O que fazer em Jericoacoara, no Ceará

A culpa é do vento. Ele é o responsável por ter transformado Jericoacoara num dos destinos turísticos mais desejados do litoral brasileiro. Vento que forma dunas e colore o mar das mais diversas cores, ao atrair para Jeri as velas de milhares de kitesurfitas e winsurfistas. E para turistas, digamos, mais sedentários, o vento também tem seu valor, ao empurrar as redes que preguiçosamente balançam dentro das lagoas da região.

A cidade tem atrações de todos os tipos. Embora seja uma vila de ruas de areia e com poucos habitantes, não falta o que fazer em Jericoacoara, que está dentro da área de um Parque Nacional. Se você quer relaxar, fique pelo menos cinco dias. Assim você terá tempo para fazer os dois passeios principais, encarar aulas de windsurf e curtir as praias, sem pressa para voltar ao hotel. Com três dias também dá para curtir Jeri. Evite a vontade de fazer um bate-volta, a não ser que sua conta bancária permita ir de helicóptero. Quem vai por terra gasta entre 4 e 7 horas para chegar em Jeri a partir de Fortaleza.

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Como chegar em Jericoacoara a partir de Fortaleza 

As praias de Jeri

A maior parte dos turistas fica na Vila de Jericoacoara, pertinho da praia de mesmo nome. Basta descer a Rua Principal ou a do Forró para dar de cara com a areia. A Praia de Jericoacoara tem barracas com boa estrutura turística, algumas pousadas com vista e espreguiçadeiras de frente para o mar e uma duna à direita.

Perto da Praia de Jericoacoara fica a Praia da Malhada, outra opção para um banho de sol e mar, embora tenha menos estrutura turística.  E não crie falsas expectativas: aquela imagem que mostra turistas felizes em redes mergulhadas na água não é de praia de água salgada, mas das lagoas que existem ao redor de Jeri. Outra Praia, um pouco mais afastada e frequentada por kitesurfistas e winsurfistas, é a do Preá.

Duna do Pôr do Sol

Gaste seu primeiro dia nas praias que ficam perto da vila. Depois de tomar umas cervejinhas, pedir um peixe frito e relaxar, termine o dia na Duna do Pôr do Sol, que fica ali, pertinho da praia. Peça a conta na barraca por volta das 17h e comece e subir a duna – muitos viajantes farão o mesmo. É comum encontrar vendedores ambulantes por lá, mas não custa levar uma garrafinha d’água, por mais que a subida não seja das mais complicadas.

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Trilha da Pedra Furada

Outro passeio que pode ser combinado com um dia de praia e com o pôr do sol. Nesse caso, deixe a barraca um pouco mais cedo, por volta das 16h, caso pretenda fazer todo o percurso a pé. A trilha que leva até a Pedra Furada tem três quilômetros, incluindo uma subida (que não é das mais complicadas) pelo Morro do Serrote, que tem em seu topo um farol. Charretes também levam turistas até o topo da trilha, mas é preciso descer para a praia a pé.

Trilha para Pedra Furada

Na maré baixa é possível chegar até a Pedra Furada pela areia mesmo, seguindo a Praia da Malhada. Além disso, um dos passeios tradicionais de Jeri, que leva para as Lagoas Azul e Paraíso, para na Pedra Furada, mas a parada é rápida e não é na hora do pôr do sol.

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Lagoas de Jijoca

Águas claras, no melhor verde-jeri. Embora a transparência varie de acordo com a época do ano, as lagoas que ficam ao redor de Jericoacoara são sempre bonitas e poucas vazes estão completamente vazias – pode ocorrer em épocas de seca forte.

É ali que você encontrará quiosques com dezenas de redes amarradas dentro d’água, num convite à preguiça que viajante nenhum tem capacidade de recusar. Confesso que eu achava que essas redes eram o tipo de coisa para enganar turista bobo. “Nem deve ser tão legal ficar balançando dentro d’água”, pensei. Eu estava errado: a experiência é fantástica.

Você pode chegar até lá de jardineira, numa espécie de transporte público improvisado que custa entre R$ 10 e R$ 20 por pessoa. Eu preferi fazer um dos tours organizados por agências da região. Num buggy que levava quatro turistas (além do motorista), fomos até as lagoas Paraíso e Azul e almoçamos no The Alchymist Beach Club, uma barraca enorme e com preços pouco convidativos. O mesmo passeio também inclui a Pedra Furada e a Árvore da Preguiça. Leva cerca de cinco horas, com condições de voltar e aproveitar resto do dia na Praia de Jeri.

Árvore da Preguiça

Essa árvore fica na Praia do Preá, perto do mar, e virou parada obrigatória para quem vai de Jeri para as Lagoas Azul e Paraíso, seja com agências de turismo ou por conta própria. O formato preguiçoso da árvore – mostrada na foto que abre este texto –  é uma consequência dos ventos da região.

Lagoa da Torta

Essa foi minha lagoa favorita em Jeri. A água era mais turva, mas o preço da comida e da bebida era honesto. Os ventos continuavam fortes. E com rede na beira d´água. Agências também oferecem um tour até essa lagoa, onde os turistas almoçam. Esse passeio é combinado com as atrações abaixo.

Velha Tatajuba

O vento mudou o endereço da Vila Tatajuba. Isso aconteceu na década de 80, quando a cidade foi soterrada por dunas. As pessoas se mudaram, mas ainda dá para ver as ruínas da cidade. O tour para num quiosque na antiga vila, onde a Dona Delmira, uma moradora da Velha Tatajuba, conta a história da vila que foi coberta pela areia. Há uma praia nas proximidades com fama de ser bonita, mas não passei por lá. Também dá para visitar a Nova Tatajuba, a vila que surgiu depois do soterramento.

Dona Delmira

Mangue Seco

Em Jeri é assim: se tiver um lugar legal, tem rede. Não tem como explicar o Mangue Seco – é o cenário lindo da foto abaixo, que entra no roteiro de quem vai de Jeri para Tatajuba. Há vendedores ambulantes na região, um convite para tomar água de coco.

Cavalos Marinhos

É possível fazer um passeio de barco pelo manguezal, em busca de cavalos marinhos. Os tours das agências normalmente param no local, mas a participação na expedição é opcional e custa R$ 10. O guia mostrará onde estão os animais e pegará um deles com um pote de vidro – depois o cavalo marinho é devolvido ao local de origem.

Duna do Funil

Uma duna enorme que entra no roteiro por conta de uma prática, err, infantil: o esquibunda. Você demorará segundos para descer a montanha de areia bunda abaixo. E precisará de pelo menos uns 5 minutos para fazer o percurso de volta, com o auxílio de cordas. Quem preferir pode pegar carona com bugueiros, que ficam estrategicamente no pé da duna e dão a volta com os menos dispostos a escalar a montanha de areia.

O que fazer em Jericoacoara à noite

Pouca luz elétrica, ruas de areia e um monte de restaurantes e bares interessantes. A vida noturna de Jericoacoara chega até a praia, onde barraquinhas vendem os mais diversos drinques. O forró é a balada típica da região, com restaurantes como o Dona Amélia e o Maloka se revezando nas noites de dança. Procure um bar para chamar de seu e curta a noite de Jeri.

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Por: 360meridianos