Hood tem seis milhões de motivos.
Devido a atmosfera do episódio passado, ficou bastante claro que o futuro de Job seria complicado. Sua morte seria uma grande perda para a série, mas um sequestro seguido por sumiço coloca a incerteza em seu futuro, aliada a um falso senso de segurança direcionado ao espectador, dizendo que Hood é Hood, e mesmo que o protagonista fale que não existem recursos a serem aplicados nesse caso, é meio óbvio que ele dará um jeito de encontrar o amigo. Job provavelmente será obrigado a trabalhar para o governo, como em um arco existente em House of Cards.
Um season finale precisa deixar algo em aberto para criar expectativa para a próxima temporada. Além de Job, o arco de Kurt bunker é mais um exemplo. Ao reencontrar seu irmão, as coisas não se saíram da maneira ideal para o personagem. Mas para o espectador, de maneira desejável. Bunker é um personagem que expressa grande conflito interno. Seus demônios claramente lhe assombram constantemente. Aliado a isso, a pressão externa, exercida pela sociedade, faz com que medos e projeções se intensifiquem. O fato de Banshee ter coragem de (provavelmente) iniciar um arco de redenção para um personagem de passado tão tenebroso só mostra mais uma vez que sua ousadia é de extrema importância para a narrativa. O arco dos nazistas provavelmente será de importância razoável na próxima temporada, se analisarmos essa notícia.
Em Proctor, vê-se uma organização propensa a dar a volta por cima. Conflitos internos tendem a enfraquecer a relação entre “chefe” e “empregados” e o fato de Proctor não “castigar” Rebecca mostra seu pensamento estratégico direcionado aos negócios (ou vai ver sua libido falou mais forte). Proctor também é inteligente o suficiente para saber escolher o lado mais interessante para se aliar, que nesse caso, é o louco da espada e não o velhinho frágil e cego. Proctor, além de um criminoso cruel, é a representação ideal de um grande “homem de negócios”.
Ao encarar o grande conflito da metade final da temporada, Banshee abre espaço para uma nova configuração de dinâmicas. O final fatídico de Stowe era óbvio, mas as consequências do grande ataque à base militar é que são de interesse para a série. Aparentemente, tudo deu (quase) certo. Ao mesmo tempo, tudo deu (quase) errado, personagens foram salvos, Gordon morreu (aleluia!), e o dano psicológico foi grande em todos. Hood é o caso perfeito de “personagem-furacão”: destrói tudo e todos por onde passa. Consciente disso, a renuncia ao cargo de xerife é uma consequência natural, e só renova essa intensão da série de renovar suas dinâmicas. Hood e Proctor sempre viveram como protagonista e antagonista, respectivamente, e em apenas alguns episódios (lá pela primeira temporada) “lutaram” pelo mesmo propósito. Logo na última sequência do season finale, uma proposta fica solta no ar. E Hood, de espírito partido por toda a dor que causou durante a temporada, tem muitas chances de aceitar se for pressionado, assim como nos flashbacks que permearam o episódio.
Hood e Proctor unidos pode ser um tiro certeiro. Causaria estranhamento, mas inverteria dinâmicas e relações já consagradas pela série. Brock e Bunker têm força suficiente como personagens para bater de frente com os dois maiores “nomes” da série? Provavelmente não. Como ficam Rebecca, Sugar, e Carrie (que deixa a entender que está indo embora da cidade)? Existe ainda o elemento da investigação do tiroteio por parte do “Comando de Investigação Criminal”, do exército americano. A questão é que independente dos rumos dados e alianças feitas para a próxima temporada, Banshee seguirá sendo o inferno na terra. E o principal demônio está a solta e ferido. Ele atende pelo nome de Lucas Hood.
Por: Série Maníacos
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