mas certamente não é a melhor condição. Para entender mais esse assunto, não deixe de ler nosso texto sobre a tábua das marés e a importância dela na hora de planejar sua viagem para as praias do nordeste.

Por fim, convém evitar fazer o passeio em dias de chuva ou muito nublados. Os meses mais chuvosos na região são junho, julho e (em menos intensidade) agosto, enquanto a época mais seca vai de outubro a dezembro.

Maracajaú Mergulho

Como chegar e precauções

Por tudo isso, a forma mais prática de ir a Maracajaú é com agências de viagem, que se programam para levar os turistas até a plataforma antes da maré baixa – o ideal é você já estar dentro d’água bem antes da maré atingir seu ponto mínimo, porque a partir daí ela só vai subir.

Mas também dá para ir por conta própria, saindo de Natal pela BR 101, até Maracajaú. Nesse caso, fique atento para chegar antes da maré baixa. E lembre-se de negociar um lugar nos barcos que levam até a plataforma assim que chegar lá. É que as agências reservam muitos dos lugares, que são limitados – essa é uma área de proteção ambiental.

No mais, não alimente os peixes, não pise nos corais, não deixe lixo para trás e evite economias burras. Tipo os passeios feitos nas jangalachas, barcos com motor, mas com bem menos estabilidade do que as lanchas, que são mais caras. Esses barcos são permitidos nos passeios e costumam ser mais baratos, mas é bom dizer que há quem garanta que eles são também mais inseguros e que já foram registrados acidentes. Pelo sim e pelo não, prefira sempre passeios credenciados. E sempre use o colete salva-vidas.

*O 360meridianos fez o passeio a convite da Natal Praias

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Por: 360meridianos

O que fazer em Sevilha: roteiro de três dias

“Esta é Sevilha, a cidade mais bonita do mundo”, o guia arrancou algumas risadas descrentes do grupo com a frase que abria o passeio. A afirmação era megalomaníaca, é verdade, mas não completamente infundada. A capital da Andaluzia de fato conta com algumas das obras arquitetônicas mais impressionantes da Espanha e, para muita gente, aparece na lista de cidades mais belas já visitadas.

Sua catedral imponente, que já foi construída com a intenção de causar, e a linda Plaza España, erguida para a exposição Ibero-Americana de 1929, são dois destaques que com certeza ajudam a fazer a fama de Sevilha. Mas não é só isso. Como a maior cidade de uma das regiões mais ricas em cultura e gastronomia do país, ela é ainda um excelente ponto de partida para conhecer a Andaluzia e todos os seus clichês tão tipicamente espanhóis: sangria, tapas e flamenco não faltam nas ruas.

Se mesmo com tudo isso você não sabe o que te espera, não se preocupe. Nós organizamos um roteiro de três dias com tudo o que você deve saber na hora de planejar sua viagem a Sevilha.

Roteiro de três dias em Sevilha

Dia 1

Eu costumo começar meus roteiros sugerindo que as pessoas façam um walking tour na manhã do primeiro dia. É normalmente como eu começo a explorar as cidades que visito e acho uma boa estratégia porque:

1. Permite que você veja algumas das coisas mais legais das cidades e outras que você não veria por conta própria em poucas horas. Isso ajuda a economizar tempo para gastar em atividades diferentes e até pouco usuais.

2. Você sempre pode voltar depois nos lugares que mais gostou e ficar mais tempo.

3. Te dá uma visão geral do contexto histórico da cidade e te conta curiosidades que você provavelmente não saberia de outra forma.

Diversas empresas oferecem os passeios guiados em Sevilha. A maior parte deles vai passar mais ou menos pelos mesmos lugares, com uma ou outra diferença – como os locais de encontro e de término. Por isso, não se preocupe, o que é importante está incluído. Eu fiz foi esse aqui, caso você queira uma recomendação.

Caso você opte pelo mesmo passeio que eu, deve chegar à Plaza España, última parada do tour, às 13h30. Tire umas fotos do local e tome o tempo que quiser para admirar a praça, que de fato é um das mais bonitas que eu já vi. Eu levei um sanduíche e almocei ali mesmo, vendo o movimento. Mas se você não quiser, segure a fome um pouquinho que logo você vai passar por diversos restaurantes.

O que fazer em Sevilha: Plaza España

Plaza España

A Plaza España fica em uma das extremidades do Parque Maria Luisa. Atravessando a rua, você já está na área verde. Na outra ponta do parque fica a orla do Rio Guadalquivir. Cruze-o sem pressa em direção ao rio – a caminhada em meio ao verde é bem relaxante –  e continue seu passeio pela margem. Mais a frente você vai encontrará a Torre del Oro, uma construção militar do século 13. Hoje em dia, ela abriga o Museu Naval, que conta a importância de Sevilha como porto fluvial na época das grandes navegações. Não é à toa que é na cidade que estão os restos mortais de Cristóvão Colombo. Ou pelo menos isso contam.

Roteiros em Sevilha - Torre del Oro

Torre del Oro e Rio Guadalquivir

Continue pela margem do Guadalquivir até a Ponte Triana. No caminho está a Plaza de los Toros de la Real Maestranza. É ali que até hoje são realizadas as touradas na cidade. Eles oferecem visitas guiadas em pequenos grupos e, lá dentro, também há um museu sobre a atividade. Para ser muito sincera, eu não visitei porque considero que essa prática já deveria ter sido abolida da Espanha e, mesmo que as visitas não aconteçam durante as touradas, considero uma forma de financiar a atividade.

Cruzando a Ponte Triana você estará na vizinhança de mesmo nome, uma das mais descoladas e boêmias de Sevilha. Logo na entrada está o Mercado de Triana, ótimo para fotos e para comprar produtos locais. A rua que começa imediatamente após a ponte é a Calle Bertis. Nela há muitos bares e restaurantes tradicionais. Foi dali que saíram alguns dos maiores nomes do flamenco de todos os tempos. Aproveite o fim de tarde tomando um tinto de verano com tapas em um dos bares.

Dia 2

Comece o dia com a visita à Catedral de Sevilha e La Giralda. A torre, um antigo minarete mouro que foi preservado na reconquista cristã e transformado em campanário da Catedral, é um dos maiores símbolos da cidade. A vista lá de cima compensa a subida de rampas e escadas até o topo, que para ser honesta não é para os fracos.

Catedral de Sevilha e La Giralda

A Catedral de Sevilha e La Giralda

Já a Catedral impressiona por sua grandiosidade do lado de fora, mas não decepciona por dentro. Afinal, como eu disse lá em cima, ela foi construída para causar e demonstrar todo o poder econômico e cultural de Sevilha no século 15. São 80 capelas distribuídas por uma área de 23.500 metros quadrados, a nave central mais comprida da Espanha e quatro naves laterais igualmente impressionantes. Na época de sua inauguração, era a maior catedral do mundo, desbancando a Hagia Sophia, em Istambul. Hoje, só perde para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e a Catedral de Saint Paul, em Londres.

O bairro ao redor da Catedral é conhecido como Santa Cruz, outra vizinhança muito charmosa e conhecida da cidade. Almoce por ali e depois explore um pouquinho de suas ruas, que mais parecem um cenário de filme, com suas casinhas brancas e varandas floridas. É fácil se perder pelo bairro, que é cheio de ruas para pedestres e becos, mas a intenção aqui é bem essa.

Metropol Parasol - Sevilha

No fim do dia, dirija-se ao Metropol Parasol, uma construção pra lá de bizarra, cujo modernismo contrasta fortemente com o resto da cidade. Mas o que importa é que, do alto desse cogumelo estranho, há uma vista incrível da cidade. E ver o pôr do sol lá de cima é uma boa forma de encerrar o passeio.

Dia 3

Reserve a manhã para conhecer o Real Alcázar de Sevilha, outra linda herança que a ocupação moura deixou para a Andaluzia. Repleto de jardins, salões ricamente decorados com mosaicos e pátios internos, o local é um dos palácios ainda em uso mais antigos do mundo. Foi ali que Isabel I de la Castela recebeu Cristóvão Colombo quando ele voltou da sua viagem de descobrimento das Américas.

Interior do Real Alcázar de Sevilha

São tantos detalhes para ver e fotografar que uma visita completa, feita com calma, leva em torno de três horas. No final dela, você já terá visto tudo de mais importante que Sevilha tem para te mostrar e pode usar o tempo livre para ver uma apresentação de flamenco em um Tablao, ir de compras na movimentada Calle Sierpes, fazer um piquenique nas margens do Guadalquivir ou sentar-se em um café com mesinhas na rua e observar o movimento da cidade. A escolha é sua.

Leia também: Roteiros de viagem para a Andaluzia

Onde ficar em Sevilha

Eu me hospedei no Bairro de Santa Cruz, bem no centro histórico da cidade, e achei que foi a melhor escolha. Dali, podia caminhar para todos os lados e estava muito perto de bares e restaurantes. A região possui hospedagem para todos os bolsos e estilos, desde hostels para mochileiros que procuram uma cama barata e sem frescuras até pousadas boutique, apartamentos e hotéis de luxo. Encontre hospedagem em Santa Cruz.

Se você quiser saber mais sobre outras regiões da cidade, não deixe de ler nosso post Onde ficar em Sevilha.

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Por: 360meridianos

Quando você está viajando, para que serve a fotografia?

Cem mil túmulos e as histórias da guerra da Bósnia

Quase sempre é difícil explicar os motivos de uma guerra, mas no caso da Guerra da Bósnia e Herzegovina, essa dificuldade poderia ser multiplicada por mil. Como um povo com ancestralidade comum e idioma praticamente igual pode chegar a uma guerra que deixou mais de 140 mil mortos, cerca de quatro milhões de refugiados e horrores que até hoje são julgados em tribunais internacionais, com acusações de genocídio, limpeza étnica e estupros em massa?

“Eu fiquei três anos sem ter notícias da minha família”. Enquanto dirigia, Lena nos contava sua história. Ela era filha da dona do meu hostel em Mostar e nos levava para um passeio. Lena tinha 17 anos e jogava handball quando a guerra começou. Por isso, conseguiu asilo na Itália durante o conflito. “Nós somos muçulmanos, mas aposto que vocês não saberiam isso só de olhar para mim ou para minha mãe”. De fato, contrariavam todos os estereótipos. “Eu nunca me defini ou pensei em mim mesma como muçulmana, ou que isso importasse além da minha fé pessoal. Quando cheguei na Itália e me perguntaram minha religião, eu respondi, não sei, sou da Iugoslávia”.

Guerra da Bosnia rua sarajevo

Diversidade cultural e religiosa nas ruas de Sarajevo

A diferença crucial entre croatas, sérvios e bosníacos é a religião. Os primeiros se declaram católicos, os segundos ortodoxos e os últimos muçulmanos. Porém, durante os 45 anos que viveram sob o regime comunista comandado pelo general Josip Tito, houve uma tentativa de “irmandade e união” entre esses países. É que desde o fim da Segunda Guerra Mundial até 1980, a República Socialista Federativa da Iugoslávia tentou estabelecer uma lógica anti-nacionalista, anti-religiosa e de união das nações eslavas, no caso, Sérvia, Croácia, Montenegro, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina e Macedônia. Somente a partir do censo de 1971, por exemplo, ‘muçulmano’ passou a ser uma categoria de identificação. 

As razões para esses povos entrarem em conflito, porém, vão muito além da fé de cada um. Tem a ver com as invasões anteriores, do império Áustro-Húngaro e do Império Turco-Otomano, assim como a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais. Sentimentos de vingança e nacionalismo exacerbado são as melhores explicações sobre o porquê essa guerra aconteceu. As forças políticas nacionais que surgiram na fragmentada Iugoslávia pós-Tito focaram no nacionalismo. Prometiam uma “grande Sérvia” ou uma “grande Croácia”. Davam privilégios às maiorias étnicas dos respectivos países e as minorias tornavam-se cidadãos de segunda classe.

O fim da Iugoslávia e o início da guerra

Desde 1987, na Sérvia, Slobodan Milosevic vinha ganhando poder, estimulando discursos que vitimizavam o povo sérvio contra seus vizinhos, geravam medo na população e estimulavam a ideia de que as comunidades sérvias nos demais países deveriam se unir num único país contra os inimigos croatas e muçulmanos. Em dois anos, ele foi eleito presidente sérvio. Ao mesmo tempo, a Croácia era liderada por Franjo Tudjman, que chegou ao poder com uma plataforma anti-sérvios.

guerra da bosnia suvenirs

Suvernirs comuns nessa região dos Bálcãs

O primeiro país a pedir a independência da Iugoslávia foi a Eslovênia, em junho de 1991, o que levou a uma guerra de 10 dias. Já a saída da Croácia iniciou um conflito maior. Sérvios-croatas boicotaram o referendo que decidiu pela independência do país e, com o suporte do exército da Iugoslávia, que era comandado pela Sérvia, entraram em conflito com a polícia croata. Isso escalou para uma guerra que durou até 1995, com ambos os lados cometendo atrocidades, tirando pessoas que moravam há dezenas de anos de suas casas, colocando famílias e parentes em lados opostos, como é possível ver pelo relato abaixo:

“Meus tios do lado da família da minha mãe viviam em Dalmatia, numa cidade cuja população era predominantemente sérvio-croata. Antes da guerra, isso não significava nada, porque minha avô também era sérvia e os meus tios se casaram com mulheres sérvias”, relata o croata Kresimir, que era adolescente no período da guerra. “Mas esses eram tempos de psicose coletiva e meus tios passaram a ser oficialmente ameaçados pelos irmãos de suas esposas. Sim, na sala de jantar, na frente das crianças e mães, disseram que meus tios seriam mortos em breve”.

A Guerra na Bósnia e Herzegovina

guerra da bosnia fuck war

A Bósnia e Herzegovina tinha uma posição para lá de complicada: um país entre as duas potências, sem um grupo maioritário em sua população. Entretanto, ao invés de se declararem simplesmente “bósnios”, nas eleições em 1990, 80% da população decidiu dividir os partidos nacionais entre bosníacos (os muçulmanos bósnios), sérvios e croatas.

Quando a Bósnia fez um referendo por sua independência, os servio-bósnios também boicotaram a votação. Quando o governo Bósnio declarou sua independência, que foi reconhecida pelos Estados Unidos e comunidade Europeia em abril de 1992, o país já estava em conflito. E Sarajevo, a capital, cercada pelo Exército Popular Iugoslavo, comandado pela Sérvia.

sarajevo funky tours

Haris, do Sarajevo Funky Tours, nos contando sobre o cerco

guerra da bosnia cemiterio judeu

Vista do cemitério judeu, de onde os snipers atiravam na população de Sarajevo

Sarajevo ficou cercada por mais de três anos e meio. “Eu vivi até os cinco anos numa cidade sitiada. Duas vezes, uma granada caiu a poucos metros de mim”, contou Haris, guia do tour sobre a guerra na capital da Bósnia. Hoje, no chão da cidade, as marcas de de bombas, pintadas de vermelho, são conhecidas como “Rosas de Sarajevo”. “Vivíamos sem energia elétrica, com racionamento de água. Havia o risco de ser atingido por uma bala de sniper ou uma bomba. A comida que a ONU distribuía era enlatada, horrível, muitas vezes fora da validade. Até hoje as latas ‘ICAR’ são uma piada por aqui, nem um cachorro faminto conseguia comer aquilo”, relata.

Parte da comida enviada, ele contou, vinha da Guerra do Vietnã, de 20 anos antes. Há um monumento em Sarajevo chamado “ICAR Canned Beef Monument”, agradecendo ironicamente à comunidade internacional que enviava comida estragada ao invés de armas.

guerra da bosnia rosas de sarajevo

Como a ajuda das Nações Unidas falhou miseravelmente e o simples ato de andar na rua era um risco, o único jeito de sair ou entrar em Sarajevo era por um túnel construído em 1993. O túnel da esperança tinha como fachada a casa de uma família e, apesar de no início ser destinado apenas às forças militares, acabou sendo caminho também para que civis pudessem fugir ou trazer mantimentos para aqueles que estavam dentro da cidade. Esse infográfico da BBC é uma boa forma de entender melhor o cerco.

guerra da bosnia tunel of hope

guerra da bosnia entrada tunel da esperanca

Um detalhe importante sobre guerra na Bósnia: em março de 1991, os governos da Servia e da Croácia se reuniram secretamente e combinaram a divisão da Bósnia Herzegovina entre eles, no caso da dissolução da Iugoslávia, o que era iminente. Em 1992, num outro encontro, confirmaram o plano. E finalmente, em 1993, a Croácia, ainda em guerra com Sérvia, também iniciou um conflito com os bosníacos em algumas regiões do país.

guerra da bosnia 1993

guerra da bosnia casa em mostar

Na região da Herzegovina, onde fica Mostar, a família de Lena estava no meio do conflito com os bósnios-croatas. “Como éramos muçulmanos, eles foram obrigados a deixar a nossa casa porque estava do lado errado da cidade”. Mostar foi dividida em duas, com o Boulevard Marechal Tito marcando a faixa de conflito. “Meu irmão, com nove anos, passou horas com uma arma apontada para sua cabeça, enquanto decidiam se ele seria morto ou não. Felizmente, sobreviveu. Meu pai ficou um ano num campo de concentração”, relatou Lena. Quando passamos pelo cemitério, construído de forma improvisada no local onde era o jardim da cidade, ela apontou e disse “Meu tio está enterrado aqui”. Muitos dos túmulos são de 1993.

guerra da bosnia monumento criancas

Memorial das crianças mortas em Sarajevo 

guerra da bosnia boulevar mostar

Boulevard em Mostar

As campanhas de limpeza étnica, no interior do país, buscavam eliminar nacionalidades – majoritariamente os muçulmanos – de regiões inteiras. Estupros coletivos eram cometidos sistematicamente contra mulheres e meninas, a fim de causar terror e também com o objetivo de engravidar e gerar bebês do grupo étnico majoritário. Entre os horrores da guerra, aquele que foi considerado genocídio foi o assassinato de oito mil homens e meninos em Srebrenica, por forças sérvio-bósnias. A vila fazia parte da área de segurança da ONU, o que não impediu que os exércitos sérvios capturassem e matassem tantas pessoas. Mais uma prova da inaptidão das forças das Nações Unidas em intermediar o conflito.

O fim da guerra

Em 1994, um acordo de paz entre as forças croatas e bosníacas foi definido pelos Estados Unidos. Depois disso, os dois lados se uniram numa ofensiva contra a Sérvia, que começou a retomar territórios. Em 1995, um ataque de bomba a um mercado em Sarajevo, que matou 37 civis e deixou 90 feridos, gerou pressão internacional suficiente para que a OTAN bombardeasse as forças dos sérvios-bósnios durante três semanas. Com isso, a Sérvia abriu espaço para conversas de paz e, em dezembro de 1995, o Acordo de Dayton foi assinado, terminado o conflito na Bósnia e Herzegovina.

“Eu não voto em ninguém, acho que esse governo é uma piada”, conta Lena, se referindo aos três presidentes do país. Parte do acordo, no fim da guerra, foi eleger um presidente de cada grupo étnico, que tem um mandato de quatro anos, mas se revesam a cada oito meses. Isso, na prática, impede a continuidade de políticas públicas importantes e um crescimento econômico concreto. Outra divisão foi a definição de áreas dentro do território da Bósnia que são controladas pela Sérvia, na chamada Republika Srpska. Inclusive, dentro de Sarajevo, como Haris fez questão de apontar as bandeiras e os oficiais da polícia.

mostar guerra da bósnia

“Minha maior mágoa é chamarem o que ocorreu de guerra civil. Faz parecer que eramos nós lutando apenas contra nós mesmos. Ignora o fato de que Belgrado tinha o poder e estava por trás disso tudo”, afirma Haris.

Na Sérvia, a guerra da Bósnia não é um assunto exatamente popular. Dois dos generais responsáveis pelos massacres na Bósnia, Ratko Mladić e Radovan Karadžić, ambos de nacionalidade bósnio-servia, passaram anos escondidos em Belgrado, com a ajuda da igreja e de líderes locais, antes de serem descobertos e levados a julgamento no tribunal penal internacional, em Haia.

Há cerca de um ano, na cidade de Srebrenica, foi eleito um prefeito de origem sérvia que nega ter havido um genocídio na vila. Há ainda, entre os sérvios, a visão de que seu país é visto como único vilão na história da guerra e que os sérvios que foram vitimados na guerra na Iugoslávia hoje são refugiados e não têm o mesmo nível de proteção e direitos constitucionais.

Vale lembrar, porém, que alguns dos lideres croatas e bósnios foram sim julgados e condenados pelo tribunal em Haia. Mas, de fato, isso é muito menos divulgado pela mídia.

As marcas da guerra na Bósnia

Nos anos após a guerra, crescer numa cidade que viveu em cerco significava transformar em brinquedos as armas do passado. Um passatempo perigoso. “Juntávamos crianças para pular em cima das minas para tanques que guerra. Quando o número de crianças morrendo por conta das minas e granadas escondidas começou a crescer, lembro-me das palestras que soldados da ONU faziam nas escolas para nos ajudar a reconhecer e evitar brincar em determinados lugares”, lembra Haris.

guerra da bosnia minas

Lena comenta que, após seu retorno da Itália, passou a perceber uma pressão muito maior para que as pessoas expressassem sua religião. “Eu me assustei, quando voltei, com a quantidade de mulheres usando véu. Perguntei para minha mãe o porquê daquilo e ela disse que andavam pagando as meninas para que o grupo parecesse mais unido”. A quantidade de bósnios-sérvios diminuiu bastante em algumas localidades, concentrando-se principalmente nas áreas da Republika Srpska.

guerra da bosnia biblioteca nacional

Qualquer caminhada pelas cidades da Bósnia e Herzegovina vai mostrar marcas de balas, prédios destruídos e monumentos recentemente reconstruídos, mas cuja destruição ainda faz parte do imaginário coletivo, afinal, essa guerra aconteceu há apenas 22 anos. A quantidade de cemitérios, às vezes em lugares inesperados, relembra que 100 mil homens, mulheres e crianças morreram nesse país. Museus e exposições de fotos tratam da história, mas é conversando com as pessoas que viveram o conflito que conseguimos entender melhor a dimensão de como a guerra os afetou tão profundamente.

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Por: 360meridianos

O México é muito mais que Cancún

Uma promoção inacreditável de passagens aéreas me levou para o México, mas antes disso o país nunca tinha ocupado lugar de destaque na minha listinha de destinos dos sonhos. Não que eu desgostaste da ideia de ir, claro, mas eu preferia muitos outros lugares, inclusive na América Latina. Bastou descer na Cidade do México para eu perceber o quão equivocado eu estava.

Não é por acaso que o México é um dos líderes no ranking de países que mais recebem turistas estrangeiros. Nas Américas, apenas os Estados Unidos estão na frente. O México recebe anualmente seis vezes mais turistas que o Brasil, número que indica um trabalho turístico muito mais bem feito nas atrações que o país tem a oferecer. Mais: só Cancún, principal balneário do país, recebe um número de turistas por ano muito parecido com os que entram no Brasil inteiro no mesmo período.

O irônico é que era justamente Cancún que fazia meu interesse por terras mexicanas diminuir. As águas de tom azul-caribe que banham a península de Iucatã são mesmo lindíssimas, mas nunca vi muito sentido em cruzar oceanos apenas para ver um oceano de outra cor. Com um litoral tão grande e diverso como o brasileiro, prefiro fazer o programa sombra, água de coco e espreguiçadeira por terras verde e amarelas.

Akumal, Mexico

Akumal, na Riviera Maya

 

E, sei lá por que, mas boa parte da divulgação turística do México voltada para brasileiros é focada em Cancún ou nas praias da Riviera Maya, região litorânea que começa em Puerto Morelos, passa por Playa del Carmen e termina em Punta Allen, bem ao sul da península. Todos sabemos do passado pré-colombiano do México, com astecas, maias e vários povos, mas por algum motivo é muito mais fácil achar conteúdo em português sobre as praias do caribe mexicano do que sobre ruínas pré-colombianas ou cidades coloniais.

Foram 17 dias no México, incluindo nesse período cinco noites no litoral, divididas entre Play del Carmen e Akumal, na Riviera Maya. Embora os dias por lá tenham sido incríveis, me arrisco a dizer que o melhor do México está no interior. Em cidades como San Cristóbal de las Casas, repleta de casarões coloniais, igrejas no alto de morros, mirantes, bares e restaurantes. Em San Cris comi minhas melhores refeições no México – e isso significa muito.

san cristóbal de las casas

San Cristóbal de las Casas

E olha que nem deu tempo para fazer alguns dos passeios mais recomendados dessa parte do Chiapas – estado mexicano que está quase na fronteira com a Guatemala – tanto do ponto de vista de caber no roteiro quanto falando do clima mesmo, já que choveu. Não estive no Cañón del Sumidero, em que paredões ao longo do rio Grijalv chegam a alcançar mil metros de altura. Palenque, segundo amigos as ruínas pré-colombianas mais interessantes do país e que costumam ser visitadas a partir de San Cris (apesar da distância), também não entrou no roteiro.

Por outro lado, o tempo foi suficiente para irmos até San Juan Chamula, uma vila colada com San Cris e onde fiéis entram diariamente numa igreja católica, mas que só recebe padres para ocasiões muito específicas, como batizados. Lá dentro ocorrem rituais que não podem ser fotografados. E nem precisam: basta descrevê-los.

Veja também: Puebla, casarões coloniais e o melhor da comida mexicana

Comida mexicana: pratos típicos do país

Teotihuacán, no México: visita e história das ruínas

Sentada no chão da igreja e cercada por sua família, uma menina abraçava carinhosamente uma galinha. Mas a presença da ave, que seria sacrificada em instantes, não era o que mais chamava minha atenção. Eram as garrafas de Coca-Cola. Diversos altares improvisados se espalhavam pela igreja sem bancos, onde o chão estava coberto com folhas de pinheiro. Neles, a mesma cena se repetia: fiéis ajoelhados, sacrifícios de animais, milhares de velas e, no meio do altar, garrafas de refrigerante.

Depois do sacrifício vinha o gole, depois do gole vinham os arrotos sem fim, usados para espantar os maus espíritos. San Juan Chamula talvez seja a maior prova de que os povos pré-colombianos não estão restritos ao passado, que rituais, idiomas e a cultura maia de misturaram com aspectos da cultura dos conquistadores, resultando num sincretismo e modo de vida únicos no mundo.

chamula, méxico

Igreja de San Juan Chamula

De San Cris muitos turistas seguem para Oaxaca, cidade que tiramos do roteiro para que a viagem seguisse sem pressa, mas lá também há museus, igrejas, mercados, ruínas e atrações para viajante nenhum reclamar. E isso sem falar em Hierve el Agua, cascatas petrificadas que ficam acima de piscinas naturais e tem até 30 metros de altura. As cachoeiras de pedra se formaram há milhares de anos e ficam em San Lorenzo Albarradas, a 70 quilômetros de Oaxaca de Juárez, capital do estado de mesmo nome.

Puebla, por outro lado, é o tipo de lugar que valeria uma viagem inteira para o México por si só. Quarta maior cidade do país, Patrimônio da Humanidade, 2600 construções históricas, incluindo na conta duas dezenas de igrejas, alguns museus, prédios públicos e incontáveis casarões coloniais. E não dá para esquecer da Catedral, que já teve as maiores torres do Novo Mundo, e da Biblioteca Palafoxiana, que foi a primeira das Américas. Ou dos vulcões que cercam a cidade, como o Popocatépetl, e da vista incrível da cidade vizinha, Cholula, onde vulcão, templo católico e pirâmide pré-colombiana formam juntos um dos grandes cartões-postais do México.

onde ficar em Cholula

Cholula (Foto:  Cristobal Garciaferro / Shutterstock)

Não bastasse tudo isso, Puebla é o coração gastronômico do México, terra natal de dois dos mais importantes pratos do país, o mole poblano e o chiles en nogada. O tipo de lugar que você vai para comer bem, caminhar por ruas de casinhas coloridas e ver a vida passar num dos bancos do Zócalo – e vai embora feliz mesmo sem fazer nada além disso.

De Puebla para a capital são apenas 2h30. E aí a coisa fica séria: estamos falando de uma das maiores metrópoles do mundo, uma cidade que já era gigante quando os espanhóis chegaram por ali. Conquistada em 1521, Tenochtitlan virou Cidade do México. O lago da capital dos astecas foi drenado e as pedras dos templos e palácios de Montezuma foram reutilizadas nas construções de Hernán Cortés.

Hoje, é difícil imaginar tudo que ocorreu onde agora há um misto de arranha-céus e prédios seculares. Por sorte Teotihuacan, cidade gigantesca que já estava em ruínas quando os astecas surgiram, também está por ali, a menos de uma hora da capital mexicana. E ainda há o Museu de Antropologia para contar um pouco mais dessa história.

Teotihuacan

Teotihuacan

Assim nasceu o México, da mistura entre as várias civilizações que passaram por ali. Coloque na conta ainda a Independência da Espanha, uma guerra com os Estados Unidos, em que o México perdeu parte significativa de seu território, uma invasão francesa, que terminou com o recém empossado imperador Maximiliano sendo tirado do poder pelo mexicanos, e várias revoltas, revoluções e movimentos, aquele tipo de coisa que faz da América Latina, digamos, latina.

O México é caos, comida, cultura. É um pouco de Europa e muito de América. É, afinal de contas, onde o Velho e o Novo Mundo se debateram, duelaram e se fundiram de forma mais marcante, o que está refletido em cada aspecto da vida no país. O México é tudo isso que falei aqui e muito mais – eu precisaria de bem mais que 17 dias para conhecer o país. Tudo bem. Já resolvi voltar. Até para as praias, que são sim lindíssimas.

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Por: 360meridianos

Roteiro cultural: High Line e Chelsea Market, um dos passeios mais gostosos de Nova York

High Line Park NY

High Line em Nova York: antiga linha ferroviária que virou parque. Foto: GC/Blog Vambora!

O High Line é um parque público super descolado em Nova York, construído numa antiga linha ferroviária elevada, do lado oeste da cidade. O que era algo abandonado e sem uso, acabou virando um dos passeios mais legais de Nova York! E acompanhado por uma passada no seu vizinho, o Chelsea Market, o programa fica mais gostoso (literalmente) e completo!

Vista High Line

Empire State visto do High Line em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Aqui no Brasil, um exemplo semelhante ao High Line é o “Minhocão” em São Paulo. A diferença é que enquanto discussões mil sobre o uso do elevado paulista são feitas, o High Line de Nova York já ganhou um novo uso desde 2003, criando mais uma área pública de recreação e diversão, transformando uma região da cidade que até então estava abandonada e sem uso público.

High Line NY

Região ao redor do High Line foi toda renovada. Foto: GC/Blog Vambora!

No parque High Line é possível desde simplesmente passear por lá, caminhando e vendo ícones de Nova York como a Estátua da Liberdade e o Empire State Building, até realizar um picnic (aqui entra o Chelsea Market que falo mais abaixo) e fazer muitas atividades gratuitas, como ver cinema ao ar livre, assistir shows, aulas de meditação, atividades com crianças e até um tour gratuito por todo parque! A programação varia o ano todo, veja aqui: http://ift.tt/1v4GVwz

Cinema High Line NY

Muitas atividades no High Line, incluindo até sessões de cinema totalmente de graça. Foto: GC/Blog Vambora!

A nossa sugestão de passeio pelo High Line inclui uma passada no Chelsea Market, um mercado gastronômico, que inclui diversos restaurantes, lojas e bares em que dá para comer super bem, gastando pouco, num lugar lindo, super descolado em Nova York. Confira abaixo mais detalhes:

Roteiro pelo High Line passando pelo Chelsea Market em Nova York

High Line Park NY

Detalhes da natureza do parque urbano High Line em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Esse é um passeio de pelo menos meio dia então vale deixar pelo menos umas 3h separadas para conhecer!

Nossa dica é visitar o High Line pela entrada da Gansevoort ou da 14th Street (veja mais abaixo todos os acessos possíveis) e dai aproveitar e almoçar no Chelsea Market, que fica na 9th Avenue (entre a 15th e 16th Streets). O caminho contrario é ótimo também pois você pode ver o por do sol e jantar no mercado.

High Line NY

O parque é elevado e passa por diversas ruas de Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Localizado no Meatpacking District, o Chelsea Market era uma antiga fábrica de biscoitos (a National Biscuit Company, conhecida por nós também como Nabisco). Depois de ser fechada e transferida para outro local em 1958, o espaço ficou abandonado até nos anos 90 começar a ser reformado e se tornar o mercado incrível que é hoje.

Chelsea Market em Nova York

Chelsea Market em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

O clima do Chelsea Market continua sendo bem industrial, com estruturas e tubulações expostas e todas as lojas e restaurantes, ficam por entre esses espaços. Como o foco principal do lugar são as comidas, vale vir aqui almoçar super bem. Quem quiser, pode comer dentro do Chelsea Market mesmo, ou pedir para embalar a comida e andar alguns metros até a entrada do High Line e fazer por lá um ótimo picnic ao ar livre (existem bancos, mesas e cadeiras lá em cima, então é super gostoso e confortável).

Entre as sugestões de lugares para comer no Chelsea Market a gente separou algumas das melhores. São elas:

  • The Lobster Place: para quem adora peixes e frutos do mar esse é o lugar! Além de ser um mercado vendendo alimentos, como peixes, eles produzem na hora os mais variados pratos frescos: tem desde sushis até pratos orientais e do mediterrâneo. O bom é que dá para comer aqui dentro, ou pegar uma das embalagens para viagem e levar para o High Line e fazer seu picnic lá em cima! É muito bom mesmo e tem ótimos preços!
  • Doughnuttery: Para uma sobremesa bem americana, vá ao Doughnuttery para comer donuts fresquinhos feitos e fritos na hora mas com um diferencial: possui sabores incríveis e surpreendentes! Alguns são o Paris Time (lavanda, pistache e baunilha), o Urban Monkey (com café, banana e coco) e até o Purple Pig (com xarope maple, batata doce e bacon!).
Restaurantes Chelsea Market

Restaurantes e lojas do Chelsea Market em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

E tem muito mais, como a comida orgânica do The Green Table, LOS TACOS No.1 de comida mexicana, os pães e sanduíches deliciosos da Amy’s Bread, o Friedman’s Lunch de comida caseira reconfortante e outras dezenas de lugares. Algumas vezes também ocorrem feiras de comidas dentro do próprio Chelsea Market e é possível experimentar ainda muitas outras gostosuras, como no meu caso, o melhor queijo quente de todos os tempos!

Depois da comilança, vale conferir também algumas das lojas dentro do mercado, como de roupas, livrarias e muitas de acessórios de casa e cozinha que são lindas!

Chelsea Market NY

Clima industrial do Chelsea Market em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Passeio gastronômico feito, chegou a hora de subir e caminhar pelo High Line! Como ele é uma antiga linha férrea, e estando bem no seu começo, o sentido mais lógico é ir até o seu final na 34th Street. PS: O bom que se cansar, pode descer em qualquer um dos vários pontos de acesso (veja mais abaixo).

Arte High Line NY

Arte no Meatpacking District por onde passa o High Line. Foto: GC/Blog Vambora!

O caminho fica interessante ao ir observando a paisagem do lugar, o paisagismo, a arquitetura moderna dos edifícios ao redor (muitos em que você se sente praticamente dentro da casa das pessoas), arte urbana, grafites, que formam o cenário urbano de Nova York ao redor do parque.

Picnic High Line

Alimenta‹o e mesas Áreas para comer e descansar no High Line Park em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Um dos pontos que mais gostei do High Line aliás, foi uma área que é uma “plateia” construída onde as pessoas se sentam e podem observar a rua, quase como num espetáculo de teatro através de painéis de vidro. Aqui o espetáculo é a própria cidade. Inclusive, nesse mesmo local, algumas companhias de teatro aproveitam para encenar na rua mesmo, enquanto a plateia fica em cima do elevado observando.

Arena High Line

No High Line Park o espetáculo é a própria cidade de Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

Para quem gosta de arte, uma outra dica é incluir além do High Line e do Chelsea Market, o novo Whitney Museum, museu de arte moderna e contemporânea americana, que fica bem no começo do High Line, na entrada da Gansevoort Street. É uma combinação de passeio imbatível! A dica dai é começar o dia no museu, almoçar no Chelsea Market e terminar o dia caminhando pelo High Line.

Como acessar o High Line e horários de abertura

Acesso ao High Line em Nova York

Acesso ao High Line em Nova York. Foto: GC/Blog Vambora!

O High Line vai desde a rua Gansevoort, no Meatpacking District, até a 34th Street, entre as avenidas 10th e 12th. Como é um elevado, há algumas áreas para acesso, sendo elas:

– Gansevoort and Washington Street (inclui acesso de elevador)
– 14th Street (inclui acesso de elevador)
– 16th Street (inclui acesso de elevador)
– 18th Street
– 20th Street
– 23rd Street (inclui acesso de elevador)
– 26th Street
– 28th Street
– 30th Street (inclui acesso de elevador)
– 30th Street and 11th Avenue
– 34th Street and 12th Avenue (acesso por rampa, aberto das 7h até o por do sol)

Horários de abertura do High Line:

High Line Park

Vambora conhecer e passear pelo High Line em NY! Foto: GC/Blog Vambora!
  • 1 de dezembro até 31 de março : 7h – 19h
  • 1 de abril a 31 de maio: 7h – 22h
  • 1 de junho a 30 de setembro: 7h – 23h
  • 1 de outubro a 30 de novembro: 7h – 22h

Um dos lugares mais descolados de Nova York que já virou um passeio clássico para os turistas. Vambora conhecer o High Line em Nova York!

*** Mais dicas de NOVA YORK no blog:
Roteiro pelo Central Park
O que comer em Nova York: 10 comidas típicas para experimentar
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Este artigo foi publicado originalmente no Blog Vambora


Por: Blog Vambora