As coisas estão esquentando em Agents of S.H.I.E.L.D.
Quanto mais quente, melhor e se por enquanto tudo ainda está um pouco morno, eu já consigo visualizar um verdadeiro fogaréu. O mais importante é lidar com ‘Love in the time of Hydra’ como uma grande preliminar. Poucas pessoas realmente valorizam uma preliminar e a grande maioria prefere logo partir para a ação. Não se enganem, é essencial saber provocar, afinal, todos nós sabemos que o fogo queima rápido, e por mais prazeroso que seja, ninguém quer ficar preso em apenas dez minutos de diversão. Não é? E é assim que MAoS vem se comportando em seus últimos episódios, especialmente depois do hiato. Provocando, construindo momentos e nos levando lentamente para o caminho final.
E eu fico extremamente feliz quando a série mostra que é capaz de trazer assuntos e amarrar pontas soltas. Do retorno do psicoWard com a agente 33, a possível conclusão de Bakshi e a volta de Talbot, tudo foi uma maneira válida e bem executada para utilizar personagens um pouco “desprezados”, não deixando-os cair no abismo do esquecimento e trazendo um pouco das verdadeiras cenas de espionagem de volta para a série. E complementando tudo com um relacionamento bem bizarro entre um Ward mais calmo e uma 33 mais confusa.
Gosto da forma com que os redatores de MAoS pensam. Estamos falando de uma agência de espionagem, mas tirando Bobbi e Mack, ninguém realmente age como tal. Ward e 33 invadido o “castelo” do Talbot, o fazendo passar por bobo e conseguindo o que queriam foi uma agradável maneira de não nos deixar esquecer a verdadeira natureza da série. E para quem achou Talbot um pouco excessivo, saibam que ele é exatamente dessa forma nos quadrinhos, um homem completamente absorto em si mesmo e com pouco, ou nenhum senso do ridículo.
A trama ao redor da busca da agente 33 foi um pouco flácida, confesso. Eu sei que reinserir na série os elementos essenciais a mitologia inicial é necessário, mas as passagens com a ex fake May, por fake Skye e para depois, com muito custo, ter a verdadeira face da 33 foi meio nonsense. Vou confessar que me estressei um pouco com a possibilidade da vilã usando o rosto das personagens já existentes e que ter uma May, mesmo que falsa, agindo como uma boba apaixonada não me deixou nem um pouco animado. Ao contrário, me fez desejar pelo sucesso da missão dos dois, por mais chatinha que ela tenha sido. Talvez tenha sido essa a busca dos redatores, dar a conclusão dos personagens, trazer alguns de volta e fechar arcos, dando respostas. Se tiver sido, parabéns, foi bem sucedido o intento. E que não se repita mais, ter a Chloe Bennet com aquele cabelo chapado e a voz da May é mais do que meu coração está preparado para ver, de novo.
Vamos falar um pouco da nova S.H.I.E.L.D., a agência que já chegou ostentando um porta aviões, deixando a base pós segunda guerra do Coulson no chinelo. O problema é que todos na agência estão se baseando em um padrão que Coulson não tem. Bobbi e Mack já deveriam ter percebido que o cara não é, nem de longe, a bandeira de pirata que eles estão pintando. Cheio de segredos? Talvez, todo diretor da S.H.I.E.L.D. precisará manter alguns esqueletos no armário, só não consigo compreender como o pensamento utópico de um bando de adultos ressentidos poderá se provar melhor do que tudo já feito. Pelo menos ficamos sabendo que eles não têm ideia (ou será que tem?) do paradeiro do Fury. Enquanto tudo for fumaça e espelhos, eu não consigo ter nenhum veredito. Porém, acredito que eles não saibam mesmo que o primeiro ainda está vivo.
Ainda estamos longe da conclusão da temporada, ainda falta um crossover com Age of Ultron, mas longe de todas as dúvidas, a única certeza que tenho neste exato momento é a respeito do desenvolvimento de Simmons. A cada novo episódio a cientista é construída para ser questionada, temo que a longo prazo, detestada. Eu já tinha falado antes sobre a possibilidade da agente acabar se bandeando para os braços da nova S.H.I.E.L.D., com seu discurso cada vez mais sendo transportado para a contenção, cura e controle de pessoas com poderes. Eu acabo vendo uma identificação maior com a premissa da nova agência de espionagem. Somando ao fato de que desde ‘A Hen in the Wolf House’, onde Bobbi resgata Simmons e inicia o crescimento de uma amizade e veneração, as motivações para que Jemma pule para o outro lado só cresceram. Em termos de narrativa e construção de história, seria a melhor alternativa. Pensando na traição e na eventual raiva que sentirei de uma personagem que gosto, nem tanto. E se a possibilidade de ser abandonado por Mack já abalaria Fitz, imagina Simmons (de novo)? E sem Skye? O que será do nosso nerd tech hacker que quer um macaco?
Sempre fui um fã gigantesco da relação de pai e filha que Coulson e Skye mantém. É exatamente o que prova o contrário quando pensamos no discurso da nova S.H.I.E.L.D., acusando o diretor de estar colecionando poderes para si, mantendo segredos e repetindo o comportamento de Fury. É completamente o oposto. Como foi agradável ver os dois comendo um alcaçuz, falando sobre o passado do Coulson e dando a relação dos dois uma iluminada. É palpável na interpretação do Clark Gregg todo o sofrimento e dúvidas que seu personagem está sentindo no momento. Mas estamos falando de um grande ator, não é mesmo? E até Chloe Bennet está mais confortável no papel de Skye. Não sei se isso se deu graças a onda de descoberta da personagem, que finalmente está se encontrando e se permitindo maior abertura, ou se o tempo fez bem para a atriz, que finalmente já consegue se identificar como Daisy. O que ninguém poderá negar jamais é a química que ambos têm. E o melhor, não é romance, é amor de pai e filha. Só existe espaço para comemorar.
Love in the time of Hydra é um episódio de preparação. Ele age como uma espécie de batedor, que vai na frente para preparar os que ficaram para trás a respeito dos perigos. É o episódio que leva o primeiro tiro e mostra para todos as armadilhas que existem nos próximos passos. Estou completamente satisfeito com a série, que mesmo em seus episódios mais calmos consegue transparecer seus objetivos e criar tensão. Como eu disse lá em cima, MAoS se especializou na arte da preliminar, em criar o momento perfeito para que o êxtase da ação seja aproveitado da melhor forma possível.
Easter eggs e outras informações
- Falando sobre o macaco, nas histórias em quadrinhos dos Agentes da S.H.I.E.L.D. a mascote da equipe é um macaquinho muito simpático. No terceiro episódio da série Fitz mencionou o desejo de ter um amigo símio. Joe Quesada, editor chefe da Marvel chegou a desenhar uma história chamada Fitz and H.E.N.R.Y., um macaco ao melhor estilo Inteligência Artificial.
- Vocês repararam na sala de conferência da nova S.H.I.E.L.D. que um dos pôsteres contém um avião bem similar ao X-Jet, o Blackbird dos X-Men?
- Dr. Selwyn é o inventor da máscara nano.
- Apesar de se assemelhar muito ao Camaleão, vilão do Homem-Aranha, eu sempre tive minhas suspeitas de que a agente 33 poderia se tornar a Madame Máscara. Sem máscara fica meio complicado, mas não impossível. Vamos aguardar.
- Nos quadrinhos a agente 33 era uma especialista em história e mitologia grega.
- Entre os acessos do Coulson na caixa do Nick Fury, consegui ver alguns nomes. Red Door e Thunderclap, ambos nomes de bases seguras (o cara está se preparando para a traição de Bobbi e Mack). Outro arquivo acessado foi Homestead Weapons and Armaments, mais uma vez, uma tomada de precauções para uma traição iminente.
- Hunter pergunta se ele estava sendo levado para ver ‘O Mago/The Wizard’, bom, a ideia é uma menção ao Mágico de Oz, ou Harry Potter, já que em momentos depois ele solta um Lufa-Lufa. O interessante mesmo seria uma conexão com o vilão chamado Wizard, alguém tão inteligente quanto Reed Richards (Senhor Fantástico) e com uma certa loucura que só papai Skye possui. Infelizmente os direitos do personagem devem pertencer a FOX.
- Para quem não se lembra, a agente Weaver já fez uma pontinha na série, lá no começo, quando Fitz e Simmons retornam para a escola high tech da S.H.I.E.L.D., no episódio Bad Seeds e futuramente na retomada da Hydra, através de um holograma, no episódio Turn, Turn, Turn.
- Embate entre Bobbi e May, o forninho não vai cair, ele vai explodir.
- Parabéns Nova S.H.I.E.L.D., se preocupando com os mocinhos enquanto ainda existem agentes da Hydra espalhados pelo mundo, com objetos roubados da ‘Geladeira’. Cês tão certinhos, tá?
- Existem fãs de Pulp Ficton em Agents of S.H.I.E.L.D., e a cena inicial é a maior prova.
- A conversa entre a Simmons e o Fitz sobre a situação da Skye e sua função nos Vingadores é o tipo de interação que eu mais gosto. E vocês, acham que Skye é o equivalente a qual Vingador? Eu estou com a Simmons e voto no Hulk.
- O pôster do próximo episódio é focado na Bobbi/ Mockingbird. E está simplesmente incrível.
Por: Série Maníacos
0 comentários:
Postar um comentário