Em uma cidade como Gotham City, histórias não faltam.
Quando se chega cada vez mais perto do objetivo as coisas tendem a ficar um pouco mais difíceis, isso serviu em todas as storylines do episódio. Bruce e Selina continuam sua dupla dinâmica – sorry Robin – enquanto tentam superar de maneiras diferentes a morte de Reggie Payne, Gordon procura pelo Ogre e Oswald trabalha em seu plano. Todavia o episódio foi do homem dos enigmas, eis que Eddie Nygma começa sua ascenção ao mundo do crime.
You wanted to do it, too. You just didn’t have the guts”
- Selina
Com o Ogre a solta e seus métodos “forenses” contra investigações policiais, Leslie ficou margem ao perigo. No entanto o caminho óbvio seria Jason ir atrás de Barbara para que a tensão da caçada de Jim versus o ogro fosse bem menos evitável, Leslie foi a única pessoa em que Gordon pensou inicialmente e se o ogro fosse atrás dela o desfecho seria mais rápido. O comportamento autodestrutivo da Barbara faz dela uma presa bem mais fácil para um serial killer, a vulnerabilidade e o dark place que ela se encontra era tudo o que ele precisava pra seduzi-la como uma de suas vítimas.
A perseguição do Jason foi um dos erros mais idiotas para um serial killer experiente, foi incoerente. Gordon e sua determinação chegaram a cegá-lo sobre o perigo que outras pessoas corriam, mas ao todo ele se saiu bem na investigação e Harvey deu o apoio necessário – e sem reclamação, raras as vezes que isso não acontece – para mais um passo em direção à captura do maior temor dos policiais. O medo do GCPD não é algo novo em Gotham, porém fica cansativo com o passar do tempo e forçado por Gordon ser o único que se arrisca em transformar o precinto no esquadrão protetor dos que precisam.
A conexão do Jason à clínica de cirurgia plástica ficou muito melhor após a descoberta de seu procedimento, deu um sentido maior a sua alcunha e aprofundou mais o personagem que parece apenas mais um serial killer regular; depois desse histórico sobre Jason ficou mais fácil imaginá-lo como um vilão insano que ainda pode evoluir (para pior, obviamente) do que um criminoso qualquer. A psicologia do Jason também encaixou bem no personagem, seus problemas familiares e complexo materno conseguiram formar o Ogre de modo realista e sóbrio, mas sem deixar de incluir uma possibilidade a mais.
O cerco está próximo de ser fechado por Bruce Wayne, a corrupção na WE vem se desenrolando e o progresso agora é muito real. Provavelmente o maior erro dos executivos shady da Wayne Enterprises foi subestimar o adversário, o movimento feito por Bunderslaw ao invés de benéfico chamou muito mais a atenção de Bruce no que ele procurava. Um dos plots que mais gostei desde o começo da série foi esse mistério em torna da WE, ao mesmo tempo que conecta o nome Wayne ao crime de Gotham, fazem as vezes de introdução do jovem Wayne ao apegar-se nos sentimentos de justiça é verdade.
A morte de Payne deixa turbulenta a parceria recente de Kyle e Wayne, porém ainda assim ela foi sua maior e melhor aliada até o momento; o contraste de caráter entre os dois é fascinante, e exatamente o que comentei no episódio passado foi falado pela Selina na gala da empresa. A mistura do “romance” juvenil e os negócios pertinentes ao futuro Batman e a Cat foram como um deja vu nesses últimos episódio, mas o interessante mesmo foi que em nenhum instante fizeram algo forçado entre os dois.
No clube do Mr. Penguin as coisas pareciam pender para ele, mas em Gotham City ninguém se dá por vencido. A manipulação do Oswald é fantástica, até agora nenhum outro vilão conseguiu superar suas estratégias de persuasão para almejar o que quer, ele é um exímio estrategista. Só que Sal Maroni não chegou a ser o crime boss rival de Falcone por nada, chegar até Gertrude foi inteligente e intimidador para um “peixe” pequeno como Oswald. A intriga que Sal tentou plantar entre o Penguin e sua mãe foi um tanto boba, mas funcionou muito bem, tão bem que Oswald poderá se precipitar. Com o contrato do Penguin e o assassino de aluguel do Falcone a bordo, o plano de Oswald aproxima-se do sucesso, mas não parece-me que Maroni vai deixar a trama logo.
Além de Oswald, Nygma também teve um destaque considerável aqui. Apesar de não ser o melhor uso do personagem, sua trama foi bem apurada e o final foi uma perfeita introdução à loucura do vilão. A opressão do oficial e sua afronta por Nygma querer defender a mulher que ama certamente o deixou titubeando, ficar à espreita da Ms. Kringle pareceu uma evolução natural da obsessão dele por ela, mas o motivo certo para a tocaia foi muito melhor.
O primeiro assassinato de Ed Nygma foi bastante significativo e perturbador, inclusive para ele mesmo. O acesso de histeria após o ato foi bem colocado e a atuação foi convincente. O próximo passo do Nygma é o que mais me intriga, será em breve o despertar do Charada? Ou só o começo? Foi, de longe, a melhor parte do episódio para o arco que mais parece promissor. De um homem estranhamente irritante a um vilão insano e enigmático, Nygma tem muito a percorrer, mas a insanidade é um potencializador poderoso pra transformar uma pessoa.
There’s a line, Selina. And you can say I don’t have guts, but the fact is I will never cross it”
- Bruce
As inúmeras tramas no mesmo episódio o deixaram insatisfatório. Não foi confuso, mas muito aleatório e faltou uma linha de pensamento clara. Se os roteiros fizessem um pouco mais de esforço a série seria muito melhor, promissora ela já é por se tratar do preludio de Bruce Wayne e os vilões de Gotham, mas é óbvio que falta algo e é esse exato motivo pelo qual a série vem perdendo telespectadores. Ainda é possível planejar uma leve mudança em alguns aspectos que já melhoraria muito a qualidade dos enredos, mas isso provavelmente ficará para a próxima temporada. Enquanto isso, mais dois episódio para a conclusão do ano 1 do jovem Gordon.
Heads or Tails 1: a autopiedade da Barbara já cansou.
Heads or Tails 2: prolongar a trama do Ogre foi desnecessário.
Heads or Tails 3: a popularidade do Penguin parece estar esvaindo, nunca foi meu favorito, então aposto no Nygma para começar a surpreender na criminalidade.
Por: Série Maníacos
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