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O jubileu do Concorde: os 50 anos de história do avião supersônico

No dia 21 de janeiro de 1976, um avião levantou voo em Paris e outro em Londres. Em pouco mais que três horas, o primeiro voo pousava no Rio de Janeiro e o segundo no Bahrain. Essas foram as viagens comerciais de inauguração do Concorde, o único avião supersônico para transporte de passageiros que já existiu.

E em 2019, o Concorde completa o jubileu do seu primeiro voo, ainda na fase de testes: no dia 2 de março de 1969, o piloto Andre Turcat, acompanhando de um co-piloto e dois engenheiros, saiu de Toulouse e fez um voo teste de 27 minutos. Em outubro de 2003, o último Concorde pousou, para nunca mais voar novamente.

aviao concorde supersonico historia

Concorde voando em 1996. Foto: Por John Selwa / Shutterstock

Os 50 anos de história do Concorde

Uma história de recordes impressionantes. O Concorde atingiu a maior altitude de um avião lá em 1973, com 20 mil metros (a média de um voo transatlântico, até hoje, é 11 mil). Já a maior velocidade veio em 1974: Mach 2.23. Essa é a medida de velocidade do som e 1 representa a velocidade sônica. O Concorde era capaz de voar duas vezes mais rápido que o som – isso significa mais de 2100 km/hora num voo de cruzeiro.

Quando o Concorde foi projetado, em meados dos anos 1950, por um consórcio francês e inglês (que mais tarde acabaria formando a europeia Airbus), era plena Guerra Fria. Os russos também tinham planos para um avião supersônico, o Tupolev Tu-144, que não chegou a ser operado comercialmente depois de dois acidentes ainda em período de testes.

jato supersonico russo

A versão russa do avião supersônico. Por Nordroden / Shutterstock

O Concorde foi encomendado por diversas companhias aéreas. Mas entre o início do projeto, os testes e o começo da operação vieram a crise do petróleo, preocupações com os custos de operação e o impacto ambiental. Além disso, logo depois surgiram aeronaves subsônicas como o Boeing 747, que se provaram mais eficientes e de baixo risco. Com isso, na sua curta existência, foram fabricados apenas 20 jatos, utilizados somente por Air France e British Airways.

barriga do concorde visto de baixo

Fabricar um Concorde, em 1977, custava 23 milhões de libras, o equivalente a 140 milhões de libras hoje. O consumo de combustível na velocidade Mach 2 e a 18 mil metros de altitude era de 22 mil litros por hora. Além disso, seu momento mais ineficiente era a baixas velocidades, e com isso queimava 2 toneladas de combustível apenas no momento de taxiar na pista.

Recordes 

O Concorde bateu os recordes de circunavegação da terra. Em 1992, no aniversário de 500 anos da viagem de Cristóvão Colombo, o Air France Concorde F-BTSD cruzou o mundo em 32 horas, 49 minutos e 3 segundos, partindo de Lisboa e parando para reabastecer 6 vezes, em Santo Domingo, Acapulco, Honolulu, Guam, Bangkok e Bahrain.

Em 1995, bateu o mesmo recorde na outra direção do globo. Partindo de Nova Iorque, em 31 horas, 27 minutos e 49 segundos cruzou a terra, parando em Toulouse, Dubai, Bangkok, Guam, Honolulu, e Acapulco.

Concorde no museu aeroscopia

No aniversário de 30 anos, em 1999, o Concorde já havia acumulado 920 mil horas de voo, sendo que dessas mais de 600 mil foram supersônicas.

Como era voar num Concorde

cabine do concorde museu aeroscopia

Cabine do Concorde. Por Anibal Trejo / Shutterstock

Um voo comercial comum leva oito horas entre Nova York e Paris. Já o Concorde fazia o trajeto em três horas e meia, voando a 18,300 metros. Como nenhuma outra aeronave civil voava tão alto assim, a rota do Concorde era exclusiva e seus passageiros praticamente não sofriam com turbulências, considerando que a essa altura há muito menos ventos de alta altitude. Segundo quem teve o privilégio de viajar num desses, dava para ver a curvatura da Terra pela janelinha.

“A única coisa que te diz que você está se movendo é quando ocasionalmente você está voando sobre aviões subsônicos e você pode ver todos aqueles 747s, a 20 mil pés abaixo de você, parecendo andar para trás. Eu entendo, estou indo 800 milhas por hora mais rápido do que eles. O avião é uma grande delicia de voar, ele é controlado belamente. E lembre-se que estamos falando de uma aeronave que foi desenhada no final dos anos 1950 até meados de 1960. Era absolutamente incrível. E aqui estamos nós, agora no século 21, e isso continua sendo único”

— John Hutchinson, Capitão do Concorde, “The World’s Greatest Airliner” (2003)

Um voo Paris – Nova York custava cerca 10 mil dólares. O avião, apesar de estreito e com cadeiras bastante simples se comparado às classes executivas de hoje, era inteiro “primeira classe”: o espaço diminuto para os passageiros era compensado com atendimento VIP desde o aeroporto, da partida à chegada, refeição luxuosa durante o curto voo e outros mimos para os felizardos: “No avião, o banquete continuava: assim que atingíamos a velocidade Mach 2, iniciava-se o serviço de bordo, com um almoço de três etapas e mais vinhos, champanhe, uísque”, disse Shoichi Iwashita, do blog Simonde

dentro do concorde museu

Dentro da cabine. Por Marbury / Shutterstock

O último voo do Concorde

Em julho de 2000, o voo Air France 4590, que partiu de Paris para Nova York, caiu ainda na França, em cima de um hotel em Gonesse. Morreram 100 passageiros, 9 membros da tripulação e 4 pessoas em terra. Esse foi o único acidente fatal envolvendo o Concorde, que até então era considerado muito seguro por não ter causado a morte de nenhum passageiro desde o início das operações.

A explicação para a tragédia foi uma peça que caiu na pista durante um voo da Continental Airlines. Durante a decolagem do Concorde, que ocorreu em seguida, a tal peça furou o pneu do avião supersônico, que explodiu, atingindo o tanque de combustível e iniciando um incêndio, que levou o avião a cair.

Toda a polêmica entorno do acidente, fora os altos custos para manter os Concordes e o fato de que a Airbus tinha tomado a decisão de não produzir mais peças da aeronave para troca, fizeram com que, em abril de 2003, a Air France e a British Airways anunciassem que iriam aposentar o avião.

O último voo aconteceu no dia 24 de outubro de 2003, numa jornada de despedida que saiu de Nova York para Londres, levando como passageiros antigos pilotos da aeronave.

Concorde AirFrance em Toulouse

Atualmente, há 18 Concordes espalhados no mundo como peças de museu: na Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Barbados e França. Eu tive a chance de ver dois Concordes de pertinho no museu Aeroscopia, em Toulouse: um fica na entrada e outro dentro do prédio – e dá para entrar na aeronave.

Saiba mais: O que fazer em Toulouse, na França

O futuro da aviação supersônica?

Nunca mais existiu um avião comercial como o Concorde e hoje é impossível cruzar um oceano em três horas, a não ser que você esteja num jato militar. 

Ao mesmo tempo, temos que reconhecer que os custos desse tipo de aeronave para o nosso planeta são mais caros do que podemos pagar. Em 1995, um cientista americano chamado David Fahey avisou que uma frota de 500 aviões como o Concorde – que produzem gazes muito tóxicos em sua combustão – poderia causar uma queda de 2% nos níveis da camada de ozônio. É preciso ter em mente que cada 1% de diminuição da camada leva ao aumento da incidência de câncer de pele em 2%.

turbina do aviao concorde

Turbinas do Concorde. Por Piotr Przyluski / Shutterstock

Isso sem contar a poluição causada pela quantidade de combustível necessário para esse tipo de avião voar, que implica no aumento expressivo do CO² na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e outros efeitos negativos da poluição do ar. E ainda, o problema da poluição sonora. 

Um novo Concorde só seria possível com o desenvolvimento de energias renováveis, eficientes e não poluentes. E, também, da diminuição dos custos de produção para justificar a operação. Há um projeto da NASA para uma aeronave que atenderia essas especificações. Resta saber se e quando o protótipo sairia do papel. 

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Conexão em Lima: o que fazer em 8, 12 ou 24 horas na capital peruana

Sem voos diretos que ligam o Brasil a Cusco, muitos dos viajantes que embarcam rumo às ruínas do Vale Sagrado dos Incas e de Machu Picchu acabam fazendo aquele pit stop na capital do país. Quando o intervalo entre os voos é curto, o jeito é se acomodar nas cadeiras do aeroporto e esperar. Mas se você tem a partir de oito horas de conexão em Lima, pode aproveitar para esticar as pernas e dar uma voltinha pela cidade. Mas aí bate aquela dúvida: pra onde ir sem correr o risco de perder a hora e o voo? 

Imigração obrigatória em Lima

Se você chega em Lima do Brasil ou de qualquer outro país, precisará passar pela imigração obrigatória no Peru, ainda que você vá ficar poucas horas no país. Por isso, convém perguntar aos funcionários da sua companhia aérea se você pode deixar a área de embarque e se é preciso passar por algum procedimento antes (retirar a mala, imprimir o ticket do voo seguinte, etc). Lembre-se que qualquer etapa dessas tomará um pouquinho do seu tempo de conexão.

A imigração no Peru não é complicada e brasileiros tem entrada facilitada, podendo apresentar apenas a carteira de identidade. Ainda assim, podem haver filas no momento da sua chegada. Portanto, esteja preparado para qualquer imprevisto. Se o seu destino final for o Peru mesmo, você terá provavelmente terá que retirar a bagagem e passar pela alfândega (outra vez: confirme com um funcionário da companhia aérea). Caso siga para outro país, as malas são enviadas para o seu destino final. 

O que fazer em Lima, Peru

Vale a pena sair do aeroporto de Lima com menos de 8 horas de conexão? 

Aí fica a seu critério. Para saber se vai dar tempo, você precisa considerar o deslocamento de ida e de volta para o aeroporto, que até o centro da cidade fica em cerca de 50 minuto cada perna. Se tiver trânsito, coisa bem comum na capital peruana, pode ser que demore um pouco mais. Some a isso o tempo de fazer o check-in na volta, imigração e embarque na volta ao aeroporto que recomenda-se ser de pelo menos duas horas, e você consegue saber mais ou menos quanto tempo vai ter para aproveitar. Acredito que, para sair com tranquilidade seja preciso umas quatro horas além de todo o tempo gasto com deslocamento e trâmites de aeroporto. 

Saindo do aeroporto de Lima

Para quem quer aproveitar uma conexão em Lima, a melhor forma de sair do aeroporto é de táxi ou Uber. É que o tal Aeroporto Internacional Jorge Chaves não fica exatamente em Lima, mas em uma cidade vizinha chamada Callao, e não há transporte público direto que conecte o terminal ao centro da cidade. A parte boa é que o deslocamento não fica caro. Um Uber até o centro deve ficar em torno de 30 novos soles (R$35). Se pedir transporte pelo aplicativo não for opção, você pode contratar os serviços da Green Táxi, um táxi pré-pago com balcão no aeroporto. A corrida até o centro sai a 50 novos soles.

Caso você tenha muita bagagem com você, vale a pena alugar um guarda-volumes antes de ir. Fica à direita do saguão de desembarque e custa 32 soles para o dia inteiro. 

Hotéis próximos ao Aeroporto Internacional Jorge Chávez

Dependendo do horário da sua conexão, pode ser que você prefira ir para um hotel para descansar e aguardar a hora do próximo voo. Nesse caso, o Holliday Inn – Lima Airport, fica bem próximo ao aeroporto e é bem recomendável pela praticidade, especialmente se você não pretende nem chegar perto do centro. Outro com vantagem parecida é o quatro estrelas Costa del Sol Wyndham Lima Airport. Para quem tem perfil mais econômico, outro hotel próximo ao aeroporto, mas com preços bem mais em conta é a Casa del Viajero e o Sunset Hostel Airport.

Saiba mais: Onde ficar em Lima – os melhores bairros

Qual moeda usar?

Você precisará de Novos Soles assim que entrar no Peru. É possível trocar diretamente no aeroporto de Lima, e a melhor maneira é levando dólares americanos e fazendo a troca ali mesmo. Você consegue trocar reais por soles facilmente, porém como a demanda pelo nosso dinheiro lá não é muito boa, a conversão é ruim, o que faz com que a troca por dólares seja mais vantajosa nesse caso, mesmo colocando na conta o que perdemos com a dupla conversão. 

A cotação no aeroporto não costuma ser boa, e as casas de câmbio ali cobram uma cotação. Por isso, se você vai seguir para Cusco, troque apenas o necessário para a sua conexão nesse primeiro momento. Logo você poderá trocar mais dinheiro no centro de Lima ou de Cusco. Outra opção, se quiser poupar tempo, é trocar uma pequena quantidade ainda no Brasil. 

O que fazer em uma conexão em Lima

Passear pelo Centro Histórico

Lima-o-que-fazer-Peru  O que fazer em Lima Peru

Você sabia que Lima foi uma importante capital da América Espanhola? Isso explica a quantidade de edifícios grandiosos que datam do período colonial no centro histórico. O ponto principal desse passeio é a Plaza Mayor, onde fica também a Catedral de Lima e o Palácio do Governo, mas ali perto também está a  Basílica e Convento de São Francisco. Dá pra fazer uma visita guiada ao prédio, que preserva quase intacta uma catacumba com mais de 70 mil ossos humanos, além do Museu do BCRP, que abriga objetos históricos e arte peruana. 

No centro também há inúmeras lojinhas de artesanato, perfeitas para levar lembrancinhas de última hora para casa. É ali também que fica o pitoresco Mercado Central de Lima, que sem dúvidas merece uma visita.

Leia nosso post completo sobre o que fazer em Lima

Fazer uma caminhada a beira-mar no bairro Miraflores

Miraflores é o bairro mais descolado de Lima, com construções modernas e restaurantes badalados. Da praça central e do calçadão que se estende a partir dela tem-se uma vista incrível do Pacífico lá embaixo, o que transforma o passeio em uma caminhada muito agradável. Para comer, dê uma passada na Calle de las Pizzas. É também em Miraflores que fica um dos principais cartões postais da cidade, o Parque do Amor, que recebeu esse nome por causa da escultura El Beso, bem no centro da praça. 

Vista de Miraflores, Lima

Uma dica de onde comer no Miraflores é o restaurante La Mar Cebichería.

Outra boa ideia é caminhar até o sítio arqueológico Huaca Pucllana, o centro cerimonial mais importante da Lima pré-hispânica, mas só se você tiver com bastante tempo livre, já que você poder perder alguma horas lá dentro. O local conta com um museu que expõe as peças encontradas nas escavações. 

huaca Huallamarca, lima, no peru

Conhecer o Museu Larco

Localizado no vibrante bairro de Pueblo Libre, o Museu do Larco é a atração mais visitada de Lima. Ali estão reunidos mais de 45 mil objetos que contam a história do Peru, desde as civilizações pré-incas até a república. A entrada custa 30 soles. O museu abre todos os dias, de 9h às 22h.

Depois da visita, vale a pena comer ou tomar algo em um dos bairros e restaurantes das redondezas. Esse é um dos bairros mais tradicionais de Lima e ainda preserva as casinhas históricas e restaurantes típicos. Se passar por ali, não deixe de tomar um pisco sour na Antigua Taberna de Queirolo, bar tradicionalíssimo em funcionamento desde 1880.

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Z, a Cidade Perdida do Coronel Fawcett

Enquanto chefiava um grupo de soldados na Primeira Guerra Mundial, o Coronel Percy Harrison Fawcett tinha um sonho diferente: ele não queria retornar para casa, mas para um dos únicos lugares do globo que era mais perigoso que a guerra. A zona de conforto de Fawcett era o interior da selva amazônica, ou o que ele chamava de “o último grande espaço em branco do planeta”. 

Nascido em meados do século 19, Fawcett passou parte da juventude em uma das muitas colônias britânicas, o Ceilão – atualmente Sri Lanka. Ele foi um típico representante da Era Vitoriana, período de governo da Rainha Vitória, que reinou entre 1837 e 1901. Essa foi a Pax Britannica, o auge dos lucros e do poderio do Império, após séculos de colonização e o começo da Revolução Industrial.

Foi nessa época, sem guerras e com muita prosperidade, que a classe média tomou forma, novas tecnologias surgiram a cada dia e a população do Reino Unido dobrou. No meio de tudo isso, pensadores mudaram a forma de ver o mundo – e ali surgiram Charles Darwin, Sigmund Freud e Karl Marx, entre outros. Também são dessa época  muitas obras da literatura de exploração, como Julio Verne e sua Volta ao Mundo em 80 dias.

Ao mesmo tempo, a Real Sociedade Geográfica, sediada em Londres, começou a patrocinar milhares de expedições que buscavam mapear os cantos mais distantes do mundo. O sol não se deitava no Reino da Rainha, mas vastas partes do globo ainda permaneciam desconhecidas pelos colonizadores. Do Rio Nilo ao Polo Norte, começou uma correria sem fim em busca dos confins da Terra. Foi nesse contexto que Percy Fawcett, que já tinha tido sua cota de aventuras no Ceilão e trabalhado como espião na África, entrou na Real Sociedade Geográfica. 

Veja também: A verdadeira história por trás da lenda de El Dorado
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Transformado em explorador e perto dos 40 anos, ele logo recebeu uma missão: rumar para a América do Sul, onde deveria mapear a região amazônica, entre a Bolívia e o Brasil, catalogar tudo o que visse e assim ajudar a traçar as fronteiras entre os dois países. Quase um ano depois, ao sair da selva, Fawcett trouxe ao mundo vários quilos a menos e relatos que incluíam anacondas gigantescas, diversos animais nunca antes descritos pelos cientistas e as dificuldades de um ambiente hostil e que o homem branco e ocidental – ao contrário das populações nativas – não conseguia dominar. 

Nos 15 anos seguintes, Fawcett encarou sete longas expedições pela Amazônia. Ele ajudou a mapear a rota de rios, encontrou nascentes e fez contato com diversos povos amazônicos, com os quais tinha relação amistosa. Foi a partir dessas conversas que ele começou a formular a hipótese que se tornaria sua obsessão: a busca pelas ruínas de uma cidade perdida, que ele chamou de Z, e que teria existido no Mato Grosso, a parte baixa da Amazônia. “Há poucas dúvidas de que as florestas cobrem indícios de uma civilização perdida”, escreveu ele numa carta para a esposa. 

foto de percy fawcett

Além de se basear na tradição oral de várias tribos indígenas, Fawcett leu os relatos dos primeiros exploradores europeus que chegaram ao continente. Neles, diversas histórias de aldeias com quilômetros de extensão, ocupando as duas margens de rios, mostravam que o Novo Mundo, antes de seu drástico encontro com o Velho, poderia ter sido mais povoado do que a América do Sul no final do século 19 e começo do 20. 

E a história tinha dado a Fawcett razões para acreditar. Basta pensar no misto de deslumbramento, medo e ganância que sentiram os homens de Hernán Cortés ao se depararem, em 1521, com a grandiosidade de Tenochtitlan, a capital dos astecas. Ou quando os irmãos Pizarro entraram em Cuzco, em 1532, uma das mais belas cidades do planeta. E até mesmo a descoberta do Rio Amazonas, navegado de ponta a ponta pela primeira vez em 1541, levou fantasia para o coração da Europa – será que o ocidente tinha, enfim, redescoberto o Jardim do Éden?

Foram séculos de descobertas – algumas cuidadosamente aumentadas, mentira por mentira, por uma mistura de relatos exagerados de exploradores e a interpretação literal de mitos indígenas. Com isso, a Amazônia chegou aos tempos modernos com um recorde difícil de ser batido: a floresta é o endereço certo de inúmeras cidades incertas. Na selva sul-americana, incontáveis pessoas perderam suas vidas procurando por Eldorado, por Z ou por Paititi, a lendária cidade que teria sido o último refúgio dos incas. É como escreveu o colombiano William Ospina, em o País da Canela: 

“Não se sabe quem anda mais extraviado, se quem persegue bosques vermelhos de canela ou quem busca guerreiras amazonas nuas, se quem sonha com cidades de ouro ou quem vai no rastro da fonte da eterna juventude: nascemos numa idade estranha em que só nos é dado acreditar no impossível, mas buscando essas riquezas fantásticas terminamos todos transformados em pobres fantasmas”.

Mas, se para Fawcett, as Grandes Navegações e suas conquistas eram passado distante, em pleno século 20, o mundo se assombrou mais uma vez com descobertas de contemporâneos do explorador. Em 1911, o arqueólogo Hiram Bingham entrou em Machu Picchu, esquecida do mundo até então. Uma década depois e enquanto Fawcett preparava mais uma expedição em busca de Z, Howard Carter acordava Tutancâmon no Vale dos Reis.

E foi assim, em pleno século 20, que a humanidade voltou a sonhar com reinos lendários e cidades de ouro. As aventuras dos exploradores, por terra, mar ou ar iam parar nas capas dos jornais. Não foi diferente com Fawcett, que se tornou uma celebridade e, em sua última expedição, mandava relatórios para redações de jornais a partir da selva. 

Nas tentativas anteriores de alcançar Z, Fawcett se viu forçado a desistir. Numa delas por causa do começo da Primeira Guerra Mundial, em outras ele saiu da selva por problemas de saúde. Peixes elétricos capazes de matar cavalos, piranhas que despedaçavam vivas pessoas inteiras e sapos pequenos, mas extremamente venenosos, eram alguns dos desafios da Amazônia, mas nenhum era pior que os pernilongos. Com as picadas vinham doenças, como a malária e a febre amarela, e depois vermes, bactérias, a loucura e muitas vezes a morte. 

“Eles nos atacavam em nuvens. Éramos forçados a fechar os dois lados do abrigo com rede contra mosquitos. Ainda assim, as mãos e o rosto logo se transformavam numa massa de pequenas chagas sangrentas que coçavam sem parar.”

Percy Fawcett, em Exploração Fawcett

Se os animais e as doenças costumavam afetar os integrantes das expedições em dias, outro grande desafio em caminhadas que duravam meses e passavam por dentro da selva mais fechada do mundo era a fome. “Morrer de inanição parece algo quase inacreditável numa floresta, mas era o mais provável de acontecer”, escreveu Fawcett em seus diários. 

Aos 57 anos e vendo a força se esgotar, ele resolveu fazer uma última tentativa de encontrar Z. Para isso convocou seu filho, Jack Fawcett, e um amigo dele, Raleigh Rimmell. Patrocinados por jornais dos Estados Unidos e pela Real Sociedade, eles entraram mais uma vez na Amazônia – a expedição partiu de Cuiabá em abril de 1925. Um mês depois o coronel mandou a última carta para a esposa, que chegou aos correios por meio de índios. “Estamos entrando em território inexplorado. Ficaremos um longo tempo ser dar notícias”, escreveu um dos maiores responsáveis pelo mapeamento da Amazônia. Os três nunca mais foram encontrados. 

Se já era famoso antes, Fawcett virou uma lenda após seus desaparecimento – mais ou menos como Z. E as inúmeras expedições seguintes, tentativas frustradas de resgate, gravaram de uma vez por todas o lugar de Fawcett no imaginário popular. Vários exploradores desapareceram após entrarem na selva em busca dos três companheiros.

Numa das primeiras tentativas de resgate, ainda na década de 1920, foram encontrados, com índios, objetos que tinham pertencido a Fawcett. A imprensa – que transformou o caso numa espécie de reality show – logo afirmou que aquela era a comprovação da morte dos expedicionários. A família de Fawcett, porém, alegou que os objetos poderiam ter sido vendidos, dados de presente ou mesmo descartados, o que já tinha acontecido em outras ocasiões. 

Em 1952, Cláudio e Orlando Villas Bôas ouviram dos kalapalo, que vivem na região onde Fawcett sumiu, a história de três exploradores que tinham sido assassinados pelos índios, décadas antes. Ossos foram encontrados e levados para testes, que nunca foram conclusivos, mas que tinham um claro problema: os restos não correspondiam ao tamanho de nenhum dos três homens.

Décadas mais tarde, o jornalista norte-americano David Grann conversou com descendentes dos índios que tinham assumido o assassinato e apontado a localização das ossadas. E mais uma versão surgiu: os kalapalo teriam admitido o crime apenas por pressão do governo e sabiam que os ossos não eram do explorador, mas de outro índio – eles pediram, inclusive, os restos de volta. Segundo eles, os pesquisadores provavelmente foram assassinados, mas por outra tribo. 

A esposa de Fawcett passou o resto da vida aguardando o retorno do marido e do filho. Nesse meio tempo, a teoria do britânico de que haveria uma cidade perdida no meio do Xingu foi ridicularizada – para muitos, Fawcett cometeu o mesmo erro de tantos outros aventureiros e preferiu acreditar nas pistas falsas de mitos, mentiras e relatos exagerados dos primeiros conquistadores. A fé de Fawcett e textos dele que eram mais, digamos, religiosos tornaram ainda mais difícil acreditar na teoria de Z. E do sumiço dos europeus surgiu outro mito: de que o explorador teria achado a cidade, mas que intenção dele nunca foi voltar, mas viver naquele mundo. 

Nos anos 1990, o arqueólogo norte-americano Michael J. Heckenberger foi viver com tribos do Xingu. Após anos de pesquisa, ele apresentou a descoberta de uma aldeia que tinha muros de proteção e estradas que ligavam a outras tribos da região. Segundo os pesquisadores, existiu, sim, uma grande cidade nessa região da Amazônia, mas não com pirâmides ou no formato em que estamos acostumados a pensar.  

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Ossos que seriam de Fawcett

A Cidade Perdida de Z na cultura pop

Além de outras expedições e gerações de pesquisadores, a vida e a morte de Percy Fawcett inspiraram incontáveis livros, reportagens, músicas e filmes. O trabalho mais recente é Z, A Cidade Perdida, livro do jornalista norte-americano David Grann e que virou o filme de mesmo nome, estrelado por Brad Pitt e lançado em 2017. Outra obra que vale ler é Esqueleto da Lagoa Verde, do brasileiro Antônio Calado.

Mas dois dos maiores ecos de Fawcett estão em obras importantes da cultura pop: a história dele inspirou a de Indiana Jones. E também foram as aventuras de Percy Fawcett que levaram ao livro O Mundo Perdido, de Sir Arthur Conan Doyle – o escritor e o explorador eram amigos de longa data. Em sua obra, que se passa na Amazônia brasileira, Doyle relata as aventuras de pesquisadores em busca de um platô onde ainda viveriam dinossauros. Qualquer semelhança com a série Jurassic Park não é coincidência. 

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O que fazer em Toulouse, na França: um guia completo

Algumas cidades te surpreendem numa viagem – e esse foi o caso de Toulouse para mim. O município conhecido como Cidade Rosa ou, em francês, La Ville Rose, por conta dos predinhos de tijolinhos, fica perto das Montanhas dos Pirineus e do Mar Mediterrâneo. E não apenas é de uma beleza de tirar o fôlego, como também tem diversas atividades interessantíssimas. Recomendo fortemente não só que você coloque Toulouse no seu roteiro pela França, mas que também dedique pelo menos três dias a explorar a quarta maior cidade do país – eu fiquei uma semana!

Neste texto eu faço um guia completo do que fazer em Toulouse, incluindo um roteiro com pontos turísticos, onde comer e como se locomover – será que o Toulouse Pass Tourisme vale a pena? Também falarei de onde se hospedar e darei ideias de bate-volta nos arredores

5 curiosidades sobre La Ville Rose

Rue du Taur Toulouse Franca

  1. Embora o tom avermelhado dos prédios tenha dado o apelido à cidade, é ao azul a quem ela deve sua pompa e beleza. Tudo por causa de uma planta chamada pastel – tem mais a ver com os tons pasteis do que com salgado brasileiro. É que a tintura azul pode ser extraída das folhas esmagadas dessa planta. Era usada por gregos, romanos e vikings, mas foi na Idade Média que ganhou grandes proporções comerciais. Essa região da França era um dos polos de produção. Os comerciantes de pastel enriqueceram enormemente e ergueram belas mansões na cidade, que até hoje estão por lá, agora sendo usadas como museus, centros culturais, escritórios e residências. Derivados do pastel, de echarpes coloridas a cremes hidratantes, são encontrados em lojas de Toulouse.
  2. Toulouse foi um dos centros de uma cruzada medieval de cristãos contra cristãos. É que por ali havia um forte movimento do catarismo, uma corrente cristã que era contra a corrupção moral, espiritual e política da Igreja e a favor de uma fé sem acúmulo de riquezas e vendas de espaços no céu. Toulouse era um feudo independente do Rei da França e o Papa incitou uma cruzada que levou a França do norte contra o sul. A guerra terminou com o massacre dos cátaros, e a fundação, em Toulouse, da poderosa ordem Dominicana e da Inquisição, e o fim da independência do feudo, que passou para o domínio do Rei Felipe II.
  3. O Canal do Midi, que corta Toulouse, é o mais antigo canal marítimo ainda em funcionamento na Europa. Ele foi projetado no século 17, com o objetivo de ligar o Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo através do Rio Garonne, e assim garantir o comércio e o transporte de pessoas sem ter que contornar a península ibérica. Ao longo do percurso, fundado em 1681, existem 350 obras de arte. Desde 1996, o canal é considerado Patrimônio da Humanidade. Além disso, no verão, é possível alugar um barco – mesmo que você não tenha uma carteira – e navegar entre as cidades cortadas pelo canal. 
  4. As violetas são a flor símbolo de Toulouse e lá você encontra diversas lojas que vendem todos os produtos imagináveis com violeta: doces, licores, chás, etc. O cultivo das flores, que são típicas do inverno, vem de 1854 graças a Napoleão III, que trouxe a flor de Parma. Hoje, o local mais famoso para ver e comprar as flores é um barco-loja que fica estacionado no Canal, chamado La Maison de la Violette
  5. Há um ditado do século 16 que garante: “Paris para ver, Lyon para ter, Bordeaux para gastar e Toulouse para aprender”. A cidade é a capital europeia da aeronáutica. Por conta da localização estratégica, foram criadas fábricas de avião durante a Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra, esse cenário permitiu que saíssem dali os voos da Aeropostale, que criou as primeiras rotas transatlânticas do mundo e que tinha como piloto Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe. Essa companhia acabou se tornando a Air France. Desde 1970, a cidade é sede da Airbus.

Como se locomover em Toulouse

Como chegar e partir da estação de trem ou aeroporto

A estação central, onde chegam os trens e ônibus, chamada Toulouse Matabiau, fica bem perto do centro e também conta com uma parada de metrô. Logo, se você chegar em Toulouse por ali, pode tanto ir andando para seu hotel (foi o que eu fiz), pegar um metrô ou ainda seguir de Uber (uma corrida de 1,2km sai por volta de 6 euros).

Já o aeroporto Toulouse Blagnac é conectado à cidade pela linha T2 do Tram, que chega na estação de metrô Arenes em 20 minutos. Para usar esse transporte, vale o bilhete comum da cidade, de €1,70. Já para quem prefere pegar um ônibus shuttle, que chega mais rápido ao centro, tenha em mente que custa oito euros.

Para quem pretende alugar carro na passagem por Toulouse, é no aeroporto que se concentra a maioria das locadoras. Minha recomendação é que você reserve com bastante antecedência, porque sai bem mais barato do que pegar lá na hora – experiência própria! Dê uma olhada nas opções da RentCars, que costuma ter bons preços. Além disso, não deixe de conferir quais condições de estacionamento seu hotel oferece e, se não, qual a opção de estacionamento por perto: uma noite numa garagem custa cerca de 16 euros. 

centro de Toulouse Franca

Como se locomover na cidade

O centro histórico de Toulouse é fácil de andar a pé, tudo é plano e as distâncias são curtas. Logo, se você só for ficar um dia na cidade, seu pés provavelmente serão suficientes. Para quem curte, a bicicleta também é um meio de transporte recomendado: há várias ciclovias para passear pelo Canal du Midi e arredores e um sistema de aluguel de bicicletas em diversos terminais da cidade, chamado Vélô Toulouse

Apesar do carro ser sim necessário para quem quer explorar as vilas nos arredores de Toulouse (mais sobre isso num dos tópicos abaixo) recomendo evitar usá-lo no centro da cidade. Até porque o transporte público atende bem.  Infelizmente, o Google Maps não é de grande ajuda para descobrir os trajetos usando transporte público em Toulouse e para isso eu recomendo que você baixe o app  ou consulte o site da Tisseo, que te conta exatamente como chegar nos lugares.

O bilhete único para todos os transportes custa €1,70. Também é possível comprar um conjunto de 10 bilhetes por €13,70. Ou ainda, e o que me parece a melhor opção, o passe ilimitado válido para 3 dias, por 12.20 €. Ele está incluído no pacote do passe de turismo de Toulouse. 

O Toulouse Pass Tourisme vale a pena?

Como em diversas cidades do mundo, em Toulouse há a opção de comprar um passe de turismo que inclui a entrada em várias atrações, um bilhete para uso do transporte público ilimitado e descontos em atividades. O Pass Tourisme é vendido pela internet ou no Escritório de Turismo que fica em frente ao metrô Capitole.

Toulouse Pass Tourisme

Para descobrir se o passe vale ou não a pena para você, é preciso saber exatamente o que deseja visitar e pensar se o valor se justifica. Para fazer a conta, vou me basear no roteiro abaixo, que foi o meu:

Para começar, o Pass Tourisme custa 35 euros para 3 dias, 28 euros para 48 horas e 18 euros para 1 dia. 

Inclui transporte público ilimitado. Além disso, tem a entrada em todos os museus da cidade, dá direito a uma visita guiada e descontos nas atrações grandonas, como 15% no Cite Le Espace e 10% no Aeroscopia + Fábrica da Airbus.

Se a gente fizer a conta, só com o transporte público e a entrada em três museus que eu sugiro no roteiro, (passe €12,20 + Quai des Savoirs €7 + Fondation Bemberg €8 + Couvent des Jacobins €5 = €32,20), o passe já vale a pena. E se você pretende entrar em outros museus, como o Musée des Augustins ou Les Abattoirs, o Pass Tourisme se torna ainda mais interessante.

O que fazer em Toulouse, França: roteiro de 3 dias

Dia 1

  • Praça do Capitólio

predio do capitolio toulouse franca

A Praça do Capitólio é o centro de Toulouse. O prédio do Capitólio, com uma bela fachada Neoclássica, hoje é usado pela prefeitura e pela Ópera Municipal. É possível entrar gratuitamente, das 8h30 às 19h, (fechado no sábado) – mas eles fecham em função de eventos. Lá dentro, há salas com pinturas e afrescos e uma galeria dos espelhos, tal como em Versailles.

Na praça em frente ao prédio tem no chão, em dourado, o símbolo da região da Occitânia em dourado está encravado no chão, junto com círculos com gravuras de cada signo do zodíaco. Reza a lenda que você deve subir no círculo do seu signo e fazer um pedido.

Praca do Capitolio toulouse franca praca du capitole toulouse franca

Na galeria que circunda a praça, o mesmo artista que fez o símbolo no chão, pintou o teto com a história de Toulouse. Você sabia que Carlos Gardel, o cantor de Tango argentino na verdade nasceu lá?

Uma dica interessante para aprender mais sobre a cidade é fazer um passeio guiado. O turismo de Toulouse oferece passeios guiados (em francês, inglês ou espanhol) que estão incluídos no Pass Tourisme. É preciso reservar com antecedência. Se você preferir um tour mais privado, recomendo a guia do escritório de turismo, que me guiou por 4 horas pela cidade e que foi a fonte de 70% do que estou escrevendo sobre Toulouse. O nome é Elena Bourdaries, ela fala francês, inglês e espanhol. O contato dela é elena.bourdaries@gmail.com

  • Marche Victor Hugo

Mercado Victor Hugo Toulouse

A parada seguinte é para o mercado mais importante de Toulouse: o Marche Victor Hugo, que fica aberto diariamente das 7h às 13h30. Você vai encontrar mais de 100 tendas de produtores típicos da região por ali, com queijos, embutidos, peixes, frutas, vinhos e tudo o que imaginar. No segundo andar ficam alguns restaurantes.  

  • Basílica de St Sernin

Basilica de Saint Sernin Toulouse Franca

Para chegar à Basílica de St. Sernin ou São Saturnino, sugiro que você siga pela Rue du Taur faz parte da lenda desse santo: ele foi primeiro bispo de Toulouse e foi perseguido no tempo dos romanos, mais exatamente no século 2, e recusando-se a abandonar sua fé em cristo, foi  amarrado a um touro e puxado pela cidade. A rua onde ele morreu é a rua do Touro e foi construída uma igreja no local da morte. 

catedral de sao saturnino toulouse franca pe dos peregrinos basilica st sernin Toulouse Franca

Já as relíquias do santo estão dentro da Basílica, que na Idade Média era um importante ponto de acolhimento dos peregrinos do Caminho de Santiago. Não é atoa que é a maior igreja romanesca do mundo, construída em 1120. Logo na entrada da igreja, você se depara com a escultura de dois pés e até hoje, lá é um local onde você pode ganhar um carimbo no seu passaporte de caminhante. 

  • Convento dos Jacobinos

convento dos jacobinos toulouse franca

O Convento dos Jacobinos é um bom exemplo do estilo gótico toulousiano. Feito inteiramente de tijolos, não tem aquelas abóbodas clássicas e tem pouca decoração do lado de fora do templo. Por dentro, o espaço amplo também foge um pouco da arquitetura tradicional das igrejas: há colunas no centro da nave e a posição do altar é meio incomum. Isso porque essa igreja, construída em 1230, foi pensada como um ambiente austero e um espaço para que as pessoas pudessem conversar: era o momento da cruzada com os cátaros e a igreja católica queria doutrinar seus fieis contra essa visão. 

Como foi nessa igreja que surgiu a ordem dominicana e a inquisição, foi para lá que foi enviada uma das relíquias de São Tomás de Aquino, cujo crânio que esta lá, abaixo do altar. Na nave da igreja, observe a última coluna, conhecida como “o coqueiro”, por conta da quantidade de arcos que se apoiam nela. 

claustro convento jacobinos Toulouse Franca

Para entrar no claustro é preciso pagar (está incluída no Pass Tourisme): ali, um jardim se abre entre arcos de abóbodas, circundado por uma bela capela com afrescos, um espaço que servia para refeições na época do mosteiro e algumas outras áreas de convívio. 

  • Banco do Rio Garonne

Siga em direção ao Quai de La Daurade e faça uma caminhada a beira do Rio Garonne em direção à Pont Neuf. O rio Garonne nasce nos Pirineus e corre forte em Toulouse, tão forte que volta e meia causa grandes enchentes. É por isso que a Pont Neuf, ou ponte nova – mas é a mais antiga da cidade, tem uma construção diferente: grandes buracos entre os arcos de pedra, desenhados para que a água possa passar sem destruí-la, no caso de uma cheia. Repare também a escultura vermelha de um menino sentado serenamente observando o rio entre um desses vãos.

pont neuf rio garonne toulouse franca

Do outro lado do Rio, você avista o antigo Hospital Saint Jaques, que no passado também serviu a recepção de peregrinos do Caminho de Santiago e hoje funciona como museu. Também está lá o Dôme de La Grave, um dos monumentos mais fotografados de Toulouse, que é também é um hospital, ainda em funcionamento (desde a idade média).

  • Hôtel d’Assézat / Fundação Bemberg

fundation bemberg toulouse franca

Voltando ao centro, siga pela Rua de Metz até chegar ao Hôtel Assezat, o prédio do período da renascença que foi construído por um riquíssimo mercador de pastel, Pierre d’Assezat. Você pode entrar gratuitamente no pátio da mansão, mas também é possível ver o prédio por dentro, uma vez que ali funciona o museu da Fundação Bemberg.

Segundo a Elena, minha guia, esse é o melhor museu da cidade. Tem uma coleção de arte com obras da renascença ao impressionismo. Para os interessados, a entrada custa 7 euros e está incluída no Pass Tourisme. O Museu abre de terça a domingo, de 10h a 12h30 e 13h30 às 18h (até 20h30 na quinta). 

  • Ruas e praças do centro 

Minha sugestão agora é uma caminhada sem rumo pelas ruelas do centro e suas encantadoras lojinhas e cafés. Algumas sugestões de praças e ruas para espiar: Place de La Biyrsem, Rue Saint Rome, Rue des Changes, Rue des Puits Clos, Rue Baour Lormian e Rue des Tourneurs.

Eventualmente, nessas caminhadas, você vai acabar cruzando com o Museu dos Agostinhos, um dos grandes museus da cidade, focado em belas artes. Eu recomendo verificar, caso tenha interesse de entrar, se ainda está em obras. 

rue des arts Toulouse Franca place wilson toulouse franca

Do museu, siga pela Rue des Arts até a Praça St. George, uma praça agradável da cidade. De lá, você pode seguir até a Place Wilson, no centro há uma grande fonte com a estátua de um poeta famoso no século 17, Pierre Godolin. Ali também está um carrossel, que se ilumina a noite. 

  • Pôr do sol no alto da Galeria Lafayette

Vista de Toulouse terraco galerias lafayette

Para terminar o dia, se não estiver chovendo, próximo da hora do pôr do sol, sugiro que você vá até a Galeria Lafayette, evite olhar para os lados na loja, vá direto ao elevador e suba até o último andar. Cruze o restaurante até o terraço, onde funciona um bar ao ar livre com uma vista panorâmica de Toulouse. Sugiro que você pegue um dos lugares a beira do terraço e curta uma taça de rosé enquanto o sol se põe.

  • Jantar tradicional

Para terminar o dia, sugiro um lugar barato e típico para jantar. Dependendo da época, pode ser necessário reservar uma mesa. O Aligot Bar, serve como o nome diz, aligot: um purê de batatas com tanto queijo que fica bem elástico. O prato é servido com a tradicional linguiça de Toulouse. Eles também servem cassoulet. 

Se você preferir algo mais refinado, há alguns endereços com estrela Michelin em Toulouse que servem vários pratos tradicionais com assinatura de chefs importantes: o Chez Emile (tem um menu de 22 euros) ou o Le Bibent. É imprescindível reservar com antecedência. Nos links para os sites você pode conferir os menus e preços. 

Dia 2

  • Halle de la Machine

minotauro halle de la machine toulouse

Inaugurado em novembro de 2018, o Halle de La Machine é um espaço onde sonhos e máquinas se encontram formando robôs de madeira de figuras mitológicas, instrumentos musicais fora do comum, um espaço de descobrimento e encantamento. O Halle é uma iniciativa da Companhia La Machine, fundada pelo artista visionário François Delaroziere: eles fazem apresentações de rua grandiosas em Nantes, Paris, Liverpool… até na China.

No espaço do Halle de La Machine, em Toulouse, você pode ver de perto, num grande galpão, duas enormes aranhas já usadas em outros espetáculos e também pode interagir com outras criações da companhia, com a explicação dos “Le Veritable Machinistes”, que promovem espetáculos de sons, fogo e muito mais. A Suzane, que nos guiou no dia, é filha de portugueses e fala nossa língua. 

Veritable Machiniste Halle de La Machine Toulouse France Halle de La Machine instrumentos musicais Toulouse Franca

Mas o ponto alto da visita é ver o “Guardião do Templo”, um Minotauro de 14 metros de altura e 57 toneladas, circular pela Pista dos Gigantes: a pista que anos atrás foi usada para voos transatlânticos pioneiros. O Mintauro faz o trajeto algumas vezes ao dia, a cada 45 minutos. É possível fazer o passeio nas costas do minotauro. É impressindível reservar com antecedência: a entrada mais o passeio no lombo do touro robô custa 16 euros. 

minotauro e piste les gigants Toulouse Franca Detalhes Minotauro Halle de La Machine Toulouse Franca

Somente a entrada no Hall custa 9 euros, e para quem só quer ver a caminhada do minotauro é de graça. Na minha opinião, por mais que a experiência de andar lá no alto do minotauro seja legal, eu gostei bem mais de caminhar ao lado do gigante e reparar os detalhes de cada movimento. 

Para chegar no Hall, o mais fácil é ir de ônibus. Cheque no app Tisseo qual é a linha que passa mais perto do seu hotel. Os ônibus 8, 27, 80 e 23 param lá pertinho. Também dá para ir de bicicleta, seguindo pelo Canal do Midi. 

  • Cite Le Espace

Cite Le Espace é uma atração que leva os visitantes para o espaço. Ou o mais perto que você pode chegar do espaço sem pegar um foguete: apesar de que, por lá, é possível ver um modelo em tamanho real de uma nave espacial europeia, a Ariadne 5, além de poder entrar uma estação MIR que foi usada pelos soviéticos nos anos 80 e ver de perto diversos satélites e peças usadas nas viagens para o espaço.

Cite Le Espace Toulouse Franca Cite Le Espace Pedra da Lua Toulouse Franca

Além disso, o complexo do Cite Le Espace também conta com um planetário e um cinema IMAX com projeções ao longo do dia e três andares de exposição, que vão da celebração do primeiro voo à lua no subsolo, passa pelas viagens espaciais, a história do nosso planeta e muita coisa sobre o sistema solar.

Na exposição você pode ver uma pedra que veio da lua e seguir diversas explicações divertidas e interativas sobre o universo e tudo mais. 

O ideal é dedicar um dia todo para visitar o complexo do Cite Le Espace. Mas, como o tempo é pouco, em cerca de 3 h, dá para fazer um giro geral. A entrada é um pouco salgada: a partir de €21 para adultos. Leve em conta que inclui não só a exposição e os jardins mas também os shows programados ao longo do dia, entrar numa capsula Soyuz e acesso ao planetário e IMAX. Confira os horários programados dos shows e filmes para organizar sua visita. Talvez valha a pena ir primeiro a Cite e depois seguir para o Halle de la Machine.

São apenas 3,5 km entre o Halle e a Cite. Você pode optar por fazer esse trajeto de Uber – sai entre 8 e 11 euros – ou seguir com o ônibus 23 ou L8 (veja como fazer o trajeto no Tisseo).

  • Tapas no fim do dia

Depois de um dia tão cheio de atrações, minha sugestão para terminar o dia é seguir para um lugar bastante movimentado da vida noturna de Toulouse. Tanto a Place St. Pierre quanto do outro lado do rio, em St Cyprien, há diversos bares que seguem a tradição bastante espanhola de servir tapas, acompanhando vinho ou cerveja, muito popular entre os estudantes da universidade de Toulouse. 

Eu estive no Vasco Le Gamma e gostei do ambiente descontraído, da comida e dos preços. 

Dia 3

  • Museu Aeroscopia e Fábrica da Airbus

aeroscopia museu toulouse franca

Comece o dia visitando o grande centro da avião europeia em Toulouse. O Museu Aeroscopia é onde você não só aprende bastante sobre a história da aviação do mundo, mas pode ver bem de pertinho e até entrar em vários modelos de aviões diferentes, incluindo o famoso Concorde, aquele avião supersônico que voou entre os anos 1970 e o início dos anos 2000. O Concorde era capaz de fazer um voo entre Paris e Rio, com uma parada em Dakar, em apenas 3 horas! E no museu há dois modelos para ver de pertinho e por dentro. Também tem Airbus, um avião cargo que lembra uma baleia, aviões alemães da Segunda Guerra Mundial, jatos militares de hoje, simuladores de voo, etc.

Já a visita a fábrica da Airbus é uma parte extra. O tour guiado é bastante informativo. Você começa com uma apresentação onde eles contam um pouco sobre o trabalho que é feito lá e mostram o voo como foi a experiencia dos pilotos no voo inaugural do A380, o maior avião comercial do mundo, com capacidade para mais de 500 passageiros.

Depois, os visitantes pegam um ônibus e entram na fábrica, passeamos pela pista com os aviões que estão sendo finalizados para a entrega das cias aéreas e vamos de perto a linha de produção do A380.

museu aeroscopia concorde Toulouse Franca fabrica da airbus toulouse franca

A visita ao Museu Aeroscopia custa 12,50 euros. Vale a pena, se puder, fazer a visita guiada, por 3,50 euros extras. Já a entrada para a Fábrica da Airbus sai por 15,50. Se você quiser combinar as duas visitas, o valor fica 24 euros. O Pass Tourisme dá desconto de 10% nas entrada. É necessário reservar com antecedência a visita à Fábrica, que tem hora marcada e exige que você leve seu passaporte. 

Para chegar lá de transporte público é um pouco chato. Você tem que pegar o T1 e a viagem leva meia hora: desça no ponto final, Aéroconstellation. Depois, ainda é preciso caminhar cerca de 1 km até a entrada do Museu. Existe a opção 

  • Hamburguer de Pato

Na volta, uma sugestão de almoço diferentão. Pegue o metrô em Arenes, desça no Capitólio e caminhe até o Duck Me. Ali eles servem diversas opções de deliciosos hamburgueres feitos com carne de pato. Eu provei o hamburguer da casa, mas fiquei com vontade de provar as outras opções. 

  • Quai de Savoirs

Minha sugestão para a tarde é visitar o Quai des Savoirs, um centro cultural que abria exposições diferentonas relacionadas à ciências. Até setembro de 2019, lá estará a Luminopolis, um escape room onde você tem que descobrir enigmas relacionados à luz. Além do cenário completamente lindo, a experiência é muito divertida. São 60 minutos para você completar as tarefas e sair da cidade das Luzes. O passeio está incluído no Pass Tourisme. 

Luminopolis 2019 toulouse franca

Nos arredores, ficam os Jardins des Plantes, que são bastante bonitos e também o Museu de Toulouse, que é focado em ciências, eu visitei e confesso que não gostei muito não. 

  • Canal do Midi, St. Etienne e Carmes

Para terminar, é hora de caminhar um pouco mais pela cidade. Siga para o Canal do Midi, caminhe na beira do canal até a catedral de St. Etienne e depois se perca nas ruelas mais antigas de Toulouse, pelo bairro de Carmes. Ali são diversas ruas estreitas, prédios interessantes e pracinhas movimentadas de bares e cafés.

carmes fonte toulouse franca Ruas de Carmes Toulouse Franca

  • Jantar: Cassoulet

Para se despedir de Toulouse, que tal jantar um dos pratos mais tradicionais da região: o Cassoulet. É uma feijoada com feijão branco, com linguiça e confit de pato. O restaurante mais tradicional da cidade, segundo minha pesquisa, é o Le Colombier. Porém, é preciso reservar com semanas de antecedência. Outra indicação de um cassoulet excelente é o Le Genty Magre. 

restaurante cassoulet toulouse franca cassoulet tipico de toulouse franca

Eu acabei indo com a minha amiga no La Cave au Cassoulet, que fica numa cave bem intimista e tem preços amigáveis. Também é preciso reservar mesa, mas é possível fazer de um dia para o outro. 

Bate-voltas a partir de Toulouse ou cidades nos arredores

carcassonne franca

Se você tem mais dias por Toulouse e arredores, vale a pena alugar um carro e explorar a Occitânia. A combinação mais comum é Carcassonne, e sua fortaleza medieval, que está a apenas 50 minutos de distância e é conectada por ônibus e por trem.

catedral de albi na franca

Também vale a pena ir para Albi, com um centro histórico muito lindo e uma catedral tão grandiosa que surpreende. Albi também é a cidade do pintor impressionista Toulouse Lautrec, e lá tem um grande museu dedicado à vista do artista.

Os Pirineus são atingíveis com uma viagem de carro de 1h30. Para quem quer esquiar, as estações mais próximas são Le Mourtis e Ax 3 Domaines. Também dá só para circular entre as vilas nas montanhas. Eu e minha amiga fomos para Le Mourtis e depois seguimos meio sem rumo, passando por Boutx, Saint Beat e Les, na Espanha.

les vila pirineus montanhas

Eu não cheguei a conhecer, mas nessa região, Rocamandour, Cahors, Lourdes e Auch também valem a pena colocar num roteiro de viagem.

Onde ficar em Toulouse: dicas de hotéis

Toulouse é uma cidade de fácil locomoção, o que faz com que escolher onde ficar seja uma tarefa tranquila. Minha sugestão é que você tente encontrar um hotel na região do centro histórico, por ali ser onde tudo acontece e vai facilitar muito a sua estadia. O ponto mais central é a Praça do Capitólio, que você pode ter como referência.

Eu fiquei 6 noites na cidade e dividi meu tempo entre dois hotéis, que recomendo bastante.

O primeiro foi o Albert 1er, um hotel familiar, que fica num prédio histórico no centro, com quartos muito confortáveis e uma filosofia sustentável. O café da manhã é o grande ponto alto do lugar: todos os produtos ali são típicos da região, tudo bem fresquinho e delicioso. Tem até um mapa indicando de onde vem cada coisa. O Albert é três estrelas, nota 8,8 e tem diárias a partir de 100 euros para o quarto duplo.  

Também experimentei o Mercure Centre Saint Georges. Como todo hotel da rede, segue o padrão de qualidade. O atendimento é impecável, o bar do hotel é um bom lugar para tomar um drink e o café da manhã também é show. O ponto alto da minha estadia, porém, foi a vista. Fiquei num quarto enorme no sétimo andar, com uma vista incrível de Toulouse, que tornou os nascer e pôr do sol um espetáculo à parte.

Toulouse Franca Vista hotel nascer do sol

Mesmo quem não fica num quarto com vista tem acesso à paisagem na área da piscina, no terraço. O hotel tem nota 8,6 e diárias a partir de €112. 

Veja todas as opções de hotéis no centro de Toulouse

Para quem quer economizar, vale a pena procurar opções do outro lado do rio em St. Cyprien e Patte D’Oie

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Catuçaí, o “drink do amor” das ruas de Belo Horizonte

Do meio da multidão que formava o bloco, o sol de janeiro castigando os ombros e o ritmo do ensaio que fazia desidratar por todos os poros, a visão parecia um oásis: o grande letreiro em branco em roxo anunciava que o carrinho de vendas do drink do amor havia chegado no rolê. “A gente espera o ano inteiro para tomar catuçaí”, dissemos, dando um grande gole na bebida densa, com textura de frozen. “Mas, gente, tem catuçaí o ano inteiro!”, contou Fernando Trindade, mais conhecido como Nandão, o portador da alegria em forma líquida. 

Tem o ano inteiro, é verdade, mas é no calor do verão e nas festas de rua da capital mineira que o catuçaí assume o protagonismo absoluto. Afinal, a bebida, uma mistura de açaí, gelo e catuaba na medida certa, “pira, refresca e alimenta”, como bem diz a música do bloco Juventude Bronzeada, todinha em homenagem a ela. A bebida é uma instituição na cidade e muitas vezes supera até mesmo a querida cervejinha na preferência do público, por estar sempre bem gelada e não ter o mesmo efeito diurético. “Eu não gosto nem de catuaba, nem de açaí, mas não tem combinação melhor que o catuçaí”, afirma minha irmã Isabela. E eu conheço até mesmo quem não beba nada de álcool e não resista a um bom copo de catuçaí. 

Leia também: Carnaval de BH – o guia completo para aproveitar a folia

Catuçaí - Belo Horizonte

Nandão vende catuçaí nas ruas de BH. Foto: Divulgação

Segundo Nandão, a mistura já era vendida em festas e festivais de música da cidade, mas ainda não tinha um nome. Depois de um tempo, desapareceu dos cardápios de drinks, mas não da memória. Através da receita desenvolvida por uma grande amiga, Flávia Reis, Nandão e Brunão criaram a marca, a estratégia de vendas e foram para as ruas. Começaram a vender o produto em protestos e eventos de cunho político que pipocaram em Belo Horizonte no início da década: as manifestações contra o então prefeito Márcio Lacerda, iniciativas de ocupação de espaços públicos, como a Praia da Estação e o Viaduto Santa Tereza, e o movimento Fica Ficus, contra o corte de ficus centenárias na região central da cidade. Foi na mesma época que os primeiros blocos de carnaval de rua, também de cunho político, começaram a se formar na capital. Por isso, migrar as vendas para as festas foi um passo natural. 

Hoje, Nandão e Brunão já não trabalham juntos e cada um vende o catuçaí de forma independente, com marcas próprias. A bebida é tão querida que já é até protagonista de canções apaixonadas dos blocos da capital mineira. Além da canção do Juventude Bronzeada, citada ali em cima, o Alô, Abacaxi também declara seu amor pelo drink e ganhou, em troca, uma versão exclusiva: o catucaxí, que leva abacaxi em calda e é vendida exclusivamente nos ensaios e apresentações do bloco. 

Catuçaí - Belo Horizonte

Aos poucos, outros vendedores na capital e no interior de Minas começaram a reproduzir a receita ou lançar suas próprias versões. Já teve chup chup, picolé e até gelatto sabor catuçaí, e até mesmo a Selvagem, a marca mais popular de catuaba, lançou sua versão da bebida, mas Nandão não se assusta com a concorrência: “Ideia boa sempre pode ser copiada. Imagina se tivesse só uma marca de cerveja? Mas contra o catuçaí do Nandão não tem concorrência, é uma bebida querida por todos, até pelo meu trato pessoal com o cliente. É uma bebida do amor”. 

Serviço – Os catuçaís do Nandão e do Brunão são vendidos nos blocos de carnaval e demais festas e eventos culturais de Belo Horizonte, em carrinhos ambulantes identificados com banners. Não há ponto fixo de vendas e um copo de 300 ml custa entre R$6 e R$ 8, dependendo do evento. 

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