O nascimento da Cavalaria.
Melinda May sempre foi uma das personagens mais interessantes de Agents of S.H.I.E.L.D. Com seu jeito caladão, boas habilidades em luta e seus vários segredos, tudo o que eu sempre esperei foi por um episódio totalmente dedicado a May. Felizmente ele veio na estável e bem trabalhada segunda temporada, o que nos garantiu uma boa visão a respeito da transformação de uma personagem que nos conquistou exatamente por não esboçar muitos sentimentos. E para quem acompanhou Agent Carter e estava com saudades de um episódio totalmente focado no lado feminino do MCU, podem festejar com tranquilidade, Melinda foi um verdadeiro show.
Todo o episódio foi centralizado no lado materno das mulheres presentes em MAoS. Mesmo com Bobbi, Jemma e Raina agindo de uma forma paralela, o destaque ficou com May, Skye e sua mãe. Gostei bastante da forma com que a série trabalhou o lado mãe das personagens. Da figura que Melinda sonhou se tornar, ao passado trágico de Skye se desenvolvendo diante de nossos olhos, o episódio alternou entre o devastador e o suave com uma facilidade gigantesca. Com mais um roteiro que soube dosar momentos, o flashback serviu exatamente para termos uma ideia de quem May já foi e o real motivo que a levou para aquele escritório pequeno e escuro, que vocês se lembram do episódio piloto de MAoS. E parece uma vida de distância, não é?
O que eu mais precisava era entender os motivos que sempre deixaram May com uma desconfiança grande para com pessoas com poderes e também o que a fez não desistir de Skye quando ela se transformou. Skye é de certa forma a filha que Melinda nunca teve, mas sempre sonhou. Imaginem como ela não deve ter se sentido quando sua protegida se transformou naquilo que ela mais temia, uma “criança” sem controle e com grandes chances de acabar machucando todos aqueles que se encontram a sua volta. O medo é um combustível que queima com muita força e que permanece quente mesmo depois das chamas terem desaparecido. E imaginem o trauma de May, que após ter matado uma criança, teve que voltar para casa, um lar em que tudo o que Andrew queria era começar uma família. Ver May sangrando, machucada e totalmente chocada com o que fez, me fez compreender toda a repulsa que ela sente quando ouve o nome Cavalaria, que é fruto de um dos atos mais cruéis da agente.
E finalmente eu consegui entender exatamente o motivo pelo qual todos da nova S.H.I.E.L.D. viam Coulson como uma ameaça e de certa forma, um novo Nick Fury. Ele está sim trilhando o mesmo caminho que Fury, criando protocolos por debaixo dos panos, guardando segredos. Mas como a própria May disse, para ser diretor da agência de espionagem é necessário ter alguns segredos dentro da gaveta. O que chocou um pouco foi ver o quão avançado o filho de Coul está, utilizando o índex como um guia para recrutamento, gastando dinheiro com instalações e utilizando o ex-marido da May como consultor. Sabem o que é melhor de tudo isso? Imaginar as possibilidades para o spin-off da série e saber que talvez, o ex-marido da May acabe trabalhando na outra série, o que nos garantiria algumas interações entre a Cavalaria ela e a nova equipe da Marvel na TV.
Outro ponto que precisamos considerar é a maneira com que os Inumanos trabalham suas regras e leis. Apesar de Jiaying ser reverenciada como líder por Lincoln, é necessário entender que existem outros anciãos dentro da política inumana que podem de uma maneira ou de outra, abalar o mundo de Skye e seus amigos. Também é válido pontuar que existe uma separação bem grande entre aqueles que passaram pela névoa e mantiveram aparência humana, e os outros que acabaram modificados, como Gordon e Raina. E por falar na Raina, aos poucos a história dela vai ganhando uma dimensão maior, só espero que não se esqueçam que a personagem precisará de um pouco mais, se quiserem vender toda a importância que ela andou sonhando desde sua primeira aparição, na época em a moça atendia pelo nome de ‘garota do vestido florido’.
E preciso comentar sobre meu amor por Cal? Eu sempre gostei da forma tresloucada que Kyle Maclachlan interpretava o instável Calvin Zabo, mas nunca pensei que também gostaria de vê-lo de uma maneira mais serena e feliz. A cena com o jantar foi um momento agradabilíssimo, que movimentou o lado sentimental do episódio de uma maneira menos agravante, como foi com May. Infelizmente, ou felizmente (depende do ponto de vista) nós sabemos que quanto mais contentes encontram-se os personagens, com mais força eles caem. É um padrão da série e eu não imagino um final feliz para Daisy e sua família. E eu quero muito um pouco de felicidade para a Skye, especialmente depois de ouvir tudo o que ela passou quando esteve no orfanato.
Nos parágrafos abaixo eu vou discorrer um pouco sobre algumas teorias a respeito das atitudes furtivas do Coulson, então, se não querem algum possível spoiler, passem para o último parágrafo antes dos easter eggs.
Teorias sobre o projeto Theta
Sobre o ‘Projeto Theta’ eu tenho algumas teorias. As três principais dizem respeito a organizações, ou equipes criadas para lidar com ameaças ao planeta terra. Secret Warriors (sim, de novo), Young Avengers e Avengers Academy. Faltam apenas cinco episódios para a conclusão da segunda temporada de Agents of S.H.I.E.L.D., com a promessa de um spin-off, em algum momento precisaremos ter a mínima noção a respeito da série derivada.
Vou começar então com Secret Warriors, que vocês já devem estar cansados de ler nas minhas reviews. Nos quadrinhos os ‘Guerreiros Secretos’ são um time de “heróis” montado por Nick Fury em um momento de grande desespero, durante a invasão dos alienígenas da raça Skrull, que substituíram vários heróis do planeta. Tiveram maior destaque quando Norman Osborn (Duende Verde) passou a controlar a S.H.I.E.L.D. e a receber apoio governamental. O mais interessante quanto a possibilidade de Secret Warriors é que eles foram liderados por Skye por um tempo, a Quake. Outro ponto que conecta bem com essa sequencia é que durante o arco Fury descobre que a S.H.I.E.L.D. havia sido infiltrada pela Hydra, como aconteceu em Capitão América: Soldado Invernal e respingou na série.
Passando para a segunda opção, Young Avengers. Bom, durante muito tempo surgiram teorias dizendo que Coulson havia sido substituído por um androide, após sua morte em Vingadores. As comunidades nerd fizeram o possível para tentar vender a ideia de que ele se tornaria o Visão, mas não foi exatamente o que aconteceu. Nas HQs o Visão cria um protocolo chamado Iniciativa Jovens Vingadores, um programa que buscava no mundo adolescentes que tinham o potencial de se tornarem Vingadores. A Marvel gosta de subverter alguns detalhes dos quadrinhos, como por exemplo, a criação do Ultron ser responsabilidade do Tony Stark e não do Homem-Formiga. Não custaria nada que ela decidisse colocar Coulson como o formador de uma equipe de jovens heróis. Vale dizer que, quando diretor o Nick Fury montou a equipe de heróis mais poderosos da terra e como todo mundo quer chamar Coulson de “filho do Fury”, nada mais justo que ele desenvolver outro time, em menor escala.
Por ultimo, fica a chance de termos a Avengers Academy. O que mais me chamou a atenção foi a necessidade de vários beliches, como se Coulson estivesse montando uma escola para pessoas com poderes especiais. E isso é bem Academia de Vingadores, de verdade. Nos quadrinhos os alunos eram instruídos pelos próprios grandes heróis da terra, já que existia um medo muito grande de que eles viessem a se tornar vilões, caso não recebessem a devida instrução. Depois de Melinda, fica bem fácil compreender o porque do Coulson estar tão interessado em “conter” a ameaça através da instrução.
~ Fim da teoria ~
Em resumo, Melinda foi um episódio com um tom mais agressivo e poderoso, que embebeu as personagens femininas com um poder e controle muito grandes. Conhecer mais do passado da May era tudo o que eu queria, logo, o resultado me deixou extremamente feliz. E não apenas isso, mas o encontro de Skye com a mãe, finalmente revelada como tal e a lenta transformação dos personagens demonstram tudo o que eu sempre quis de MAoS. Fora a chance de ter Coulson migrando de uma agência para a outra, coordenando as duas equipes, mas com um “superior” que poderia muito bem ser Mockingbird, ou até mesmo Skye se formos seguir por um lado mais ousado e dotado de superpoderes. E tudo indica que estamos caminhando para uma temporada perfeita.
Easter eggs e outras informações
- Skye relembrou novamente de seus anos no orfanato St. Agnes. E olha que divertido, para quem está acompanhando Demolidor, ficamos sabendo que Matt Murdock também ficou no mesmo orfanato que a nossa Inumana favorita. E eu fiquei esperando ela mencionar algum amiguinho cego, mas tudo bem. Não se pode ter tudo, né?
- A identidade da Raina permanece um mistério, apesar de imaginar sua conexão com a Inumana Naja, que apareceu recentemente na nova linha de Inumanos, eu acredito que a nossa espinhosa não seja uma reimaginação da personagem. Entre os personagens com habilidades precognitivas e com aparência fora dos padrões, temos Desidera, uma inumana com poderes de premonição, mas que difere muito (esteticamente) da Raina.
- Rolou um susto quando Skye/Daisy disse ter 26 anos de idade. Não sei se Cal e Jiaying se assustaram com todo o tempo decorrido desde o nascimento da filha, ou se tem algo mais dentro da história. Por enquanto eu vou ver apenas como um susto, mas sem desistir da possibilidade de ter algo a mais dentro dessa história.
- Skye é uma inumana com poderes que podem partir do belo para o destrutivo em poucos segundos, sendo suas emoções seu maior aliado, ou inimigo. Típica canceriana.
- No flashback do episódio encontramos Coulson antes de suas aventuras contatando os poderosos com potencial para se tornarem heróis.
- Para comemorar, MAoS marcou 1.6 na demo, marcando sua melhor audiência no ano de 2015.
- Pôster do próximo episódio mostra uma dinâmica bem interessante. Coulson, Hunter e Fitz representados pela cor azul, com Agente 33, Ward e Bakshi (?) em vermelho. Todos nos braços do Deathlok. Será que vai ser bom?
Por: Série Maníacos
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