Com Snow e Charming não existem bons planos, existem péssimas execuções e muita lição de moral.
Eu acho incrível ver até onde os redatores de Once Upon a Time estão dispostos à ir para dar sentido as suas histórias. As respostas nunca são simples, ou com uma justificativa mais coerente. Sempre o que é apresentado deixa a impressão de uma situação forçada, carregada de cenas desnecessárias e uma perigosa desconstrução de personagens, que passam a agir de uma maneira totalmente oposta a tudo o que esses mesmos redatores desenvolveram no passado. É triste e um pouco desencorajante, especialmente quando o padrão se repete em um episódio bom, carregado de atitudes imbecis. Todos nós sabíamos que o momento chegaria, que uma hora ou outra o casal perfeição precisaria receber o tão temido flashback, centralizado na perda da filha de Malévola, e o que realmente aconteceu. E apesar de ter sido repleto de momentos sem sentido, até que o episódio consegui se segurar, já que tivemos momentos piores para os encantados.
Desde Neverland que Snow e Charming não recebem uma história empolgante e a cada episódio fica mais claro que, as mentes por trás da série não têm a mínima noção do que fazer com os dois. É praticamente impossível entender onde realmente se encaixa a história dos ladrões de berço da floresta encantada. Pelo menos se recordaram do plot do coração manchado da Snow e fizeram menção ao fato de que ela já devia possuir tais pontos sombrios, desde seu primeiro crime cometido. Tudo por medo de que sua filha pudesse se tornar uma má pessoa. Educação? Carinho e amor? Não, troca de energias negativas com um ovo de dragão. Pais exemplo, né? E o pior é que não combina nem um pouco com ambos, nem de longe.
Onde estava toda a moral, bons costumes e pieguice do casal mais correto do mundo das séries? Onde foram parar os discursos de verdade, doa a quem doer? Discursos de confiança e do poder do amor? Frases de que quem acredita, tem fé e esperança, consegue vencer todas as barreiras impostas e qualquer adversidade? Eu simplesmente fico de queixo caído quando me deparo com um episódio como ‘Best Laid Plans’, que nos exibe atitudes nem um pouco comuns aos personagens. Culpa do Charming? Cupla da Snow? Culpa de quem escreve um episódio como esse e decide tachar ambos os protagonistas da série de vilões, AGAIN!
Se a procura pelo autor é para retirar o final feliz dos mocinhos, já deveriam incluir os unCharmings no time dos corações gelados. Assim como Zelena e Tia Sorveteira, Malévola tem meu total apoio para qualquer vingança que ela decida impor sobre os moradores de Storybrooke. E aí decidem me convencer que os verdadeiros vilões, aqueles que são capazes de qualquer coisa em prol da própria felicidade e satisfação, são os que estão atualmente tentando conquistar um novo destino? Totalmente não, mas eles têm muito mais em comum com os heróis do que imaginam. A justiça nunca é fácil, assim como a visão de quem a busca.
Agora vamos sentar juntos, dar as mãos e tentar processar tudo o que aprendemos sobre o misterioso, e alcoólatra autor. Aparentemente no mundo de OUAT não existe livre arbítrio, tipo, nenhum mesmo. Você pode ser controlado por magia, ou um escritor pode simplesmente decidir te entregar o destino que ele achar melhor. Eu não consigo digerir esse fato muito bem, especialmente porque não existem espaços para que essa versão seja contestada. O aprendiz, o mago e toda a turma de criaturas místicas que controlam as vidas de Storybrooke tem nas mãos e na caneta, o poder de alterar a própria razão e futuro de todo um reino.
É um poder excessivo e que vai do ato de registrar, ao controle total sobre a vida. O preço da magia? Qual é? Ser preso em um livro não é consequência magica, não é um balanço natural das coisas, é mais uma atitude humana, de outro mago. Se a série vai prezar tanto pela frase, que ela comece a fazer uso e nos apresentar de verdade o que a magia impõe como moeda de barganha para nossos personagens. Enquanto isso, eu vou tentando aceitar tudo o que descobri sobre o autor, que naquele mundo é praticamente um deus, o da manipulação.
Se eu soubesse que estaria tão frio, eu teria matado mais dois filhotes e feito luvas”
Obrigado Cruella, por garantir o tipo de vilania clássica e clichê que eu estava esperando nesta segunda metade da temporada. Com Malévola recebendo seu lado materno em destaque e Ursula sendo tão inútil quanto cabelo em peixe, o fardo de servir como alívio cômico ficou para Cruella. Tudo bem, ela merecia um pouco mais, mas já era esperado. Desde sua primeira aparição, ao jeito de se vestir e a sobrancelha, já estava claro, ela não está lá para ser levada a sério. E quem realmente se importa? Se já é difícil para os redatores criar um arco com uma história por temporada, imaginem três diferentes? Logo, ter Cruella desferindo seus comentários ácidos é uma boa adição, afinal, antes esse posto era unicamente de Regina, tanto no passado quanto no presente e já atingimos o ponto da exaustão com esse vai e vem da personagem.
Porém, já estou me cansando um pouco do Rumpels. Eu sei que abrir mão do Robert Carlyle é um pecado, mas sejamos honestos, existem outras histórias para o vilão? Talvez com uma possível renovação de plots e o autor garantindo um final feliz para os bandidos, ele ganhe um papel mais diversificado na trama. Entretanto, como todos nós bem sabemos, tudo é passageiro. Apesar de sentir uma grande dor, preciso confessar, Rumpels já está no limite. As histórias, as motivações, pouco a pouco elas foram encontrando conclusões e para que a repetição não estrague um bom personagem, o melhor seria riscá-lo da equação. Se não de uma vez, pelo menos aos poucos. Pensem comigo, nós temos mais a ganhar com um Rumpels isolado, servindo para um eventual series finale, do que acompanhando o cara por mais duas, ou três temporadas e sem novidades.
Não sei bem o que esperar, mas a possibilidade de um final feliz para os bad guys me assusta bastante. Imaginem só como essas pessoas não irão se comportar depois de terem seus finais felizes, conquistados a força, roubados? É um grande perigo para a série, perigo esse que precisará ser evitado com um texto bem coeso e uma conclusão acertada, coisa que não é padrão. Qualquer outro espaço que fique entre as lacunas poderá levantar questões que nem mesmo Adam Horowitz conseguirá responder. O que impedirá Rumpels e cia, depois de perderem o final feliz, de continuar tentando encontrar outras formas de sucesso? Ou os próprios redatores de reciclarem a trama depois de dois anos? Já aconteceu antes, pode acontecer novamente.
E o que dizer do nome do meio do Henry, Daniel? Daniel, o mesmo amor da Regina, morto pela Cora graças a Snow fofoqueira (seu primeiro ato como destruidora de sonhos). É interessante como um nome consegue trazer de volta uma personagem que até então, só se preocupava com seu final feliz (leia, homem gostoso que atira flechas). Regina sempre foi mais do que apenas a Rainha Má e eu não me canso de ver como os redatores gostam da personagem. Filha, mãe, rainha, mulher. Regina é capaz de tudo e o texto nunca nos deixa esquecer sua função dentro da série, que eu já disse, poderia muito bem se chamar Once Upon a Time: Regina, que ninguém se importaria muito.
Apesar de ter desferido críticas pesadas para o episódio, eu ainda gostei dele. De verdade, palavra de escoteiro. Achei que algumas interações foram válidas, o ciúmes do Hook foi até engraçadinho, assim como o crescimento do Henry, que está começando a ficar mais Mills e menos Charming/Swan. Claro, alguns problemas ainda são grandes demais para desprezar, como a justificativa de Snow e Charming para cometerem seus crimes, da Emma para ficar chateada com os pais, ou até mesmo do Rumpels por ficar se explicando para uma Belle desmaiada. Porém, o tempo passou rápido. Talvez tudo tenha sido efeito do segredo do Autor, que finalmente encontrou uma conclusão parcial, mesmo que a conveniência do August em citar uma nova informação, antes do episódio acabar, tenha sido forçada e um pouco desrespeitosa para nós.
PS1. Cinderela é o tipo de pessoa que só sabe enviar um tipo de presente: Cristais. Vai nascer seu filho? Móbile de cristal. Chá de panela? Jogo de pratos e taças, de cristal. Despedida de solteira? Bom, vou deixar aberto e cada um com sua imaginação para imaginar o tipo de presente de cristal.
PS2. Por falar em despedida de solteira, será que os anões eram chamados para trabalhar de strippers? Afinal, nós sabemos que a quantidade de príncipes gostosos por metro quadrado na Floresta Encantada é bem limitada.
PS3. Ainda seguindo o assunto do primeiro tópico, vocês já imaginaram o tipo de presente que cada princesa deve enviar, para todo evento? Rapunzel – Pentes para cabelo e creme finalizador de penteado (babosa não incluída). Aurora – Uma linda cesta contendo energéticos. Mulan – Se a criança for menina, roupas para menino.
PS4. Henry se torna o personagem mais inteligente (no episódio), depois da Regina. Eu não sei o que dizer, sentir, pensar, queria estar morta é pouco para definir minha atual situação.
PS5. O nome de um dos autores – Walt, de Walt Disney. Zona de PS também é cultura, óbvia, mas é.
PS6. “Já sabe o nome dela?” – “Lilith” – “O nome dela vai ser Lily”. Epapéralá, vai ser Lilith (demônia), ou Lily (flor)? Eu não entendo é nada.
PS7. Malévola é uma bruxa que se transforma em dragão. Certo? Mas ela é humana, em sua essência. Se a Lily nasceu de um ovo, isso significa que o pai dela foi humano, ou um dragão macho? Gente. A criança não deveria nascer em forma de dragão, já que veio do ovo? Mas se a Mal é humana, ela não deveria sair do lugar de onde saem os bebês? Que biologia é essa? Quem veio primeiro, o ovo ou a filha da Malévola? Socorro, SEM OR, estou SEM AR.
PS8. Quer ganhar dinheiro fácil em Storybrooke? Abra uma clínica de terapia infantil. Dinheiro na certa.
PS9. Toda magia vem com um preço, menos para o Augusnóquio, que em um momento está em coma, no outro já está se lembrando até das vidas passadas. Estamos de olho.
PS10. Qualquer autor serve? Então não era mais fácil tentar localizar o atual? É tipo Buffy? Morre um e outro é ativado? Ai gente, que canseira. Traz uma birita com noz moscada pra mim, por favor.
PS11. Esse negócio de ficar esfregando a mão no chifre do unicórnio não caiu bem. Pensei que fosse uma série família.
Por: Série Maníacos
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