Bariloche encanta brasileiros há anos. Destino de neve em um país vizinho, porta de entrada para a Patagônia e rodeado de paisagens cinematográficas, a simpática cidade garante seu lugar na preferência nacional quando o assunto é esportes de inverno e, nos últimos tempos, também tem conquistado corações nas viagens de verão. Se você também sonha em conhecer Bariloche, se liga agora neste guia com tudo o que você precisa saber para planejar sua viagem.
Quando ir
Quem quer aproveitar a temporada de neve deve se programar para viajar no meio do ano. Em geral, a temporada de esqui começa na segunda metade de junho e pode se estender até outubro, mas isso varia a cada ano. O pico da estação é no mês de julho.
Apesar da fascinação que a neve nos causa, se você não é praticante de esportes de inverno, acredito que visitar a cidade no verão seja mais vantajoso. Com as temperaturas mais altas, é mais agradável conhecer as paisagens da região, fazer trilhas ou apenas contemplar a vista ao ar livre, sem perigo de ficar tremendo ou com as mãos congeladas sempre que for tirar uma foto.
Como chegar
A forma mais rápida e com melhor custo/benefício para chegar a Bariloche é de avião. Dá para achar passagens a partir de R$ 1500, com todas as taxas incluídas, saindo de São Paulo e sempre com escala em Buenos Aires. Se você já estiver na capital argentina, as passagens devem sair em torno de R$1200, também com taxas.
Há possibilidade de ir de ônibus desde Buenos Aires. As empresas que fazem a rota são Vía Bariloche, Crucero del Norte, El Valle, Vía Tac, todas saindo do terminal de rodiviário do Retiro. O percurso dura entre 20 e 22 horas e sai por cerca de 1500 pesos (mais ou menos R$400) cada perna.
Que moeda levar
Com o fim da restrição para a compra de dólares na Argentina e o consequente enfraquecimento do câmbio paralelo, o drama de qual moeda levar para o país ficou mais simples. Bariloche é preparada para o turismo e, em especial, para o turista brasileiro. Por isso, você não vai encontrar dificuldades para trocar seus reais por lá ou mesmo para pagar contas com nossa moeda. Se se sentir mais seguro levando dólares ou euros, leve, mas não há necessidade de trocar seu dinheiro duas vezes.
Como não há mais a desvantagem do câmbio oficial com relação ao paralelo, usar seu cartão de crédito ou mesmo sacar dinheiro em caixas eletrônicos se tornaram também opções viáveis, o que amplia o leque de pagamento. Lembrando que para essas duas formas você está sujeito às taxas do banco e deverá pagar IOF.
Quanto custa viajar a Bariloche
Inflacionado pelos dólares e euros que circulam na cidade tão frequentemente quanto o peso, Bariloche não é um destino barato, como costuma acontecer com os grandes destinos turísticos em qualquer país. Espere gastar entre $ 1000 e $ 2000 pesos por dia, contando com alimentação, hospedagem e todos os passeios. Para uma descrição detalhada dos gastos, leia esse post completo.
Como sair do aeroporto de Bariloche para o centro da cidade
A maneira mais prática – e mais cara – é pegando um táxi na saída do aeroporto. Os valores são combinados com o taxista antes da corrida e são um pouco salgados (entre 15 e 20 dólares), mas pode ser a única opção de quem chega na cidade carregado de equipamento de esqui. É possível contratar o serviço nos balcões do aeroporto ou direto com o motorista e fazer o pagamento em reais ou dólares caso você ainda não tenha pesos.
Os mais econômicos podem optar pelo ônibus que para na porta do aeroporto e deixa no terminal de ônibus de Bariloche. Mas atenção: é preciso ter moedas ou o cartão SUBE, o mesmo usado no transporte público de Buenos Aires.
Onde ficar em Bariloche
Bariloche tem uma ampla gama de hotéis para todos os gostos e bolsos. A opção mais popular e também a mais prática é ficar nas proximidades do centro cívico da cidade, onde você tem fácil acesso a restaurantes, bares, mercados, transporte público e agências de viagem. A opção mais romântica e aconchegante é hospedar-se em um chalê ao longo do lago Nahuel Huapi. Para mais informações sobre as opções de hospedagem, leia esse post completo sobre onde ficar em Bariloche.
Como se locomover na cidade
O sistema de transporte público de Bariloche é bom e atende os principais pontos turísticos da região. Eu praticamente só utilizei os coletivos durante a minha viagem e peguei táxi apenas uma vez, para ir ao aeroporto no dia da partida, porque meu voo saia muito cedo – caso contrário, teria ido de ônibus.
Se você vai se hospedar no centro, pode pegar praticamente todas as linhas no terminal de ônibus da Calle Moreno. Dá até mesmo para chegar a estação de esqui via transporte público e essa é a escolha de muitos dos esquiadores que encaram o ônibus com equipamento de esqui sem problemas.
Os passeios turísticos contratados com agência em geral já incluem transporte em vans, que param na porta do seu hotel em horários combinados e te deixam ali também na volta. Os remises, transportes em carro privado, tipo táxi, podem ser contratados em diversas agências no centro, mas são a alternativa mais cara.
É possível contratar um remis para fazer seu prórprio tour privado, combinando um preço para o dia inteiro. Para mais independência, considere alugar um carro. Só leve em conta a dificuldade de dirigir quando as estradas ficam cobertas de neve ou gelo.
O que fazer em Bariloche: roteiro básico de quatro dias
Considero quatro dias o mínimo necessário para uma experiência geral na cidade, mas, se for possível, considere ficar mais, por cerca de uma semana. Assim é possível ver tudo com calma e aproveitar melhor os passeios. Para ajudar no planejamento, montei um roteiro básico, baseado na minha estadia na cidade.
Dia 1
Dia de deslocamento é sempre tumultuado e, por isso, eu sempre deixo os passeios mais tranquilos para os dias de chegada a um destino. Até porque, além das horas perdidas no aeroporto e transporte, dependendo do tempo que você viajou, vai estar cansado. Aproveite esse dia para conhecer o centro cívico da cidade, caminhar um pouco nas margens do lago, passar no centro de informação ao turista para tirar suas duvidas, conseguir um panfleto com os horários dos ônibus e pedir sugestões para a sua viagem.
Conheça as famosas lojas de chocolate – em especial a Mamuska e a Rapa Nui – e dê uma passada na feira de artesanato local. Aproveite também para já alugar suas roupas de neve, se for o caso. Se você chegar cedo, também pode aproveitar para fazer o Circuito Chico nesse dia, já que o passeio dura apenas três horas.
Dia 2
O Circuito Chico é a introdução básica a região de Bariloche e, por isso, é aconselhável que seja o primeiro passeio da sua lista. Com ele você vai conhecer alguns importantes – e incríveis – mirantes da região e subir de teleférico ao Cerro Campanário, que, na minha humilde opinião, tem a melhor vista das redondezas.
O passeio pode ser contratado em qualquer agência local ou com o seu hotel, mas também pode ser feito de carro, por conta própria. Como é um tour de cerca de três horas, sobra tempo no dia para ser combinado com outro passeio, como uma visita ao Cerro Otto.
Mais: Circuito Chico e o Cerro Campanário: o roteiro básico de Bariloche
Cerro Otto: diversão e esquibunda em Bariloche
Dia 3
No inverno, esse é o dia para se divertir na neve, tomar aulas de esqui e levar alguns tombos no Cerro Catedral, a principal estação de esqui da região. Mesmo quem não esquia pode optar por outras atividades na neve. Programe-se para ficar um dia inteiro ali. Se você for fora da temporada de neve, eu indicaria fazer o passeio dos Sete Lagos, que vai até San Martin de los Andes e percorre 352 km pelos parques nacionais Nahuel Huapi e Lanín, com direito a vistas patagônicas espetaculares.
Mais: Como visitar o Cerro Catedral, a estação de esqui de Bariloche
Bate-volta a São Martin de los Andes e o roteiro dos Sete Lagos
Dia 4
No último dia, você pode escolher um passeio de barco pelo lago Nahuel Huapi. A opção mais comum é a visita à Isla Victoria e ao bosque de Arrayanes, mas há outros tours disponíveis. Caso você não tenha feito ainda e precise escolher, esse também é um bom dia para fazer o bate-volta a San Martin de Los Andes, via rota dos Sete Lagos – pessoalmente, eu acho esse passeio muito mais interessante que a Isla Victoria, mas isso vai de cada um decidir.
Mais: Passeio de barco à Isla Victoria e Bosque de Arrayanes, em Bariloche
Outras atrações para quem tem mais dias
– Day trip à El Bolson: uma cidadezinha rodeada de montanhas, onde se produz muita cerveja artesanal e alimentos orgânicos. É o lugar que eu vou morar se tudo der errado e eu tiver que virar hippie. Você pode fazer uma das várias trilhas da região ou simplesmente relaxar na simpática fota o que eu eeirinha local. Mas anstou te dizendo: esse lugar é mágico.
– Outros passeios de barco: Além da Isla Victoria, há outros passeios de barco para escolher, com destaque ao que leva ao Lago Blest, um passeio que é a primeira parte do cruzeiro que vai até o Chile.
– Chá da tarde no Hotel Llao Llao: Para os finos ou quem tem curiosidade de conhecer o famoso hotel de madeira, vale reservar um chá da tarde no Hotel Llao Llao. Não é barato (cerca de R$100), mas é a única chance de entrar no hotel sem estar hospedado aí. Pode valer a pena pelo valor histórico da construção.
– Day trip a Villa La Angostura: O tour até San Martin de los Andes já para am Villa La Angostura por alguns minutos, mas se você tem mais tempo, pode ser legal explorar essa simpática cidadezinha com calma e comer em algum de seus cafés e restaurantes.
– Circuito Grande: Uma rota panorâmica que inclui cinco lagos, Villa La Angostura e Villa Traful e o Bosque de Arrayanes.
– Cerro Tronador: É o mirante mais alto da região, a 90km da cidade e 3.478 metros de altura, mas precisa ser feito quando não há neve.
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Por: 360meridianos
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