Novidades:
Pesquisando...

O mistério do ouro na China pode ser solucionado em breve

(SÃO PAULO) – A pressão da China sobre o domínio dos EUA no mercado de comércio e finanças pode envolver ouro – muito ouro.

O metal não é mais usado como apoio ao dinheiro em papel, mas permanece uma grande fatia das reservas de bancos centrais nos EUA e na Europa. A China tornou-se a segunda maior economia do mundo em 2010 e aumentou esforços para fazer do iuane um competidor viável conta o dólar; Isso levou a especulações de que o governo estocou ouro como parte do plano para diversificar US$3,7 trilhões em reservas em moeda estrangeira.

O Banco da China pode ter triplicado suas reservas do metal precioso desde a última atualização em abril de 2009, para 3.510 toneladas métricas, de acordo com a Bloomberg Intelligence, com base em dados de comércio, saída doméstica e números da China Gols Association. Uma reserva dessa magnitude seria menor apenas que a de 8.133,5 toneladas dos EUA.

“Se você quer se posicionar como uma moeda reserva, você pode querer possuir ativos em seu balanço ao invés de outras moedas”, disse Bart Melek, diretor de estratégia de coammodities na TD Securities. O ouro é “certamente visto como um estoque viável de valor para uma potência global em ascensão”, segundo ele.

A China pode estar se preparando para atualizar sua divulgação de bens, porque políticos estão pressionando para adicionar o iuane à cesta de moedas do FMI, conhecida como Direito de Saque Especial, que inclui dólar, euro, iene e libra esterlina. O registro pode ocorrer antes das reuniões do FMI no mês que vem ou em outubro, disse a Nomura Holdings em relatório do dia 8 de abril.

Função monetária

O ouro ocupava um papel central no sistema monetário internacional até o colapso do âmbito de taxas de câmbio Bretton Woods em 1973, de acordo com o FMI. O papel do metal precioso diminuiu desde então, mas o fundo ainda possui 2.814 toneladas e a maioria dos bancos centrais possui alguma reserva em seus balanços. A Rússia mais que triplicou suas reservas desde 2005.

A China é a maior produtora de ouro e ficou atrás apenas da Índia entre os maiores consumidores no ano passado, mas a quantidade do metal que seu bancoa central reportou em 2009 é apenas 1% das reservas em moeda estrangeira, que cresceu mais de cinco vezes em uma década e é a maior do mundo. A maior parte dessa reserva está em dólares.

O FMI estima que o dólar corresponda a 63% dos acúmulos de bancos centrais, sendo que o segundo colocado, o euro, contabiliza apenas 22%. Dados da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais mostram que a moeda norte-americana era usada para 43% dos pagamentos ao redor do mundo em fevereiro.

Programas aprovados

A China está promovendo o iuane internacionalmente, mas dados mostram que a moeda foi usada em apenas 1,8% dos pagamentos internacionais em fevereiro. Investidores privados – chineses ou não – podem fazer transações para dentro e fora do país apenas através de programas aprovados e em quantias limitadas, e mudanças no valor da moeda são permitidas apenas limitadamente.

A adição de ouro e outros ativos diminuiria a dependência chinesa no dólar, disse Nathan Chow, economista no DBS Group Holdings.

Isso poderia alimentar a visão de que a China possui “uma moeda que é bem apoiada por uma gama de ativos diferentes”, disse Steven Dooley, estrategista de câmbio na Western Union. “As moedas com mais liquidez tendem a possuie mais reservas em moeda estrangeira”.

Mistério de mercado

Com a China divulgando tão pouco sobre seus acúmulos, descobrir quanto o banco central possui em seus cofres é de grande interesse para negociadores. Uma confirmação de mais reservas sinalizaria a importância do metal como reserva e impulsionaria esse sentimento do mercado, disse Melek. Em um momento em que os preços estão caindo, a compra poderia fornecer apoio, disse Suki Cooper, diretor de commodities no Barclays Plc em NY.

Em um raro comentário sobre ouro, Yi Gang, vice governador do banco central disse em março de 2013 que o país poderia investir apenas até 2% de seus ativos em moeda estrangeira em ouro, porque o mercado era pequeno demais.

Mais escopo

“Eu não esperaria um grande salto em ativos de ouro”, disse Andy Ji, estrategista de câmbio no Commonwealth Bank of Australia em Singapura.

Anish Bhatia, gerente de relações governamentais do Conselho Mundial de Ouro, disse que há muito espaço para a China expandir. É ideal para bancos centrais possuir de 4 a 10% de seus ativos em ouro, ele disse. O PBOC pode já deter ao menos 3.000 toneladas, disse Warren Hogan, economista chefe no Australia & New Zwaland Banking Group em Sidney.

“Durante a história chinesa, o ouro sempre foi uma forma de demonstrar poder”, disse Kenneth Hoffman, analista de metais e mineração da Bloomberg Intelligence no dia 9 de abril. “Eles estão pensando sobre como fazer com que sua moeda seja mais internacional, então essa é uma possível razão pela qual estariam comprando tanto ouro”.


Por: InfoMoney : Bloomberg

0 comentários:

Postar um comentário