Novas surpresas e a mais agradável viagem de fusca de toda a série.
Colocar Regina e Emma dentro de um fusca e enviar as duas para uma viagem foi uma das melhores ideias que Once Upon a Time demorou tanto para ter. Some ao fato de que pela terceira vez consecutiva nos entregaram um episódio com uma pequena e satisfatória surpresa e você estará na mesma maré de felicidade que este reviewer se encontra hoje. Realmente, estamos encarando uma série de conclusões, que peca no desenvolvimento geral da temporada, mas que sabe aproveitar suas últimas horas como ninguém. E talvez seja essa a explicação para tantos de nós ainda permanecerem fieis a toda a magia de Storybrooke.
Sim, existem episódios que OUAT me convence. Existem momentos em que a série sabe aproveitar suas personagens importantes e dedicar tempo necessário para que tudo se torne mais crível. Lily é um destes momentos, que consegue ir além do esperado e transforma um texto que tinha tudo para dar errado, em algo bom.
Claro, ainda estamos enfrentando momentos que fogem um pouco o senso do aceitável. Emma se tornar dark por motivos tão torpes é um deles. Ter atirado Cruella do precipício foi errado, mas um acidente causado para defender o filho de um possível assassinato. Se a justiça dos homens não condenaria essa mãe, porque raios a magia onisciente da série o faz? Será necessário que uma conjunção de acontecimentos catastróficos ocorram no próximo episódio para justificar essa passagem para o outro lado. Por enquanto, não está descendo.
Assim como a barra forçada para cima dos pais. Tudo bem, eles mentiram, roubaram e enganaram. Mas já encheu um pouco todo o ar de desdém que a filha anda direcionando para os dois. Com a revelação de que Lily está viva, imagino que as coisas deverão melhorar para o relacionamento Swan e Charming. É tudo o que eu mais quero. E elogio novamente o episódio, ao colocar Emma e Regina fora da cidade, nos deram um novo ar para respirar, nos afastando dos dramas habituais da cidade.
Agora, o papo de que a Lily é toda errada na vida, por ter recebido o potencial para maldade da Emma, em um mundo sem magia, é sofrível. Espero que a série encontre seu chão e nos dê a resposta que tanto quero: Lily se ferrou muito porque fez as escolhas erradas, não por ter uma parte possivelmente má vivendo dentro de si. Assim como Emma já fez muita coisa errada e hoje é a “salvadora”. Essa predestinação que a série coloca, para depois nos explicar que não era bem assim, me enfurece. Assim como a relação entre os finais felizes dos vilões, que de fato não veio, por eles não terem atitudes merecedoras. Rumpels sabotou sua própria vida por não sei quantos anos e quer colher flores? Não faz sentido. Criar uma história ao redor desta possibilidade é algo um pouco exagerado, mas somente a conclusão poderá nos dar uma resposta válida. Espero do fundo do meu coração (cheio de manchas negras pelo excesso de veneno), que o Mago Fumaça de Lost sambe na cara de todo mundo ao responder que o final feliz é possível para qualquer um, desde que seja merecido.
Mesmo depois de me deixar extremamente confuso, OUAT foi capaz de me aliviar lá no final do episódio. Lily e o Aprendiz se encontrando, a justificativa para o mural do esquisito, a recente “transformação” da personagem. Tudo isso foi uma bela forma da série não precisar gastar mais episódios com a personagem e com flashbacks desnecessários que só confundem mais ainda a cronologia bagunçada da série. Seria interessante ter um episódio centralizado na pequena Lily? Sim. Mas conhecendo o padrão que a série adotou para dedicar flashbacks a seus personagens e conectá-los com secundários, prefiro não. Lembram do episódio com o David cabeludo, a Bo-Beep esquisitona e a Anna de Frozen? Eu ainda estou tentando esquecer. Por hora, saber que o Aprendiz gastou um tempo consertando os erros e “ligando” verdadeiramente Lily a Emma, me satisfez.
E a novela mexicana fica cada vez mais complexa. Agora que Zelena confessou estar grávida do Robin, as coisas irão se complicar novamente, além do esperado. Claro, teria sido bem mais fácil pegar Robin e Rolland e dar o fora de Nova York, voltar para a “pacata” Storybrooke e balançar muito o beliche na casa da prefeita. Porém, estamos falando de Once Upon a Time e nada como uma gravidez com a vilã, para deixar tudo bem mais bagaceira do que o esperado. E posso confessar uma coisa? Eu estou amando que a série finalmente aceitou sua posição no mundo das séries e deixou de lado qualquer pretensão de uma história de amor idealizada pelos contos de fadas. Não, prefiro a novela.
A verdade é que eu imaginei que Zelena tivesse encontrado uma forma de roubar o coração do Robin, que Rumpel tivesse avisado e que aquela fosse a Zenela utilizando a imagem do arqueiro. Ledo engano, lá estava OUAT me surpreendendo com um plot tão clichê, que funcionou e me divertiu. A cara das três mulheres, Emma, Lily e Regina no momento, foi a cereja no topo do bolo verde. Se é para lidar com histórias fantásticas, mitologia bagunçada e cronologia confusa, que seja com muita diversão. Afinal, não estamos aqui para questionar os efeitos especiais da série, mas sim nos divertir com os personagens, que são o ouro da produção desde seu piloto.
Once Upon a Time é o tipo de entretenimento que consegue segurar seu público através de formas nem um pouco honestas. Por mais sofrível, mediana, ou medíocre que sejam os começos, os finais sempre divertem. Aqui estou eu, mais uma vez ansioso, querendo devorar os próximos episódios como se não existisse amanhã. Tudo porque aos poucos, redatores entendem que o importante não é uma história rebuscada, mas sim o desenvolvimento dos personagens. Agora resta saber se eles conseguirão devolver o brilho para outros, como Snow e Charming, que lentamente foram caindo em um mar de inutilidade. Também não doeria um pouco mais de carinho com a Belle, que eu sempre quis muito gostar, mas que a série nunca deixou. Agora só temos mais um episódio até o season finale duplo e seu sei muito bem que vocês, assim como eu, querem saber o que OUAT irá fazer desse ano, que começou com Frozen e vai terminar pegando fogo.
PS. “Eu sou Lily, filha da Malévola. Herdeira da demônia.” Para os fãs de Arrow.
PS². Emma = Ivete, Ruth, Paulina. Lily = Cláudia Leitte, Raquel, Paola.
OS³. Velozes e Furiosos: Once Upon a Time Edition.
PS4. Robin engravidou a irmã da ex-namorada, que ele pensava ser sua esposa, que havia morrido um tempão atrás, mas que voltou para ele através de um portal mágico. Cara, já pode pedir uma coletânea no Fantástico. E já pode separar um dinheiro pra terapia dos dois filhos.
PS5. Próximo passo para Zelena é ser atropelada pela Regina, fingir estar paraplégica e ficar “confinada” a uma cadeira de rodas. Tudo isso enquanto passeia pela casa a noite, como uma boa vilã de novela mexicana.
PS6. Ainda no ritmo de festa novela pastelão, qual outra atitude que Zelena poderia ter e que se encaixaria bem? Regina engravida e Zelena rouba o filho no hospital, é perseguida por toda Storybrooke até a ponte dos trolls, devolve a criança e se joga no rio. Chamar Henry de flageladozinho? Perseguir Emma com uma tesoura? Zelenaré! #SaudadesNazeré
PS7. Regina é rica, tem suas posses, maçãs decorativas caríssimas e mesmo assim aceitou ir para Nova York de fusca amarelo. Prova definitiva de que ela não é mais a Evil Queen.
PS8. É demais pedir uma série da Emma e da Regina em Nova York? Pode ser qualquer tema. Coloquem as duas reformando apartamentos como a antiga moradia da Lily.
PS9. Autor: “Cruella me amou… do jeito dela”. Cara, eu já tinha ouvido falar de amor iludido, mas este caso é o extremo. Agora, como ele conseguiu permanecer tanto tempo alterando histórias e tudo ter “dado certo”, eu não tenho ideia. Para o padrão do Autor, Regina e Snow deveriam estar casadas.
PS11. Regina e Emma saem de Storybrooke e deixam Malévola como responsável pela cidade. Se não ela, quem? Decisão sensata.
PS12. Momento Casos de Família da review.