As 24 toneladas já deixam óbvio que a Pedra do Sol é grandiosa, mas nem por isso é fácil absorver o impacto de vê-la pela primeira vez. Esculpida no começo do século 16, a peça de 3,58 metros de diâmetro foi enterrada nas ruínas de Tenochtitlan, antiga capital dos astecas, logo após a conquista desta pelos espanhóis, em 1521.
Tenochtitlan veio abaixo e assim nasceu a Cidade do México, ali, naquele mesmo lugar, com a Catedral ocupando o endereço de um antigo santuário asteca. A Pedra do Sol dormiu por 269 anos, enterrada embaixo de uma civilização que nascia. Sua redescoberta, por causa de escavações naquela região, teve tanto impacto quanto o causado nos europeus que viram a grandeza de Tenochtitlan pela primeira vez. Hoje, nos resta imaginar essa sensação. O painel do artista Diego Rivera ajuda a imaginar o que foi aquela época.
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Tenochtitlan vista do oeste, em painel de Diego Rivera. Nesse local hoje está a Cidade do México
A grandiosidade desse povo pré-colombiano fica evidente em todos os artefatos guardados na sala Mexica – como os astecas eram conhecidos -, no Museu Nacional de Antropologia, que fica na Cidade do México. Ali, no centro da sala, a Pedra do Sol é a principal atração. Enquanto dezenas de visitantes tiram fotos, outros tantos tentam entender as inscrições nessa escultura, que, ao contrário da crença popular, não é exatamente um calendário, embora os ciclos daquela civilização estejam representados ali.
No centro da imagem está Tonatiuh, o Deus Sol, que segura um coração humano em cada mão e cuja língua é uma faca cerimonial. Para alguns arqueologistas, isso mostra que a pedra era usada em cerimônias religiosas que envolviam sacrifícios humanos, e não para funções astronômicas.
Pedra do Sol
A Pedra do Sol pode até ser o ponto alto, mas é apenas um dos motivos para você reservar um dia inteiro para visitar o Museu Nacional de Antropologia. E de preferência faça isso nos seus primeiros dias no país, uma introdução para visitar ruínas dos vários povos pré-colombianos que viveram ali, como Chichén Itzá, Palenque, Uxmal e, claro, Teotihuacán, as mais próximas da Cidade do México.
Teotihuacán, que hoje está a 50 km da Cidade do México
Inaugurado em 1964, o Museu fica colado com o Parque de Chapultepec e com a Avenida de la Reforma. O prédio do museu é uma atração por si só, com uma estrutura enorme no centro, que lembra um guarda-chuva, e de onde cai água.
O museu está dividido em duas partes: Arqueologia, onde estão artefatos e obras de povos como os maias e os astecas e que ocupa 11 salas em todo primeiro andar; e Etnografia, que fala do estilo de vida desses mesmos povos nos dias de hoje. Este setor ocupa 12 salas no segundo andar do museu.
Comece sua visita pelo primeiro andar e só suba as escadas depois de ver todo setor de arqueologia, que é o mais importante. Caso contrário, você corre o risco de gastar muito tempo na parte de Etnografia, forçando com que você tenha que correr justo na hora que a coisa fica mais interessante.
As duas primeiras salas da parte de arqueologia, à direita da entrada, são Introducción a la Antropología e Poblamiento de América, uma preparação para o que vem pela frente. Ali você vai encontrar fósseis, artefatos e reproduções que contam a história dos primeiros homens, mas o destaque por ali são os restos de um grande mamute que viveu há 15 mil anos e que serviu de alimento para um grupo de caçadores primitivos.
As salas seguintes são Preclásico Altiplano Central e Teotihuacán. Vale prestar bastante atenção nas explicações desta última, já que o passeio de bate-volta até as ruínas de Teotihuacán, que estão a cerca de uma hora da Cidade do México, é um dos pontos fortes da viagem ao país – e assim sua visita terá muito mais sentido. Por ali, destaque para o Disco de la muerte, descoberto em 1963, durante escavações na Pirámide del Sol, a maior de Teotihuacán e terceira maior do mundo, com 65 metros.
Disco de la muerte
Seguindo com a visita, as próximas salas são Los Toltecas y el Epiclásico e a Mexica, a maior delas e que ocupa posição de destaque no Museu. É lá que está a Pedra do Sol, além de outras peças interessantíssimas, como a Piedra de Moctezuma, uma enorme escultura circular que era usada em combates cerimoniais.
Guerreiro inimigos, que tinham sido capturados por astecas, eram presos pelo pé nessa pedra e tinham que lutar contra soldados muito mais bem equipados. Por conta de objetos assim, a sala Mexica é talvez a mais importante do museu – se você tiver pouquíssimo tempo, aconselho que vá direto lá.
Piedra de Moctezuma
As salas seguintes são Culturas de Oaxaca, Culturas de la Costa del Golfo, Maya, Culturas de Occidente e Culturas del Norte. Na área reservada para os habitantes do Golfo fica a Cabeza colosal, esculpida entre 1200-600 a.C.
Já na Maya, um ponto alto é a Máscara de Pakal, feita com jade e obsidiana, para o funeral de K’ihnich Janaab’ Pakal, que governou dos 12 aos 80 anos e viveu no século 6, o que faz do reinado dele o mais longo do hemisfério ocidental. A tumba de Pakal, o Grande, foi redescoberta em 1948, nas ruínas de Palenque. Uma reconstrução dela se encontra no Museu de Antropologia.
E por falar em reconstruções, por ali há várias, afinal não é possível (e nem desejável) remover ruínas inteiras de lugar. Várias salas estão interligadas com jardins, onde os arquitetos reconstruíram modelos de templos e locais importantes de vários povos.
Depois de visitar toda a área de Arqueologia, suba, enfim, para a de Etnografia. No final, uma lojinha de souvenirs aguarda os turistas e vende alguns itens interessantes. É possível fazer um lanche nas barraquinhas em frente ao museu e continuar o dia no Parque de Chapultepec.
Visita ao Museu Nacional de Antropologia: informações úteis
O Museu funciona de terça a domingo, entre 9h e 19h. A entrada custa 70 pesos e pode ser paga no cartão de crédito (à esquerda, do lado oposto aos guichês, há totens em que você pode fazer a compra por conta própria e que costumam ter filas menores). É possível pagar por um audioguide, mas há visitas guiadas gratuitas em determinados horários. Detalhes aqui. Há guarda-volumes no local e boa estrutura de acessibilidade para pessoas com capacidade de locomoção reduzida.
As estações de metrô mais próximas são a Auditorio (Linha 7) e Chapultepec (Linha 1) – a passagem do metrô da Cidade do México custa apenas cinco pesos, o que é baratíssimo.
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