Visitar Oxford, na Inglaterra, foi fazer a Luiza adolescente vibrar de alegria. É que eu sempre tive um sonho de como seria estudar nessa antiga universidade. Mais ainda quando os filmes de Harry Potter foram lançados e vários dos cenários utilizados eram os prédios das faculdades. Ou seja, tenho um encanto por essa cidadezinha que fica a 97 km de Londres.
Oxford é uma cidade universitária por excelência: são mais de 20 mil estudantes. A Universidade de Oxford foi fundada em alguma altura dos séculos 11 ou 12. Não se sabe ao certo a data de fundação, mas segundo o site oficial da escola, já existiam formas de ensino em Oxford em 1096. Mas a partir de 1167, quando Henry II proibiu estudantes ingleses de estudarem na Universidade de Paris, é que o ensino ali se desenvolveu. Isso a torna a mais antiga universidade da língua inglesa. E faz com que os prédios de algumas faculdades datem do século 13. No total, são 40 colleges e prédios associados espalhados pela cidade – não existe um campus concentrado.
Outra curiosidade é que, no início do século 13, houve conflitos entre os moradores da cidade e os estudantes. Isso fez com que fossem estabelecidos os primeiros salões de residência e também fez com que alguns estudantes e professores fugissem para outra vila próxima, Cambridge, onde acabou sendo fundada a Universidade de Cambridge. As duas prestigiadas universidades, apesar das grandes semelhanças, até hoje vivem uma certa rivalidade, tanto no âmbito acadêmico, como no campo dos esportes, com uma corrida de barcos anual e disputas de Rugby.
Quantos dias e onde ficar em Oxford?
A grande maioria das pessoas, eu inclusive, passa apenas um dia em Oxford, normalmente num esquema de bate-volta de Londres, que fica a apenas uma hora. Abaixo dou dicas de como fazer esse trajeto.
Porém, certamente dá para ficar pelo menos dois dias, principalmente se você quiser conhecer vários colleges, visitar com calma os diversos museus da cidade e ainda conhecer os vários pubs. A cidade é relativamente pequena, então qualquer canto ali no centro histórico será uma boa escolha. Veja aqui uma seleção de boas hospedagens em Oxford que oferecem free wifi. Porém, há boas opções fora do centrinho, mas a curta distância a pé e perto de algumas das colleges famosas. Por exemplo, há opções na St. Clement’s St., próximo ao Magdalen College e do Jardim Botânico. Veja aqui.
Outra dica interessante, principalmente para quem visitar a cidade no verão ou nas férias da Páscoa, é ficar num dos alojamentos das universidades: alguns têm quartos bastante confortáveis, no estilo Bed and Breakfast. O melhor é que você passa a ter acesso a tomar café da manhã nos incríveis Dinings Rooms e aos jardins que nem sempre são abertos a turistas. O Christ Church College (foto abaixo) e vários outros oferecem esse tipo de hospedagem. Você pode verificar diretamente no site oficial da Universidade de Oxford.
Como chegar em Oxford, Inglaterra?
De ônibus
A forma mais barata de chegar em Oxford, partindo de Londres (ou de outras cidades inglesas), é de ônibus. Diversas empresas fazem o trajeto, inclusive algumas partem diretamente dos aeroportos da capital inglesa: Oxfordbus, Oxford Tube, Megabus e National Express.
Foto tirada da janela do busão de dois andares
O tempo de viagem varia de acordo com o trajeto ou o horário, mas fica entre uma e duas horas. Comprando com antecedência pela Megabus é possível achar passagens de uma libra – eu paguei seis libras ida e volta. Também é preciso conferir exatamente de onde o ônibus vai partir e onde chega, já que no trajeto Londres > Oxford há várias paradas. Em Londres, dê uma olhada no Google Maps para saber onde é o ponto mais próximo do seu hotel. Já em Oxford, as melhores opções para descer são a High Street (Queens Lane) ou diretamente na rodoviária, Gloucester Green.
De trem
É possível achar passagens bem baratas de trem. Os preços variam muito de acordo com a empresa que faz o trajeto e com quanta antecedência você está comprando. Já vi passagens de cinco ou de 30 libras. A viagem direta dura entre 50 minutos e 1h20. Os sites da National Express ou da Virgin fazem a busca por todo o sistema ferroviário inglês e não cobram nenhuma taxa extra.
O que fazer em Oxford: as principais atrações
Agora vamos lá, o que fazer em Oxford? A cidade tem uma série de atrações relacionadas à Universidade, seus ilustres estudantes e todo o conhecimento ali produzido. Como minha ida a Oxford incluía visitar um amigo do meu namorado que está estudando lá, nosso passeio foi um misto de walking tour e pub crawl – veja as dicas de pubs ali embaixo, incluindo um frequentado por J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis.
Ah, como eu sei que tem muitos pottermaníacos por aí, toda atração em Oxford relacionada ao Harry Potter eu marquei assim, de rosa com *alerta HP*. Uma outra dica, que eu usei para visitar a cidade, é o Guia de Oxford & Cambridge, feito pela Helô Righetto, do Aprendiz de Viajante. O guia conta com 93 páginas e dá dicas para um roteiro de um dia em Oxford.
Universidade de Oxford
Como eu já falei antes, são 40 colleges e prédios de faculdades espalhados por Oxford. Nem todos são abertos para visitação e ao longo do ano e pode variar a permissão para visitas de acordo com o calendário acadêmico. Alguns deles, porém, são mais bonitos ou historicamente interessantes e consequentemente atraem mais turistas. Você pode consultar a lista completa de colleges e halls da Universidade de Oxford e informações sobre visitas aqui. Vários deles são gratuitos.
O Wadham College, por exemplo, tem entrada gratuita
O Christ Church College é um dos maiores e mais tradicionais da cidade e – *alerta HP* – cenas de A Pedra Filosofal foram gravadas no Dining Hall e nas escadarias. A visita inclui não só o salão de jantar e as tais escadas, mas também a catedral, o claustro e os jardins. Uma dica legal é falar com o/a guarda que fica no final do jardim e ele te mostra a porta e uma foto antiga de uma criança que inspirou Lewis Carroll, que deu aulas ali, a escrever Alice no Pais das Maravilhas.
O valor da entrada varia ao longo do ano, mas fica entre sete e nove libras. Se quiser, há uma taxa extra para visitar uma galeria de pinturas. É importante consultar o site oficial antes de ir, porque às vezes a área de visitação é fechada por conta de eventos da escola.
Dica extra: logo em frente da entrada do Christ Church College fica uma lojinha muito fofa sobre Alice no Pais das Maravilhas, a Alice Shop.
Considerado um dos colleges mais bonitos, o Magdalen College abre para visitação o hall, capela e antiga cozinha, além dos jardins e campos e um parque de veados. A entrada custa seis libras, também é necessário consultar o site oficial para verificar os horários de abertura ao longo do ano. Outra boa opção – e mais barata – é o New College, que, apesar do nome, é um dos mais antigos da cidade, do século 13. A entrada de quatro libras inclui o claustro – *alerta HP* –, capela, hall, jardins e uma parte do antigo muro da cidade.
Por fim, outro passeio imperdível, por ser um dos cartões-postais da cidade, é Praça Radcliffe. Ali fica um trio de construções incríveis e muito importantes em Oxford. A Biblioteca Bodleian, uma das mais antigas da Europa, inaugurada no início do século 15; a Radcliffe Camera, construída em 1749, que funciona como sala de leitura para os estudantes, sendo famosa por seu formato redondo; e a igreja medieval St Mary the Virgin, aberta ao público gratuitamente (mas se você quiser ter a melhor vista da cidade e seus pináculos, é preciso pagar quatro libras para subir a torre). Ainda, há por ali o Sheldonian Theatre e o Museu de História da Ciência.
Radcliffe Camera
Igreja St. Mary the Virgin
Biblioteca Bodleian
Teatro Sheldonian
Já para visitar a Biblioteca Bodleian e seu complexo de prédios históricos há seis opções de tours, três guiados e três possíveis de serem feitos sozinhos, cada um com mais ou menos atrações disponíveis. O tour completo inclui as salas da biblioteca, Divinity School, Convocation House, Chancellor’s Court, Duke Humfrey’s medieval library – *alerta HP* –, Radcliffe Camera e Gladstone Link. Dura 90 minutos e custa 14 libras.
Nessa região, não deixe de visitar a Hertford Bridge, também conhecida como Bridge of Sighs. O nome “Ponte dos Suspiros” é por conta da semelhança com a ponte veneziana. É uma ligação de pedestres para os estudantes do Hertford College.
Museus
O Ashmolean é o museu mais antigo do Reino Unido, de 1683, e um dos mais antigos do mundo. Tem uma coleção enorme de arte e antiguidades de até quatro milênios atrás. Já o Museu de História Natural tem um prédio maravilhoso, uma coleção de mais de quatro milhões de espécies e até esqueletos de dinossauros. Se você segue dentro do hall do museu de História Natural, chega ao elogiadíssimo Pitt Rivers Museum, com uma coleção gigante de objetos de antropologia e arqueologia.
Além desses, não faltam museus em Oxford, de temas variados, como ciências, instrumentos musicais e arte moderna. O melhor é que a maioria deles é gratuita. Aqui você pode ver a lista completa.
Parques e jardins
Há vários parques e jardins para serem visitados em Oxford. Alguns daqueles oferecem a possibilidade de praticar “punting”. Essa é uma atividade típica inglesa, que é basicamente passear num barco num formato especial, usando uma espécie de mastro comprido para movimentar o barco. Há duas estações para locação do “punt”, ambas no centro da cidade: Magdalen Bridge Boathouse e Salter’s Steamers. Você vai passear tranquilamente pelas paisagens dos jardins dos colleges e campos da universidade. Dá para contratar também um barqueiro para te levar.
Os parques da Universidade têm entrada gratuita, são enormes e contam com construções, jardins e peças de arte. Outra opção fica logo atrás da Christ Church: o Christ Church Meadow, um grande campo, aberto, onde você vai ver pessoas fazendo piquenique ou descansando. Ali por perto fica o Jardim Botânico, cuja entrada custa cinco libras. O espaço existe há quase 400 anos, com várias espécies de plantas, divididas em diferentes estufas.
Dicas de Pubs em Oxford, Inglaterra
Como disse antes, tive a sorte de ter uma pessoa que mora em Oxford para nos levar a alguns pubs bem legais da cidade. Então, seguem as dicas:
O Eagle and Child, 49 St Giles, é um pub histórico, que era frequentado por escritores como J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis. O espaço é bem pequeno e uma dica interessante é seguir até os fundos, numa área bem agradável com teto de vidro. O Four Candles, 51–53 George Street, é uma opção barata (para padrões ingleses), onde dá para comer bem. É um bom lugar para almoçar.
Já o Angel and Greyhound, 30 St Clement’s St, fica fora do centro histórico, alguns metros depois da Ponte Magdalen. É uma excelente opção para quem quer fugir de turistas. É bastante popular entre os locais e estudantes e tem uma área externa agradável. Uma opção para almoçar e jantar também fora do centro histórico e com preços razoáveis é o restaurante Greek Taverna, 84 Cowley Road.
Por fim, ali por perto tem outra opção de pub que somente pessoas que moram em Oxford vão conhecer. O The Star fica na 21 Rectory Rd, uma rua residencial. Um típico bar inglês, conta com mesas de sinuca, jogos de tabuleiro, um jardim bem legal nos fundos e uma boa seleção de cervejas. Um detalhe: eles só aceitam dinheiro como pagamento, então lembre-se de passar num caixa eletrônico antes.
*Crédito imagem destacada: Shutterstock
O post O que fazer em Oxford, Inglaterra: principais atrações apareceu primeiro em 360meridianos.
Por: 360meridianos
0 comentários:
Postar um comentário